Gazeta Rural nº 401

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04 Feira das Tradições e Atividades Económicas 2022 sob o mote o “Melhor de Pinhel”

Festa da Flor da Amendoeira em Foz Côa O município de Foz Côa promove este ano a edição XL das festividades da Amendoeira em Flor. As festividades decorrem de 25 de Fevereiro a 6 de Março, com um cartaz diversificado e pensado para todos os gostos e idades.

Ficha técnica Ano XVIII | N.º 401

Periodicidade: Quinzenal

Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320

Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Redacção: Luís Pacheco

Opinião: Luís Serpa | Jorge Farromba

Júlio Sá Rego | Gabriel Costa

Departamento Comercial: Luís Cruz

Sede de Redacção: Lourosa de Cima

3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400

E-mail : gazetarural@gmail.com Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546

Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda

Administrador: José Luís Araújo

Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu

Capital Social: 5000 Euros

CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339

Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04

Execução Gráfica e Impressão: Novelgráfica, Lda R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299

Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/

Tiragem Média Mensal: 2000 exemplares

Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.

06 Foz Côa apresenta edição XL da Festa da Flor da Amendoeira 08 Sernancelhe organiza VIII Festival de Sopas e Encontro de Ranchos 11 Festival da Lampreia decorre em 12 restaurantes de Penacova 14 Multiusos de Trancoso mostra produtos e sabores do Nordeste da Beira 16 Feira do Pastor e do Queijo de Penalva do Castelo realiza-se a 6 de Março 18 Aguiar da Beira vai promover a tradicional Festa do Pastor e do Queijo 19 Parque Urbano do Touro recebe X Feira do Fumeiro do Demo 20 Oliveira do Hospital prepara edição 2022 da Festa do Queijo Serra da Estrela

22 Congresso Nacional do Milho debate futuro da fileira 24 Presidente da CVR Dão preocupado com a seca na região 26 Centro de Melhoramento de Raças Autóctones em Miranda do Douro pronto em 2023

28 Vouzela cria observatório para avaliar níveis de sustentabilidade do território

29 Investigador diz que a agricultura e floresta devem adaptar-se à seca 30 Empresas da área da CIM Viseu Dão Lafões recebem 2,4 milhões de euros de apoios

32 Produção de maçã na região de Viseu pode ser afetada devido à seca 33 Festa da Amendoeira em Flor anima Figueira de Castelo Rodrigo 34 Festival do Arroz e da Lampreia está de regresso ao formato presencial 35 Município de Manteigas promove Expo Estrela 2022 36 Mostra Gastronómica do Peixe do Rio regressa em Março ao Alandroal 37 Mês do Sável e da Lampreia volta aos restaurantes de Vila Nova da Barquinha

38 Lousã quer reforçar atratividade com o Festival Gastronómico da Chanfana



Em Pinhel, nos dias 25, 26 e 27 de Fevereiro

Feira das Tradições e Atividades Económicas 2022 sob o mote o “Melhor de Pinhel” Depois de uma pausa forçada em 2020 e de uma edição “on line” em 2021, Pinhel prepara-se para acolher a vigésima sétima edição da Feira das Tradições e Atividades Económicas, dedicada ao “Melhor de Pinhel”.

O evento vai decorrer no Centro Logístico de Pinhel, nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro, contando com um vasto programa de atividades e um cartaz que inclui nomes como Tony Carreira, Mickael Carreira e David Carreira (juntos em palco), os irmãos Calema, os PutzGrilla e o DJ Mastiksoul, entre muitos outros. Tendo em conta a situação de pandemia, que ainda é uma realidade, o Município de Pinhel vai procurar garantir todas as condições de segurança, fazendo cumprir um conjunto de normas que serão atempadamente divulgadas. Este ano o acesso aos três dias do evento tem um bilhete único de cinco euros, podendo comprar-se as respetivas pulseiras antecipadamente, nos locais que o Município irá divulgar, ou no próprio dia do acesso, nas bilheteiras da Feira. À semelhança das últimas edições, é esperada a participação de cerca de 200 expositores, distribuídos por espaços amplos e diferenciados, como as freguesias do concelho de Pinhel, representações institucionais de Portugal e Espanha, saberes e sabores, atividades económicas e, finalmente, a

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área das tasquinhas, com restaurantes e bares, onde também decorrem os espetáculos. Quanto ao programa, importa referir que este ano não haverá o tradicional Desfile Alegórico que habitualmente dava início à Feira das Tradições (tendo em conta as limitações a que tem estado sujeita a comunidade escolar por força da situação de pandemia). Assim, a XXVII Feira das Tradições e Atividades Económicas abrirá portas às 17 horas, de 25 de Fevereiro, no Centro Logístico de Pinhel, seguindo-se a inauguração oficial. Inaugurada a Feira das Tradições e abertos os espaços de exposição, o fim de semana prolonga-se com um vasto programa de animação musical com espetáculos de vários géneros, desde música tradicional a sonoridades mais contemporâneas, destacando-se os concertos de grupos locais, mas também de bandas e artistas reconhecidos a nível nacional e internacional. Em destaque nesta edição vão estar as atuações do clã Carreira - Tony, Mickael e David Carreira (sexta-feira, dia 25), dos Calema (sábado, dia 26) e, para fechar o certame, os The Luckie Duckies (domingo, dia 27). Para um melhor conhecimento do tema retratado nesta edição, destaque ainda para a realização de um Colóquio, no sábado, dia 26, a partir das 14,30 horas. Antes disso, serão entregues os prémios do Concurso de Fotografia Objetiva Pinhel, dedicado ao tema “O Melhor de Pinhel”.


A realizar nos dias 26 e 27 de Maio

Empack e Logistics & Automation Porto regressa à Exponor

O único evento para os setores de embalagem e logística, em Portugal, está de volta ao Porto. A sexta edição vai acontecer da feira vai acontecer a 26 e 27 de Maio e conta já com 65 expositores confirmados e o registo já está aberto.

Após dois anos de ausência devido à pandemia, a Empack e Logistics & Automation Porto volta a abrir portas na Exponor. Um espaço de negócios e networking, onde será possível voltar a reunir e conhecer grandes marcas, num ambiente seguro. A maior feira de logística no país é uma excelente oportunidade para reativar a indústria e a economia. A feira também será palco de palestras e conferências, onde haverá a oportunidade de conhecer outras empresas, os avanços tecnológicos e os últimos desenvolvimentos do setor. Nestas, haverão conteúdos de várias áreas para além de packaging e logística, como E-commerce, Transporte, Procurement e Embottle. O maior evento de embalagem e logística de Portugal conta com o apoio de diversas associações como a Associação Empresarial de Portugal, a Associação Portuguesa de Logística, a Associação Smart Waste Portugal, o Pacto Português para os Plásticos, entre outros.

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Festividades vão decorrer entre 25 de Fevereiro e 6 de Março

Foz Côa apresenta edição XL da Festa da Flor da Amendoeira O município de Foz Côa promove este ano a edição XL das festividades da Amendoeira em Flor, reforçando o orçamento de anos anteriores, após o interregno devido à pandemia. As festividades vão decorrer de 25 de Fevereiro a 6 de Março, com um cartaz diversificado e pensado para todos os gostos e idades. 6

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O pavilhão EXPOCÔA será transformado num acolhedor e confortável salão de festas, para receber as atividades noturnas, com um espaço ‘lounge’, restauração, bares, informação turística e muito entretenimento.

O vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, em entrevista à Gazeta Rural, destaca o cartaz de espetáculos da quadragésima edição do evento, com nomes como Fernando Mendes, Agir e Calema. Contudo, Pedro Miguel Duarte diz que o desfile etnográfico, que fecha as festividades, é “a cereja no topo do bolo”, porque junta toda a comunidade. O autarca diz que a amêndoa “é um produto que diz muito da identidade do nosso conce-

lho, mas é também uma marca deste território”. Gazeta Rural (GR): A Festa da Amendoeira em Flor é um cartaz que regressa e que, habitualmente, atrai muita gente. Já fazia falta? Pedro Miguel Duarte (PMD): Naturalmente. Esta é edição XL, a quadragésima Festa da Amendoeira em Flor, que estamos a recuperar, depois de não se ter realizado em 2021 devido à pandemia. Procurámos para esta edição ter um cartaz o mais diversificado possível, tentando chegar a vários públicos e oferecendo, a quem nos visita nesta altura de Carnaval e pela flor da amendoeira, uma oferta cultural diversificada e enriquecedora ao mesmo tempo.


GR: O cartaz de espectáculo tem artistas de renome no panorama nacional? PMD: Sim, temos três cabeças de cartaz, se assim lhes podemos chamar. Fernando Mendes, Agir e os Calema. Dizer que o cartaz se reduz a estes três nomes é bastante redutor. Destaco o Desfile Etnográfico, no último domingo, um dos pontos altos da festa. GR: É o ponto alto do cartaz? PMD: Diria que é a cereja no topo do bolo. É a verdadeira mostra do concelho de Foz Côa. É claro que os artistas atraem sempre gente, e isso é importante, mas o desfile mostra a verdadeira identidade das gentes de Foz Côa. No desfile etnográfico estão presentes a maior parte das nossas associações e coletividades e todas as juntas de freguesia. No desfile o concelho está representado em peso, com os nossos usos e costumes.

“A amêndoa é um produto endógeno e uma marca deste território” GR: As Festas da Amendoeira são um cartaz centrado em Foz Côa, mas

que leva visitantes, vindos de diversos pontos do país, por todo o nordeste da Beira e Trás-os-Montes? PMD: Sim. Temos sempre muitos visitantes do Grande Porto, mas conseguimos captar gente de diversos pontos do país. Posso dar-lhe um dado curioso. A grande afluência de visitantes à serra da Estrela coincide com as Festas da Amendoeira em Flor. Ou seja, vemos que há uma complementaridade de oferta turística na região. O turista que vem ver a flor da amendoeira acaba por visitar tudo à volta, sendo a Torre um pólo de atração na região. GR: Se o vinho é o cabeça de cartaz de Foz Côa, o que representa hoje a amêndoa? PMD: O vinho é o produto com mais peso na economia do nosso concelho. A amêndoa continua a ser muito importante e valorizada no concelho. Daí nós dizermos que somos a Capital da Amendoeira em Flor, apesar de haver na região vários eventos que destacam esta flor, que pinta de branco esta região. Contudo, Foz Côa tem esta centralidade e a amêndoa é um produto endógeno que diz muito da identidade do nosso concelho, mas é também uma marca deste território.

GR: A amêndoa é um produto cada vez mais procurado, verificando-se nalgumas zonas grandes plantações de amendoal. Reconhecendo-se que a amêndoa produzida no Nordeste da Beira e em Trás-os-Montes é de excelente qualidade, qual é a realidade deste setor no concelho? PMD: Tem havido aumento de produção, embora haja depois alguma dificuldade no seu escoamento, pois os produtores locais deparam-se com uma forte concorrência do fruto produzido no continente americano. Na Câmara de Foz Côa tudo faremos para preservar e para incrementar o aumento da produção de amêndoa no nosso concelho. GR: O azeite representa uma fatia importante da economia de Foz Côa. A campanha que terminou foi das melhores de sempre. Como foi no concelho? PMD: Não tenho dados finais, mas o feedback que tenho é que foi um ano muito positivo, não só no concelho, mas em toda a região. O azeite aqui produzido é de grande qualidade e a prova disso é que há bem pouco tempo um produtor de Foz Côa foi galardoado, num concurso internacional, com o melhor azeite do mundo.

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Nos dias 25, 26 e 27 de Fevereiro no Expo Salão

Sernancelhe organiza VIII Festival de Sopas e Encontro de Ranchos O Expo Salão de Sernancelhe vai receber a oitava edição do Festival de Sopas e Encontro de Ranchos, marcado para os dias 25, 26 e 27 de Fevereiro. Recuperando o formato tradicional, o evento mantém o propósito de promover a gastronomia local, em especial a sopa, com intenção de renovar hábitos antigos, impulsionar a cultura, o artesanato e as gentes de Sernancelhe, projectando também turisticamente o território. Em entrevista à Gazeta Rural, o vice-presidente da Câmara de Sernancelhe salienta a importância deste evento para a comunidade local, nomeadamente no escoamento dos produtos agrícolas. Armando Mateus referiu que esta iniciativa assinala o 8

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primeiro momento integrado nas comemorações da Festa da Castanha, que este ano celebra 30 anos de existência. Gazeta Rural (GR): O Festival das Sopas chega num momento pós pandemia, mas é também o início dos festejos dos 30 anos da Feira da Castanha. O que espera deste festival, tendo em conta todo o momento que vivemos? Armando Mateus (AM): A questão que me coloca tem duas vertentes e duas respostas. Após esta fase mais contida, vamos realizar o Festival das Sopas, evento que inicia o cartaz de 2022. Para além disso, tem também o cunho e o selo daquilo que o município pretende, que é celebrar os 30 anos da Festa da Castanha, que irão ser comemorados ao longo de todo o ano e cujas comemorações começam com este festival e serão concluídas com a Festa da Castanha, no final do mês de Outubro. Ao longo deste período vamos ter diversos momentos, vários apontamentos e atividades, que marcarão, obviamente, as três décadas deste fruto tão importante para a nossa economia e para a nossa cultura, mas também para todos os outros setores que alavancou e que transformou este território como sendo a Terra da Castanha. Várias ações vão existir, nomeada-

mente na BTL, onde vamos apresentar esta logomarca e o cunho dos 30 anos da Terra da Castanha, com toda a comunicação, com convidados e personalidades que ao longo destes 30 anos fizeram parte da Festa da Castanha. Haverá alguns depoimentos, alguns pessoais e outros gravados, que serão apresentados nessa altura. GR: Voltando ao Festival das Sopas. A castanha é elemento obrigatório no Festival de Sopas? AM: Naturalmente. É um produto gastronómico, de excelência e que nos caracteriza. É aquele produto que habitualmente era seco à lareira ou nos caniços do fumeiro e que depois se guardava ao longo do ano, até haver novas colheitas ou as novas produções de Primavera, como as hortícolas e frutos. Durante o Inverno o caldo de castanha estava presente em todas as casas, um hábito tradicional que ainda hoje se mantem. No Festival, a Confraria da Castanha apresenta, todos os anos, um creme de castanha. Também a Escola Profissional de Sernancelhe dá a provar um caldo de castanha, numa versão tipo ‘sopa à lavrador’, não só com castanha, mas também com outros legumes típicos da região, como o feijão, a couve, o repolho e os nossos enchidos. GR: O Festival mostra o dinamismo da comunidade local e ajuda no


escoamento dos produtos locais. Contudo, este ano tem uma novidade dedicada aos mais novos? AM: Este festival, para além do momento de festa e do momento cultural, com a prova das 18 Sopas das 18 associações, que nos apresentam diferentes formas de confecção, mostra o dinamismo do nosso movimento associativo e da comunidade local. Para além da prova das sopas, este evento é uma forma de escoar os produtos locais, dos pequenos e médios produtores, sejam produtos agrícolas, enchidos ou outros para a confecção das sopas. Tudo isto é direcionado a um público específico, que nos procura. Porém, fazemos também outro tipo de ações para o público sénior, porque os centros lúdicos do concelho também participam neste evento, de várias formas, criando e produzindo algumas peças para serem expostas, para além de ser com eles que fazemos a recolha das nossas tradições e dos hábitos alimentares. São eles o grande parceiro e a grande ajuda do Festival de Sopas.

Entendemos, contudo, que seria de todo o interesse incluirmos os mais novos nesta iniciativa, através do Espaço da Castanha e do Castanheiro. Na semana que antecede a realização do Festival iremos fazer sessões de esclarecimento sobre a vantagens e os benefícios que a sopa tem na alimentação de todos nós. Para o efeito, criámos o slogan “Come a tua sopa e a tua vida tem mais cor”. Pretendemos que as crianças seleccionem os seus legumes ou hortícolas preferidos e, na cozinha do Espaço da Castanha, produzam a sua própria sopa. A intenção é fazer uma sopa reduzida num creme, que, seleccionando determinados legumes, pode ter cores diferentes. Desta forma, associando cores interessantes, pretendemos sensibilizar as crianças de que a sopa é um elemento fundamental para a nossa estabilidade nutricional, para um bom crescimento e fortalecimento e, obviamente, também para que haja uma maior apreensão e capacidade cognitiva da criança. GR: Estamos, assim esperamos, a

entrar numa fase de endemia. Ainda assim, haverá regras a cumprir para quem se desloque ao festival? AM: Naturalmente que sim. O festival, por norma, realiza-se em meados de Fevereiro e o adiamento por mais 15 dias foi uma das medidas, tendo o cuidado de ainda estar dentro do limite do mês de Fevereiro, mas numa altura em que o pico de pandemia está numa fase de decréscimo. Obviamente que o evento vai ter regras e todos os cuidados, no cumprimento das indicações emanadas pela Direção Geral de Saúde. É um evento gastronómico, mas as pessoas, quando circularem pelo espaços e pelos standes, devem usar sempre máscara. O consumo de sopas terá zonas marcadas, onde as pessoas podem estar sentadas. Iremos ter muito cuidado na higienização e limpeza de todos os espaços, com manutenção acrescida e reforço das equipas. Vamos também controlar, se assim for exigido à época, as entradas, com a apresentação do certificado Covid ou um teste com 48 horas de validade.

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A sua importância remonta à Idade Média

Lampreia esteve sempre nas mesas da nobreza portuguesa A lampreia está há muito presente na dieta portuguesa, em particular da nobreza, sendo o único peixe que figura no livro de receitas da Infanta D. Maria. A importância da lampreia remonta à Idade Média, considerada pela historiadora Maria Helena da Cruz Coelho a “idade do ouro do peixe”, numa sociedade que vivia da terra, mas que também se dedicava “a arrancar” da água, doce ou salgada, diversas espécies de peixes.

De acordo com a mesma historiadora, no artigo “A Pesca Fluvial na Economia e Sociedade Medieval Portuguesa”, as lampreias, entre outros peixes, eram presentes que se ofereciam “aos reis ou riqueza que eles próprios” reclamavam. A lampreia era conhecida por ser um pescado “muito considerado pelos paladares dos mais poderosos”, nota também Sandra Gomes, na sua tese de mestrado na Universidade de Coimbra “Territórios Medievais do pescado do Reino de Portugal”, publicada em 2011. A sua importância comprova-se, por exemplo, numa carta de foro, em Coimbra, em que se afirmava que por cada dez lampreias pescadas uma deveria ser dada a D. João I e seus sucessores, até ao primeiro dia de Maio, servindo também este peixe como modo de pagamento do usufruto de terras, refere a mesma tese. Mas já na primeira dinastia era dada muita atenção àquele peixe, com as listas da ucharia (despensa da casa real) de D. Afonso III, quinto rei de Portugal, a registarem 1.656 lampreias secas. Apesar de ser apetecida nos repastos da nobreza, o historiador Francisco Ribeiro da Silva nota, num artigo científico publicado em 2001, que as lampreias, entre outros peixes, “entravam nas ementas de quase todas as famílias ricas e menos ricas”, em parte face às obrigações religiosas, nomeadamente em tempos de Quaresma. 10

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O Livro de Receitas da Infanta D. Maria atesta a importância que a nobreza dava à lampreia, sendo este o único peixe digno de uma receita neste registo histórico, considerado o mais antigo livro de receitas português. Ao contrário da receita tida hoje como tradicional pela Câmara de Penacova, na altura a Infanta sugeria o uso de especiarias como o cravo, o açafrão e até “um pouco de gengibre”, sem esquecer a salsa, o azeite ou o vinagre, que estão presentes na mais comum das receitas de arroz de lampreia. Num artigo científico publicado em 2016, o investigador da Universidade de Coimbra João Pedro Gomes nota também a sua presença no livro “Cozinheiro Moderno”, de 1785, da autoria de Lucas Rigaud, cozinheiro da Rainha D. Maria I. Nesse livro, é apresentada uma “Sopa de Lampreia à Portuguesa” (o único peixe “à Portuguesa” daquele livro), em que a lampreia é refogada em postas, com especiarias, ervas, sangue guardado com vinagre, servindo-se sobre côdeas de pão frito. Nesse mesmo documento, João Pedro Gomes realça a especificidade do consumo de lampreia na sociedade portuguesa à época, aparecendo documentado como relacionado “com os estratos mais privilegiados da sociedade”. “Note-se o registo da despesa que a Câmara de Coimbra, no ano de 1608, faz com a preparação e envio de 75 lampreias assadas a alguns escrivães e desembargadores do Paço, em Lisboa, contemplando todos os gastos feitos com a preparação destas”, refere o investigador, apontando para os vários custos, dos ingredientes aos alguidares para assar, até ao trabalho pago a uma mulher que amanhou as lampreias. Apesar dessa conotação à nobreza, o juiz da Confraria da Lampreia de Penacova, Luís Amante, salienta que a lampreia seria “consumida por toda a gente”, nomeadamente nas comunidades onde esta era pescada. “A quantidade de lampreia que chegava era uma loucura. Era um produto que tinha três meses para ser consumido. Não havia reis que chegassem para tanta lampreia”, disse Luís Amante.


De 26 de Fevereiro a 1 de Março

Festival da Lampreia 2022 decorre em 12 restaurantes de Penacova dos lá para o próximo Verão.

Penacova vai ser local de paragem obrigatório, de 26 de Fevereiro a 1 de Março, para os amantes da lampreia, um prato “de excelência, com segredos culinários passados de geração em geração”.

A Capital da Lampreia promove um festival, onde os comensais poderão degustar este prato, confeccionado de diferentes formas, nomeadamente o arroz de lampreia, em 12 restaurantes do concelho, que aderiram à iniciativa. Contudo, para quem não puder passar naquele período, a época da Lampreia decorre em Penacova até ao mês de Abril, havendo também a opção “takeaway”.

Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Penacova espera uma boa adesão de visitantes a este festival, que está consolidado. Álvaro Coimbra promete que o concelho está a trabalhar em eventos diferencia-

Gazeta Rural (GR): Penacova realiza o Festival num ano em que, diz-se, há menos lampreia? Álvaro Coimbra (AC): No contacto que tive com proprietários de restaurantes do concelho, percebi que este ano há menos lampreia, por causa da seca prolongada. De qualquer forma, tal como acontece desde meados dos anos 90, organizamos mais um Festival da Lampreia, que conta com a adesão de 12 restaurantes, com a particularidade deste ano mantermos a opção “takeaway”, como aconteceu durante o período de pandemia, em que as pessoas podem adquirir um kit, levando para casa o arroz de lampreia quase pronto a comer. GR: Este ano, aos restaurantes aderentes, juntaram outros operadores do concelho? AC: Sim. Pela primeira vez temos o envolvimento de duas dezenas de outros operadores turísticos, porque isso faz parte da nossa estratégia turística. Deste modo, vamos oferecer aos visitantes, que vêm a cada um dos 12 restaurantes, a possibilidade de se habilitarem a uma estadia num alojamento local, uma experiência numa empresa de desporto aventura, ou outra, e a voltarem a um dos restaurantes aderentes. Com isto, temos o envolvimento de outros operadores nesta operação do Festival da Lampreia, que vai durar

quatro dias, aproveitando o feriado de 1 de Março, terça-feira de Carnaval. Esperamos uma afluência grande, com os restaurantes a trabalharem quase sem limitações. Virada a página da pandemia, acho que há condições para termos um grande festival. GR: A realização de eventos, de diferente natureza, são o ponto de partida para atrair gente ao concelho? AC: Como em qualquer ponto do país, a realização de eventos atrai pessoas e faz crescer a economia local. O que queremos é fazer diferente. Estamos em negociações para a realização de dois ou três eventos, que poderão acontecer nos próximos meses, e que acho vão ser diferentes do que tem sido feito, porque acho que hoje as pessoas são cada vez mais exigentes. Se queremos atrair vários públicos, de diversos pontos do país, temos que apostar em eventos diferentes, diferentes do formato habitual, e é isso que estamos a tentar fazer. O Festival da Lampreia é um formato que não é preciso mudar muito, porque a receita é eficaz, mas em termos de eventos próximos, até para explorar um bocadinho a nossa paisagem, temos algumas ideias, que vamos concretizar já a partir do próximo Verão. GR: Nomeadamente? AC: Como são coisas que ainda não estão fechadas não posso adiantar, mas temos algumas coisas interessantes. www.gazetarural.com

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Elevado há dois anos a Património Cultural Imaterial da Humanidade

Entrudo Chocalheiro sai à rua em Trás-os-Montes As ruas da aldeia transmontana de Podence voltam a ter o colorido e a algazarra dos caretos com o regresso do tradicional Entrudo Chocalheiro, elevado há dois anos a Património Cultural Imaterial da Humanidade.

O Carnaval “mais genuíno de Portugal”, como reclama esta aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, tem quatro dias, com várias atividades, entre 26 de Fevereiro e 01 de Março, e os caretos à solta e a chocalhar as mulheres, com os chocalhos que trazem à cintura dos coloridos fatos, amparados por paus para as tropelias e disfarçados com as típicas máscaras de ferro. “Este ano também queremos marcar o início do fim da covid com o Carnaval dos caretos de Podence”, afirmou o presidente da Associação dos Caretos de Podence, António Carneiro, vincando que todas as atividades vão ser feita ao ar e foram planeadas de acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Não haverá concertos, como era habitual no programa das festas, mas há caminhadas, passeios de bicicleta todo-o-terreno num território que é Geoparque, passeios de barco na albufeira do Azibo, animação de rua, exposições, mercado tradicional e as experiências de ser careto e pintar a própria máscara, entre outras atividades. Os Caretos de Podence foram elevados, pela UNESCO, a Património Cultural Imaterial da Humanidade, em Dezembro de 2019, e ainda festejaram o Entrudo Chocalheiro de 2020 com um “mar de gente” na pequena aldeia, a que se juntou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Poucas semanas depois o novo coronavírus chegou a Portugal e, em 2021, obrigou os Caretos de Podence a ficaram às janelas e varandas da aldeia para assinalar o Entrudo, que este ano volta a sair à rua. “É muito importante porque as 12

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pessoas, com a pandemia, têm necessidade de haver alegria, de haver festa, e acho que é importante sair deste tempo cinzento que foram estes dois anos de pandemia sem haver este tipo de manifestações culturais”, considerou António Carneiro. Os caretos “garantem o colorido, garantem a alegria” e voltam a chamar os emigrantes que sempre regressaram à terra nesta data para se associarem à tradição e vestirem o fato dos tradicionais mascarados. “Virão muitos emigrantes descendentes de Podence, que se vêm associar e é um orgulho para eles também estarem presentes”, salientou o presidente da associação, que espera também muitos outros visitantes, até porque o Entrudo coincide com outras festas, como a amendoeira em flor, no sul do distrito. A divulgação do programa do Entrudo Chocalheiro coincidiu com uma tomada de posição da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes que continua a recomendar a não realização de eventos que juntem muitas pessoas nesta região. Em reação à posição da CIM, da qual também faz parte o município de Macedo de Cavaleiros, o responsável pela festa dos Caretos, António Carneiro, vincou que o Entrudo de Podence é todo feito ao ar livre e semelhante a outros eventos temáticos que se realizam noutros municípios. “O Entrudo é uma festa de rua e, como há feiras e outros eventos, acho que se justifica a realização deste evento com todas as preocupações que a DGS impõe nestas situações”, considerou. Os mais emblemáticos mascarados das tradições transmontanas têm representado Portugal em eventos internacionais com presença em 10 países e, em Março, vão apresentar-se na Expo Dubai.


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Nos dias 25, 26 e 27 de Fevereiro e 5 e 6 de Março

Multiusos de Trancoso mostra produtos e sabores do Nordeste da Beira Os produtos da época, como enchidos, queijos, vinhos, licores, compotas, mel, pão, doçaria e outros sabores vão estar presentes em mais de 60 expositores na XVIII Feira do Fumeiro, Sabores e Artesanato do Nordeste da Beira, que vai decorrer no Multiusos de Trancoso nos fins de semana de 25, 26 e 27 de Fevereiro e 5 e 6 de Março. 14

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Numa altura em que Trancoso é ponto de passagem obrigatória para quem gosta das paisagens pintadas de branco que o nordeste da Beira oferece, com as amendoeiras em flor, o município e a Associação Empresarial do Nordeste da Beira (AENEBEIRA) promovem a Feira do Fumeiro, Sabores e Artesanato do Nordeste da Beira, evento que visa promover e divulgar o que de melhor se produz na região. Haverá animação com grupos locais, bem como sessões de showcooking´.

“Esta feira já é um grande evento comercial”


Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Trancoso garante que estão reunidas as condições para a realização da feira, que “já é um grande evento comercial”. Amílcar Salvador considera que é “uma grande oportunidade para mostrar os produtos de excelente qualidade que se produzem nesta região” Gazeta Rural (GR): Estão reunidas as condições, embora com as naturais cautelas, para uma feira em modo presencial? Amílcar Salvador (AS): Precisamente. Vamos fazer a décima oitava edição da feira, em dois fins de semana, e creio estão reunidas as condições para a sua realização. Temos requisitos naturais para realizar este evento, porque o pavilhão multiusos tem excelentes condições para receber este tipo de eventos, com fácil arejamento, com uma área coberta grande, um grande espaço envolvente, para além de que faremos o controlo das entradas no pavilhão. Por isso, com todos os cuidados que o momento que vivemos exige, vamos realizar a feira, que já é um grande evento comercial, - esse é o nosso objetivo, - onde se realizam importantes trocas comerciais, mas também inúmeros contactos, muito importantes no momento difícil que atravessamos, sobretudo para as micro e pequenas empresas, como é o caso, que têm tido imensas dificuldades. A pandemia mudou a nossa vida, provocou a maior crise de sempre e tem deixado marcas profundas na vida das pessoas e das empresas. Contudo, esta é também, por um lado, uma grande oportunidade para mostrar os produtos de excelente qualidade que se produzem nesta região, por outro ajuda a escoar os mesmos. Paralelamente a esta feira do fumeiro, vamos realizar um festival gastronómico, que conta com a adesão de mais e uma dúzia de restaurantes do concelho, com os produtos da época. De referir que esta feira se realiza em estreita parceria com a AENEBEIRA, que é um parceiro fundamental na realização destes eventos. Pensamos que está tudo preparado para que a feira decorra com normalidade e com muitos negócios para o nosso tecido empresarial.

XIII XIII Congresso

Congresso Nacional Nacional do do MILHO MILHO 23 e 24 de Março 2022 23 e 24 de Março 2022 CNEMA, Santarém CNEMA, Santarém

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GR: Sentiu, por parte dos produtores, a necessidade de realizar a feira? AS: Sim. Há alguma ansiedade por parte dos expositores para que se retome, dentro daquilo que for possível, a realização deste tipo de eventos. Foram anos muito difíceis e, por isso, temos que fazer tudo o quer estiver ao nosso alcance para podermos ajudar o nosso tecido empresarial, nomeadamente os pequenos produtores. Esta necessidade é visível, porque em 2021 não foi possível realizar esta feira, ano em que apenas realizámos a feira da castanha, mas é espectável que este ano, de forma gradual, possamos retomar o nosso calendário de eventos, que são importantes para a dinamização da economia local. As pessoas que nos visitam, e esperamos que sejam muitas, vindas de vários pontos do país, a par da feira, poderão desfrutar do nosso rico património histórico, da nossa gastronomia e vinhos, das paisagens, enfim, uma excelente oportunidade para visitar o concelho de Trancoso. www.gazetarural.com

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Certame vai decorrer em modo presencial

Feira do Pastor e do Queijo de Penalva do Castelo realiza-se a 6 de Março O Câmara de Penalva do Castelo marcou para 6 de Março a Feira do Pastor e do Queijo, com a sua realização em modo presencial. Tradicionalmente o concelho abre, anualmente, o ciclo de evento dedicados ao queijo Serra da Estrela, com a realização do evento no primeiro fim de semana de Fevereiro. Contudo, a pandemia obrigou a autarquia a adiar para o primeiro domingo de Março a sua realização, ainda que de forma condicionada. O presidente da Câmara de Penalva do Castelo, Francisco Carvalho, diz que a Feira contará com produtores de queijo do concelho, bem como de outros produtos endógenos, como o vinho de Penalva e outros produtos da terra.

Autarca preocupado com produção de queijo e de maçã O presidente da Câmara de Penalva do Castelo, Francisco Carvalho, está preocupado com as consequências da seca na produção do queijo Serra da Estrela e da maçã Bravo de Esmolfe. “Se a chuva não vier nos próximos 15 dias, é preo-

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cupante para a agricultura”, disse o autarca à agência Lusa. Segundo Francisco Carvalho, “a erva dos pastos do gado não rebentou” e “os pomares não têm a humidade de que precisam no Inverno”. “Neste momento, o que mais preocupa são os pastos do gado, porque a erva não nasceu e as ovelhas precisam de alimento para fornecerem o leite com que se faz o queijo”, explicou. A produção artesanal do Queijo Serra da Estrela é considerada uma das potencialidades endógenas de Penalva do Castelo. Existe perto de uma centena de produtores artesanais de queijo Serra da Estrela, licenciados ou certificados. Neste concelho do distrito de Viseu realiza-se anualmente a Feira/Festa do Pastor e do Queijo, que tem como objetivo homenagear os homens e as mulheres que se dedicam à pastorícia. No que respeita ao abastecimento de água à população, Francisco Carvalho não está preocupado, uma vez que, após a seca de 2017 que afetou a Barragem de Fagilde, o município de Penalva do Castelo tomou medidas. Segundo o autarca, foram recuperados quatro açudes no Rio Coja e cinco açudes no Rio Dão. “Temos uma reserva de água que, mesmo que não chova, nos vai permitir abastecer os domicílios. Mas para a agricultura tem que ser mesmo a água da chuva”, frisou.


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Marcado para 6 de Março

Município de Aguiar da Beira vai promover a tradicional Festa do Pastor e do Queijo Mosteiro, na freguesia de Penaverde, volta a receber a tradicional Festa do Pastor e do Queijo, que decorre, anualmente, no primeiro domingo de Março. Com esta iniciativa, a Câmara de Aguiar da Beira pretende homenagear todos quantos fazem desta atividade o seu modo de vida.

A festa está marcada para 6 de Março, numa altura em que o setor dos pequenos ruminantes estabilizou no concelho. O presidente da Câmara de Aguiar da Beira, em conversa com a Gazeta Rural, diz que a diminuição de pequenos ruminantes em pastoreio foi compensada com o gado estabulado. Virgílio Cunha salienta também a mudança que se tem vindo a verificar no setor agrícola do concelho, com a aposta em culturas mais rentáveis, como a castanha, a maçã e o mirtilo. Gazeta Rural (GR): Aguiar da Beira vai promover mais uma Festa do Pastor e do Queijo, na data do costume? 18

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Virgílio Cunha (VC): Há seis anos que ficou decido que a nossa Festa do Pastor e do Queijo se realizaria no primeiro domingo de Março. Pretendemos com a realização deste evento homenagear os homens e as mulheres, os pastores e produtores de queijo, que fazem destas atividades o seu modo de vida. Como habitualmente teremos uma exposição e concurso pecuários de ovinos da raça Bordaleira, no qual participam os nossos produtores locais, para além de uma degustação de queijo produzido no concelho de Aguiar da Beira. Para complementar, teremos um programa de animação variado, com atuação de grupos locais. GR: O setor do gado foi afetado pela pandemia? VC: Sim, tal como afetou todos os outros concelhos da região. Efetivamente houve algum decréscimo nos pequenos ruminantes, que são pastoreados, compensado com os ruminantes estabulados. Ou seja, estamos com o mesmo efetivo que tinham antes da

pandemia. Deixe-me referir que a autarquia tem dado apoio aos produtores de gado, nomeadamente aos capris, que são estruturas de manutenção dos animais. GR: Fala-se, há muito, da necessidade de renovação setor agrícola. Como está o setor no concelho? VC: Poderemos dizer que no concelho de Aguiar da Beira o setor se tem aguentado, nomeadamente na fruticultura, onde a produção da maçã tem aumentado. O Gabinete do Agricultor, instalado na Câmara Municipal, tem feito um excelente trabalho na dinamização do setor. Por exemplo, o castanheiro tem tido uma evolução significativa, com o aumento da área de soutos e, consequentemente, na produção de castanha. Para além disso, já se produzem no concelho pequenas frutos, nomeadamente mirtilo. Diria que estamos a abandonar as culturas tradicionais, como os cereais e a batata, que são menos lucrativas, para uma maior aposta na maçã, no castinheiro e nos pequenos frutos.


Marcada para 12 e 13 de Março, no concelho de Vila Nova de Paiva

Parque Urbano do Touro recebe X Feira do Fumeiro do Demo O Parque Urbano da Freguesia do Touro, no concelho de Vila Nova de Paiva, volta a receber a da Feira do Fumeiro do Demo, certame que visa promover e divulgar o fumeiro produzido nesta região.

Serão dois dias para degustar, em plena época de produção, o fumeiro típico das Terras do Demo, resultado de tradições ancestrais. Além de muita animação, nas habituais tasquinhas os visitantes poderão adquirir, além dos enchidos da região, outros produtos locais. O certame, organizado pela Câmara de Vila Nova de Paiva e pela Junta de Freguesia de Touro, conta este ano com a presença da RTP, com o programa Aqui Portugal, que animará a tarde de 12 de Março.

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Certame regressa, a 12 e 13 de Março, em modo presencial

Oliveira do Hospital prepara edição da Festa do Queijo Serra da Estrela O centro de Oliveira do Hospital vai voltar a receber a Festa do Queijo Serra da Estrela. Depois de ter decorrido nos últimos dois anos em formato digital, a o certame regressa, em Março, em modo presencial, caso a situação epidemiológica o permita. A Festa do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital está agendada para os dias 12 e 13 de Março, sendo este “o regresso da maior festa do queijo de Portugal que, nas edições de 2020 e 2021, foi realizada em formato digital, em consequência da pandemia da covid-19”.

O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital diz que se trata de “um acontecimento muito importante para alavancar a economia local”. Contudo, a realização deste evento estará dependente do evoluir da situação epidemiológica do país e das orientações da Direção-Geral da Saúde. “Em virtude de a organização deste tipo de eventos estar necessariamente 20

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condicionada, face à evolução da situação epidemiológica de Portugal, terá sempre que existir um chamado `Plano B`”, acrescentou José Francisco Rolo. Contudo, refere o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, “estamos preparados e empenhados em fazer regressar a Festa do Queijo Serra da Estrela ao centro da cidade de Oliveira do Hospital, com um plano de contingência que dê cumprimento às diretrizes das autoridades de saúde”. No ano passado, a Festa do Queijo Serra da Estrela decorreu durante um mês em formato digital, “superando todas as expectativas”. A cargo do Município de Oliveira do Hospital ficaram todas as despesas de expedição relacionadas com as vendas realizadas pelos produtores de queijo. Segundo a autarquia de Oliveira do Hospital, este evento “tem vindo a dar um forte contributo para alavancar a economia local, estimando-se que tenha um impacto económico de sensivelmente 2,5 milhões de euros”. Tem ainda “um retorno mediático superior a 40 milhões de euros, de acordo com os últimos estudos de monitorização realizados pela `Cision Portugal`, a multinacional que monitoriza a mediatização de alguns dos maiores eventos do país”. A festa tem como objetivo principal a promoção do Queijo Serra da Estrela e outros produtos endógenos da região, destacando-se “pela sua grandeza, mas também pela sua autenticidade”. “Considerada a maior feira do queijo de Portugal, é um evento com grande capacidade de atracão turística”, concluiu.


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A 23 e 24 de Março, em Santarém

Congresso Nacional do Milho debate futuro da fileira O Congresso Nacional do Milho regressa a 23 e 24 de Março para a sua décima terceira edição, a realizar no Centro Nacional de Exposições (CNEMA), em Santarém. Este será o palco para todos os debates sobre o futuro da fileira do milho e da agricultura nacional de regadio. A importância da gestão integrada dos recursos hídricos, os novos desafios da alimentação, os mercados mundiais das matérias-primas, o papel da agricultura no modelo de desenvolvimento socioeconómico português e a agricultura portuguesa na PAC pós-2022 são os grandes temas em debate neste fórum incontornável do setor agroalimentar. “É num cenário desafiante, mas de otimismo que a fileira do milho se reúne para debater os desafios futuros da agri-

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cultura com líderes de opinião, analistas, investigadores e responsáveis políticos nacionais e internacionais”, refere a organização do evento. A subida do custo dos fatores de produção e a situação de seca que assola o território nacional colocam grandes desafios aos produtores de milho e aos agricultores em geral. Em dois painéis distintos serão analisadas as perspetivas futuras dos mercados mundiais das matérias-primas agrícolas e a gestão da água em cenário de alterações climáticas, olhando para o regadio e o armazenamento de água em Portugal de forma desassombrada. A PAC pós-2022 e as suas implicações na agricultura portuguesa será também um tema incontornável neste fórum do milho, que contará com a presença de oradores em representação das entidades responsáveis pela concepção do PEPAC e das instâncias europeias que o avaliam. “Os produtores nacionais de milho estão preparados para responder com eficiência e assertividade aos desafios que se lhes colocam na atual conjuntura, encarando com otimismo a próxima campanha agrícola, face às perspetivas de manutenção de preços elevados do milho nos mercados internacionais nos próximos anos, apesar de termos de acompanhar com especial atenção o aumento dos custos dos factores de produção entre os quais os adubos e a energia”, afirma Jorge Neves, presidente da ANPROMIS - Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo.


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Pode condicionar produção de vinho

Presidente da CVR Dão preocupado com a seca na região O presidente da Comissão Vitivinícola da Região do Dão (CVR Dão) mostra-se preocupado com a falta de chuvas. “Se não chover até Junho, vai haver problemas complicados no Verão”, diz Arlindo Cunha, admitindo que, se assim for, este ano “não é bom” para a produção de vinho. “Só chuva intensa em Março poderá mudar as previsões”, admitiu.

O presidente da CVR do Dão diz que 2022 “não vai ser bom” para a produção de vinhos, “caso se mantenha a falta de água ou venha em excesso”, salientando que “o ideal é ter muita chuva em Março, isso seria muito bom, porque viria antes da floração das videiras”. Arlindo Cunha diz que, neste período, “as videiras estão dormentes, ou seja, no chamado repouso vegetativo, e, por isso, ainda não é possível avaliar, porque vai depender do que vier de água, se pouca ou em excesso”. Isto porque “as duas situações não são boas”, tendo em conta “o impacto que pode ter na videira”. Por isso, Arlindo Cunha defendeu que, “se não chover até Junho, vai haver problemas complicados no Verão, por duas razões”. “Primeiro, porque há poucas reservas hídricas nos solos. E nas vinhas do Dão, que são sequeiros, como de um modo geral em todo o país, em algumas zonas mais áridas podemos ter problemas de stress hídrico das plantas”, explicou. Um problema que afeta “uma das principais variedades” da região do Dão, como é o caso da Touriga Nacional, que “é bastante sensível ao stress hídrico”, pois “as plantas quando ficam em stress hídrico não amadurecem as uvas, porque não tem reservas hídricas para isso”. “Com o stress hídrico começa a cair a folha e não amadurecem os cachos e esta é uma situação para a eventualidade de não chover ou de chover muito pouco daqui até ao Verão”, referiu o presidente da CVR Dão. A outra razão, explicou, “é a situação contrária, se chover demasiado, principalmente no fim da Primavera, ou seja, em fins de Abril e Maio, sobretudo se chover muito em Maio, porque é o período da floração das videiras”. “Já aconteceu em alguns anos haver semanas a fio de chuva e como é período de floração das videiras, para depois se transformar em fruto, com o excesso de chuva a flor pode apodrecer e não se transformar em fruto”, explicou. Neste sentido, Arlindo Cunha considerou que “o ano não vai ser bom, quer se mantenha a falta de chuva, quer venha em excesso” e, por isso, disse que a “esperança é que, em Março, caia muita chuva, para ser antes da floração” das videiras.

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Segundo uma portaria publicada em Diário da República

Governo alarga regime de autorizações para plantação de vinha até 2045 O Governo voltou a alterar as regras de autorizações para a plantação da vinha, alargando o período de aplicação do regime até 2045, mais 15 anos do que estava previsto, segundo uma portaria publicada em Diário da República. “O regime de autorizações para a plantação de vinha é aplicável no período de 1 de janeiro de 2016 a 31 de Dezembro de 2045”, lê-se no diploma, assinado pelo secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho. Por outro lado, a área a distribuir para as novas plantações “será a que apresentar maior superfície”, entre duas alternativas determinadas pelo executivo.

Em causa, está 1% da superfície total efetiva plantada com vinha nos territórios e nas dimensões medidas até 31 de Julho do ano anterior ou 1% da superfície plantada com vinha nas dimensões medidas em 31 de Julho de 2015, e a superfície abrangida “por direitos de plantação concedidos aos produtores no seu território”. A portaria determina ainda que as recomendações, emitidas por um máximo de três anos, têm que ser justificadas pela necessidade de evitar um “risco comprovado de excedente” face às perspetivas do mercado ou pela necessidade de evitar a desvalorização de determinada denominação de origem protegida ou indicação geográfica protegida. Existe ainda a possibilidade destas recomendações serem justificadas pela disponibilidade “para contribuir para o desenvolvimento dos produtos”, salvaguardando a respetiva qualidade dos mesmos. Até 1 de Março de cada ano será publicitada a área total a distribuir, bem como eventuais limitações ao crescimento da superfície de vinha. Em todas as regiões de Portugal, o

crescimento da superfície de vinha deverá ser superior a 0%, ressalvou. Já no que se refere às regras para a concessão de autorizações para novas plantações, o candidato tem que ser proprietário de parcelas de terreno a ocupar com vinha ou ter um documento para a sua utilização, “não podendo a área ser inferior à da superfície para a qual é solicitada a autorização”. O pedido também não pode envolver um “risco significativo de apropriação indevida” de determinadas denominações de origem protegida (DOP) ou indicação geográfica protegida (IGP), com exceção se essa apropriação for reconhecida pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). Caso a superfície abrangida pelos produtos seja superior à disponibilizada, o número de hectares disponíveis pode dar prioridade, por exemplo, aos novos entrantes, jovens produtores, projetos com potencial para melhorar a qualidade dos produtos DOP ou IGP ou a superfícies a plantar de novo que contribuam para aumentar a produção das explorações que apresentem um aumento da sua eficiência em termos de custos, competitividade ou presença nos mercados. As candidaturas podem ser submetidas, anualmente, entre 1 de Março e 1 de Maio. Os pedidos devem incluir informações sobre superfície a plantar, um comprovativo de propriedade ou de utilização, bem como especificar se pretende produzir vinhos DOP, IGP ou sem indicação geográfica. No entanto, o regime de autorizações não é aplicável a superfícies destinadas a fins experimentais, à cultura de vinhas-mãe de garfos ou a plantar de novo na sequência de medidas de expropriação por utilidade pública, o que “não pode exceder 105% em termos de cultura estreme da superfície perdida”. Este regime também não se aplica a superfícies cuja produção vitivinícola se destine, em exclusivo, ao agregado familiar, desde que esta não exceda 0,1 hectares, que o produtor não esteja envolvido na produção comercial de vinho ou de outros produtos vitivinícolas. A exceção aplica-se igualmente às superfícies destinadas a vinhas de uva de mesa ou passa ou à cultura de vinhas-mãe de porta-enxertos ou para a criação de coleções de castas para a conservação dos recursos genéticos. www.gazetarural.com

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Orçadas em 1,2 milhões de euros, obras estarão concluídas em Julho de 2023

Centro de Melhoramento de Raças Autóctones em Miranda do Douro pronto em 2023 As obras de construção do Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones (CVMRA), em Miranda do Douro, orçadas em 1,2 milhões de euros, começaram no final do ano e estarão concluídas em julho de 2023.

Este projeto é financiado em 77% por fundos comunitários e vai utilizar tecnologia de ponta na área da inseminação artificial, promovendo a valorização e melhoramento genético das raças autóctones do território do Planalto Mirandês, como é caso dos bovinos de raça mirandesa e ovinos de raça churra galega mirandesa “Neste momento, a operação de inseminação de animais tem de ser realizada fora do concelhos do Planalto Mirandês e do distrito de Bragança, quando, num futuro próximo, teremos aqui um centro que poderá fazê-lo”, explicou vereador do município de Miranda do Douro, Vítor Bernardo. O projeto contará, no futuro, com o apoio científico e técnico de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Segundo indicou o responsável, para além destas duas instituições de ensino superior, juntar-se-ão ao projeto a Associação de Criadores de Raça Bovina Mirandesa, a Associação de Criadores do Ovinos de Raça Churra, a Confederação dos Agricultores de Portugal e a Cooperativa Agrícola de Palaçoulo. “Pretende-se com esta intervenção conceber um equipamento inovador e de referência para o concelho de Miranda do Douro, bem como concelhos vizinhos, de modo a servir os utentes locais e das proximidades”, vincou o autarca. O objetivo é que o CVMRA seja no futuro uma unidade 26

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promotora de desenvolvimento de ações de caracterização, conservação e utilização sustentável de recursos genéticos relacionados com as raças autóctones e centro de armazenamento e produção de sémen para pequenos ruminantes, trabalhando, intimamente, com as associações de criadores no apoio ao desenvolvimento de algumas das ações dos seus programas de melhoramento e conservação. O CVMRA servirá, igualmente, para reabilitar o espaço que, anteriormente, operava como Centro de Formação Agrícola, sobre a tutela da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), na aldeia de Malhadas, “procurando uma solução que tire o máximo aproveitamento das instalações existentes”. “Com a implementação do CVMRA, o município de Miranda do Douro, pretende criar infraestruturas de apoio técnico e, conjuntamente AS associações de produtores de raças autóctones e vários organismos do Estado ligados à agropecuária. “Com a construção deste moderno centro, pende-se contribuir para o combate ao abandono do tecido rural, promovendo o desenvolvimento do sector agropecuário da região e atividades complementares associadas, tendo como princípio basilar a conservação das raças autóctones e a manutenção da genuinidade e qualidade dos produtos derivados, com vista à sustentabilidade económica, ambiental e social”, frisou Vítor Bernardo. Ao criar esta infraestrutura orgânica, o município de Miranda do Douro reconhece as raças autóctones como símbolos identitários territoriais e contempla a necessidade de associar a produção/criação destas raças com o turismo no espaço rural dada a qualidade dos produtos que lhes estão associados e importância económica para as populações.


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No âmbito da sua certificação enquanto destino turístico sustentável

Município de Vouzela cria observatório para avaliar níveis de sustentabilidade do território Vinte operadores e locais turísticos públicos e privados de Vouzela vão participar num projeto que tem como objetivo monitorizar e avaliar os níveis de sustentabilidade do território. Este projeto surge no âmbito da certificação de Vouzela enquanto destino turístico sustentável e, numa primeira fase, estudará o comportamento e as motivações dos turistas, com a ajuda dos vinte operadores e locais turísticos. Posteriormente, serão auscultados os residentes e os operadores turísticos locais.

O presidente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira, explicou que o Observatório para a Sustentabilidade é “um projeto estratégico que visa, por um lado, a recolha de informação em diferentes domínios” e, por outro, a monitorização “de um largo conjunto de boas práticas de sustentabilidade a disseminar no território”. Dessa forma, acrescentou, será possível “obter dados concretos sobre atividades e comportamentos adotados pela população local, turistas ou entidades públicas e privadas, os quais irão apoiar a tomada de decisão na gestão do concelho enquanto destino turístico sustentável”. “Para além de darmos cumprimento a um requisito da 28

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certificação Biosphere Destination, o observatório irá ajudar-nos a promover o desenvolvimento e a proteção dos nossos recursos, dando informação sobre volumes de visitantes, impacto económico, opiniões de responsáveis, movimentos, tendências e enquadramento regional e nacional do destino Vouzela”, frisou o autarca. A recolha de informação permitirá perceber a origem, o perfil, a motivação e o comportamento dos turistas, identificar as dinâmicas turísticas, conhecer o impacto do turismo e medir o grau de predisposição para a adoção de comportamentos sustentáveis por parte de todos os envolvidos. Os dados serão recolhidos através de questionários disponibilizados numa aplicação para telemóvel ou `tablet`, desenvolvida por uma empresa de Aveiro. A operacionalização do Observatório para a Sustentabilidade será feita no âmbito de uma parceria com o ISLA Instituto Politécnico de Gestão e Tecnologia. Na sessão de apresentação do projeto Rui Ladeira apelou aos operadores que peçam aos turistas que os procuram que preencham os questionários, porque se trata de “um passo determinante” do projeto. “Num projeto desta natureza, é fundamental o `feedback` de todos em relação aos diversos aspetos cujos indicadores se pretendem recolher e monitorizar”, afirmou. O autarca considerou que só com esse “trabalho de proximidade e de insistência” é que será possível ter os dados e, posteriormente, tirar conclusões. Depois dos turistas, será auscultada a opinião dos operadores turísticos e dos habitantes “em relação ao impacto da atividade turística e das preocupações com a sustentabilidade nos seus espaços e no território”, acrescentou.


“Um problema gravíssimo” que vai continuar “nos próximos anos

Investigador diz que a agricultura e floresta devem adaptar-se à seca “A seca é um problema gravíssimo que vai ficar connosco nos próximos anos”, afirmou Francisco Cordovil, sustentando que “é fundamental adaptarmos a nossa vida a estas circunstâncias, nomeadamente na agricultura”, além “da solidariedade para com as pessoas que estão a ser atingidas agora e que precisam de ser apoiadas”, disse Francisco Cordovil.

O também professor aposentado do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa falava à margem da conferência “Portugal, Agricultura e Política Agrícola – os próximos anos”, na qual foi o principal orador e que decorreu na vila de Vidigueira. Segundo Francisco Cordovil, Portugal precisa de desenvolver “uma agricultura que respeite muito a utilização da água, de uma maneira que chegue a todas as pessoas”, mas também produzindo culturas que “possam resistir a condições climáticas mais duras”. O investigador manifestou-se “muito” preocupado com “o problema dos incêndios florestais”, cujo risco “vai aumentar muito” devido à seca. Num prazo “relativamente curto”, avisou, “os incêndios, que normalmente começavam no Verão, vão começar na Primavera”, e, por isso, é preciso “manter a agricultura nas zonas que atualmente têm maior arborização, porque, sem isso, a floresta é muito vulnerável”. “A mensagem principal é adaptar a paisagem e o tipo de agricultura que temos a um contexto muito difícil de seca”, alertou, avisando: “Não podemos ter uma floresta tão contínua de espécies altamente inflamáveis, precisamos de ter maior compartimentação”. A “curto prazo”, deve-se apoiar os agricultores para haver agricultura “nos territórios vulneráveis”, porque “grande parte deles tem muito pinhal e muito eucaliptal e, sem uma agri-

A seca é “um problema gravíssimo” que vai continuar “nos próximos anos”, avisou o investigador Francisco Cordovil, defendendo que é preciso adaptar a agricultura e a floresta a este “contexto muito difícil”. cultura de interposição, ficam muito expostos”, defendeu. “É muito importante o apoio a esse tipo de agricultores que está nas zonas montanhosas, mais arborizadas”, disse, sublinhado que “a agricultura, naturalmente, é protetora do ambiente”. Sobretudo a agricultura “pequena e de proximidade, a qual “cria interposição entre os meios florestais e, normalmente, uma cintura verde em torno das povoações”, o que “também é um fator de segurança”. “Portanto, a agricultura nestas zonas mais vulneráveis é sempre um fator que ajuda a dar mais segurança e a proteger a floresta”, vincou. Quanto ao regadio, o investigador reconheceu que “é fundamental numa agricultura mediterrânica, mas levanta problemas sérios em relação à questão da água”. Por um lado, é preciso “ver até que ponto” existe “água suficiente para o regadio” que se está a criar no país e, por outro, “a utilização da água em agricultura” até pode “ser mais eficiente em culturas de Outono-Inverno”. E a instalação de regadios “envolve uma despesa grande financiada pelos contribuintes”, pelo que o investigador sugeriu que os proprietários agrícolas, que beneficiam das infraestruturas de rega, sobretudo os grandes, possam “ir pagando, não só com impostos correntes, mas também com taxas, uma parte do que foi o custo do investimento inicial”.

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No âmbito do Programa de Apoio à Produção Nacional

Empresas da área da CIM Viseu Dão Lafões recebem 2,4 milhões de euros de apoios A ministra da Coesão Territorial disse que as 26 empresas da região Viseu Dão Lafões que assinaram contrato no âmbito do Programa de Apoio à Produção Nacional fizeram um investimento total de 4,5 milhões de euros (ME) e recebem de apoio 2,4 ME de fundos comunitários. “Estes 26 projetos representam apoios de 2,4 milhões de euros (ME) de Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e um investimento de 4,5 ME. Isto não é de negligenciar, isto é muito importante”, destacou Ana Abrunhosa.

A ministra da Coesão Territorial falava na cerimónia de assinatura ao apoio concedido para investimento das micros e pequenas empresas, no âmbito do Programa de Apoio à Produção Nacional (PAPN), da Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões. “Estas empresas não só vão manter os 380 postos de trabalho que globalmente têm, como se propõem a criar 47 novos postos de trabalho. Isto significa que a medida foi bem desenhada. Com humildade à parte, face à procura e à resposta que teve, só podemos estar convencidos de que a medida é necessária no território”, acrescentou. Ana Abrunhosa destacou ainda a “teimosia e persistência necessárias para negociar” com a União Europeia para que fosse “possível ter um programa com medidas diferentes, adaptadas às realidades dos territórios, nomeadamente aos de baixa densidade” populacional. Neste sentido, “em vez de obrigar a criar postos de trabalho, o programa obriga a manter os postos de trabalho existentes” e, mesmo assim, “estas empresas ainda se propõem a criar” mais emprego. A ministra disse ainda que “para a coesão territorial todas as empresas são importantes”, desde as micro às grandes empresas e, “sobretudo, nestes territórios mais frágeis do

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interior, em que o que fixa a população e atrai famílias é a oportunidade de ter uma carreira profissional” nas empresas locais. A nível nacional, contabilizou, foram “assinados contratos com mais de 1.800 empresas, que envolve um investimento de mais de 250 ME e a manutenção de 26 mil postos de trabalho”. Deste total, disse a ministra, “40% dos apoios concedidos foram para os territórios do interior”. A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, Isabel Damasceno, também apresentou números no âmbito do Portugal 2020, no total dos três instrumentos criados, que inclui o PAPN, para apoiar “as políticas de empreendedorismo de proximidade”. “No território da CIM Viseu Dão Lafões houve um total de 631 candidaturas, o que implicou 35 ME de fundo, não é o investimento, é o fundo de apoio, e uma criação de 1.060 postos de trabalho, só neste território”, destacou. O presidente da CIM Viseu Dão Lafões, e anfitrião da cerimónia que aconteceu em Viseu, Fernando Ruas, aproveitou para pedir que “no futuro se possa reforçar a capacidade deste apoio à economia e aos empresários”, uma vez que “todos ficam a ganhar”. “Neste momento, vamos contemplar 87 empresas e penso que, apenas com 1,7 ME, podíamos contemplar todas as outras que se candidataram e, seguramente, fizeram candidaturas com mérito. E pedia também à senhora ministra para a possibilidade de todas as empresas que se candidataram, e que a candidatura tenha mérito, que venham a ser contempladas”, apelou Fernando Ruas. Na cerimónia marcaram presença 17 empresas, e, segundo a CIM Viseu Dão Lafões, “só assinaram as empresas que têm já o processo todo concluído” e, “as restantes, apesar de fazerem parte deste grupo de 26, assinam no ato da entrega dos documentos em falta”.


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Falta de água começa a preocupar os produtores

Produção de maçã na região de Viseu pode ser afetada devido à seca A seca ainda não trouxe prejuízos que sejam consideráveis, mas já começa a levantar algumas preocupações”, admitiu o presidente da Associação de Fruticultores de Armamar, José Osório.

No seu entender, “se não chover até Março, Abril, a floração poderá ser afetada” nos extensos pomares de macieiras deste concelho do norte do distrito de Viseu. José Osório afirma que “a barragem de Temilobos está a esvaziar e os níveis freáticos começam a ser preocupantes”. A barragem, situada em Armamar, é usada para regadio das áreas agrícolas de pomares de macieiras e de outras árvores de fruto. Conhecido como a Capital da Maçã de Montanha, o concelho de Armamar é um dos maiores produtores nacionais deste fruto, que representa uma importante fonte de rendimento da população. A Associação de Fruticultores de Armamar tem mais de 200 associados, que produzem cerca de 80 mil toneladas de maçã num ano normal.

O presidente da Felba, que gere e promove a Denominação de Origem Protegida (DOP) Maçã Bravo de Esmolfe e a Indicação Geográfica Protegida (IGP) Maçã da Beira Alta, está preocupado com as temperaturas que se têm registado e que poderão antecipar a rebentação das macieiras. Belarmino Alves referiu que “a seca ainda não está a afetar praticamente nada, porque não há necessidade de regar” as macieiras, “mas, com este calor, as culturas podem evoluir mais rápido, o que pode vir a afetar a maçã em termos de produção”. “Se isto continua assim, vai tudo rebentar muito mais cedo e depois vem outra vez o gelo que dá cabo de tudo”, alertou. O responsável explicou que “Fevereiro e Março é de repouso vegetativo” e, portanto, “em termos da evolução das rebentações, tudo o que for antes de Abril é mau”. “A falta de água ainda não está a afetar, porque o ciclo vegetativo está parado”, mas se continuar em Abril já poderá provocar problemas à fruticultura, acrescentou.

CURTAS Quinzena Gastronómica das Comidas d’Azeite em Marvão O Município de Marvão promove, até 27 de fevereiro, a XVI Quinzena Gastronómica das Comidas d’Azeite, em 14 restaurantes aderentes do concelho e através de um conjunto de iniciativas que pretendem impulsionar e reconhecer a importância do olival e do setor oleícola para a economia do concelho. Este ano, o evento volta a realizar-se nos moldes tradicionais, após um interregno em 2021 provocado pela pandemia de COVID-19, que obrigou a iniciativa a migrar para o online e para as redes sociais. Desta forma, os estabelecimentos de restauração do concelho vão ter um menu especial em que o azeite será o Rei. Açorda alentejana, bacalhau com capa de grão à Lagareiro, fraca tostada em azeite, alhada de cação, couvada de polvo ou delícia de azeite são algumas das iguarias que poderão ser degustadas em Marvão.

Lampreia dá início aos fins de semana gastronómicos em Barcelos Arroz de Lampreia, à bordalesa, ou ainda preparada no forno e até grelhada são as opções para degustar a lampreia, nos 20 restaurantes que aderiram ao fim de semana gastronómico promovido pelo Município de Barcelos. Entre 18 e 20 de fevereiro, este ciclóstomo é razão de romaria para muitos outros amantes desta iguaria, que já faz parte do calendário gastronómico barcelense. Em paralelo, os visitantes podem aproveitar o fim de semana para participar no Trilho do Penedo do Ladrão que liga Vilar do Monte e Vila Cova, no sábado, dia 19 de fevereiro, com início às 8,30 horas. Durante a tarde, pelas 15 horas, na Casa da Azenha, podem assistir à tertúlia sobre a “Pesca da Lampreia no Rio Cávado”. Com este programa, o Município de Barcelos pretende dar continuidade à promoção de uma das especialidades gastronómicas da região do Minho, envolvendo os restaurantes locais numa perspetiva de dinamização da economia local.

ExpoBarrancos, Feira do Presunto e dos Enchidos está de regresso em Abril Barrancos vai receber de 8 a 10 de Abril irá decorrer a Expo Barrancos, Feira do Presunto e enchidos, evento que regressa após um interregno.

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A Capital do Presunto promove um evento que realça os produtos endógenos de Barrancos, com destaque para os enchidos e os produtos da terra.


Nos dois primeiros fins de semana de Março

Festa da Amendoeira em Flor anima Figueira de Castelo Rodrigo O município de Figueira de Castelo Rodrigo vai promover com um “conceito diferente” a Festa da Amendoeira em Flor, de 4 a 6 e de 11 a 13 de Março, para atrair visitantes e estimular a economia.

Para “celebrar a chegada da Primavera e a paisagem vestida de branco”, a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo vai organizar “uma mostra de produtos regionais, acompanhada de diversas atividades musicais, culturais e desportivas”, nos dois primeiros fins de semana de Março, no recinto da Feira Quinzenal, numa estrutura amovível coberta preparada para o efeito. “A amendoeira em flor é um dos ex-líbris mais aclamados na zona de Ribacôa e, como tal, Figueira de Castelo Rodrigo assume-se como a `Rainha da Amendoeira em Flor`”, referiu a autarquia em comunicado. Segundo a nota, o certame anual tem como objetivo “reunir diferentes iniciativas num recinto devidamente pensado e preparado para acomodar confortavelmente os participantes e visitantes que se deslocam a Figueira de Castelo Rodrigo nestes dois fins de semana do mês de Março”. “A autarquia, sabendo da importância e da relevância histórica que as amendoeiras em flor têm nesta região, sendo celebradas há 81 anos, aposta num conceito diferente para promover os produtos regionais, atraindo visitantes e estimulando a economia local”, lê-se. O presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, Carlos Condesso, diz que a iniciativa “visa promover tudo o que de bom se faz” no município, “aliando os produtos lo-

cais, que tanta qualidade têm, à magnífica paisagem que vai forrar-se de flores em todas as amendoeiras e que tornam o concelho um ponto obrigatório de visita nesta altura do ano e que tanto orgulha os conterrâneos”. Segundo o autarca, a festa anual, “para além da vertente histórica e social, servirá também de tónico para aumentar a autoestima de todos que se foi perdendo devido à pandemia e todas as dificuldades que trouxe consigo”. “O programa foi pensado para ser diversificado e conseguir atrair novos fluxos turísticos para a nossa região, bem como despertar o interesse de novos públicos que pretendem contemplar a natureza em festa”, assinalou Carlos Condesso. O evento apresenta um programa diversificado de atividades a nível desportivo, cultural e musical, com artistas de “renome nacional de música popular” e, também, “uma aposta clara nos artistas e bandas locais”. Na vertente desportiva, o município esclarece que “houve um cuidado para que a mesma fosse a mais eclética possível, envolvendo jogos tradicionais, caminhada, Raid TT e um passeio de bicicletas denominado `BTT nos Trilhos da Amendoeira em Flor`, onde os praticantes desta atividade vão poder contemplar paisagens únicas, pintadas de rosa e branco”. As atividades para os mais novos também não foram esquecidas, destacando-se o “Zumba Kids” e o “Tik Tok Dance”. Associada às comemorações da festa das amendoeiras em flor realiza-se, ainda, a tradicional Feira do Almendro, em Barca D`Alva, que junta portugueses e espanhóis. www.gazetarural.com

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Entre os dias 19 e 20 de Fevereiro e 26 de Fevereiro a 2 de Março

Há Sabores Caprinos e Ovinos nos restaurantes de Proença-a-Nova O Festival dos Sabores Caprinos e Ovinos regressa aos restaurantes do concelho de Proença-a-Nova depois do sucesso da edição anterior, realizada em Setembro de 2021. Este evento gastronómico decorrerá entre os dias 19 e 20 de Fevereiro e 26 de Fevereiro a 2 de Março, contabilizando um total de sete dias de Festival.

Para esta edição, o Município de Proença-a-Nova conta com a participação de todos os restaurantes do concelho, sendo possível degustar os sabores tão tradicionais desta região do Pinhal Interior. O vice-presidente da Câmara de Proença-a-Nova aponta ao facto de que “pela primeira vez, temos num festival gastronómico a adesão da totalidade dos restaurantes do concelho, motivo que nos orgulha e que nos obriga a estar mais atentos a estas iniciativas, como divulgação de um produto de qualidade da nossa região, com o apoio declarado da nossa restauração”, salientou João Manso. Os restaurantes do concelho comprometem-se assim a disponibilizar nas suas ementas propostas que utilizem a carne ou o leite de cabra, nomeadamente cabrito assado, estonado ou em caldeirada, afogado da boda, chanfana, maranho, queijo cabreiro ou tigelada. Como na edição anterior, serão igualmente considerados pratos de borrego. Os clientes destes restaurantes que consumirem pratos que incluam sabores Caprinos ou Ovinos estão habilitados a ganhar diversos prémios, como vouchers de refeição e brindes. Para o fazer, deverão pedir e guardar o talão da refeição e dirigir-se ao Posto de Turismo de Proença-a-Nova, onde serão encaminhados para os possíveis prémios. Este festival, à semelhança de outros promovidos pelo município de Proença-a-Nova, como o do Peixe do Rio e da Tigelada, tem como principal objetivo promover os pratos com maior tradição do território e, simultaneamente, apoiar produtores e restaurantes, setores interligados e que passaram por maiores dificuldades durante o período mais intenso da pandemia. O Município de Proença-a-Nova compromete-se também a oferecer a cada restaurante três carcaças de caprino/ovino, tendo os proprietários oportunidade de escolher qual preferem, entre cabrito, cabra e borrego. 34

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De 26 de Fevereiro a 1 de Março

Município de Manteigas promove Expo Estrela 2022 O município de Manteigas vai promover a XXVIII Expo Estrela, que decorrerá de 26 de Fevereiro a 1 de Março, este ano no Largo do Mercado de Manteigas. A grande novidade da Expo Estrela 2022 é sua a deslocalização para o Largo do Mercado de Manteigas, “em duas tendas orbitais instaladas para o efeito, com uma área total aproximada de 1.500 m2, onde vai decorrer a área de exposição e venda de produtos, restauração e espetáculos”, adiantou o presidente da Câmara de Manteigas.

Flávio Massano diz que “está garantida a animação constante do evento, privilegiando os grupos musicais locais e regionais, onde o divertimento e a alegria serão a tónica dominante”, acrescenta. O autarca refere que “a iniciativa pretende relançar a Expo Estrela, depois desta paragem forçada, como o evento de referência da Serra da Estrela nesta época do ano, para isso contribuindo a deslocalização do certame, que passará a ser realizado num local de fácil acesso, igualmente central e com condições únicas para bem receber todos os locais e os turistas” que o visitarem. Com as modificações introduzidas na organização do evento, o autarca considera que “estão criadas todas as condições” para o município voltar a celebrar a época festiva do Carnaval “em segurança e com a dignidade que ela merece, proporcionando a todos os que procuram a neve da Serra da Estrela mais um motivo para visitarem e ficarem hospedados nos hotéis e alojamentos de Manteigas”.

A Expo Estrela é organizada pela Câmara Municipal de Manteigas numa época do ano em que a Serra da Estrela “recebe inúmeros visitantes”. Do programa de animação, para além do cabeça de cartaz, Virgul (28 de fevereiro), a autarquia destaca a participação das duas bandas filarmónicas de Manteigas (Filarmónica Popular Manteiguense - Música Nova e Banda Boa União - Música Velha), dos grupos de baile AF, Hi-Fi e Repúblika, entre outros. No âmbito da iniciativa, na terça-feira de Carnaval, terá lugar a prova do Queijo Serra da Estrela e, no início da tarde, o Desfile de Carnaval, “onde os foliões vão percorrer as principais ruas da vila de Manteigas”.

Município abriu candidaturas para apoio à produção de feijoca O município de Manteigas tem a decorrer, até ao dia 31 de Março, o período de candidaturas para atribuição de apoios à produção de feijoca. O presidente da Câmara de Manteigas diz que o incentivo financeiro para a comparticipação dos custos relativos à produção de feijoca é de 0,80 cêntimos de euro por metro quadrado, para áreas compreendidas entre 50 e 500 metros quadrados, e de 0,40 cêntimos para áreas de produção que possuam entre 501 e 1.500 metros quadrados. O autarca Flávio Massano lembrou que, com a medida, a autarquia que lidera pretende “combater o abandono das terras, preservar o solo e o meio ambiente, privilegiar a utilização dos recursos locais, dignificando a agricultura, os seus agentes e o meio económico em que estes se inserem”. As feijocas produzidas no concelho de Manteigas costumam ser servidas nos restaurantes locais com carnes de porco e enchidos, mas também são utilizadas na confeção de sobremesas e de pastéis. www.gazetarural.com

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De 04 a 13 Março, nos restaurantes e cafés aderentes

Mostra Gastronómica do Peixe do Rio regressa em Março ao Alandroal O município de Alandroal vai promover a XIII edição da Mostra Gastronómica do Peixe do Rio, de 04 a 13 Março. Face às condicionantes da pandemia, o evento será realizado no modelo tradicional, nos restaurantes e cafés aderentes de todo o concelho, ficando a componente de feira adiada para o próximo ano.

O Chefe José Júlio Vintém continua a colaborar com a mostra e as atividades paralelas serão concentradas no espaço do Fórum Cultural Transfronteiriço, estando prevista a realização do Congresso das Cozinhas de Rio, com chefes convidados, cursos de cozinha, sessões de showcooking, exposições e apresentação de produtos ligados à economia do rio. O município do norte alentejano vai aproveitar o momento para apresentar os novos materiais promocionais, com destaque para um stand para participação em feiras e um filme e para fazer a apresentação à imprensa de alguns dos novos eventos a desenvolver ao longo do ano de 2022. Mais uma vez, no início de Março, os visitantes podem encontrar a qualidade e diversidade da oferta de pratos de peixe do rio a que já se habituaram e descobrir as novas propostas e toda a restante gastronomia do concelho de Alandroal e aproveitar os descontos e programas especiais dos alojamentos locais para conhecer melhor o concelho e a região.

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ÚLTIMAs

Entre 19 de Fevereiro e 27 de Março

Mês do Sável e da Lampreia volta aos restaurantes de Vila Nova da Barquinha Após um ano atípico, com uma edição exclusivamente em take-away, o Mês do Sável e da Lampreia está de volta às mesas dos restaurantes do concelho de Vila Nova da Barquinha. O Município vai promover a mostra gastronómica pelo vigésimo oitavo ano consecutivo, entre 19 de Fevereiro e 27 de Março.

Nesta época do ano estas espécies sobem as águas do Tejo, dando origem a sabores únicos, confecionados de acordo com receitas centenárias. Este festival da gastronomia ribeirinha, fruto da parceria do Município de Vila Nova da Barquinha com os restaurantes locais, tem como principal objetivo difundir a cozinha típica e tradicional de um concelho banhado por três rios - Tejo, Zêzere e Nabão – e cuja história está intimamente ligada à atividade piscatória.

O Mês do Sável e da Lampreia é já uma tradição anual neste concelho ribeirinho do Tejo, animando a restauração e atraindo milhares de visitantes a um território onde se pode visitar o Castelo de Almourol, a Igreja Matriz de Atalaia, o Centro de Interpretação Templário, o Parque de Escultura Contemporânea, o Centro Integrado de Educação em Ciências ou o mais recente Trilho Panorâmico do Tejo, entre outras atrações. Ao provar estes pratos únicos da gastronomia portuguesa, durante o período do festival, os visitantes podem ganhar passeios de barco ao Castelo de Almourol e visitas ao Centro de Interpretação Templário. Esta promoção é válida apenas ao fim-de-semana, sendo atribuído um bilhete por dose nos restaurantes aderentes.

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ÚLTIMAs De 18 a 27 de Fevereiro, em 20 restaurantes

Lousã quer reforçar atratividade com o Festival Gastronómico da Chanfana A décima edição do Festival Gastronómico da Chanfana vai contar com 20 restaurantes que aderiram à iniciativa, um “número significativo que diz algo sobre a oferta e sobre a importância que os restaurantes atribuem a este festival”, afirmou o presidente da Câmara da Lousã, Luís Antunes.

O Festival Gastronómico da Chanfana vai decorrer de 18 a 27 de Fevereiro, numa iniciativa da Câmara da Lousã que procura reforçar “a atratividade do concelho”. 38

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Para o autarca, este evento, que sofreu um interregno em 2021, permite reforçar “a atratividade do concelho”, sendo a gastronomia um dos principais motivos de “deslocação turística” à Lousã. Segundo Luís Antunes, para além da participação de pessoas de concelhos vizinhos, o festival tem conseguido também atrair visitantes “de outras regiões do país”, quer a sul quer a norte. O presidente do município realçou que todos os anos milhares de pessoas participam no festival, havendo uma procura acrescida deste prato na altura desta iniciativa e estando a autarquia a trabalhar para melhor medir a afluência durante o evento. Quem participar na iniciativa irá receber um `brinde`, que tem, entre outras coisas, a receita tradicional da chanfana, para “promover e incentivar a confeção do prato”, salientou. Já o presidente da Turismo do Centro, Pedro Machado, destacou o trabalho em torno da marca da Lousã feito nos últimos anos, salientando a importância da valorização dos produtos do território. “A Lousã espelha bem essa ambição de profissionalismo para esta indústria do turismo”, notou. O secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, Jorge Brito, frisou a importância do trabalho feito no território “de agregação em torno de uma marca e de um produto, terminando com algumas questões locais”. Para além da importância de valorizar a gastronomia, Jorge Brito apontou para o trabalho que é preciso fazer “a montante”, destacando a preocupação da própria CIM “com a cadeia de alimentação e a sua sustentabilidade”. “Este é um destino que é procurado pela oferta que tem e pela qualidade e garantia do produto que apresenta”, acrescentou.


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Lousã quer reforçar atratividade com o Festival Gastronómico da Chanfana

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