POÇO DO PARÁ EM VIANA – MARANHÃO E O SEU VALOR HISTÓRICO ÁUREO VIEGAS MENDONÇA
Durante o período colonial, o abastecimento de água nas cidades históricas eram feitos através dos chafarizes públicos, fontes ou poços, e as famílias tradicionais tinham poços nos quintais ou mesmo até dentro de suas residências para o abastecimento de água para o consumo. A cidade histórica de Viana, assim como outras cidades seculares eram abastecidas por poços individuais ou coletivos, escavados nos quintais das casas ou mesmo dentro das cozinhas das residências, como conheci na minha infância três casas no centro histórico de Viana, que tinham um aljibe (poço) na cozinha das residências, herança dos portugueses, pois na Europa mais precisamente na Espanha e Portugal ainda existem Aljibe, um dos poços está no Solar dos Lopes da Cunha, residência atual dos herdeiros do Sr. Joao Gouveia, um outro na casa que pertenceu a Ozias Mendonça e também conheci um na casa que pertenceu a Raimundo Cutrim, na praça da Prefeitura e creio que existem em outras residências. Em nossa casa em Viana ainda hoje existe o poço com estrutura construída de pedras, quando meu avô Áureo Mendonça adquiriu o imóvel no ano de 1939 que pertence a nossa família já havia esse poço, e lembro na minha infância desse poço no quintal da nossa casa que abastecia a nossa residência, nesse período quando a cidade não tinha energia elétrica da usina de Boa Esperança e não dispunha de água encanada, os poços eram comum para o abastecimento de água potável para o consumo da população, em Viana os poços do Pará, Mousinha, Ciroula, Moquiço que pertencia a uma fábrica de sabão e um outro por trás do antigo Alvorada Clube, quase nos fundos da casa de Ozias Mendonça, próximo onde morava Edinho Cutrim, abasteciam a cidade. Me recordo, que os poços do Ciroula e da Mousinha, eram os preferidos pela população em geral, pois forneciam as melhores água pura e saudável, os mesmos forneciam água potável para matar a sede da população, e os vendedores ambulantes de água retirada desses poços abasteciam diariamente as casas das famílias vianenses, as mesmas eram vendidas acompanhados por um animal que transportava o precioso líquido em potes ou latas, os vendedores percorriam toda a cidade, oferecendo o produto oriundo desses poços acima citados, os ambulantes vendiam a agua pela manhã e passavam a tarde para receber o pagamento, algumas pessoas vendiam aguá, porém me recordo de Manuel e Carlito entre outros, que eram os vendedores, e os que não compravam preferiam carregar na cabeça em latas ou potes até as suas residências, logo após a inauguração do sistema de água encanada, uma boa parte da população ainda continuou se abastecendo com a agua desses poços e com o passar do tempo foram deixando de usar para o consumo. O Histórico Poço do Pará, que na minha infância a população em geral não gostava de usar sua agua para matar a sede, possui 294 anos, ou seja, quase três séculos de existência, foi construído em 1727 na época dos jesuítas, quando da chegada dos primeiros colonizadores, está localizado na estrada velha do Caminho Grande, atualmente Avenida Messias Costa Neto, hoje bairro de Fátima, este poço é parte importante da história de Viana, por estar situado no local onde se iniciava a estrada que ligava Viana ao Pará, portanto trata-se de um monumento histórico de Viana e faz parte da memória e da cultura. Sua ultima reforma aconteceu em 28 de janeiro de 2006, o poço foi restaurado pela Fundação Conceição do Maracu e a obra de restauração recebeu o patrocínio da iniciativa privada pelo empresário vianense José Xexéu. Na foto em preto e branco está dona Neli que morou em frente ao poço do Pará, na época do antigo caminho grande. A historia do poço do Pará está em diversas fontes consultadas, Segundo Bernardino Lago(2001) As estradas eram chamadas caminhos da vizinhança, a estrada saindo de Viana ao Pará que fora aberta pelos padres da Companhia de Jesus, que atravessava o Rio Turiaçu junto ao laranjal, o poço do Pará serviu para fornecer água aos trabalhadores da estrada de Viana para o Pará.