O BICENTENÁRIO DA IMPRENSA MARANHENSE (1821- 2021) EUGES LIMA
Hoje, 10 de novembro, comemora-se o Bicentenário da imprensa maranhense. Há exatos 200 anos, era publicado em formato impresso em São Luís, pela primeira vez, o primeiro jornal do Maranhão, intitulado de “O Conciliador do Maranhão”. Nascia assim, a imprensa no Maranhão. Esse jornal era oficial e noticioso do governo do Maranhão e surgiu no contexto do processo de emancipação política do Brasil e do Maranhão, onde as tensões entre portugueses e brasileiros estavam bastante acentuadas. Seu objetivo era divulgar as ações do governo e ao mesmo tempo defender sua posição política e ideológica em prol de Portugal e das Cortes portuguesas. Trazia resumo de notícias do exterior, transcrições, anúncios oficiais, balancetes de repartições e sempre que podia, falava mal dos adversários políticos, além de textos elogiosos a administração do governo. É importante esclarecer que os primeiros 34 números de O Conciliador do Maranhão foram manuscritos e que somente a partir do dia 10 de novembro de 1821, depois da chegada da primeira tipografia em São Luís, em 31 de outubro desse ano, importada de Londres a pedido do governador provisório, Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca, o Dente de Alho, é que começaram a serem impressos os primeiros números. A partir do Número 77 de 6 de abril de 1822, teve seu título reduzido para "O Conciliador”. O jornal saia duas vezes por semana. O primeiro Diretor e Redator foi Antônio Marques da Costa Soares, oficial-maior da secretaria do governo, considerado o primeiro jornalista do Maranhão. O Conciliador teve um total de 210 edições e chegou ao fim em 16 de julho de 1823, mas inaugurou a saga da imprensa maranhense. Embora sendo um jornal oficial do governo maranhense, pro-Portugal, foi importante, porque trouxe a primeira tipografia para o Maranhão, inserido a então província na era da imprensa. A partir daí, foram surgindo outros jornais, tanto governistas como de oposição, a exemplo dos “Argos da Lei”, “O Censor", entre outros. Outras tipografias, com excelência na arte de impressão, não somente em relação a jornais, mas também em relação à impressão de livros, foram surgindo, durante o século XIX, tornando o Maranhão uma