MARANHAY 67 - NOVEMBRO DE 2021

Page 7

FOLCLORE ANGOLANO – O FOLCLORE, FACTOR SOCIAL INDÍGENA JOSÉ REDINHA Folclore angolano – O folclore, factor social indígena - Folclore.PT

I Congresso de Etnografia e Folclore – Resumos

“Para além dos aspectos mais comuns, populares e externos, como sejam as manifestações artísticas, coreográficas, corais, musicais e outras, o folclore indígena necessita ser visto e considerado em uma sua feição, de longe a mais importante, que é a social. Nela se inscrevem quatro grandes sectores de folclore, a saber: o do trabalho, o didáctico, o recreativo e o religioso. No primeiro é evidente o seu emprego pelos indígenas como elemento abstractivo e amenizador da monotonia e do esforço penoso das actividades humanas, mediante o ajustamento de músicas e cantares aos movimentos de variadas tarefas, aos esquemas biomecânicos das diversas actividades profissionais, constituindo, a bem dizer, uma psico-técnica natural do trabalho, facto este da maior importância na sua fisiologia. No segundo ou didáctico encontramos uma fonte tradicional, perene, instrutiva e educativa, de alcance cívico e moral, de significação jurídica, teológica e outras, largamente sociais. No folclore recreativo, nomeadamente no batuque indígena, é evidente, entre outros, a actuação dum curioso fenómeno psico-orgánico derivado da influência do ritmo sobre o temperamento ritmo-sensivel dos indigenas, facto muito importante na sua vida sexual e afectiva, e em outras manifestações físicas e morais dai derivadas. Quanto à importância do folclore religioso, bastará dizer que, entre os indígenas, não há rito sem ritmo. Nestes termos, como factor fisiológico, psico-orgânico, lúdico, instrutivo, educativo, cívico, ético e espiritual, o folclore é um importantíssimo elemento sociológico, em muitos casos vital. Pela sua alta função na vida do homem e da comunidade indígena, o folclore angolano merece estudo cuidado, não apenas cultural, mas também biológico, ecológico, económico e outros. Ele exige, finalmente, medidas tendentes a protegê-lo e a exortá-lo.” Pelo Prof. Doutor José Redinha, do Instituto Superior de Estudos Ultramarinos Fonte: “Guia oficial do I Congresso de Etnografia e Folclore” – Braga e Viana do Castelo – 22 a 25 de Junho de 1956 (texto editado e adaptado) | Imagem encontrada na net, de site desativado


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook

Articles inside

407 ANOS DA BATALHA DE GUAXENDUBA (1614-2021

50min
pages 78-128

FERNANDO BAGA

7min
pages 66-68

FERNANDO BRAGA

8min
pages 75-77

RAIMUNDO FONTENELE

7min
pages 71-74

EUGES LIMA

2min
pages 69-70

KENARD KRUEL FAGUNDES

10min
pages 63-65

ÁUREO VIEGAS MENDONÇA

7min
pages 60-62

JEAN -PIERRE ALVIM FERREIRA

8min
pages 57-59

NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO

19min
pages 32-39

FERNANDO BRAGA

5min
pages 55-56

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

5min
pages 46-49

O CURITIBANO FREDERICK CHARLES TATE OU “O TENENTE RUI E OS POLONESES”, POR RICARDO BÜRGEL LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ O MARANHÃO NO PREMIO JABUTI

12min
pages 41-45

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

8min
pages 50-53

LEO LASAN

2min
page 24

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

18min
pages 25-31

LEO LASAN

1min
page 23

LEO LASAN

0
page 8

MARLON MODOLO ZANOTELLI E CARTARO 2 VENCERAM NO HUBSIDE JUMPING O MISERABILISMO ORÇAMENTAL

6min
pages 17-20

A PRIMEIRA PARTIDA DE FUTEBOL OCORRIDA EM SÃO LUÍS EXPEDITO GONÇALVES: DAS PELADAS NA PRAÇA DA MATRIZ EM VIANA MA PARA O GRAMADO DO ESTÁDIO URBANO CALDEIRA - VILA BELMIRO

1min
pages 9-11

ÁUREO VIEGAS MENDONÇA

4min
pages 12-14

ÁUREO VIEGAS MENDONÇA

5min
pages 15-16

JOSÉ REDINHA

1min
page 7

EXPEDIENTE

1min
page 2

EDITORIAL

1min
page 3
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.