RADAR Moçambique no ‘top 5’ dos melhores destinos de investimento em áfrica Negócios. Moçambique é um dos cinco melhores países para investir em África, a par de Angola, Etiópia, Gana e Mauritânia. A avaliação é feita pela consultora de risco EXX Africa, que fundamenta a sua avaliação na “proposta de usar o gás como meio para pagamento da dívida pública”. Ao acordo alcançado pelo Executivo no final do ano passado, acresce, na análise “a capacidade de mobilização de receitas do Estado no contexto de ausência de apoio externo e a possibili-
ECONOMIA
Crescimento. A Economist Intelligence Unit (EIU) é mais pessimista que o Governo de Moçambique quanto à previsão de crescimento para este ano. Num relatório divulgado no mês passado, os analistas britânicos revelam que a economia “não deverá apresentar grande alteração em 2019”, com a taxa de variação do PIB a cair 10 pontos base relativamente a 2018, para 3,4%, face às previsões de 4,7% de crescimento, por parte do governo. A EIU sustenta o seu posicionamento com “a redução dos preços do carvão e a dificuldade no acesso ao crédito à agricultura, que continuará a impedir o crescimento do sector.”
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Desenvolvimento. O Banco Mundial elogia o “ritmo de redução da pobreza em Moçambique.” Na sua mais recente análise sobre a economia nacional, a instituição refere que “a economia moçambicana tem vindo a sofrer uma transição estrutural gradual em sentido positivo”, situação que, de acordo com o BM, “impulsionou o rendimento per capita, estabeleceu a produtividade como o motor do crescimento nos últimos anos e aumentou o ritmo da redução da pobreza.” Ainda assim, o Banco Mundial reitera que o país deve “diversificar as suas fontes de crescimento, reduzindo a dependência em relação à indústria extractiva.” Títulos da dívida. O Banco Central realizou, em Janeiro, a primeira emissão de Bilhetes do Tesouro em 2019 para financiar o défice das contas públicas, que desde Abril de 2016 não contam com donativos dos parceiros internacionais. Dias depois, a emissão seria contestada pelo sector privado, alegando que “o crédito fica mais caro e limitado para famílias e empresas.” Além disso, a Confederação das
Associações Económicas de Moçambique (CTA) entende que a medida “pode afectar negativamente” os ganhos macroeconómicos que o país vinha registando, nomeadamente a taxa de inflação e o nível dos câmbios, factores que também podem influenciar negativamente as previsões de crescimento para 2019. Moodys. A agência norte-americana de notação financeira mantém Moçambique no nível mais baixo da recomendação para contrair crédito externo devido ao seu histórico de incumprimento no pagamento das prestações. A classificação mantém-se, assim, no patamar de “lixo”. Num relatório divulgado em Janeiro, a Moody’s diz “não esperar melhorias” na qualidade do crédito na África Subsaariana.
dade de início de exploração do gás a partir de 2023”, cruciais para “a resolução do problema da dívida pública, que em 2017 estava em 113% do PIB.” Já os principais desafios para a economia nacional até às eleições gerais de Outubro próximo são, para a consultora, “os consensos sobre paz efectiva com a Renamo, melhorar a capacidade de resposta aos ataques armados em Cabo Delgado e garantir uma resolução duradoura para o problema da dívida pública.” Impostos. Moçambique passa a beneficiar da liberalização nas exportações de mercadorias para a Índia, excepto no álcool e tabaco. A garantia surgiu na voz do embaixador daquele país em Moçambique, Rudra Shrest, citado pelo jornal “Domingo”. Em tom irónico, dizia ainda: “somos muitos na Índia e precisamos de mais tipos de feijão, mas Moçambique só nos manda feijão bóer”, o tipo de feijão mais exportado no país. Moçambique é o maior parceiro comercial da Índia no continente africano com uma cifra acima de dois mil milhões de dólares anuais. Importações. O processo de desembaraço aduaneiro nas fronteiras moçambicanas reduziu de 21 dias para apenas dois, revelou, em Janeiro, o presidente da Câmara dos Despachantes Aduaneiros de Moçambique, Dixon Chongo. O avanço é atribuído à entrada em vigor da Janela Única Electrónica e será, certamente, considerado na avaliação anual do país no ranking Doing Business, do Banco Mundial, que mede a facilidade de fazer negócios em 190 países. www.economiaemercado.co.mz | Fevereiro 2019