a partir de uma iniciativa do Movimento Pela Ética na Política. Baseado no "Mapa da Fome" do Ipea, que denunciava a existência de cerca de 32 milhões de brasileiros na miséria e passando fome, o Governo Federal, a partir de sugestão do presidente do Partido dos Trabalhadores, Luis Inácio Lula da Silva, formalizou a sua determinação de priorizar o combate à fome criando o Conselho Nacional de Segurança Alimentar - CONS EA incentivando, com isso, a participação das empresas públicas nessa luta. Criavam-se, dessa maneira, as condições políticas e institucionais para o engajamento do setor público na Campanha Contra a Fome, condições essas sempre mencionadas nos documentos. oficiais produzidos pelo "Comitê das Estatais". Assim, em maio de 1993, já tendo sido lançada a Campanha Contra a Fome, um grupo de trabalho do Fórum de Ciência e Cultura, da UFRJ, dedicado a discutir questões relacionadas com a energia e integrado por professores daquela universidade e por funcionários de algumas empresas estatais ligadas à área - entre os quais, André Spitz, atual Secretário Executivo do "Comitê" -, resolveram entrar em contato, por meio do Prof. Luiz Pinguelli Rosa, com o Sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, sugerindo-lhe a criação de um comitê envolvendo as empresas estatais na Campanha. Com este objetivo, no dia 18 de maio de 1993 foi enviada correspondência aos presidentes de várias das empresas estatais convidando-os, em nome das empresas que dirigem, a participar de uma reunião de trabalho no mencionado Fórum no dia 28/05/93, cujo tema principal foi "A Inserção da Empresa Estatal na Ação de Combate à Fome e à Miséria". Nesta reunião, além da apresentação, pelo Betinho, das ações da cidadania contra a fome, procurou-se discutir idéias e propostas capazes de viabilizar a participação das empresas e instituições públicas e a troca de experiências entre elas, visando a formação de possíveis parcerias. O principal resultado desta reunião foi, assim, a criação do "Comitê das Empresas Públicas no Combate à Fome e Pela Vida", ou "Comitê das Estatais". Cabe mencionar, no entanto, que a partir da determinação presidencial de priorizar o combate à fome, algumas empresas estatais, como o Banco do Brasil, criaram seus próprios comitês de ação da cidadania por volta de março de 1993, antes, portanto, da criação do "Comitê das Estatais", de tal forma que sua incorporação ao mesmo deu-se numa fase já relativamente avançada de suas realizações nesta área. A respeito, é importante mencionar que o Banco do Brasil tornou-se, provavelmente, a principal empresa pública a participar na Campanha Contra a Fome, considerando-se não só o número de comitês da cidadania criados pelo Banco - cerca de 2000 em todo o pais, um para cada agência -, como também a sua participação como a mais importante parceria das demais empresas, em especial no financiamento de seus projetos particulares. Destaca-se também o envolvimento de seus funcionários nas ações de caráter emergencial, e a cessão de bens de todo tipo (salas, máquinas de escrever, computadores, etc) para a campanha, o que permitiu a viabilização das suas atividades. Prova disso, é que em muitas localidades do interior, os comitês das demais empresas públicas se formaram em associação com o comitê local do Banco do Brasil, reconhecendo a sua importância para a luta contra a fome e a miséria, expressão do seu papel econômico e social em todo o pais. Os trabalhos do "Comitê das Estatais" podem ser divididos em duas grandes fases/ até o momento.
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