MINDFUL EATING: MUITO ALÉM DO PESO PROFA. DRA. VERA SALVO R$30,00 - agosto EdiçãoNúmeroAno202230175ImpressaSãoPaulo FUNCIONAIS | GASTRONOMIA | SAÚDE PÚBLICA | FOOD | CLÍNICA ISSN 1676-2274 A REVISTA DOS MELHORES PROFISSIONAIS DE NUTRIÇÃO www.nutricaoempauta.com.br +
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 3 editorial por Sibele B. Agostini
Mindful Eating: Muito Além do Peso
B. Agostini
CRN 1066 – 3a Região Aproveite informaçõesas científicas atualizadas desta edição da revista Nutrição em Pauta.
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Projeto trinta anos da Nutrição em Pauta A Revista Nutrição em Pauta completou trinta anos e para comemorar estamos convidando importantes profissionais do setor, e que são nossos parceiros, para es creverem um artigo de opinião sobre pontos polêmicos e inovadores sobre sua expertise e área de atuação. Nesta edição convidamos a Profa. Dra Vera Sal vo para abordar o tema “Mindful Eating: muito além do peso”.
Consultor deColaboradoresGastronomia Chef Patrick Martin Chef Fabiana B. Agostini
EditoraçãoAssinaturasFotógrafoIndexaçãoEletrônica Alexandre Aassinaturas@nutricaoempauta.com.brAgostinirevistaNutriçãoemPautaestáindexada
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 20224 Assine: (11) assinaturas@nutricaoempauta.com.br5041.9321 FALE CONOSCO: (11) www.nutricaoempauta.com.brcontato@nutricaoempauta.com.br5041.9321AREVISTADOSMELHORES PROFISSIONAIS DE NUTRIÇÃO ISSN 1676-2274 Ano 30 - número 175 - agosto 2022 - edição impressa Publicação Bimestral da Nutrição em Pauta Ltda ME - Atualização Científca em Nutrição - R. Cristovão Pereira 1626 cj101 - Campo Belo - 04620-012 - São Paulo - SP - Brasil - Tel 55 11 5041-9321 redacao@nutricaoempauta.com.br - www.nutricaoempauta.com.br Editora CientíficaDiretor Dra. Sibele B. Agostini | redacao@nutricaoempauta.com.br Cláudio G. Agostini Jr. | diretoria@nutricaoempauta.com.br Conselho Científico Prof. Dra. Andréa Ramalho (UFRJ/RJ),Prof. Dra. Avany Fernandes Pereira (UFRJ/RJ), Prof. Dra. Claudia Cople (UERJ/RJ), Prof. Dr. Dan Waitzberg (FMUSP/SP), Prof. Dra. Eliane de Abreu – (UFRJ/RJ), Prof. Dra. Fernanda Lorenzi Lazarim (UNICAMP/SP), Prof. Dra. Flávia Meyer (UFRGS/RS), Prof. Dra. Josefna Bres san (UFV/MG), Prof. Dra. Joy Dauncey (Cambridge/UK), Prof. Dra. Lilian Cuppari (UNIFESP/SP), Prof. Dra. Marcia Regina Vitolo (UNISINOS/RS), Prof. Dra. Maria Margareth Veloso Naves (UFG/GO), Prof. Dr. Mauro Fisberg (UNIFESP/SP), Prof. Dr. Melvin Williams (Maryland/USA) , Prof. Dra. Mirtes Stancanelli (UNICAMP/ SP), Prof. Dra. Nailza Maestá (UNESP/SP), Prof. Dra. Nelzir Trindade Reis (UVA/RJ), Prof. Dr. Ricardo Coelho (UNIUBE/MG), Prof. Dr. Roberto Carlos Burini (FMUNESP/SP), Prof. Dra. Rossana Pacheco da Costa Proença (UFSC/SC), Prof. Dra. Sonia Tucunduva Phillipi (USP/SP), Prof. Tereza Helena Macedo da Costa (UnB/DF), Prof. Dra. Tais Borges Cesar (FCF-UNESP/SP).
na Base de Dados PERI da ESALQ/USP Produzida em agosto de 2022 nesta edição AGOSTO 2022 5. Mindful Eating: muito além do peso 9. Manejo Nutricional e Síndrome do Ovário 17.PolicísticoARelação entre a Suplementação de Vitamina D e o Diabetes Mellitus tipo 2 23. Fatores Determinantes para Transtornos Alimentares em Estudantes de Graduação em 27.NutriçãoIdentificação e Quantificação de Resíduos Só lidos Recicláveis e Não Recicláveis Produzidos em uma Unidade de Alimentação e Nutrição 32. Técnicas Gastronômicas Le Cordon Bleu: Éclair de Chocolate
Mindful Eating é uma abordagem não prescriti va, não dieta; um tema recente na literatura científica que traz perspectivas animadoras quanto aos benefícios para a saúde física e mental, ao mesmo tempo que suscita vários questionamentos, dúvidas a serem respondidas. Ao traduzir a palavra mindful eating como co mer com atenção plena ou comer consciente ou ainda alimentação consciente possivelmente haveria um espaço para uma diversidade de interpretações, envolvendo dife rentes aspectos do comer e toda a amplitude da temática alimentação.Um aspecto muito importante para a compreen são de mindful eating é lembrar que é uma abordagem baseada em mindfulness e que, portanto, para a sua com preensão é preciso voltar à base, o que pode não ser tão simples, já que este apresenta vários construtos.
Uma das definições mais citadas de mindfulness diz respeito ao estado psicológico que surge ao prestar atenção de uma forma particular: intencionalmente, no momento presente, e sem julgamento (KABAT-ZINN et al., 1992). Uma forma de sair do automático, de estar pre sente na vida, com uma atitude mais aberta, curiosa, gentil e menos Mindfulnessjulgadora. não é exatamente meditação, ou re laxamento, uma vez que é um convite à auto observação; uma habilidade da mente (traço)(DREYFUS, 2011), de senvolvida pela prática meditativa regular (EBERTH; SE DLMEIER,Mindfulness2012). também não é deixar a mente “em branco” ou parar de pensar; a mente foi feita para pensar, o treinamento permite tomar consciência do pensamento, percebendo como eventos mentais transitórios. Assim como mindfulness, mindful eating possui várias definições e uma das definições bastante difundida e aceita é a do Centro Americano de Mindful Eating que conceituaa)como:Permitir tornar-se consciente das oportunida des positivas e nutritivas que estão disponíveis pela sele ção e preparação da comida, respeitando sua sabedoria interior; b) Usar todos os sentidos na escolha de comer; c) Tornar-se consciente da fome física e dos sinais
Mindfulness, traduzido como atenção plena ou consciência plena, possui diferentes construtos. A palavra mindfulness vem sendo empregada em dois contextos: a) conceitos e práticas meditativas, remontando às práti cas budistas e (b) como um construto psicológico, o qual pode, ou não, estar relacionado ao contexto da prática me ditativa segundo Ellen Langer (1992).
Introdução
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 5 matéria de capaMindful Eating: far beyond the weight Mindful Eating: Muito Além do Peso .................
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Mindful Eating pode ser uma abordagem promis sora para cuidar de forma integral das pessoas mediante os reflexos observados na saúde física e emocional (RO GERS et al., 2017), com resultados promissores na me lhora do comportamento alimentar (MANTZIOS, 2018; O’REILLY et al., 2014; WARREN; SMITH; ASHWELL, 2017), hábitos alimentares mais saudáveis (SEGUIAS; TAPPER, 2018) redução e manutenção do peso corpo ral (PALMEIRA; PINTO-GOUVEIA; CUNHA, 2017), prevenção do reganho de peso (DUNN et al., 2018), re dução do comer compulsivo (KRISTELLER; WOLEVER; SHEETS, 2013) e melhora do perfil bioquímico, além de exercer efeito médio na redução da ansiedade e depres são (ROGERS et al., 2017). Comer com atenção plena pode reduzir em até três anos os sintomas de depressão (WINKENS et al., 2018) e como comer faz parte de nossa rotina e, de maneira geral, nos alimentamos várias vezes por dia, permite maior possibilidade de aprendizagem (repetição).Embora o considerado pai de mindfulness no ocidente, Jon Kabat Zinn, possa ter iniciado seus traba lhos em uma clínica de dor em 1979, somente após os anos 2000, com a entrada da universidade de Oxford e seu protocolo específico para recaída de depressão, é que o número de publicações sobre o assunto se torna mais ex pressivo. No Brasil, a temática passa a ser abordada mais comumente a partir de 2010. Em relação a mindful eating, a professora Jean Kristeller, pioneira nessa abordagem, faz sua primeira pu blicação no final da década de 90, trazendo então ao min dful eating também um caráter mais clínico, intimamente ligado à obesidade, à compulsão alimentar e binge eating; onde se concentram as pesquisas até o momento. A alimentação é um tema transversal de saúde e educação e, nesse sentido, revela muito sobre nós, nos sos padrões, comportamentos. Uma importante autora da área, a monja e pediatra Jan Chozen Bays, diz que o problema não está na comida. O problema está ancorado na mente. Reside na nossa falta de consciência das men sagens que o nosso corpo nos envia”, ou seja, por trás dos quilos acumulados no corpo, do consumo exagerado de alimentos, existem histórias, desafios, manifestos no cam po alimentar, uma forma de concretizar o abstrato. Diferentemente de um tabagista ou alcoolista que pode parar de fumar ou beber, nós comemos todos os dias; sendo imprescindível tornarmos a relação com o ali mento mais harmoniosa, equilibrada, feliz. Nesta direção, a médica de família professora de mindful eating, Michel le May, ressalta: “nossa relação com os alimentos é uma conexão importante para a vida toda e merece ser nutrida e, quando necessário, ser curada”, precisamos encontrar maneiras de adotar o caminho do meio, sem terrorismo, com menos culpa, julgamento e mais prazer. Mindful ea ting abre esta possibilidade de, saindo do modelo biologi cista, fragmentado, enxergar e cuidar do ser humano em suas diferentes dimensões, dada a relação tão íntima e pe rene que temos com o alimento. A partir da neuroplasticidade cerebral, a possibi lidade de melhorar a intercepção (sinais internos de fome e saciedade), aumentar a autocompaixão, reduzir a reati
Mindful Eating: muito além do peso de saciedade para guiá-lo nas decisões de começar e parar de comer.De maneira ampliada e não em contraposição, defino mindful eating, como uma forma de estabelecer uma relação mais prazerosa, amorosa e pacífica com o corpo e com a alimentação; um caminho de autoconheci mento e autocuidado que tem o alimento como norteador para construção da saúde integral, ou seja, a saúde não é apenas a ausência de doença, mas envolve o bem estar físico, mental e psicológico.
Desenvolvimento ...............
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Ainda existem muitos questionamentos sobre a ação (bA partir de mindfulness foram criados protocolos, programas ou intervenções nele baseadas; as intervenções baseadas em mindfulness (IBMs) para aplicação em po pulaçõesAsclínicas.IBMs mais recentes são intervenções psicos sociais baseadas em evidência, clinicamente orientadas, influenciadas pelas práticas contemplativas de mindful ness, ciência, medicina, psicologia e educação, cujo obje tivo principal é proporcionar alívio de sintomas físicos e psicológicos indesejados, tais como a dor crônica ou sin tomas depressivos (CRANE et al., 2017). Nesse sentido, mindful eating é uma das IBMs existentes e à semelhança de Mindfulness, como padrão, apresenta-se no formato de 8 semanas (até 12 semanas) em programas estruturados de caráter incremental, ou seja, a cada semana uma nova habilidade é aprendida. Os grupos, geralmente composto por até 18 pessoas, na maioria dos protocolos, são fecha dos, de forma que após o início do grupo, novos partici pantes não são admitidos na turma iniciada, em função do conteúdo trabalhado sessão a sessão.
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 20226
Olhar para mindful eating como uma forma de perder peso apenas, representa não somente uma visão reducionista desta intervenção, mas também equivocada, já que a perda de peso é resultado de um processo de au toconhecimento, de consciência corporal, de ressignificar o comer e reaprender a olhar para o alimento e para o es pelho de forma distinta. Muitas vezes a mudança de peso é a última a se processar, já que muitas vezes é necessário cuidar de outros contextos que são a causa de um comer disfuncional. Faltam estudos longitudinais a fim de veri ficarmos os efeitos desta intervenção ao longo do tempo.
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Em meu trabalho, bem como de outros autores, mindful eating trouxe melhora dos sintomas da ansiedade e depressão, além da redução do consumo alimentar exa gerado, motivado em grande parte pelo comer emocional, em função da inabilidade de lidar com emoções difíceis, de uma autocrítica severa, de forte sentimento de culpa. Não por acaso, diferentes trabalhos na literatura associam o comer emocional a estados mais ansiosos e depressivos (SALVO et al., 2021, 2022a, 2022b).
Mindful Eating: far beyond the weight vidade, impulso e aumentar a regulação emocional, bem como a flexibilidade psicológica.
Estudos com amostras maiores também são necessários afim de que os resultados apontados sejam mais robustos e possam ser generalizados.
Ao longo do programa os participantes também demonstraram um aumento do autocuidado e autorres peito, deixando de colocar a perda de peso como o prin cipal desfecho, deixando de colocar a felicidade a muitos quilos de distância (só se atingisse a meta).
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Conclusão
Apesar de mindful eating ser conhecido por sua aplicação, especialmente em população com excesso de peso e compulsão alimentar e, de vários trabalhos res saltarem a perda de peso como um dos desfechos; estes
Como nutricionista pioneira na aplicação e pes quisa de mindful eating no Brasil, percebo tanto individu almente como em grupos, no âmbito público e privado, a amplitude e complexidade dos papeis e significados da alimentação na vida, bem como quanto esta abordagem pode contribuir a fim de trazer consciência para o comer e aliviar o sofrimento agregado ao ato de comer. Os relatos sobre o quanto a forma de comer tam bém modificou a forma de viver foram inúmeros ao longo desta jornada dos últimos 8 anos. As mudanças foram ob servadas do prato para a vida e da vida para o prato, dado que as IBMs são intervenções complexas e que afetam não apenas a dimensão física, mas também a dimensão psico lógica e emocional (SALVO et al., 2022a, 2022b).
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 7 matéria de capa
J.; WOLEVER, R. Q.; SHEETS, V. Mindfulness-Based Eating Awareness Training (MB-EAT) for Binge Eating: A Randomized Clinical Trial. Mindfulness, v. 5, n. 3, p. 282–297, MANTZIOS,2013.M.Editorial: Mindfullness and Eating Behavior. Frontier in Psychology, v. 9, p. 1–2, 2018. O’REILLY, G. et al. Mindfulness-based interven tions for obesity-related eating behaviours: A literature re view. Obesity Reviews, v. 15, n. 6, p. 453–461, 2014. PALMEIRA, L.; PINTO-GOUVEIA, J.; CUNHA, M. Exploring the efficacy of an acceptance, mindfulness & compassionate-based group intervention for women strug gling with their weight (Kg-Free): A randomized controlled trial. Appetite, v. 112, p. 107–116, 2017. ROGERS, J. M. et al. Mindfulness-based interven tions for adults who are overweight or obese: a meta-analysis of physical and psychological health outcomes. Obesity Re views, v. 18, n. 1, p. 51–67, 2017. SALVO, V. et al. Mindful eating for overweight and obese women in Brazil: An exploratory mixed-methods pilot study. Nutrition and Health, p. 1–11, 2021. SALVO, V. et al. Comparative effectiveness of mind fulness and mindful eating programmes among low-income overweight women in primary health care: A randomised controlled pragmatic study with psychological, biochemical, and anthropometric outcomes. Appetite, v. 177, n. July 2021, p. 106131,SALVO,2022a. V. et al. Exploring perceptions about Min dfulness and Mindful Eating Programs for low-income wo men with overweight in primary health care. Nutrition and Health, p. 1–11, SEGUIAS,2022b.L.; TAPPER, K. The effect of mindful ea ting on subsequent intake of a high calorie snack. Appetite, v. 121, p. 93–100,WARREN,2018.J. M.; SMITH, N.; ASHWELL, M. A structured literature review on the role of mindfulness, min dful eating and intuitive eating in changing eating behaviou rs: Effectiveness and associated potential mechanisms. Nutri tion Research Reviews, v. 30, n. 2, p. 272–283, 2017. WINKENS, L. H. H. et al. Associations of mindful eating domains with depressive symptoms and depression in three European countries. Journal of Affective Disorders, v. 228, p. 26–32, 2018.Mindful
REFERÊNCIAS
peso
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022resultados8 não são conclusivos na literatura. Os benefí cios de mindful eating vão além do peso, se estendem aos relacionamentos familiares, profissionais, interpessoais. Abre-se um novo caminho para o praticante, recheado de mais autocuidado, autorrespeito, consciência, valores e flexibilidade psicológica desta abordagem, permitindo assim que as pessoas possam cuidar da saúde de maneira ampliada e melhorar a qualidade de .........................................................TemperandoEatingMindfulGREPICS(CRN3).dfulness(Califórnia)InstrutoraClínicadfulnesstroSobre........................................................vida.osautoresProfa.Dra.VeraSalvo-NutricionistapeloCenUniversitárioSãoCamilo.PósdoutoranostemasMineMindfulEating.EspecializaçãoemNutriçãoeTeoriaseTécnicasparaCuidadosIntegrativos.deMindfulness(UNIFESP),MindfulEatingeCultivodaCompaixãoBaseadoemMin(México).PrêmioDestaqueProfissional2019AutoradoMelhortrabalhocientíficodoCON2021.Autorado1ºprotocolobrasileirodeEatingeda1ªformaçãoprofissionalemMindfulnoBrasil.AutoradolivroPitadasdeconsciência–avidacomMindfulness
CRANE, R. S. et al. What defines mindfulness-ba sed programs? the warp and the weft. Psychological Medicine, v. 47, n. 6, p. 990–999, 2017. DREYFUS, G. Is mindfulness present-centred and non-judgmental? A discussion of the cognitive dimensions of mindfulness. Contemporary Buddhism, v. 12, n. 1, p. 41–54, 2011. DUNN, C. et al. Mindfulness Approaches and Wei ght Loss, Weight Maintenance, and Weight Regain. Current obesity reports, v. 7, n. 1, p. 37–49, 2018. EBERTH, J.; SEDLMEIER, P. The Effects of Mind fulness Meditation: A Meta-Analysis. Mindfulness, v. 3, n. 3, p. 174–189,KABAT-ZINN,2012. J. et al. Effectiveness of a medita tion-based stress reduction program in the treatment of an xiety disorders. American Journal of Psychiatry, v. 149, n. 7, p. 936–943,KRISTELLER,1992.
Eating: muito além do
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clínicaNutritional Management and Polycystic Ovary Syndrome
ABSTRACT: The nutritional management of Polycystic Ovarian Syndrome (PCOS) is essential for symptom im provement. It can be noted that a hypocaloric and low-car bohydrate diet may be favorable for the improvement of the clinical picture. Thus, the objective of the work was to define the best nutritional strategies for prevention and treatment for women with PCOS. This study combines a literature review that analyzes articles published between 2000 and 2022. The national databases were Google Scholar and Sci elo; in addition to the international database, PubMed for consultation and selection of scientific articles. The results obtained through this study were that hypocaloric diets, re gardless of diet composition, help in weight reduction and metabolic improvement. And low carb diets can help lower insulin resistance. However, further studies on the relation ship between PCOS, obesity and/or insulin and nutrition are still needed.
A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é o dis túrbio endócrino mais comum entre as mulheres, sendo que atinge cerca de 6% a 10% das mulheres (BOZDAG et. al., 2016). A etiologia dessa síndrome ainda é desconheci da, porém aponta alguns fatores para a sua gênese como: fatores genéticos, ambientais e endócrinos (FAGHFOORI et. al., 2017).Aintervenção precoce multidisciplinar se faz ne cessária para obter uma resposta adequada ao tratamento.
Manejo Nutricional e Síndrome do Ovário Policístico
RESUMO: O manejo nutricional da Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é essencial para a melhora da sintoma tologia. Pode-se notar que uma dieta hipocalórica e bai xa em carboidratos pode ser favorável para a melhora do quadro clínico. Assim, o objetivo do trabalho foi definir as melhores estratégias nutricionais para prevenção e trata mento para mulheres com SOP. Este estudo conjuga uma revisão de literatura que analisa artigos publicados entre 2000 e 2022. Foram as bases de dados nacionais: Google Acadêmico e Scielo; além da base internacional, PubMed para consulta e seleção dos artigos científicos. Os resulta dos obtidos através desse estudo foram que dietas hipoca lóricas, independente da composição da dieta, ajudam na redução de peso e na melhora metabólica. E as dietas low carb podem ajudar na diminuição da resistência à insu lina. Porém, ainda se faz necessário mais estudos sobre a relação da SOP, obesidade e/ou insulina e nutrição.
A maioria das sociedades recomendam que a mudança de estilo de vida deve ser prescrita com base em critérios objetivos – específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas e
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022situados10 dentro de um período (TEEDE et al., 2018).
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O presente trabalho realizou uma revisão inte grativa da literatura sobre como a Nutrição pode ajudar no tratamento e/ou na melhora do quadro clínico de mu lheres com a Síndrome do Ovário Policístico, que pos suem obesidade e/ou resistência à insulina. Foram as bases de dados nacionais Google Aca dêmico e Scielo; além da base internacional, PubMed para consulta e seleção dos artigos científicos. Assim, para a busca foram utilizados os seguintes descritores em por tuguês e em inglês: Síndrome dos Ovários Policísticos; Dieta; Nutrição; Polycystic Ovary Syndrome (PCOS); Diet; Nutrition. Foram utilizados também os operadores booleanos “E” e “AND” para fazer a soma dos termos rela tivos à Síndrome do Ovário Policístico e Nutrição. Foram considerados estudos publicados do ano de 2000 ao ano de 2022, nos idiomas português e inglês. Foram incluídos artigos que fizeram relação com o assunto. Para tanto, foi adotada a seguinte estratégia de busca na1.literatura:Forambuscados nas bases de dados artigos que contemplassem o descritor “Síndrome do Ovário Policís tico; Polycystic Ovary Syndrome (PCOS)”.
3. Realizou-se a busca com a combinação “Sín drome do Ovário Policístico E Dieta” e “Polycystic Ovary Syndrome (PCOS) AND diet”. Foram acrescidos os des critores “Nutrição” e “Nutrition”.
4. Foi feita a exclusão a partir da leitura de títulos e resumos, removendo-se os estudos que não relacionam ao tema.
Evidências científicas têm demonstrado benefí cios da dieta low carb (LCD) no manejo da SOP. Os re gimes de LCD que reduzem os níveis de IGF-1, glicose e insulina podem ter efeitos benéficos na função ovariana.
Dada a importância primordial do receptor de insulina e da hiperinsulinemia compensatória na indução do exces so de andrógeno em mulheres com SOP, a LCD também pode melhorar os sintomas relacionados ao hiperandro genismo (ZHANG et al., 2019).
5. Os estudos selecionados, por outro lado, segui ram para a etapa de leitura crítica e minuciosa e posterior interpretação dos dados. Por fim, foi feita a síntese dos resultados obtidos por todos os trabalhos avaliados. Para essa pesquisa foram utilizados artigos que se encaixam entre o ano de 2000 a 2022........
2. Foi adicionado o filtro “Clinical trial; Meta-A nalysis; Controle Randomizado; Revisão; Revisão Siste mática; Artigo de Revisão” nas bases de dados onde era possível realizar esta ação.
Resultados e Discussões ...........
Ainda não é consensual a terapia nutricional em relação a melhor composição, distribuição e adequação nutricional para o manejo da SOP. Sendo assim, esse estu do tem o objetivo de avaliar os tipos de dietas low carb e sua relação ..............SOP.Metodologia
Mediante os critérios de inclusão e exclusão de artigos, foram selecionados 15 artigos para a presente re visão, conforme apresentado no quadro 1. Destaca-se que foi verificada uma heterogeneidade em relação às estraté gias nutricionais para prevenção e tratamento para mu lheres com SOP, em relação a distribuição de macronu trientes, duração da dieta e/ou abordagem nutricional. A literatura atual demonstra melhores estratégias nutricio nais para prevenção e tratamento para mulheres com SOP que promovam melhora metabólica e a perda de peso. As mulheres portadoras de SOP têm maior risco de desenvolver obesidade e resistência à insulina (MELO et al., 2012; PONTES et al., 2012; ROMANO et al., 2011). O aumento do risco de diabetes tipo 2 e doença cardiovas cular na SOP está intimamente associado ao IMC. Mulhe res com SOP devem ser rastreadas para os elementos da síndrome metabólica no momento do diagnóstico (TEE DE et al.,Ademais,2018). a qualidade da dieta pode interferir em alterações metabólicas e endócrinas presentes em mulhe res com SOP, embora poucos estudos tenham investigado esse assunto, existe uma relação complexa de interrelação entre diferentes fatores nutricionais e as condições endó crinas. Assim, a dieta desempenha um importante papel na regulação do metabolismo dos esteróides sexuais (RO MANO et al., 2011; AZEVEDO et al., 2011). Além disso, há maior prevalência desses distúrbios em mulheres com SOP obesas comparado com as eutróficas, demonstrando que a obesidade está associada à piora do perfil metabó lico destas mulheres (ROMANO et al., 2011; PONTES et al., 2012).Manejo
Nutricional e Síndrome do PolicísticoOvário
Estudo clínico randomiza do (N= 48) Avaliar o efeito da dieta DASH na PCR e resistência à insulina em mulheres obesas com SOP. O grupo DASH obteve melho ras na resistência à insulina, níveis séricos de PCR, diminui ção da gordura abdominal.
Redução moderada da insulina basal e pós-prandial na dieta low-carb, o que a longo prazo pode melhorar questões repro dutivas e endócrinas.
MELO et al., 2012 Estudo transversal (n=332 mulheres) Identificar a prevalência de distúrbios metabólicos nas mulheres jovens com SOP.
AUTOR / ANO ESTUDO/ AMOSTRA OBJETIVOS RESULTADOS
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 11 Nutritional Management and Polycystic Ovary Syndrome clínica
A frequência da síndrome me tabólica foi 6 vezes maior no Grupo Síndrome dos ovários policísticos obesa em compa ração às mulheres controles de mesmo IMC MORAN et al., 2003 Estudo clínico (N= 45 mulheres) Avaliar os efeitos de dietas hipocalóricas (0-12 semanas) e isocalóricas (semanas 12-16), mudando a composição entre alta proteína e alto carboidra to. Houve melhoras metabólicas, principalmente no período de restrição calórica, indepen dentemente da composição dietética. Porém, a dieta alta em proteína pode melhorar de forma mínima, parâmetros bioquímicos.
ASEMI; 2015MAILLZADEH,ES
A aderência da dieta DASH por 12 semanas trouxe resultados positivos na mudança do IMC, AMH, resistência à insulina e no perfil metabólico.
Estudo clínico randomi zado (N = 60 mulheres obesas com SOP). Avaliar o efeito da dieta DASH na perda de peso, AMH (anti-Mullerian Hor mone) e perfil metabólico em mulheres com SOP.
O grupo KD (dieta cetogênica) perdeu mais peso e melhorou a glicose sanguínea e melhoran do a função hepática.
Quadro 1. Principais achados dos artigos analisados período 2010-2022.
AZEVEDO et al.,2011 Estudo transversal (N= 113 mulheres com SOP e um Grupo Controle com 242 mulheres saudá veis da população geral Investigar a prevalência de níveis pressóricos aumentados em pacientes com SOP e correlacionar os níveis de pressão arterial (PA) com outros fato res de risco cardiovascular. Mulheres com SOP apresenta ram valores médios superiores de índice de massa corpórea (IMC), circunferência da cintu ra (CC), triglicerídeos e glice mia de jejum em comparação ao Grupo Controle (p<0,01).
FARDFOROOZANetal.,2017
LI et al., 2021 Ensaio clínico randomiza do (N= 18 mulheres) Avaliar o efeito da dieta cetogênica em mulheres com síndrome do ovário policístico com disfunção hepática.
DOUGLAS et al., 2006 Estudo clínico - crossover (N= indeterminado). Verificar se dietas normocaló ricas (ricas em gorduras mo nosaturadas ou baixo carboi dratos) melhoram os quadros de sensibilidade à insulina e insulina basal, quando compa rada a uma dieta padrão.
AUTOR / ANO ESTUDO/ AMOSTRA OBJETIVOS RESULTADOS
As pacientes analisadas ma nifestaram média de índice de massa corpórea de 31,8±7,6. O percentual de pacientes obesas foi de 57,14%. Dentre os métodos de investigação de resistência à insulina, o índice de sensibilidade à insulina foi a técnica que mais identificou (56,4%) a presença de resistên cia à insulina nas mulheres com SOP. Em 87% das pacientes obesas, detectou-se a resistên cia à insulina.
PONTES et al., 2012 189 pacientes com síndro me dos ovários policísti cos Analisar a prevalência de re sistência à insulina de acordo com diferentes medidas antro pométricas e bioquímicas em mulheres com síndrome dos ovários policísticos.
ZHANG et al., 2019 Meta análise de ensaios clínicos randomizados (N= 327 mulheres) Avaliar o efeito de uma dieta pobre em carboidratos (LCD) em mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP). Dieta baixa em carboidrato, principalmente no tratamento a longo prazo, associado com baixo teor lipídico, pode ser recomendado para melhorar quadros clínicos (como redução de peso e melhora da sensibili dade insulinêmica)
ROMANO et al., 2011 Estudo transversal que incluiu 218 mulheres Comparar as características metabólicas de mulheres jovens do sudeste brasileiro, obesas e não obesas com SOP Mulheres obesas jovens com SOP apresentam maior fre quência de resistência insulínica, intolerância à glicose e síndrome metabólica do que as não obesas.
Legenda: SOP - Síndrome do Ovário Policístico; LCD - Low Carbohydrate Diet (Dieta Baixa em Carboidra tos); N - número; DASH- Dietary Approaches to Stop Hypertension (Abordagens Dietéticas para Interromper a Hipertensão); PCR - Proteína C reativa; PA - Pressão Arterial; IMC - Índice de Massa Corporal; CC- Cir cunferência da Cintura; CHO- Carboidratos; PTN- Proteínas; LIP- Lipídeos; AMH - anti-Mullerian Hormone (hormônio Anti-Mülleriano); KD - Ketogenic diet (dieta cetogênica); mmHg- milímetros de mercúrio.
Sabe-se que a adequação ponderal é um passo importante para o tratamento, pois a perda de peso por si só, auxilia na regulação metabólica e inflamatória. Es tudo realizado com 78 mulheres entre 18 e 45 anos com diagnóstico de SOP (com idade média de 26,3 ± 5,5 anos) mostrou que a obesidade nestas mulheres aumenta o fa tor de risco para certas doenças (como a cardiovascular) e que também há uma piora no perfil metabólico (SOU SA et. al., 2013). Isso afirma que uma leve diminuição de peso, cerca de 7%, numa paciente com SOP já pode me lhorar o seu quadro clínico (WITCHEL et al., 2019). Com relação ao perfil metabólico das mulheres avaliadas, é verificado uma prevalência de excesso de peso e obesidade nas amostras com Síndrome do Ovário Manejo Nutricional e Síndrome do PolicísticoOvário Quadro 1. Principais achados dos artigos analisados período 2010-2022.
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 202212
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 13 Policístico (AZZIZ et al., 2016; TSAI et al., 2013). É fun damental um olhar mais delicado na melhoria da rotina alimentar, já que tais diagnósticos resultam em diversos problemas inflamatórios e metabólicos que pioram o qua dro da doença (AZZIZ et al., 2016; TSAI et al., 2013). Es ses estudos afirmam que sobrepeso e obesidade são mais incidentes em mulheres com SOP do que as mulheres não portadoras.Mulheres portadoras da SOP, apresentam com mais frequência resistência à insulina. Esse fato indepen de da composição corpórea das portadoras e favorece um fator de risco aumentado para o desenvolvimento de dia betes tipo 2 (AZZIZ et al., 2016; TSAI et al., 2013). Além disso, a descompensação hormonal contribui para o acú mulo de gordura corporal e para a adiposidade visceral independente da presença de obesidade (MELO et al., 2012). Ainda, mulheres com SOP que manifestam a síndrome habitualmente apresentam distúrbios clínicos e metabólicos e esse risco aumenta em mulheres obesas. Portanto, verifica-se que, a variação hormonal do ciclo menstrual e da SOP resulta não somente em uma altera ção endócrina, mas também metabólica. Esta alteração espelha os sintomas da síndrome pré-menstrual e são mais prevalentes nas portadoras da síndrome (BRUGGE; MAZUR; CAVAGNARI, 2017). Intervenções nutricionais na rotina alimentar de uma paciente podem melhorar certas sintomatologias. Há vários tipos de dietas (low-carb, hipocalóricas, baixa proteína ou baixa gordura, cetogênica, entre outros). Para mulheres com SOP que apresentam sobrepeso/obesidade e/ou resistência à insulina, em geral, nota-se que dietas low-carbs e com restrição de calorias (hipocalóricas) ten dem a ter mais efeitos positivos, já que ajudam na redução do peso e na melhora do perfil glicídico. Porém, ser uma dieta baixa em carboidratos ou em qualquer outro macro nutriente não é o que realmente faz emagrecer, e sim a redução energética (NEVES, 2020). Para o manejo da obesidade, a dieta hipocaló rica se mostrou eficaz na redução de peso. O estudo de Farshchi e colaboradores (2007), diz que uma diminui ção de 200-500 calorias é um bom déficit. Corroborando com esse achado, Pasquali e estudiosos (2000) utilizando dietas 1220 a 1400 calorias, também obtiveram resultados positivos na redução de peso. Um ponto importante a se considerar é que a diminuição do peso ocorre indepen dentemente da composição da dieta, isso é, se ela é hi gh-carb, low-carb, alta em proteína, alta em gordura. O importante é que a dieta esteja em restrição calórica para que haja o controle ponderal. E para mulheres eutróficas, há a importância de controlar a alimentação e a ingestão energética para que elas não apresentem casos de sobrepe so (PASQUALI et al., 2000). Sobre o tratamento da SOP, se dá em 4 possíveis Nutritional Management and Polycystic Ovary Syndrome clínica
Para o manejo da sensibilidade à insulina, pode -se utilizar dietas baixas ou moderadas em carboidratos e alimentos de baixo índice/carga glicêmica. Os estudos onde se usaram dietas isocalóricas que utilizaram dietas low-carb, também obtiveram resultados positivos na di minuição da insulina basal e pós-prandial (DOUGLAS et al, 2006; MORAN, 2003).
Considerações Finais ..............
As dietas hipocalóricas também ajudam a man ter a insulina basal em níveis mais saudáveis (mesmo as tradicionais), porém apresentam mais efeitos de melhora clínica na resistência à insulina, quando associada com metformina (um fármaco usado em pacientes com resis tência à insulina e diabetes do tipo 2) (PASQUALI, 2000).
Nutricional
O estudo de Asemi e Esmaillzadeh (2015) mos trou resultados positivos na redução da gordura abdomi nal, resistência à insulina e níveis séricos de PCR. Outro estudo também obteve resultados semelhantes, mostran do diminuição do IMC, resistência à insulina e aumento dos níveis de SHBG (globulina ligadora de hormônios se xuais) (FOROOZANFARD et al., 2017).
Já a dieta cetogênica apresentou resultados melhores na redução de peso, glicose sanguínea e na melhora da fun ção hepática em mulheres com SOP, em relação ao grupo controle tratado com fármacos (LI et al., 2021).
O consenso criado sobre qual deve ser a primei ra linha de tratamento da síndrome do ovário policístico (SOP), é a prática de exercícios físicos (sair do sedentaris mo) e a mudança do estilo alimentar. Porém, só mudanças no estilo de vida parecem não ser efetivas a longo prazo (ESCOBAR-MORREALE et al., 2018). Depois de realiza da essa primeira fase, também há outros meios de tratar ou de tentar melhorar o quadro clínico da SOP, que é com medicamentos, mas estes não serão abordados neste estu do (TEEDE et. al., 2018).
O resultado do trabalho ratifica que a SOP esta belece uma forte relação com a obesidade e a resistência à insulina, podendo variar a sua prevalência de acordo com a população estudada e com o método utilizado para o diagnóstico. Os achados de estratégias nutricionais foram que dietas hipocalóricas são efetivas na redução de peso e na melhora do quadro metabólico. Outra abordagem que trouxe resultados positivos na questão insulinêmica foi a dieta low-carb e/ou de carboidratos/alimentos de baixo
Manejo e Síndrome do PolicísticoOvário
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NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022etapas14 e deve haver foco específicos e individualizado para cada sintoma/distúrbio para o indivíduo (FARSHCHI et al., 2007; ESCOBAR-MORREALE et al., 2018). As etapas são: Mudança no estilo de vida (dieta e exercício); tratar aspectos específicos (como: irregularidade menstrual, in fertilidade, anovulação e hirsutismo) e intervenções na dieta e exercício. Por último, intervenções farmacológicas. Visto que, dieta pode ser um fator importante para a ma nutenção da SOP, se faz importante estudos que relacio nam dieta e a síndrome (FARSHCHI et al., 2007). Por este motivo, Azevedo e colaboradores (2011), advertem para a importância de aderir estratégias tera pêuticas com o intuito de agir na redução de sobrepeso/ obesidade e dislipidemia, visando assim um controle mais adequado da pressão arterial nas pacientes que apresen tam SOP. Além disso, sugerem modificações no estilo de vida, como acatar dietas mais saudáveis combinadas com a prática regular de exercícios físicos. Pontes e colabora dores (2012) alertam que mulheres com SOP obesas de vem ser orientadas quanto à perda de peso com reeduca ção alimentar e exercício físico regular, enquanto aquelas com peso normal seguem de forma precoce essas orien tações quanto aos hábitos de vida saudáveis de maneira preventiva.A investigação de Zhang et al., (2019), procura avaliar a eficiência de uma dieta com ingestão de 45% ou menos de carboidratos para ajudar nos sintomas clínicos associados à SOP, em comparação com dietas tradicionais ou ricas em carboidratos. Foi achado, que tal intervenção pode reduzir consideravelmente o IMC (e consequente mente melhorar o perfil corporal) e os níveis séricos de colesterol total (CT) e LDL-C nessa população clínica. Em especial, LCD associada a um baixo teor de gordura (in ferior a 35%) e de longo prazo, isto é, superior a quatro semanas podem aumentar significativamente os níveis de FSH (hormônio folículo estimulante) e SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais) bem como, diminuir o ní vel de testosterona em pacientes com SOP.
Foi observado que dietas hipocalóricas são de ex trema importância para a melhora do quadro clínico em pacientes com excesso de peso, visto que uma leve redu ção ponderal pode acarretar diversas mudanças positivas. Algo importante a se comentar, é que a dieta independe da sua composição, destaca-se que se for hipocalórica pode auxiliar no manejo da SOP. Isso não quer dizer que a com posição não importa, porém não é uma regra que seja um só tipo de dieta. Já para o manejo da resistência à insulina, dietas baixas em carboidratos (principalmente os de alto índice glicêmico) se mostram eficazes em aumentar a sen sibilidade insulinêmica.
Nutritional
Polycystic
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 15 índice glicêmico.Agrande parte dos estudos possuem limitações devido às suas heterogeneidades, número de amostras pequenas, populações diferentes, conclusões, de certa for ma, precipitadas, metodologias um pouco falha/fraca. Por isso, se faz necessário mais estudos. A relação entre dieta de carboidratos e síndrome metabólica é extremamente complexa. Atualmente, não há consenso em relação a uma teoria unificada, e mais pesquisas são necessárias. No entanto, uma vez que o con trole adequado da ingestão de carboidratos na dieta diária tem efeitos definidos na prevenção e tratamento da sín drome metabólica, as intervenções dietéticas representam uma importante abordagem para melhorar os sintomas clínicos de pacientes com cos.PALAVRAS........................................................Brasília,deMestreUniversitárioCesarSobre........................................................SOP.osautoresAnnaFláviaAraújoRibeiroSant’Anna;GabrielBilardSilva-GraduandosemNutriçãodoCentrodeBrasília,Brasil.Profa.Dra.DanieladeAraújoMedeirosDias-emNutriçãoeSaúdepelaUniversidadeFederalGoiás.ProfessoraadjuntadoCentroUniversitáriodeBrasil.CHAVES-SíndromedosOváriosPolicístiDieta.Nutrição. KEYWORDS: Polycystic Ovary Syndrome. Diet. Nutrition. ........................................................RECEBIDO:........................................................23/6/22-APROVADO:10/8/22 REFERÊNCIAS ASEMI. Z.; ESMAILLZADEH, A. DASH diet, in sulin resistance, and serum hs-CRP in polycystic ovary syn drome: a randomized controlled clinical trial. Hormone and Metabolic Research = Hormon- Und Stoffwechselforschung = Hormones Et Metabolisme. v. 47, n. 3, p. 232–238, 2015. Dis ponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24956415/>. Acesso em: 15 fev. AZEVEDO,2022.M. F. et al. Níveis pressóricos elevados em mulheres com síndrome dos ovários policísticos: pre valência e fatores de risco associados, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 33, p. 31–36, 2011. Disponível em: ticjMrSBsm/abstract/?lang=pt>.<https://www.scielo.br/j/rbgo/a/8YFn8s6FPFW9DnDcAcessoem:11mar.2022.AZZIZ,R.Newinsightsintothegeneticsofpolycysovarysyndrome.
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RESUMO: Evidências sugerem que a deficiência de vita mina D aumente o risco para o desenvolvimento do Dia betes mellitus tipo 2 (DM2). Visando avaliar a suplemen tação de vitamina D em indivíduos com DM2 e efeito no controle metabólico, como redução da resistência insulí nica, hemoglobina glicada e glicemia de jejum, este estudo realizou uma revisão de literatura publicada entre os anos 2016 a 2021 nas principais plataformas científicas. Os re sultados encontrados demonstraram que a suplementação de vitamina D parece ser eficaz no controle metabólico de pacientes portadores de DM2. O tempo e dosagem da su plementação devem ser ressaltados, diante da associação de causa e efeito. Contudo, não há consensos sobre dose e tempo de suplementação. Conclui-se que a vitamina D pode exercer um papel protetor, retardando a progressão do DM2 somente em indivíduos com deficiência.
Introdução
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 17
A Relação entre a Suplementação de Vitamina D e o Diabetes Mellitus tipo 2
ABSTRACT: Evidence suggests that vitamin D deficien cy increases the risk of developing type 2 diabetes mellitus (DM2). Aiming to evaluate vitamin D supplementation in individuals with DM2 and its effect on metabolic control, such as reduced insulin resistance, glycated hemoglobin and fasting glucose, this study carried out a review of the literature published between the years 2016 to 2021 on the main scientific platforms. The results showed that vitamin D supplementation seems to be effective in the metabol ic control of patients with DM2. Relevant points, such as time and dosage of supplementation should be highlighted, given the association of cause and effect. However, there is no consensus on dose and supplementation time. In conclu sion, vitamin D could afford a protective role, delaying the progression of DM2 only in individuals with deficiency.
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A vitamina D (Vit D) também é conhecida como calciferol que possui duas formas, vitamina D2 (Ergocal ciferol) e vitamina D3 (Colicalciferol), ambos são próhormônios hidrolisados primeiro em 25-hidroxivitamina D no fígado e em seguida em calcitriol (1,25-dihidroxivi tamina D-1,25 (OH) D) no rim. Pode ser obtida de forma endógena na pele após exposição aos raios ultravioleta (UV- B) e pela alimentação. Estudos epidemiológicos de monstram que a prevalência de deficiência de Vit D está presente em diversas regiões do mundo e apesar de estar relacionada ao metabolismo ósseo, também se relaciona com outros quadros como câncer, doenças cardiovascu lares, inclusive no controle metabólico e prevenção das complicações no Diabetes Mellitus tipo 2 (AHMED et al., 2020; JORGE et al., 2018; ZAKHARY et al., 2021).
The Relationship between Vitamin D Supplementation and Type 2 Diabetes Mellitus funcionais
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Os descritores utilizados para a busca (DeCS/ MeSH) foram “Obesidade”, “Diabetes mellitus tipo 2”, “Vi tamina D”, “Deficiência de Vitamina D”, “suplementação”, “hemoglobina glicada”, “resistência insulínica” e “Homa -IR”. Após a busca, os artigos selecionados foram avalia dos de acordo com os critérios de inclusão e de exclusão, a fim de garantir o sucesso da pesquisa.
Critérios de exclusão: artigos em animais e ges tantes, cartas ao editor, relatos de caso.
Como a vit D é atualmente considerada como um potencial fator de risco para o desenvolvimento do DM2 torna-se importante avaliar se níveis séricos adequados de Vit D que podem melhorar o controle metabólico ou re duzir o risco de DM2. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito da suplementação de Vit D em in divíduos com DM2 e verificar o tempo e dosagem neces sários para promover melhora na sensibilidade insulínica, hemoglobina glicada e glicemia de jejum.
Considerando os critérios anteriores, foram en contrados 271 estudos, dos quais 259 foram excluídos de vido aos seguintes motivos: duplicados, não disponíveis na integra, e incompatíveis com os objetivos do trabalho.
Ao final, 12 artigos foram selecionados para compor os resultados desta revisão da literatura. ................ Resultados .....................
Critérios de inclusão: Artigos de revisão sistemá tica, metanálise, ensaios clínicos randomizados, disponí veis na íntegra, dentro do período especificado (2016 a 2021), na língua portuguesa, inglesa e espanhola.
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Trata-se de estudo de revisão de literatura no qual foram consultados artigos científicos publicados nas prin cipais plataformas científicas, sendo elas: National Library of Medicine (PubMed), Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS) e Medline Scientific Eletro nic Library Online (SciELO) entre os anos 2016 a 2021.
O receptor de vitamina D (VDR) é encontrado em todos os tecidos responsivos à insulina, bem como nas células β-pancreáticas. A deficiência de Vit D pode ser um dos fatores ambientais responsáveis pelo risco de desen volvimento de DM2 (MAEDA et al., 2014; MORRÓ et al., 2020; PARK et al., 2018).
Estudos mostram que a Vit D pode desempenhar papel na ativação da resposta imune e inflamatória e pode prevenir a destruição das células beta pancreáticas. Esse status de proteção possivelmente ocorra devido a inibição das citocinas pró-inflamatórias como IL-1, IL-6, TNF-α envolvidas na resistência insulínica. Outros mecanismos propostos são estimulação direta da secreção de insulina por meio do receptor de Vit D nas células pancreáticas e melhora da resistência periférica à insulina via receptores de Vit D nos músculos e fígado (YU et al., 2018). De fato, há uma relação inversa entre níveis sé ricos adequados de vit D e risco DM, portanto a suple mentação em pacientes com DM2 pode melhorar o con trole glicêmico, como redução da hemoglobina glicada (Hb1Ac), concentração sérica de insulina e a Resistência à Insulina em curto período de tratamento (HU et al., 2019).
A Relação entre a Suplementação de Vitamina D e o Diabetes Mellitus tipo 2
Os 12 artigos selecionados apresentaram dados importantes a respeito da correlação entre suplementação de Vit D e DM2, além de outras análises como dose, tem po de administração e possíveis benefícios na sensibilida de à insulina, redução da hemoglobina glicada (Hb1Ac) e glicemia de jejum.
Métodologia ...................
O Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente com graus variados de deficiência na síntese e na secreção de insulina pela células β-pancreáticas e resistência à ação da insulina em tecidos periféricos, como músculo, tecido adiposo e fígado. Segundo a Organização Mundial da Saú de (OMS), atinge aproximadamente 537 milhões de pes soas com diabetes no mundo e pode chegar a 643 milhões em 2030 (SBD, 2019; IDF, 2019).
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 202218
Na revisão sistemática conduzida por Zakhary et al. (2021) foi avaliado o papel protetor da suplementação de Vit D e complicações do DM2 em 1.374 indivíduos de ambos os sexos. Quando compararam o grupo suplemen to e placebo, observou-se que a suplementação entre 5000 UI (unidades internacionais) e 40.000 UI por 3 a 6 meses reduziu a Hb1Ac, glicemia de jejum, resistência à insuli na, além de impactos positivos na neuropatia e nefropatia diabética.Este outro estudo reuniu 20 ensaios clínicos com 2.703 indivíduos com DM2 classificados em eutrofia, so brepeso e obesidade. A suplementação de Vit D variou de 20 UI/dia a uma dose única de 300.00UI, com tempo mé dio de seguimento de 3 meses. Os desfechos encontrados foram redução do Homa-IR, associada a uma redução não significativa dos níveis de glicemia de jejum e de Hb1Ac nos indivíduos com DM2 em comparação com o grupo placebo (LI et al.,2018).
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 19 UI/dia de Vit D durante 8 semanas e grupo controle. No final do estudo, observaram a redução de 1% na Hb1Ac e o aumento significativo das proteínas Irisina e Sirtuína 1 (SIRT1) no grupo suplementado. Os parâmetros glicemia de jejum, insulina, HOMA-IR não apresentaram redução significativa em ambos os grupos. Este estudo avaliou o impacto da suplementação de Vit D na resistência à insulina e danos oxidativos na população idosa. Foram recrutados 98 participantes com deficiência de Vit D portadores DM2 ou não. A amostra foi dividida em três grupos: DM2 com deficiência, grupo com deficiência sem DM2 e grupo controle. O grupo DM2 com deficiência e com deficiência sem DM2 receberam a suplementação de 2.000UI de Vit D por três meses. Após este período, observaram que a suplementação de Vit D reduziu o nível de dano oxidativo ao DNA em linfócitos no grupo DM2 com deficiência, além de uma redução de 0,5% na Hb1Ac (WENCLEWSKA et al.,2019). No seu ensaio clínico, Gulseth et al. (2017) ava liaram o efeito da suplementação de Vit D na sensibilida de e secreção de insulina em 62 indivíduos com DM2 e deficiência de Vit D (25-hidroxivitamina D, 25[OH]-D) <50 nmol/L). Todos os participantes receberam dose úni ca de 400.000 UI de vitamina D ou placebo. Após 4 se manas o grupo com deficiência com concentração sérica de 25[OH]-D <100nmol/L recebeu uma dose adicional de 200.000 UI. Após 6 meses de estudo, a concentração sérica de vitamina D aumentou de 38 nmol/L para 96 nmol/L e após 73 nmol/L e 53nmol/L após 4 semanas, 3 e 6 me ses respectivamente. Já o grupo placebo apresentou níveis iniciais de 36 nmol/L e ao longo de 6 meses passou para 38 nmol/L. Também foi observado que a sensibilidade à insulina, produção endógena de glicose e controle glicê mico não apresentaram diferença entre os grupos. Como desfecho final, a suplementação com doses supra fisioló gicas de vitamina D em pacientes com DM2 e deficiência não alterou a sensibilidade ou a secreção de insulina. Khan et al. (2018), em um ensaio clínico ran domizado, avaliaram a eficácia da suplementação de Vit D no controle glicêmico de pacientes com DM2 e com deficiência. Neste estudo com seguimento de 6 meses foram avaliados 140 pacientes de ambos os sexos, com idade média de 55 anos e valores de 25[OH]-D abaixo de 20ng/ml. Foram divididos em dois grupos (Vit D + Me tformina) e grupo Metformina. O grupo suplementado recebeu 50.000 UI/semana por 12 semanas. Os resultados encontrados após 3 meses de seguimento demonstraram que houve redução na hemoglobina glicada no grupo su plementado com Vit D + metformina quando comparado Na revisão sistemática e meta-análise de Lee et al. (2017), foram avaliados 29 estudos, incluindo 3.324 par ticipantes durante o período médio de 12 semanas com o objetivo de avaliar a suplementação de Vit D e redução dos níveis de Hb1Ac e glicemia de jejum em indivíduos com DM2. Após a suplementação entre 400UI/dia a 450.000UI em dose única, o estudo encontrou uma redução discre ta (0,32%) da Hb1Ac em relação ao grupo placebo, sem achados importantes no controle da glicemia de jejum. Mirhosseini et al. (2017) em sua metanálise mostraram que a suplementação de 4.200UI/dia por 28 semanas em indivíduos com DM2 reduziu a glicemia de jejum, Hb1Ac e Homa-IR.Wu et al. (2017) avaliaram a eficácia da suple mentação de Vit D na redução da Hb1Ac e glicemia de jejum. A amostra foi formada por 921 indivíduos por tadores de DM2 eutróficos, com sobrepeso e obesidade. Nesse estudo, o grupo suplementado com ou sem defici ência recebeu doses entre 400 UI/dia a 300.000 UI dose única. Após 48 semanas, a suplementação associou-se com níveis reduzidos de glicemia de jejum e Hb1Ac nos indivíduos deficientes, isto é, entre 25 a 50 nmol/L e com Índice de Massa Corporal (IMC) <30kg m2. Os pesqui sadores concluíram que a suplementação de Vit D pode ser eficaz no controle glicêmico em indivíduos com DM2, sem obesidade e com deficiência de Vit D. A eficácia da suplementação de Vit D no contro le glicêmico foi avaliada em 1374 pacientes com DM2. Amostra foi dividida em três grupos, intervenção em cur to prazo, intervenção em longo prazo e placebo. A suple mentação de Vit D em curto prazo (menos de 6 meses) apresentou redução significativa na Hb1Ac e insulina de jejum quando comparado com o grupo placebo. Contudo não houve redução significativa na glicemia de jejum en tre os três grupos (HU et al., 2019). Lemieux et al. (2019) em seu estudo randomizado e duplo-cego, com 96 adultos de ambos os sexos que apresentavam níveis séricos de Vit D abaixo de ≤55 nmol/L, obesidade visceral, pré-diabe tes e DM2. Foram divididos em grupo intervenção que recebeu 5000 UI/dia de vit D até atingir o nível sérico de 25[OH]-D ≥75 nmol/L e grupo controle recebeu placebo por 6 meses. Ao final do estudo, observaram um aumento significativo na sensibilidade à insulina, função das célu las β, principalmente nos participantes com pouco tempo de diagnóstico de DM2. No ensaio clínico randomizado realizado por Sarfapour et al. (2020), 96 indivíduos com DM2, deficien tes em Vit D, com IMC maior que 25 kg/m2 foram ran domizados em dois grupos: suplementação com 50.000 The Relationship between Vitamin D Supplementation and Type 2 Diabetes Mellitus funcionais
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), embora exista uma associação entre baixos níveis de Vit D e risco de diabetes mellitus (DM) (SBD, 2019), os resultados dos estudos clínicos se mostram controversos. Pittas et al. (2019), em seu estudo duplo-cego e randomi zado, com 2.423 indivíduos e seguimento médio de 2,5 anos, a suplementação de 4.000 UI/ de vitamina D3 dia riamente não diminuiu o risco de progressão para o DM2 nos indivíduos sem deficiência de Vit D quando compara dos com o Pontosplacebo.relevantes como tempo e dosagem da su plementação devem ser ressaltados diante da associação de causa e efeito. Os valores de referência também devem ser considerados, já que não apresentam consensos entre as diretrizes de tratamento. Segundo as Diretrizes da So ciedade Americana de Endocrinologia e as recomenda ções da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabo logia (SBEM), as concentrações séricas de Vit D abaixo de 20 ng/mL (50 nmol/L) são classificadas como deficiência; entre 20 e 29 ng/mL (50 e 74 nmol/L) como insuficiência e entre 30 e 100 ng/mL (75 e 250 nmol/L) como suficiência (HOLLICK et al., 2011; MAEDA et al., 2014). Já o Comitê do Institue of Medicine (IOM) publicou um relatório so bre as recomendações dietéticas de Vit D, considerando níveis deficientes valores abaixo de 20ng/mL (ROSS et al., 2011). Em diversos estudos é possível observar que con centrações séricas de 25[OH]-D abaixo de 30 ng/mL (75 nmol/L) foram consideradas deficientes, diferentemente dos valores aceitos pelas diretrizes apontadas. A Socieda de Americana de Diabetes (American Diabetes Associa tion, ADA) (2018) ressalta que não há evidências suficien tes de que a suplementação com Vit D promova melhora no controle glicêmico em indivíduos com diabetes sem deficiência.Atualmente, a concentração sérica de vit D é o principal indicador do status da Vit D, que reflete tanto a produção endógena quanto a obtida pela alimentação e suplementação. A ingestão diária recomendada (RDA) para a população adulta varia de 600 a 800 UI/ dia (ROSS et al., 2011). Segundo a Sociedade Americana de Endo crinologia, os valores recomendados são suficientes para a manutenção da saúde óssea e função muscular. Porém doses elevadas, como 4.000 UI/dia, que representa o li mite superior tolerável (UL) e até 10.000UI/dia, podem ser necessárias para corrigir a deficiência de Vit D, desde que o indivíduo siga em acompanhamento para evitar a toxicidade (HOLLICK et al., 2011). Nos resultados desta revisão, as dosagens suplementadas variaram de 20UI/dia até 450.000UI administradas em dose única. É evidente que a obesidade é fator de risco para DM2 e deficiência de Vit D (LESPESSAILLES; TOUMI, 2017). Um dos mecanismos propostos para a redução da concentração sérica de Vit D em indivíduos com obesi dade ou sobrepeso é o aumento da adiposidade (ROSS et al., 2011). Esse excesso de tecido adiposo sequestra a Vit D, além da menor exposição ao sol decorrente do estilo de vida dessa população (REN et al.,2021).
Corroborando com esses achados, um estudo re alizado com 232 indivíduos com obesidade grave, obser vou deficiência de Vit D, vitamina B12 e zinco em 48,7% da amostra (ERNST et al., 2009). Reforçando a relação entre obesidade e deficiência de Vit D, Stein et al. (2009) descreveram que para cada 1 kg/ m2 ganho no IMC, houve uma redução de 1,3 nmol/l de 25[OH]-D sérica. As alterações que ocorreram nesse gru po reforçam os resultados encontrados em nossa revisão, uma vez que os indivíduos eutróficos e com sobrepeso apresentaram melhores resultados na redução da resis tência à insulina e melhora significativa da Hb1Ac após a suplementação.Assirtuínas têm sido alvo de estudos terapêuti cos relacionados ao DM2. São um conjunto de enzimas importantes para regulação do metabolismo da glicose, A Relação entre a Suplementação de Vitamina D e o Diabetes Mellitus tipo 2
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022com20 o grupo que recebeu apenas a metformina. No ensaio clínico randomizado controlado por placebo conduzido por Mousa et al. (2017), foi avaliado o efeito da suplementação de Vit D sobre a sensibilidade ou secreção da insulina em adultos com deficiência de Vit D, sobrepeso ou obesidade. A amostra foi composta por 65 adultos de ambos os sexos entre 25 e 41 anos. Foram con siderados pacientes deficientes em Vit D aqueles que apre sentaram concentração de 25[OH]-D ≤50 nmol/L. Esses indivíduos foram aleatoriamente designados para receber uma dose única de 100.000 UI de Vit D, seguida de 4000 UI/dia ou um placebo correspondente por 16 semanas. Os resultados mostraram um aumento significativo da Vit D em comparação com o placebo, porém os grupos Vit D e placebo não apresentaram diferença na sensibilidade à insulina ou secreção de insulina. Os autores reforçam os seus achados, declarando que a suplementação de Vit D não é uma estratégia eficaz para reduzir o risco de desen volvimento do DM, mesmo em populações com deficiên cia de Vit ..................D.
Discussão .....................
Diante, dos resultados encontrados não há evi dências suficientes para recomendar a suplementação de vitamina D em indivíduos com DM2 que não possuam deficiência. Por outro lado, parece que a vitamina D tem papel de proteção no risco e progressão do DM2 somente em indivíduos deficientes, porém, não há consenso entre as diretrizes sobre dose e tempo de suplementação. Sem dúvidas, é necessário, a realização de mais estudos para ampliar o esclarecimento do papel da vitami na D na prevenção e tratamento do DM2 com o objetivo de amenizar as limitações encontradas nessa revisão como heterogenicidade das amostras como IMC, variabilidade genética, tempo de doença, e valores consensuais de defi ciência de vitamina
glicada.2.PALAVRAS-CHAVE:........................................................emFederationPaulo.pelaCamilo.duaçãoUniversidadeduadaduadatárioPós-GraduaçãopeloemçãoSobre........................................................D.osautoresDra.PaulaSimõesGarcia-GraduadaemNutripeloCentroUniversitárioSãoCamilo.EspecializaçãoNutriçãonasDoençasCrônicasNãoTransmissíveisHospitalAlbertEinstein.GraduandadoCursodeemNutriçãoClínicadoCentroUniversiSãoCamilo.Dra.RenataCristianeDacioleCegantine-GraemNutriçãopelaUniversidadePaulista.Pós-graemFormaçãodeEducadoresemDiabetespelaPaulista.GraduandadoCursodePós-GraemNutriçãoClínicadoCentroUniversitárioSãoProfa.Dra.PatríciaCruz-MestreemCiênciasFaculdadedeSaúdePúblicadeUniversidadedeSãoEducadoraemDiabetespelaInternationalDiabetes(IDF).DocentedoCursodePós-GraduaçãoNutriçãoClínicadoCentroUniversitárioSãoCamilo.Obesidade.DiabetesmellitustipoVitaminaD.DeficiênciadevitaminaD.HemoglobinaResistênciainsulina. KEYWORDS: Obesity. Type 2 diabetes mellitus. Vitamin D. Vitamin D deficiency. Glycated hemoglobin. Insulin resis tance. ........................................................RECEBIDO:........................................................4/7/22–APROVADO:15/8/22 REFERÊNCIAS AHMED, L.H.M.; BULTER, A.E.; DARGHAM, S.R. et al. Association of vitamin D2 and D3 with type 2 diabetes complications. BMC Endocr Disord., v.20, n.1, p.65, 2020. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. 4. Lifestyle Management: Standards of Medical Care in Diabetes-2018. Diabetes Care, v.41(Suppl 1), p.S38-S50, 2018. DAI, H.; SINCLAIR, D.A.; ELLIS, J.L. et al. Sirtuin activa The Relationship between Vitamin D Supplementation and Type 2 Diabetes Mellitus funcionais
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 21 secreção de insulina, sensibilidade à insulina e a captação de glicose pelo músculo (DAI et al., 2018). A irisina é uma miocina que eleva o gasto energético por estimular o es curecimento dos adipócitos brancos, geralmente secreta da após atividade física. Estudos recentes mostram como possível estratégia terapêutica para obesidade e DM2. (PE RAKAKIS et al., 2017). Esses conceitos convergem com os achados de Sarfapour et al. (2020), cujos indivíduos com DM2 quando suplementados com Vit D apresentaram au mento significativo da Irisina e da SIRT1 concomitante à redução da hemoglobina glicada (Hb1Ac). Estudos demonstram que a deficiência de Vit D é mais frequente na população idosa. Fato que pode ser explicado parcialmente pela baixa ingestão, comorbida des relacionadas e interação medicamentosa (KUPISZ -URBAŃSKA; PŁUDOWSKI; MARCINOWSKA-SU CHOWIERSKA, 2021). As alterações do sistema trato gastrointestinal como hipocloridria, acloridria, que redu zem a absorção intestinal, podem diminuir a habilidade do intestino de absorver a Vit. D. Outro dado importante que pode levar a deficiência é envelhecimento cutâneo que reduz a capacidade de síntese de Vit D (MACHADO; GOMES JR; MARINHEIRO, 2014). Nesta revisão observou-se um efeito positivo na suplementação de Vit D em idosos com DM2 e níveis baixos de Vit D. Dalgård et al. (2011) demonstraram que os níveis séricos de Vit D elevados atuam como fator de proteção para o risco de DM2 em indivíduos idosos re cém diagnosticados. No mesmo estudo observaram um aumento da Hb1Ac na amostra com níveis séricos de Vit D abaixo de 50 nmol/L. Os autores concluíram que a su plementação de vitamina D3 poderia auxiliar no controle glicêmico de idosos portadores de DM2. ..................
Conclusão
.....................
de Vitamina D e o
tipo 2
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A Relação entre
RESUMO: Os transtornos alimentares (TA) são cada vez mais frequentes entre universitários dos cursos de nutri ção, sendo os de maiores prevalências a anorexia nervosa (AN) e a bulimia nervosa (BN). Este trabalho teve como objetivo analisar os fatores de risco para o desenvolvi mento desses transtornos. Foi realizada uma revisão de literatura com publicações dos últimos 9 anos. Consta tou-se que a pressão estética a qual os universitários são submetidos, aliada à atual cultura da magreza, propagada pelas mídias sociais, além de um ambiente obesogênico, o estresse e a mudança de hábitos alimentares pela entra da no ensino superior e a presença de excesso de peso, são fatores que podem acarretar no desenvolvimento dos transtornos alimentares. Concluiu-se que existe a neces sidade de um amplo debate em âmbito acadêmico sobre o tema, além de mais possibilidades de pesquisas na área, para que a ciência da nutrição tenha um manejo mais hu manizado na prevenção dos transtornos alimentares em universitários.
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Fatores Determinantes para Transtornos Alimentares em Estudantes de
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 23
em Nutrição saúde públicaDetermining
ABSTRACT: Eating disorders are increasingly frequent among university students in nutrition courses, with the highest prevalence being anorexia and bulimia. This study aimed to analyze the risk factors for the development of these disorders. A literary review was carried out, analyz ing publications from the last 9 years. It was found that the aesthetic pressure to which university students are subjected, combined with the current culture of thinness, propagated by social media, in addition to an obesogenic environment, stress and change in eating habits due to entry into a higher education and the presence of overweight, are factors that can lead to the development of eating disorders. It was con cluded that there is a need for a broad academic debate on the subject, in addition to more research possibilities in the area, so that the science of nutrition has an increasingly hu manized management in the prevention of eating disorders surrounding university students.
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Introdução
Nas sociedades atuais, há uma conexão entre be leza e saúde. A pressão de um corpo esteticamente aceitá vel está atrelada às práticas para se alcançar um corpo sau dável. Contudo, a obsessão pela perfeição faz com que em muitos casos a saúde seja colocada em risco decorrente de condutas inadequadas que podem ocasionar distúrbios alimentares (MARTÍN, 2016). Os TA são alterações nocivas no comportamen to alimentar caracterizadas por períodos de privação ou compulsão ou pelo uso de alguns métodos compensató Graduação Factors for Eating Disorders in Undergraduate Nutrition Students
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022rios24 para o controle de peso (BRASIL, 2020). A prevalên cia de TA em todo o mundo atualmente é de 0,5 a 3,7% (BERMUDEZ; MACHADO; GARCIA, 2016). Dentre os TA caracterizados pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) os mais comuns são a AN e a BN (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIA TION, 2013).AAN se caracteriza pela restrição severa da in gestão alimentar, o que acarreta um emagrecimento signi ficativo. Ainda, há um medo intenso do aumento de peso e alteração da imagem corporal. Segundo o DSM-5, a BN caracteriza-se por episódios recorrentes de compulsão ali mentar e comportamentos compensatórios, como vômi tos autoinduzidos, uso indevidos de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, jejum, ou exercício em excesso.
Fatores Determinantes para Transtornos Alimentares em Estudantes de GraduaçãoNutriçãoem
A AN é o TA que tem maiores taxas de morbi mortalidade, principalmente causados por suicídio e complicações clínicas devido a inanição e desequilíbrio dos sais minerais no corpo, o que culmina muitas vezes em arritmias cardíacas. A mortalidade em mulheres com AN é aproximadamente 12 vezes maior que em mulheres saudáveis. Muitos pacientes negam a doença e omitem informações, portanto é importante atentar-se aos sinais e sintomas, como emagrecimento excessivo, a irregularida de menstrual, a hipoglicemia, a má cicatrização da pele e a intolerância ao frio (CORDÁS et al., 2021).
Os TA são transtornos psiquiátricos multifato riais com sérias complicações físicas e psicológicas. Eles afetam maiormente adolescentes e adultos jovens do sexo feminino. Contudo, alguns estudos relatam maior dificul dade de tratamento em homens com TA, pois tendem a minimizar os sintomas por considerá-los uma questão menos masculina. Estes transtornos estão ligados a uma maior prevalência de ansiedade e depressão em compa ração com a população em geral (PURKIEWICZ et al., 2021).
O presente estudo foi realizado a partir de uma revisão de literatura disponível acerca da prevalência de AN e BN em universitários do curso de nutrição. Foram utilizados artigos científicos publicados em revistas, jor nais e periódicos. A pesquisa de artigos foi feita nas ba ses eletrônicas Scielo e PubMed, os termos usados foram: transtornos alimentares, anorexia nervosa, bulimia ner vosa, estudantes e nutrição; além de seus nomes traduzi dos para o inglês: eating disorders, anorexia nervosa, buli mia nervosa, students and nutrition. Foram considerados artigos publicados a partir do ano de 2012 a 2021 para a inclusão nesta revisão, e excluídos, consequentemente, artigos publicados antes desse período.
................ Metodologia ....................
Esse TA é mais comum do que a AN, até 3% das mulheres e mais de 1% dos homens sofrem com a BN durante a vida (VAN EEDEN; VAN HOEKEN; HOEK, 2021).
A ciência da Nutrição tem como responsabilida de a prevenção de doenças e a promoção da saúde, e atua inclusive no tratamento dos TA (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2018, 2021). Contudo, em mui tos casos o nutricionista é visto como um profissional da estética (MENDES; NAKASU, 2020). E sua aparência física se torna um meio de avaliação da sua capacidade técnica, especialmente em profissionais que atuam com a nutrição clínica. Desta forma, cria-se uma insatisfação com seu corpo que muitas vezes se inicia ainda durante a graduação (ARAUJO, 2015). Mediante o exposto, é importante compreender a razão que torna esse grupo de futuros profissionais da saúde mais vulnerável a TA. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi analisar alguns dos fatores que contribuem para o desenvolvimento de TA em estudantes do curso de graduação em nutrição.
Na BN, assim como na AN, ocorre a alteração na percepção da autoimagem, porém os indivíduos nor malmente não apresentam redução acentuada da massa corporal, pois há episódios de compulsão alimentar. Esse descontrole frente ao alimento é o que frequentemente le va-os a buscar ajuda (BARLOW, 2016). Os sinais clínicos mais comuns são a letargia, o sangramento nasal e as feridas no esôfago devido a indução do vômito (ROCHA et al., 2020).Estudantes universitários da área da saúde apre sentam alta incidência de TA. Esse número é ainda maior em graduandos do curso de Nutrição. Um estudo epide miológico, observacional, transversal com 165 universi tárias do curso de nutrição, apontou que 38,8% apresen taram alteração na percepção da imagem corporal e alto risco de desenvolvimento de TA (REIS; SOARES, 2017).
Além disso, Piovezan et al. (2016) por meio de um estudo transversal, verificaram que 19,3% das universitárias ana lisadas faziam uso de substâncias para a diminuição do ......... Resultados e Discussão ..........
O culto à magreza é paradoxal, já que na socieda de atual há um bombardeio midiático de alimentos com alta densidade energética. A popularização dos aplicativos de delivery, principalmente na pandemia da COVID-19, favoreceu o consumo de fast-foods, como pizzas, hambúr gueres e outros tipos de lanches (BOTELHO; CARDOSO; CANELLA,Durante2020).a graduação, muitos estudantes sofrem mudanças no estilo de vida, que envolvem principalmente seus hábitos sociais e alimentares, visto que a vida uni versitária demanda grandes esforços, com muitos prazos e metas, o que frequentemente leva à depressão e à an siedade (LIPSON; SONNEVILLE, 2017). Dessa forma, os cuidados com a alimentação podem ser deixados de lado, o que possibilita o ganho de peso e aumenta a probabilida de de TA (KESSLER; POLL, 2018). Ademais, o ambiente alimentar universitário não favorece escolhas alimentares saudáveis. Os estabelecimentos que comercializam ali mentos dentro dos campus disponibilizam em sua maio ria alimentos processados e ultraprocessados (FRANCO et al., 2020).Aanálise feita por Silva et al. (2012) a partir da aplicação de questionários sobre atitudes alimentares e imagem corporal, com 175 alunas com média de idade de 21,54 anos, indicou que graduandas em nutrição com so brepeso e obesidade apresentam 5 a 9 vezes mais chances de insatisfação com a imagem corporal e alto risco de TA. O uso de dietas muito restritivas, além de demonstrarem um reganho de peso devido a alterações metabólicas, são preditores para o desenvolvimento de TA por tornar es ses indivíduos mais propensos a quadros de compulsão alimentar (OLIVEIRA; FIGUEREDO; CORDÁS, 2019).
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 25
Concluiu-se que, a alta prevalência de TA em estudantes de graduação em Nutrição deve-se a fatores como a pressão estética, devido a crença de que profis sionais da nutrição devem ser magros, em contraposição a influência do ambiente obesogênico; ao alto nível de estresse devido a maiores responsabilidades advindas da entrada ao ensino superior, o que resulta muitas vezes, na adoção de estilos de vida menos saudáveis; a presença de excesso de peso e a adoção de dietas inadequadas. É de ex trema importância que os TA sejam um assunto debatido de forma frequente e humanizada durante a graduação e que se desenvolva um número maior de pesquisas na área, para que a nutrição possa cooperar de forma crescente na promoção de saúde dos TerapianalçãonologiaçãoNogueiraSobre........................................................indivíduos.osautoresJéssicaCrizantoManhãesdeAlmeida;MarinaBatista-GraduandasnoBachareladoemNutri(UniversidadeEstáciodeSá-UNESA).Dra.LarissaLeandrodaCruz-DoutoraemTecdeAlimentos(UENF).MestraemSaúdeeNutri(UFOP).Pós-graduadaemNutriçãoClínicaFuncio(VP).Nutricionista(UFOP).Profa.Dra.RaylaneNunesFigueira-MestraemIntensiva(SBT).EspecialistaemSegurançado peso, como moderadores de apetite, laxantes e chás.
O sobrepeso é determinado por inúmeras vari áveis, como fatores sociodemográficos e psicológicos. A visão biomédica e mecanicista do ser humano, presente também no campo da nutrição, não traz bons resultados para o tratamento do sobrepeso por limitar-se a contagem de calorias e restrição de alimentos, o que pode contribuir para o adoecimento psíquico e a maior prevalência de TA (TORRES, 2016).
Conclusão .....................
O comportamento alimentar reflete muito além das necessidades fisiológicas básicas e tem como um dos determinantes principais o aspecto emocional e o socio cultural, no qual se enquadra a influência da mídia (BIT TAR; SOARES, 2020). De acordo com Assis, Guedine e Carvalho (2020), a exposição de corpos magros consi derados “belos” e a divulgação de produtos voltados ao emagrecimento nas redes sociais, estão diretamente asso ciadas a comportamentos alimentares disfuncionais por parte dos estudantes de nutrição.
Poínhos (2015) realizou um estudo baseado em questio nários preenchidos por universitários de diversas áreas, sendo 154 estudantes de nutrição e 263 de outros cursos e verificou que os alunos de nutrição foram os que apresen taram maiores níveis de restrição dietética.
Determining Factors for Eating Disorders in Undergraduate Nutrition Students saúde pública
O ato de alimentar-se, apesar de uma necessida de fisiológica, também é um provedor de sensações, como prazer, alegria e satisfação, além de remeter à memória as mais diversas lembranças. Porém, muitos indivíduos per cebem a alimentação como algo nocivo e desencadeiam sentimentos negativos, como medo, culpa e aversão pe rante a comida. Este fato pode ser um importante indica dor para o desenvolvimento de TA (MANOCHIO et al., .................2020).
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NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022alimento26 (SENAC/RJ). Pós-graduada em Nutrição Mater no Infantil (FUNNY). Especialista em Alergia Alimentar (UNILEYA). Nutricionista (Faculdade Redentor).
nervosa.PALAVRAS-CHAVE........................................................FACISA).-Transtornosalimentares.AnorexiaBulimianervosa,Estudantes.Nutrição. KEYWORDS – Eating disorders. Anorexia nervosa. Buli mia nervosa. Students. Nutrition. ........................................................RECEBIDO:........................................................10/5/22–APROVADO:20/6/22 REFERÊNCIAS AMERICAN
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Fatores Determinantes para Transtornos Alimentares em Estudantes de GraduaçãoNutriçãoem
e
Identificação e Quantificação de Resíduos Sólidos Recicláveis e Não Recicláveis Produzidos em uma Unidade de Alimentação e Nutrição
ABSTRACT: The production of solid waste is one of the main problems related to sustainability within a UAN. In order to create and implement efficient strategies from eco logical point of view, it is necessary to understand the reality of the UAN and know what waste produced. Thus, the main of this work was identify and quantify the waste produced during 5 days in the lunch in the restaurant of UFFS cam pus Realeza. It was observed that the main waste produced was plastic (56.5%), and that activities related to the storage of raw materials were the ones that most produced waste (54.5%).
A UAN em questão apresentou uma quantida de de resíduos sólidos per capita menor que o relatado na literatura e também uma destinação final adequada.
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The UAN in question presented a smaller amount of solid waste per capita than the reported in the literature and also an adequate final destination.
Diante disso, o número de refeições consumidas fora do domicílio aumentou substancialmente (VEIROS; PROENÇA, 2010). A Pesquisa de Orçamento Familiares (POF) de 2017-2018 apontou que cerca de 32% do total das despesas das famílias brasileiras com alimentação foi destinada a alimentação fora do domicílio (IBGE, 2019).
Com o aumento da procura pelo serviço, aumen tou também o número de locais especializados na produ ção de refeições nutricionalmente equilibradas e seguras, do ponto de vista higiênico-sanitário. As chamadas Uni dades Produtoras de Refeições (UPRs), ou Unidades de Identification and Quantification
of Recyclable and Non-Recyclable Solid Waste Produced in a Food and Nutrition Unit food service
Introdução Os processos de urbanização e industrialização resultaram no aumento da concentração de pessoas nos grandes centros urbanos e em mudanças no estilo de vida da população. Consequentemente, os padrões de consu mo alimentar também passaram por alterações, sendo es tas influenciadas, principalmente, pela entrada da mulher no mercado de trabalho e pelo ritmo acelerado da nova rotina (MARIOSA; ALVES., 2019).
RESUMO: A produção de resíduos sólidos é um dos prin cipais problemas relacionados à sustentabilidade dentro de uma UAN. Para que se possa criar e implementar es tratégias eficientes do ponto de vista ecológico é necessá rio compreender a realidade da UAN e conhecer quais os resíduos que se produz. Dessa forma o objetivo deste tra balho foi identificar e quantificar os resíduos produzidos durante 5 dias na refeição almoço no RU da UFFS campus Realeza. Observou-se que o principal resíduo produzido foi o plástico (56,5%), e que as atividades referentes à esto cagem de matérias primas foi a que mais produziu resídu os (54,5%).
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 27
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022Alimentação28 e Nutrição (UANs), visam fornecer tal servi ço e promover a saúde de coletividades (FRANÇA et al., 2019). Dentro do contexto das UANs surgem os Restau rantes Universitários (RUs), que tem por objetivo fornecer alimentação balanceada e por um preço acessível para es tudantes e funcionários do ensino superior, em nível fe deral e estadual. Esses são considerados importantes na redução dos índices de evasão escolar e até na melhora do desempenho acadêmico dos discentes (CORAL; PFITS CHER, 2013).Embora o crescimento desse setor cause impacto positivo na economia, as atividades relacionadas às etapas de produção de gêneros alimentícios e de refeições podem causar danos ao meio ambiente. Posto que tais atividades produzem grande quantidade de resíduos sólidos, além de demandar muitos recursos naturais (VEIROS; PROEN ÇA, 2010; ARAÚJO et al., 2015). Dentro de uma UAN, um dos principais proble mas relativos à sustentabilidade é a geração de resíduos sólidos. Um estudo realizado com 19 UPRs no município de São Paulo, que buscou identificar os rejeitos gerados, apontou que plásticos e restos orgânicos representaram 35% do total de sólidos produzidos (CASTRO et al., 2015). Outro estudo apontou ainda que cerca de 50 kg (32%) do lixo produzido em uma UAN de uma metalúrgica foi oriundo do pré-preparo das refeições e que cerca de 18% deste, ou seja, quase 10 kg, eram resíduos não alimentares (MARIOSA; ALVES, 2019). Diante disso, fica evidente que a adoção de me didas sustentáveis, que visem a diminuição da geração de resíduos sólidos, recicláveis ou não, é de suma im portância (ALVES; UENO, 2015). Para que seja possível traçar e implementar estratégias eficientes, de um ponto de vista sustentável, é necessário conhecer a realidade da UAN, identificar quais atividades estão relacionadas com a maior produção de resíduos e quais são esses resídu os. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi identificar e quantificar os resíduos orgânicos não recicláveis e não orgânicos recicláveis gerados em uma unidade de alimen tação e nutrição do município de Realeza-PR. ............... Material e Métodos ..........
Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e descritivo, no qual foram identificados e pesados os re síduos sólidos orgânicos não recicláveis e não orgânicos recicláveis gerados pela produção de refeições no RU da
Identificação e Quantificação de Resíduos Sólidos Recicláveis e Não Recicláveis Produzidos em uma Unidade de Alimentação e Nutrição
*Resíduos
Tabela 3. Total de resíduos sólidos, gerados durante 5 dias, referente ao almoço, em uma UAN, no mês de junho de 2022 em Realeza, PR, divididos por tipo de resíduo. Tipos de resíduos Kg % 0,650 3 12,0 56,5 8,6 40,5 21,25 100 sólidos compreendem o total de resíduos avaliados, ou seja, orgânicos não recicláveis e recicláveis. orgânico não reciclável; ²Resíduo não orgânico reciclável.
Guardanapo/papel toalha¹
Tabela 2.
Tabela 1. Total de refeições servidas e total de resíduos sólidos*, gerados durante 5 dias, referente ao almoço, em uma UAN, no mês de junho de 2022 em Realeza, PR. N° de refeições Resíduos sólidos (Kg) de resíduos ou seja, orgânicos não recicláveis e recicláveis. Total de resíduos sólidos* durante 5 dias, referente ao almoço, em uma UAN, no mês de junho de 2022 em Realeza, PR, separados por área. 11,6 54,5 refeições 9,65 45,5 21,25 100 sólidos compreendem o total de resíduos avaliados, ou seja, orgânicos não recicláveis e recicláveis.
avaliados,
Segunda-feira 209 6,5 Terça-feira 225 2,1 Quarta-feira 253 7,3 Quinta-feira 185 2,7 Sexta-feira 150 2,7 TOTAL 1022 21,25 *Resíduos sólidos compreendem o total
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 29
gerados
TOTAL
Dia da semana
Papelão²
Área Kg % Estoque
¹Resíduo
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Realeza, Paraná. Para isso, foi utilizada a metodologia descrita por Alves e Ueno (2015), mediante algumas adaptações. Dessa forma, ocorreu a identificação e quantificação de resíduos sólidos orgânicos não recicláveis, e não orgânicos recicláveis ge rados pela produção da refeição almoço, durante 5 dias, entre 7h e 14h. Foram consideradas duas áreas de geração de resíduos, área de estoque e área de processamento de refeições. A área de estoque compreendeu a geração de resíduos rela cionados ao recebimento, armazenamento de gêneros ali mentícios e guarda de amostras, enquanto a área de pro Identification and Quantification of Recyclable and Non-Recyclable Solid Waste Produced in a Food and Nutrition Unit food service
Plástico²
Processamento de
*Resíduos
TOTAL
Embora este estudo tenha apresentado algumas limitações como curto período de duração e a não quan tificação de resíduos orgânicos, os resultados encontrados representam dados importantes para que se possa iniciar o reconhecimento da realidade da produção de resíduos do RU da UFFS campus Realeza. Já em relação ao destino que é dado aos resídu os, considera-se este um ponto positivo, uma vez que o RU está inserido em um município que se preocupa com questões ecológicas, e que busca sempre melhorar as es tratégias e ações a respeito.
Na Tabela 2 pode-se observar o mon tante produzido em cada uma das duas áreas que foram avaliadas neste trabalho. A Tabela 3 apresenta o total de resíduos produ zidos separados por tipo. Pode-se observar que o plásti co representa mais da metade do lixo produzido na UAN durante os 5 dias, atingindo o total de 12kg. O montante de plástico observado demonstrou-se menor do que o ob servado por Alves e Ueno (2015) nas mesmas áreas e em período semelhante, esses encontram o total de 19,1kg de resíduos plásticos. Entretanto, o total de refeições obser vado pelos autores foi maior que o total encontrado neste estudo. Constatou-se que os resíduos plásticos eram oriundos principalmente das embalagens de alimentos perecíveis como arroz, feijão, lentilha e macarrão. Contu do observou-se também que muitas das caixas de papelão na qual os insumos chegavam na UAN estavam embala das em plástico.Emrelação ao papelão, observou-se que ao lon go dos 5 dias foram produzidos 8,6kg, que representaram 40,5% do total de resíduos. Esse valor é menor do que o va lor encontrado por Alves e Ueno (2015) que foi de 20,7kg. Todo o papelão contabilizado nesse estudo foi oriundo da área de estoque uma vez que durante o período observa do nenhum ingrediente utilizado possuía embalagem de papelão. Ademais, durante os 5 dias não foram gerados na UAN resíduos do tipo lata e vidro. No tocante à destinação final dos resíduos é de responsabilidade da prefeitura municipal de Realeza. Os guardanapos e papéis toalha são recolhidos juntamente ao lixo orgânico uma vez que esses não são recicláveis. A coleta desse tipo de material é realizada por um caminhão da prefeitura duas vezes por semana e encaminhado ao aterro sanitário da cidade. Já a coleta dos resíduos reciclá veis é realizada uma vez por semana, também por um ca minhão da prefeitura, porém este segue para a Associação de Apoio aos Agentes Ambientais de Realeza (APARA). A APARA atua em parceria com a prefeitura do muni cípio sendo responsável pela segregação, enfardamento e comercialização dos resíduos.
........
Considerações Finais ..............
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022cessamento30 de refeições, os resíduos produzidos durante a produção de refeições (ALVES; UENO, 2015).
O total de resíduos produzidos pela UAN duran te 5 dias referentes a refeição do almoço está representado na Tabela 1. O per capita encontrado foi 0,020 kg/comen sal/dia, resultado bem abaixo do relatado na literatura, Alves e Ueno (2015) encontraram o um per capita médio de 0,177 kg/comensal/dia, enquanto Spinelli e Cale (2009) encontraram 0,450 kg/comensal/dia. Entretanto, neste estudo não foram contabilizados os resíduos sólidos or gânicos, o que pode justificar os resultados inferiores em comparação com o que foi relatado na literatura citada. Com relação a área que mais produziu resíduos, o estoque apresentou maior montante representando 54,5% do total produzido pela UAN. Esse resultado corrobora com o encontrado por Araújo e colaboradores (2015), que observaram que 36,9% do total de resíduos produzidos em UAN foi proveniente da área de recebimento. Vale res saltar que, nesse trabalho, a área de estoque compreende os resíduos oriundos do recebimento de mercadorias, as embalagens utilizadas pela UAN para armazenar as maté rias-primas e para guarda de amostras das preparações, as quais devem ser colhidas diariamente. Enquanto a área de processamento de refeições contabilizou o montante gera do pelas embalagens dos alimentos que foram utilizados durante o período.
Os resíduos foram categorizados em resíduos orgânicos não recicláveis (papel toalha e guardanapos) e resíduos recicláveis (papel, papelão, plástico, vidro e lata). A quan tificação foi realizada por meio da pesagem dos materiais utilizando uma balança de plataforma Digi-tron®, para objetos grandes, e uma balança de bancada Rmuza®, para os .........menores.Resultados e Discussão ..........
Posto que este é o primeiro estudo realizado acerca da temática na UAN em questão, vale ressaltar a importância da elaboração de mais pesquisas, de modo a abordar a questão de forma mais completa. Identificação e Quantificação de Resíduos Sólidos Recicláveis e Não Recicláveis Produzidos em uma Unidade de Alimentação e Nutrição
Identification and Quantification of Recyclable and Non-Recyclable Solid Waste Produced in a Food and Nutrition Unit food service
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 31 MeioPALAVRAS-CHAVE:........................................................saúdedaderadoderalTécnicaUniversidadeSilva-UniversidaderadoSobre........................................................osautoresProfa.Me.CarolinedeMamanOldra-DocenteCursodeNutriçãodaUniversidadeFederaldaFronteiSul(UFFS).MestreemCiênciasAplicadasàSaúdepelaEstadualdoOestedoParaná(UNIOESTE)CampusFranciscoBeltrão,PR.BárbaraNascimentoMichels;KarenCristinedeOliveira-GraduandasdoCursodeNutriçãodaFederaldaFronteiraSul(UFFS).GabrielaSandri–Nutricionista.ResponsáveldoRestauranteUniversitáriodaUniversidadeFedaFronteiraSul(UFFS)-CampusRealeza.Profa.Dra.ElisCarolinadeSouzaFatel-DocenteCursodeNutriçãodaUniversidadeFederaldaFronteiSul(UFFS).MestreemciênciasdasaúdepelaUniversiFederaldeLondrina(UEL).Doutoraemciênciasdapelamesmainstituição.Serviçosdealimentação.Resíduos.ambiente. KEYWORDS: Food service. Waste products. Environment. RECEBIDO:........................................................9/8/22–APROVADO:25/8/22 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE REFEIÇÕES COLETIVAS - ABERC. Mercado Real. 2021. Disponível em: https://www.aberc.com.br/mercado-real/. Acesso em: 29 mai. 2022. ALVES, M. G.; UENO, M. Identificação de fontes de geração de resíduos sólidos em uma unidade de alimentação e nutrição. Revista Ambiente & Água, v. 10, p. 874-888, 2015. ARAÚJO, E. M. L. et al. Sustentabilidade e geração de resíduos em uma unidade de alimentação e nutrição da cidade de Goiânia–GO. Demetra: alimentação, nutrição & saúde, v. 10, n. 4, p. 775-796, 2015. CASTRO, S; SPINELLI, M. G. N; MATIAS, A. C. G. Sustentabilidade ambiental em unidades produtoras de re feições da região central do município de São Paulo. Revista Simbio-Logias, v. 8, n.11, p.114-126, 2015. CORAL, M. N.; PFITSCHER, E. D. Análise de sus tentabilidade: aplicação parcial do modelo. SIGOGEA em um restaurante universitário de uma instituição pública fe deral. II SINGEP e I. S2IS. São Paulo, SP: 2013. FRANÇA, I. R. et al. Avaliação e percepção de sus tentabilidade ambiental em unidades produtoras de refeições de clubes paulistanos. Revista Univap, v. 25, n. 49, p. 68-79, 2019. MARIOSA, S T; ALVES, M K. Identificação de Re síduos em uma Unidade de Alimentação e Nutrição. Ensaios e Ciência C Biológicas Agrárias e da Saúde, v. 23, n. 2, p. 161165, 2019.RODGERS, S. Food service research: An integrated approach. International Journal of Hospitality Management, v. 30, n. 2, p. 477-483, 2011. VEIROS, M. B.; PROENÇA, R. P. C. Princípios de sustentabilidade na produção de refeições. Nutrição em pau ta, v. 102, p. 45-49, 2010.
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O Le Cordon Bleu também se orgulha das suas instalações de última geração e da sua dedicação em man ter seus cursos sempre atualizados com a mais recentes tecnologias, viabilizando a colocação dos seus alunos no Mercado.Estamos felizes em compartilhar nossas receitas utilizando as técnicas clássicas e modernas ensinadas nas nossas ................escolas.
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Com mais de 120 anos de experiência no ensino da Gastronomia, o Le Cordon Bleu é líder mundial com sua rede de Institutos de Ensino da Arte Culinária e Ad ministração da OferecendoHospitalidade.umaampla gama de cursos de gran de prestígio como: Cuisine, Pâtisserie, Boulangerie e di versos cursos de curta duração disponíveis nas unidades de São Paulo e Rio de Janeiro. A rede de 35 escolas em 20 países gradua mais de 20 mil estudantes por ano.
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1. Ferver a água, a manteiga em pedaços, o sal e o açúcar numa caçarola. Quando levantar fervura, coloque a farinha peneirada e misture bem com uma espátula até que a massa fique como uma bolinha de textura lisa e bri lhante. Colocar essa massa em um bowl e adicionar os ovos um por um. 2. Colocar essa massa em um saco de confeitar des cartável e dar forma. 3. Assar em forno de lastro a 160°C por aproxima damente 45 a 60 minutos - até que seque totalmente Cremoso de Chocolate
1. Ferver o leite e o creme de leite. 2. Bater as gemas com o açúcar 3. Colocar o líquido aos poucos em cima da mistura de gemas e voltar a cozinhar o creme inglês a 84°C 4. Verta o creme sobre o chocolate. Misture até ho de Chocolate
Ingredientes .................... Massa choux 250 ml de água 125 g de manteiga 4 g de sal 8 g de açúcar 125 g de farinha de trigo 225 ml de ovo Glaçagem de Cacau 4 g de gelatina em pó 24 g de água 60 g de creme de leite 40 g de cacau em pó 100 g de açúcar 56 g de ...........águaProgressão Receita..................
NUTRIÇÃO EM PAUTAAGOSTO 2022 33 mogeneizar e leve para a geladeira até firmar Glaçagem de Cacau 1. Hidrate a gelatina com as 24 g de água 2. Leve todos os ingredientes ao fogo e ferva até ob ter uma mistura homogênea 3. Fora do fogo, adicione a gelatina Sobre oChefautorPatrick Martin - Executive & Technical Director Le Cordon Bleu Anima PALAVRAS-CHAVE........................................................-Manteiga.Açúcar.Ovos KEYWORDS – Butter.Sugar. Eggs .......................................................RECEBIDO:........................................................10/7/2022–APROVADO:10/8/2022 REFERÊNCIAS “L’École de la Pâtisserie” - Le Cordon Bleu® institute - Larousse.
EAD PROFISSIONAL NUTRIÇÃO EM PAUTA V E J A O S N O V O S C U R S O S E A D E M W W W . N U T R I C A O E M P A U T A . C O M . B R Suplementos Esportivos Fitoterapia Nutrição e Estética Mindful Eating Nutrição e Pediatria Nutrição no Envelhecer Estratégias para Emagrecimento Microbiota Instestinal Cirurgia Bariátrica Nutrição e Esportes
emEsportivaNutriçãoWellnessNutriçãoClínica Nutrição MicrobiomaeIntestinalNutricionalGenômica PÓS SÃO CAMILO PÓS PÓS graduação graduação Nutrição GESTÃO DE NEGÓCIOS EM ALIMENTAÇÃO O curso MBA em Gestão de Negócios em Alimentação do Centro Universitário São Camilo busca possibilitar o aprimoramento e a capacitação de uma grande parcela de profissionais que almejam gerir um negócio próprio ou de terceiros no segmento de alimentação. Confira também nossos outros cursos na área de MestradoStrictoNutrição:SensuProfissionalemNutrição–doNascimentoàAdolescênciaNOVO CURSO NOVO CURSO Acesse nosso QR-Code e saiba mais dos cursos presenciais, a distância e em outros polos. 0300 017 8585 saocamilo-sp.br