ROTEIRO DA OASE 2020
IGREJA E SOCIEDADE PELA DIGNIDADE DAS MULHERES Arquivo OASE
A proteção da dignidade de mulheres e homens está na base da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948): Os seres humanos nascem livres e iguais, tanto em direitos como em dignidade. À luz da fé, confessamos: Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança. Significa que todo homem e toda mulher têm a mesma dignidade, sendo a igualdade um direito fundamental ao ser humano. No entanto, é necessário reconhecer que, por causa do nosso pecado, individual e coletivo, Pª Carmen Michel Siegle muitas pessoas sofrem a violação dos seus direitos e dignidade, em especial as mulheres e meninas. Na atualidade, mais do que os homens, as mulheres são privadas dos seus direitos econômicos, políticos, sociais e culturais. No Brasil, as mulheres recebem, em média, 20% menos do que os homens para desempenhar as mesmas funções e trabalham, em média, até sete horas a mais do que os homens, se consideradas as atividades formais e informais na semana. Embora sejam elas as que mais estão presentes na comunidade, são as que menos participam de cargos representativos e dos espaços de decisões. Segundo o Mapa da Violência 2017, o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking da violência contra a mulher. E segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a violência praticada dentro de casa é a maior causa de mortes ou deficiências para mulheres e meninas entre 16 e 50 anos. Hoje, o que para a lei é considerado crime, violência contra a mulher é reconhecida pela igreja como um pecado contra a vida. A violência abala profundamente a imagem de Deus, tanto na pessoa que sofre a violência como na pessoa que a pratica. Ninguém tem o direito de machucar, de ferir a imagem de Deus que há em nós. Imagem de Deus não combina com violência. Imagem de Deus combina com relações de paz, com diálogo, compreensão, com a valorização da vida, da dignidade, dos direitos de cada pessoa. 90
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