Revista Setor Agro&Negócios

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OPINIÃO Por Eldemar Neitzke

BRASIL: produzindo grãos com competência

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FOTO: WENDERSON ARAUJO/TRILUX/CNA

Eldemar Neitzke É formado em Administração, com mestrado em Gestão Estratégica, MBA em Marketing Estratégico e pós-graduado em Gestão Empresarial, Diretor da N & N Gestão de Estratégias Comerciais.

nosso país é constantemente bombardeado por informações dos mais diversos meios de comunicação internos e externos sobre os prejuízos causados ao meio ambiente mediante a exploração do agronegócio. Vamos analisar alguns indicadores que trazem a realidade do que está acontecendo na prática e quais as influências ao meio ambiente na produção de alimentos para a população mundial. O Brasil produziu em 1980 50,8 milhões de toneladas de grãos e a taxa de urbanização era de 67,6%; em 1990 foram 58,2 milhões de toneladas e taxa de urbanização de 75,6%; em 2000, 83 milhões toneladas com taxa de urbanização 81,2%; em 2010, 149 milhões de toneladas de grãos e taxa de urbanização de 83,3%. Em 2020, a safra alcançou 256,95 milhões de toneladas com taxa de urbanização de 84,4 %. Em 40 anos aumentamos a produção de grãos em mais de 400%. Todavia a urbanização é uma

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tendência mundial e, a exemplo do que encontramos em países de primeiro mundo, as luzes das cidades atraem os jovens em busca de um novo horizonte de oportunidades. Em relação à produtividade, verificamos que na safra 1972/73, a média alcançada de milho era de apenas 1.424 kg/hectare, sendo que na safra de 2019/2020 foi de 5.577 kg por hectare. A média da soja sal-

Em 40 anos aumentamos a produção de grãos em mais de 400%. Todavia a urbanização é uma tendência mundial e as luzes das cidades atraem os jovens em busca de um novo horizonte de oportunidades.

tou de 1.748 kg/hectare na safra 1.976/77 para 3.379 kg/hectare na safra 2019/2020. Números fantásticos com aumento de 292% na produtividade de milho e de 128% de soja – fruto de pesquisas, melhoramentos genéticos, correções de solo, tecnologia, novas fronteiras agrícolas e profissionalização das atividades. Temos muito o que fazer, mas estamos num caminho promissor. Um aspecto importante é que o Brasil hoje é o 3º maior mercado pet do mundo, exigindo uma produção significativa de rações dos mais variados tipos, além do aumento expressivo da produção de peixes, que se soma aos mercados de aves, suínos e bovinos. O estudo da EMBRAPA, confirmado pela NASA, demonstra que o Brasil protege e preserva a vegetação nativa em mais de 66% de seu território e cultiva apenas 7,6% das terras. A Dinamarca cultiva 76,8%, dez vezes mais que o Brasil; a Irlanda produz 74,7%; os países baixos, 66,2%; o Reino Unido 63,9%; e a Alemanha 56,9%. Assim, o aumento da necessidade de consumo de proteínas pelo mundo, que na média já está com sua capacidade produtiva e hídrica comprometida, faz com que nosso país tenha oportunidades infinitas de ganhos de escalas para produzir em equilíbrio com o meio ambiente. Somos ainda aprendizes nesse cenário do comércio mundial, que envolve milhões de dólares, o que exige da nossa população manter-se bem-informada sobre esse contexto, pois o agronegócio é um dos principais diferencias mediante o cenário da COVID-19. O setor está mantendo o saldo positivo da balança comercial, ajudando no crescimento do nosso PIB. Por isso, devemos continuar avançando em todas as frentes de conhecimento: tecnológicas, genéticas e com mão de obra capacitada para enfrentar os desafios impostos pelo mercado. É fundamental mostrar a competência de fazer mais com menos, preservando e sendo um país comprometido com o bem-estar da humanidade.


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