its Teens Joinville - 53

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Revista Its Teens Joinville nยบ 53 2020 | R$ 13,50


CURTA AS NOSSAS

PÁGINAS. A Revista ITS reúne muito conteúdo, informação e fotos. E reúne também a galera de todos os colégios. Não fique de fora dessa.

TAMO JUNTO

na escola,

TAMO JUNTO

no mundo.

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Grupo ND Fundador e Presidente Emérito “in memoriam” Mário J. Gonzaga Petrelli Presidente Executivo Marcello Corrêa Petrelli | mpetrelli@ndtv.com.br Diretor Comercial Gilberto Kleinübing | gilberto.k@ndtv.com.br Diretor Administrativo e Financeiro Albertino Zamarco Jr. | albertino@ndtv.com.br Diretor de Planejamento e Estratégia Derly Massaud de Anunciação Diretor de Conteúdo Luís Meneghim | meneghim@ndmais.com.br Diretor Regional Florianópolis Roberto Ivan Bertolin | bertolin@ndtv.com.br Diretor Regional Joinville Silvano Silva | silvano@ndtv.com.br Diretor Regional Itajaí e Blumenau Cristian Vieceli | cristian@ndtv.com.br Diretor Regional Criciúma Gabriel Costa Habeyche | gabriel.habeyche@ndtv.com.br

editorial

Depois de quase oito meses longe da rotina escolar, alunos da rede municipal de ensino de Joinville, ainda que em capacidade reduzida, retornaram à sala de aula no início do mês de novembro. Com todas as medidas de segurança de acordo com o Plano de Contingência desenvolvido para a área de educação, as unidades acolheram os estudantes e professores que durante todo esse período tiveram que se desenvolver longe da escola, mas conectados pelos diferentes meios disponibilizados para o desenvolvimento do ensino. Na matéria de capa desta edição, o tema de retorno às aulas é o nosso destaque. Visitamos um Centro de Educação Infantil (CEI) e uma unidade de Ensino Fundamental, do primeiro ao nono ano, para acompanhar o funcionamento da nova rotina e ouvir dos alunos sobre como foi todo esse período longe da escola. Além disso, apesar do retorno, o atendimento do ensino segue no modelo híbrido e sendo ofertado pela plataforma Educa Joinville, produções impressas e, também, com transmissões pela rádio. Por isso, abordamos sobre os bastidores dos roteiros e produções de conteúdos para transmissão na Joinville Cultural FM 105.1. Além desses temas, a revista também destaca uma exposição virtual feita por um CEI com divulgação dos trabalhos produzidos pelas crianças da unidade no primeiro semestre, enquanto em outra unidade escolar o projeto Alunos Digitais segue sendo ofertado, ainda que no meio digital. Boa leitura!

Diretor Regional Oeste Cristiano Mielczarski | cristiano.mielczarski@ndtv.com.br

Com carinho, Renata Bomfim

A Revista its é uma publicação da Editora Notícias do Dia Editora Renata Bomfim | renata.bomfim@portalits.com.br Designer Gráfico Leonardo Messias de Jesus Coordenador de Operações Rodrigo Oliveira | rodrigo@ndmais.com.br NÚCLEO COMERCIAL REDE Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro Fabiano Aguiar | fabiano@ndtv.com.br Atendimento Regional Rio Grande do Sul e Paraná Diego Ibarreta | diego.ibarreta@ndtv.com.br

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#falhanoss

Na editoria “Capa”, publicada na última edição 52, na página 25, a legenda da foto feita na Escola Municipal Adolpho Bartsch é de 2019, não 2009. Na editoria “Eja”, publicada na última edição 52, a frase em destaque na página 29 é de Rosangela, não Rosana.

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#mandapau

Este espaço é seu: tem algum projeto bacana sendo produzido na escola ou que já foi feito, mas vale estar nas páginas da its teens? Manda a sua sugestão aqui, ó: renata.bomfim@portalits.com.br

Gerente Comercial Joinville Flavia Borba Vieira | flavia.vieira@ndtv.com.br Gerente Comercial Blumenau Jackeline Moecke | jackeline@ndtv.com.br

Relembre as edições anteriores. Aponte a câmera do seu celular para este tas código de QR Code e tenha todas as revis is icipa mun as escol nas s uzida prod its teens de Joinville a apenas um toque.

Gerente Comercial Itajaí Felipe Muchenski | felipe.m@ndtv.com.br EXECUTIVOS CONTAS SC - Sul Jéssica Falk | jessica.falk@ndtv.com.br Florianópolis Crystiano Parcianelli | crystiano.parcianelli@ndtv.com.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de inteira responsabilidade de seus autores. É permitida a reprodução total ou parcial de reportagens e textos, desde que expressamente citada a fonte. Tiragem: 3.235 exemplares NÃO VACILA, FALA AÍ (47) 3419-8000 Pontos de distribuição: Escolas de Rede Municipal de Joinville

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#osculpado



conteúdo

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Educação financeira Cultura pop No divã Wi-fi Tecnologia Com encontros uma vez por semana, estudantes da Escola Municipal Prefeito Baltasar Buschle aprendem a usar ferramentas online em encontros virtuais

20 Rádio

Com adaptações dos módulos postados na plataforma Educa Joinville, iniciativa leva propostas pedagógicas e conteúdos para alunos desde o berçário até a Eja

22 Capa 30 Educação Infantil

Iniciativa do CEI Jardim Sofia contou com os trabalhos desenvolvidos no primeiro semestre pelas crianças da unidade

32 Galerias 42 Saideira 6

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educação financeira

Black Friday, mitos e verdades Neise do Nascimento

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Black Friday surgiu nos Estados Unidos em 1621. É uma data comemorada após o dia de Ação de Graças (26/11) e marca um evento nesta época onde nativos americanos se juntam a colonos ingleses para uma ceia em comemoração às boas colheitas do ano. O termo Black Friday foi utilizado para designar coisas diferentes. O registro do uso do termo vem de 1869, quando dois acionistas de Wall Street resolveram comprar grandes quantidades de ouro dos Estados Unidos esperando vender por preços mais altos. Mas em setembro daquele ano, numa sexta-feira, o mercado do ouro quebrou e diversos investidores de Wall Street foram arruinados. No Brasil surgiu em 2010 e é um dos principais eventos no comércio eletrônico. Em 2018 gerou um faturamento de R$ 2,6 bilhões para o e-commerce brasileiro. Em 2019, a Black Friday aconteceu durante o mês inteiro de novembro, gerou um faturamento que chegou a R$ 11,95 bilhões e a região sudeste do Brasil foi a que mais vendeu. E no dia principal da Black Friday, 29 de novembro, as vendas se concentraram em 20,69%. Apesar de muitas polêmicas e notícias não muito positivas, a Black Friday brasileira vem evoluindo ano a ano e hoje é um dos principais eventos do comércio brasileiro. Então, não perca a oportunidade de comprar aquele produto de sua necessidade a preços realmente competitivos seguindo os cuidados na hora da compra.

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Veja os cuidados necessários

> Faça uma lista de compras dos produtos que realmente necessita.

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> Fique de olho nos esquentas que são as promoções antes do dia do Blac k Friday.

> Pesquise a reputação da loja.

> Cheque o certificado de seguran ça do e-commerce. > Cuidado com e-mails falsos. > Proteja-se de golpes, compra e produto que nunca chegaram. > Esteja a postos antes da meia noit e, os melhores horários de compras é na madrugada. > Acompanhe seu produto após a compra pelos códigos de rastreio . > Conheça seus direitos.


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Foto: Divulgação/Freepik


cultura pop

JUSTIN BIEBER

VERSÃO NATALINO?

Em gravação de playlist exclusiva para a Amazon Music, Justin Bieber e mais uma turma de peso, como Katy Perry, John Legend e outros, colocaram suas vozes em versões de músicas natalinas e ainda abraçaram a campanha “Entregando Sorrisos”. Na escolha musical de Bieber, a música “Rockin’ Around the Christmas Tree” é a que deve ganhar versão com a sua voz.

BILLIE EILISH

DIVULGA NOVO CLIPE

A nova música de Billie Eilish “Therefore I Am” já chegou em todas as plataformas com direito a clipe e tudo. Produzido em um shopping fechado e sem movimentação, o vídeo mostra a cantora andando entre os corredores vazios, entrando nas lojas e pegando comidas na praça de alimentação. Em clima livre e sem muita produção, as cenas mostram a cantora de forma natural e descontraída.

? Já conferiu

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ANITTA NA NETFLIX

MAIS UMA VEZ

Com estreia programada para o mês de dezembro, “Anitta: made in Honório” é mais uma parceria da Poderosa com a Netflix. Com cenas dos bastidores da preparação da cantora para os shows, encontros com os fãs e todo o planejamento que envolve antes de subir no palco, a nova série documental busca mostrar como é o dia a dia na vida da cantora.

MULAN LIVE-ACTION

NO DISNEY BRASIL

Com estreia programada, o Disney+ Brasil já começou a liberar as atrações do streaming para deixar os fãs ansiosos com a nova chegada. Entre os já anunciados, com trailers e teasers nacionais, Mulan está entre eles e deve chegar em dezembro para todos os assinantes. O live-action já está disponível para os Estados Unidos, mas os clientes tiveram que pagar taxa extra para ter acesso.

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no divã

Este material é para você, educador (a)

A volta às

Foto: Divulgação/Freepik

aulas presenciais

Anelise Muxfeldt Trentini Psicopedagoga Além da preocupação com os protocolos de segurança e da recuperação das lacunas na aprendizagem, a acolhida socioemocional é um dos importantes aspectos que precisam ser trabalhados pelas escolas como sustentação para todos no retorno às aulas presenciais depois de quase oito meses de aulas remotas e escolas fechadas. Cabe a escola, ao receber os alunos e seus familiares de volta presencialmente no espaço escolar, promover escutas e diálogos sobre o período vivido

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com o foco na motivação, no otimismo e na esperança. Acreditar na escola como um lugar onde se preserva a vida, é, portanto, entendê-la como lugar de acolhimento, fortalecimento e enfrentamento do medo. O acesso desigual dos alunos a tecnologia, a condição dos pais de dar suporte aos filhos durante as aulas remotas, a condição dos professores diante do uso das ferramentas tecnológicas e da nova forma de ensinar mediada pelas tecnologias, foram alguns dos problemas enfrentados por pro-

fessores, alunos e suas famílias no período de aulas não presenciais. Agora, a retomada pede um caminho acolhedor e respeitoso que passa por um instrumento que permita diagnosticar as aprendizagens construídas, as que ainda estão em processo de construção e as que ainda nem iniciaram esse processo. Diante do vivido, as diversas manifestações dos alunos das diferentes faixas etárias devem ser consideradas, o apoio pedagógico deverá ser oferecido, assim como também organizar diferentes atividades físicas e ações de educação alimentar e nutricional. Acolher também é mostrar que não é apenas conhecimento que se aprende na escola, que na escola também se aprende a respeitar, a conviver, a incluir e a aprender com os outros.

Bom retorno a todos!


Bem Catarinense.


wi-fi

Tem água

na Lua

No fim de outubro, a Nasa anunciou a descoberta de moléculas de água na Lua, o nosso querido H2O. Mas não espere grandes lagos ou blocos de gelo, pois a concentração é super pequena e foi encontrada dentro de uma cratera. Para se ter uma ideia, a concentração é 100 vezes menor do que no Deserto do Saara. Então, qual a importância disso?! É que com a existência de água em locais extremos como a Lua, abre-se a possibilidade de montar uma base para – digamos – fazer um pit-stop, pois o H2O pode ser usado para produzir oxigênio para a respiração e hidrogênio para combustíveis. O método para a descoberta foi um telescópio em um avião viajando a 11 quilômetros de altura e essa distância é importante, pois a atmosfera ainda não barrou os raios infravermelhos detectados pelo telescópio. Vou ali tomar um copo de água e já volto.

Você já viu um

prédio andar?

Quem é ligado nos X-Men já deve ter visto aquela cena do Magneto (personagem que controla metais e cria campos magnéticos) movendo um estádio inteiro – só não lembro exatamente qual dos filmes, porque a cronologia dos X-Men no cinema é meio estranha. Bom, na vida real isso é bem mais difícil de acontecer, mas na China a tecnologia fez um prédio de sete mil toneladas se mover por 60 metros. Para isso, foram utilizados 200 macacos hidráulicos que foram “encaixados” sob o prédio, suspenderam ele de forma extremamente coordenada e deslocaram o prédio lentamente durante 18 dias até estacionar no novo local. O objetivo era realocá-lo para a construção de um centro comercial. Mas não era mais fácil derrubar? Era, mas o prédio foi uma escola construída em 1935 e é tombado, então a tecnologia foi utilizada para preservar a história do jeito que a gente gosta!

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Lucas Inácio

Clássico

repaginado

Um clássico repaginado sempre chama a atenção e quando se trata de jogos, então, melhor ainda. O jogo dos anos 80 Arkenoid, em que uma bola sai rebatendo em tudo e destruindo blocos no centro da tela, ganhou uma releitura de um jogo chamado BreakBoard. A dinâmica é praticamente a mesma, mas em vez de controlar uma barra na parte de baixo da tela para não deixar a bola cair no “fosso”, você tem que desenhar uma barreira na tela para a bola não cair. Com algumas animações a mais e um visual atualizado, o jogo continua sendo uma diversão e tanto, afinal, clássicos envelhecem bem.

Zero-Zero-Zap Dos clássicos filmes de espionagem para o aplicativo de mensagens mais famoso do país, a mensagem autodestrutiva está prestes a se tornar realidade e sem deixar danos no celular. Aos poucos há algumas informações não oficiais de que o Whatsapp vai habilitar uma forma de mensagem que se apaga depois de um certo tempo – pelo que se sabe por enquanto, sete dias é o prazo. Enfim, muitos rumores, sem previsão de chegada por enquanto, mas a ideia de ter uma mensagem autodestrutiva é bem legal, vocês não acham?

Aventuras de

um quadrado

Um quadrado fofinho que se movimenta por cargas elétricas vai enfrentar grandes desafios para salvar o universo. O enredo parece bem estranho, mas é exatamente disso que se trata o jogo Power Volt, disponível para Android e iOS. Os choques quem controla somos nós e o desafio está em fazer o pequeno cubo fugir das ameaças com seu jeito estranho de se mexer, já que um cubo rebatendo nas coisas é meio imprevisível. Mas aí é que está a diversão, porque para além da dificuldade, o personagem tem muito carisma e, sim, é apenas questão de tempo para você se importar com um quadrado fofinho na tela. novembro 2020 its

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tecnologia

Paula Regina de Souza, Roberta de Borba e Ana Luiza Rodrigues da Rocha

Alunos digitais Com encontros uma vez por semana, estudantes da Escola Municipal Prefeito Baltasar Buschle aprendem a usar ferramentas online em encontros virtuais

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recebem formação no ensino não presencial Renata Bomfim

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s publicações em uma rede social da loja de roupas usadas da mãe de Ana Luiza Rodrigues da Rocha, 12, e o cartão de visita da mecânica do pai de Paula Regina de Souza, 11, passaram por uma mudança de visual depois que as alunas entraram para o programa Alunos Digitais, ofertado na Escola Municipal Prefeito Baltasar Buschle em parceria com Secretaria de Educação. Com encontros virtuais uma vez por semana com duração de uma hora, os 17 alunos interessados no projeto aprendem a usar ferramentas online e recebem orientações sobre como explorar os programas instalados no próprio computador.


Eu me surpreendi com os resultados. Eu vibrava quando eles mandavam as tarefas, porque eles são crianças para mim e aí você vê que uma ou duas aulas dá o resultado legal.”

Fotos: Renata Bomfim

Roberta de Borba Originalmente ofertado no modelo presencial no contraturno escolar para os alunos nos anos finais do Ensino Fundamental, o programa busca formar estudantes para auxiliar professores em sala de aula, com apoio no uso da lousa digital, entrega de tablets e instalações de aplicativos para as atividades. “Eu sentia falta de dar continuidade daquilo que eu fazia na escola com os alunos, só que de forma remota”, conta Roberta de Borba, professora integradora de mídias. Com o distanciamento social, Roberta assumiu o suporte na plataforma Educa Joinville para seis Centros de Educação Infantil (CEIs) e três escolas municipais, mas sentia saudade de estar em contato direto com os alunos, já que neste formato o papel que assumiu não os envolvia diretamente. Com o convite publicado na plataforma e enviado pelos professores da unidade para os grupos de Whatsapp, o interesse dos estudantes logo fez com que Roberta criasse o próprio grupo com os alunos interessados. “Eu só sabia digitar, nem colocar o acento sabia”, relembra Paula sobre o conhecimento que tinha na hora de usar o computador. No Programa Alunos Digitais, ela aprendeu a criar artes para redes sociais, currículo, cartão de visita e infográficos. Assim como ela, Ana conseguiu evoluir até na forma como usa a plataforma de estudos. “Fica mais fácil de a gente fazer as coisas”, diz a estudante sobre os aprendizados tecnológicos. Além das ferramentas online, Roberta tem orientado os alunos sobre o uso bancos de imagens e se sentido feliz com os trabalhos que recebe como devolutiva das atividades propostas. “Eu me surpreendi com os resultados. Eu vibrava quando eles mandavam as tarefas, porque eles são crianças para mim e aí você vê que uma ou duas aulas dá o resultado legal”, diz a professora. Com início da formação no segundo semestre letivo, os encontros virtuais devem seguir até o mês de dezembro, quando encerram as aulas na rede municipal de ensino de Joinville. “Quando a gente voltar, eu quero ter essa visão de fazer diferente para ampliar esse leque”, projeta Roberta. novembro 2020 its

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Fotos: Renata Bomfim

rádio

Gravação dos programas

Ensino pelas ondas do rádio Com adaptações dos módulos postados na plataforma Educa Joinville, iniciativa leva propostas pedagógicas e conteúdos para alunos desde o berçário até a Eja Renata Bomfim

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om mais de 810 horas de propostas e conteúdos transmitidos pela Rádio Joinville Cultural como complemento ao ensino não presencial desde o mês de abril, o programa “Educa Joinville” busca atingir os cerca de 70 mil alunos com assuntos produzidos semanalmente por professores e técnicos pedagógicos para todas as etapas de ensino da rede municipal, desde a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Até o final do ano letivo, as gravações devem chegar a 990 horas de transmissão. Divididas entre as quatro etapas do ensino, as transmis-

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sões são gravadas com novas aulas todas as segundas-feiras e se repetem ao longo da semana, somando 30 horas na programação semanal da emissora de rádio educativa pública de Joinville. Para começar o dia, às famílias com filhos matriculados na Educação Infantil recebem as propostas construídas por gestores e professores dos CEIs. Diretora do CEI Miosótis, Carolina Lemke Moreira, junto com a equipe da unidade, já contribuiu com a produção de roteiros com propostas baseadas em brincadeiras e interações. “A gente escolhe propostas que envolvam a família e todos os objetivos de aprendizagem e campos de experiência”, destaca.


diferente. Tem que ser tudo muito sintetizado até por conta do tempo da rádio, mas foi muito gratificante fazer parte deste momento.” Alinhado aos módulos das salas virtuais, o programa Educa Joinville é mais um meio de complemento aos conteúdos abordados e garantia de acesso, principalmente, para quem não conta com a internet ou tem dificuldade de interagir no estudo com as telas. Na produção dos roteiros da rádio desde o terceiro módulo, Ana Simão Pinto, técnica de apoio pedagógico, desenvolve os conteúdos de todos os componentes curriculares dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Inspirada no desenvolvimento de módulos que monitora das unidades escolares de Joinville, ela também usa o currículo municipal e os livros didáticos do Ministério da Educação (MEC) para embasar os temas abordados.

Fotos: Renata Bomfim

Com atendimento de berçário até o primeiro período, Neide Aparecida Naffien, professora de maternal 1 e 2 na unidade, conta que os módulos são pensados em vivências que podem reunir as famílias. “Às vezes tem que modificar para criar e manter esse vínculo com as famílias”, conta a professora. Para ela, esse momento de ouvir professoras da rede apresentando as propostas na rádio é gratificante. “É uma alegria para gente, é uma experiência nova que a educação está vivendo.” Além disso, Carolina conta que se atenta aos cuidados de abordar na rádio propostas que sejam de fácil acesso, com atenção desde a linguagem até a sugestão dos materiais utilizados. “Ela tem que ser encantadora para aquela família e que a faça querer fazer e construir”, conta. “Quando fui convidada para participar fiquei surpresa, porque a linguagem é

Carolina Lemke Moreira e Neide Aparecida Naffien Cristofolini

Com construção de roteiro interdisciplinar, Ana se atenta em produzir os conteúdos de primeiro ao quinto ano com base na sequência didática, em que os temas abordados podem ser apresentados de forma continuada ao longo das semanas. “A repetição é muito importante para a criança. Muitas vezes tem que se repetir por duas ou três semanas, mas com atividades diferenciadas”, diz. “Principalmente com o primeiro e segundo ano em que se trabalha muito a oralidade e aí a criança tem que fazer essa devolução. A gente retorna muito ao módulo anterior, a todo momento fazendo essa ligação para ter um elo entre um módulo e outro.” Com duração de 15 minutos de programa para cada ano escolar, a apresentação dos conteúdos desta-

cam a essência de cada módulo dentro do componente curricular, numa abordagem de aproximação com a realidade local. Cleberson de Lima Mendes, técnico pedagógico, produz e organiza os módulos dos anos finais do Ensino Fundamental. Professor de matemática, ele usa das salas virtuais da Escola Municipal Pauline Parucker e Escola Municipal Prefeito Max Colin como suporte para produção dos roteiros, além de contar com o apoio de professores de áreas específicas, como português, inglês, história e ensino religioso. “A rádio é um movimento de rede, então, quando a pessoa que vai ouvir tem acesso a este conteúdo, é porque provavelmente ela vai ter acesso lá na sala de aula: ou já teve ou ainda vai ter”, destaca. novembro 2020 its

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rádio

Além das produções dos conteúdos, Cleberson teve a experiência de gravar os roteiros com a sua voz. “Às vezes, as pessoas me mandavam mensagem perguntando: ‘você está falando na rádio?’”, comenta rindo. Com a bagagem de vivenciar todas as fases do processo, desde a construção até a narração, o professor passou a lapidar as produções de texto de forma a deixar o conteúdo mais convidativo e prender a atenção do ouvinte. “Educação física, por exemplo, não dá para falar de técnicas, mas de saúde, qualidade de vida. Ou atividades que eles possam desenvolver em casa. Ainda em arte, por exemplo, eles trazem muitas imagens nos módulos. Geralmente, você precisa descrever para quem está ouvindo que a arte urbana é o grafite. Eu sempre tento fazer uma adaptação e trazer

para um contexto daquilo que ele vê na nossa região.” Responsável pelos roteiros de português e inglês do ensino regular dos anos finais, Deyse Zapelini Faust também produz os conteúdos da Eja. Técnica pedagógica, ela faz os roteiros junto com Josiane Meyer de Goes com abordagem em todas áreas de conhecimento até a qualificação profissional, com destaque para o empreendedorismo. “Eu entro na plataforma, olho as aulas dos professores e, com base nas aulas, eu monto para a rádio. As aulas dos professores é muito com atividade e vídeo, e eu tenho que resumir para a questão da rádio”, conta. Atenta aos módulos produzidos pelos professores da Eja, Deyse estrutura o roteiro de forma a criar interação com o ouvinte, com dicas e instruções. “Como, por exemplo, um roteiro de como produzir um texto de opinião.”

Ana Simão Pinto e Cleberson de Lima Mendes

Sintoniza aí!

Eu entro na plataforma, olho as aulas dos professores e, com base nas aulas, eu monto para a rádio. As aulas dos professores é muito com atividade e vídeo, e eu tenho que resumir para a questão da rádio.” Deyse Zapelini Faust

As aulas de complemento ao ensino não presencial podem ser ouvidas na Rádio Joinville Cultural com conteúdos novos nas segundasfeiras e reprisados ao longo da semana. Confira os horários diferenciados da programação: 8 horas | Educação Infantil, do berçário, maternal, primeiro até o segundo período 13 horas | Anos iniciais do Ensino Fundamental, do primeiro ao quinto ano 15 horas | Anos finais do Ensino Fundamental, do sexto ao nono ano 20 horas | Educação de Jovens e Adultos

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Foto: Emily Milioli

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Equipe da gestão escolar

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dificuldade em se acostumar com o ensino não presencial fez com que Pedro Henrique Tavares, 15, aluno do nono ano da Escola Municipal Professora Lacy Luiza da Cruz Flores optasse pelo retorno às aulas, depois de quase oito meses desde o último dia em que esteve na unidade. Com módulos atrasados, o terceiro trimestre no ensino, em toda a rede municipal, vai estabelecer recuperações e estratégias para ajudar o estudante que não está em dia com os conteúdos dos componentes curriculares. Alinhados aos protocolos sanitários e pedagógicos, os espaços educativos estão com menos de 30% da capacidade máxima, aulas ofertadas com até duas horas de interação e os dias letivos de acordo com a quantidade de professores disponíveis. Na turma em que Pedro está, por exemplo, neste primeiro momento, dos mais de 30 alunos matricula-

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dos, apenas sete optaram pelo retorno e todos podem estar na escola nos dias de aula, organizados toda segunda, quarta e sexta-feira. Com identificação por toda a unidade sobre distanciamento social, cartazes informativos sobre os cuidados necessários e salas de aula com marcações em carteiras que não podem ser usadas, a volta segura na rede municipal de ensino de Joinville conta com o Plano de Contingência (Plancon), criado para prevenção, controle e monitoramento da disseminação da Covid-19 nas unidades escolares e CEIs. Desenvolvido pela Secretaria de Educação, Secretaria da Saúde e diferentes instituições e representantes de diversas áreas, o documento alinha a discussão do retorno com as orientações a nível nacional e internacional com estratégias, ações e planos de ação para o momento de pandemia.


Uma semana antes do retorno, nós fizemos reunião online com as famílias, mostramos todos os protocolos e neste momento ele tem que ser levado a risca, até em relação ao horário. Até mesmo porque se eu cuidar de mim eu cuido do outro também.”

“Uma semana antes do retorno, nós fizemos reunião online com as famílias, mostramos todos os protocolos e neste momento ele tem que ser levado a risca, até em relação ao horário. Até mesmo porque se eu cuidar de mim eu cuido do outro também”, conta Celina Aparecida Bertol Lopes, diretora da unidade e também integrante da comissão escolar para o desenvolvimento do Plancon. “Para o aluno participar do retorno ou não, os pais vieram até a escola para assinar um termo de compromisso e no quadro de gestão à vista estão todas as informações, como o aluno e toda a comunidade escolar deve colocar em prática.” É que até o final do ano letivo, previsto para a segunda quinzena do mês de dezembro, o sistema híbrido de ensino, que é estabelecido tanto ensino presencial como remoto, deve seguir nas escolas e CEIs municipais de Joinville, alinhados com a classificação da matriz de risco sobre os índices da Covid-19 na cidade. “Mesmo com o retorno presencial, a gente continua online e com material impresso. Na segunda, quarta e quinta é entrega de material impresso. Na terça e sexta é preparação das impressões. E aí tem cronograma de entrega de acordo com cada ano até para a gente ter o cuidado de distanciamento”, descreve Celina. Dos cerca de 1150 alunos matriculados na unidade, do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental, 179 foram autorizados pelos responsáveis para retornar à escola. Com redução para duas horas de encontro por turno e rodízio semanal, em caso de necessidade, os alunos participam de três aulas de 40 minutos de duração, com a preferência de um componente curricular consecutivo e outro intercalado para evitar a troca e movimentação de professores. “Trabalhamos exaustivamente para garantir que o retorno das atividades presenciais fosse feito com segurança e qualidade, seguindo todas as exigências sanitárias. As escolas e CEIs passaram por adaptações para atender as exigências dos protocolos. Os pais podem ficar seguros que os alunos estarão recebendo todo o atendimento necessário para a continuidade dos estudos presenciais, com o suporte das unidades para casos suspeitos da doença”, esclarece a Secretária de Educação, Sônia Regina Victorino Fachini.

Fotos: Emily Milioli

Celina Aparecida Bertol Lopes

Geovana Gabrieli Machado e Pedro Henrique Tavares

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Fotos: Emily Milioli

Com menos de 15% de adesão dos alunos por turma para o retorno na unidade, Celina acredita que a instabilidade do momento é o maior fator para que as famílias sintam receio em permitir a volta dos alunos. Até antes do retorno e orientado no Plano de Contingência, cada escola fez um mapeamento “para identificar os estudantes que se enquadram em grupo de risco ou que residem com familiar que constitui grupo de risco” e também uma identificação prévia do “número de estudantes que constituem grupo de risco ou que não apresentam condições para o retorno às atividades presenciais”, de acordo com os itens levantados no documento para garantir a segurança de todos da comunidade escolar. “Às vezes não é nem pelo aluno, mas por quem ele mora”, acredita a diretora. No levantamento sobre os estudantes que apresentaram dificuldades em relação ao rendimento escolar no

Professora Anabelle Senem

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ensino não presencial ou que não realizaram nenhum módulo, a busca ativa foi constante para mapear os alunos prioritários, como foi o caso de Bryan Lorenzetti, 11, que está no quinto ano, na turma da professora regente Anabelle Senem. “O Bryan foi um aluno em que eu estive de estar direto em contato com os pais, porque ele não conseguiu manter uma rotina de estudos em casa, se perdeu nos módulos e ficou atrasado. Então, ele foi um dos alunos em que eu conversei com a mãe para retornar os estudos na escola, porque daí assim ele consegue recuperar os módulos perdidos e fica comigo tirando as dúvidas”, conta a professora, que deixou claro que a decisão de retorno é dos pais. Para Bryan, estar na escola é tudo diferente, até por conta da convivência escolar. “Na escola, a professora ou um amigo me ajudava e eu me sentia mais aliviado, porque em casa não é igual na escola. Eu senti muita saudade da professora”, desabafa o aluno.


ada A quadra escolar segue interdit

Para cuidar do distanciamento não podem ser usadas são sina social, as carteiras que lizadas com recado

Na escola, a professora ou um amigo me ajudava e eu me sentia mais aliviado, porque em casa não é igual na escola. Eu senti muita saudade da professora.” Bryan Lorenzetti

Mesmo com filho em grupo de risco, por escolha própria Anabelle resolveu retornar com as aulas no ensino presencial. Com oferta de aula síncrona uma vez na semana, grupos no Whatsapp com as famílias e alunos, rotina de produção de módulos postados na plataforma e até produções de vídeos como complemento, às aulas presenciais na turma em que o Bryan está seguem programadas de segunda a quinta-feira. “A nossa escola está muito preparada para receber os alunos e professores. Está tudo sinalizado”, observa. Para que nenhum aluno saia prejudicado, os conteúdos trabalhados na aulas presenciais estão alinhados com os postados na plataforma para que um meio não substitua o outro, mas sirva de complemento aos conteúdos apresentados em cada semana. Na semana do retorno, às

escolas também seguem os protocolos de acolhimento para recepcionar os alunos, professores e funcionários de cada unidade. Apesar de estar com todos os módulos em dia e não fazer parte do grupo prioritário, a estudante Geovana Gabrieli Machado, 14, está preocupada em como chegar ao primeiro ano no Ensino Médio, depois de ter passado quase que um ano letivo inteiro no ensino remoto. Aluna desde o quarto ano na unidade, sempre se envolveu com atividades ofertadas no contraturno, mas que neste ano não ocorreu. “Nunca a gente ficou tanto tempo sem entrar na escola”, diz. Apesar do comprometimento com os estudos, ela confessa que o psicológico, ao menos ainda no início, foi afetado. “Era muita coisa que vinha tudo junto e a gente já estava em casa e o nono ano é bem difícil.” novembro 2020 its

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Neste ensino remoto, a parceria dos pais tem sido primordial para que a gente alcance o nosso objetivo. A volta para todos nós é a esperança.”

Foto: Emily Milioli

Celina Aparecida Bertol Lopes

Manoela Calegarim e Francoyse Hugen Mendes, gestão CEI Pedro Paulo Hings Colin

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Para analisar a aprendizagem dos estudantes ao longo deste ano, Celina conta que uma sondagem está programada para ser feita como próxima etapa para todos os alunos e todos os professores devem se organizar para fazer a sua. “A sondagem é uma avaliação dos conteúdos que foram trabalhados de forma remotamente. Baseado nesta sondagem é que vai ser analisado sobre o que os alunos tiveram uma aprendizagem efetiva ou não. Pode ser que aconteça em 2020 ou 2021”, diz a diretora da unidade. “Neste momento em que nós estamos vivendo é uma angústia para a escola e as famílias precisam deste acalento, porque elas ficam se questionando sobre a aprendizagem dos filhos. Neste ensino remoto, a parceria dos pais tem sido primordial para que a gente alcance o nosso objetivo. A volta para todos nós é a esperança.”


Foto: CEI Pedro Paulo Hings Colin/Divulgação

Retorno na Educação Infantil, o que muda?

Foto: CEI Pedro Paulo Hings Colin/Divulgação

Espaços isolados para evitar a aglomeração

Foto: Emily Milioli

ofertado nos Atendimento presencial no CEI da unidade s ado taliz revi e rtos abe s espaço

Com novos espaços revitalizados para o acolhimento dos alunos no retorno do atendimento presencial, o cuidado com a manutenção da unidade e o coloridos dos muros chamam a atenção de quem entra no Centro de Educação Infantil (CEI) Pedro Paulo Hings Colin, ainda que com ambientes isolados e aplicação de todas as medidas sanitárias. Logo na entrada, além da aferição da temperatura corporal, também é disponibilizado um borrifador de álcool para a higienização das mãos de todos que chegam na unidade. Adentrando aos espaços, neste primeiro momento é possível ver fitas de isolamento no parque, bebedouros fechados e cartazes com identificação sobre os cuidados necessários para a permanência no local. Assim como nas escolas, os horários de atendimento nos CEIs também seguem de, no máximo, duas horas e a alimentação não pode ser ofertada pela unidade, visto que ainda no início da pandemia as famílias puderam se cadastrar para receber os kits escolares entregues em períodos e datas marcadas por escolas na região em que as crianças estão matriculadas. Com aproximadamente 317 crianças inscritas na unidade, desde o berçário até o segundo período, menos de 30 voltaram para o atendimento na unidade. “Nós até colocamos que a energia da unidade foi diferente. Nós estamos em processo de até revitalização para que a gente pudesse acolher e isso sempre foi cultura, nós temos esse cuidado para que as crianças tenham espaço de qualidade. Quando eles chegaram, a gente viu a alegria deles, no momento da sala que eles queriam conversar. Deu vida, a vida voltou para a unidade”, conta a diretora Manoela Calegar im. “Para nós, foi um momento de emoção, apesar de o atendimento ter sido reduzido, mas a gente poder reviver esse momento que a gente sempre viveu.” Para Francoyse Hugen Mendes, auxiliar de direção, o retorno é período de acolhida a todas as crianças e professoras que ficaram longe da unidade nos últimos oito meses. “Não vai ser a festividade do retorno, mas a saudade e acolhimento de todos os sentimentos que ficaram ali nesse tempo que a gente teve que trabalhar remotamente.”

Parque interditado por tempo indeterminado no CEI

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Foto: Renata Bomfim

educação infantil

Equipe de gestão do CEI

Sua escola já organizou uma exposição virtual?

Iniciativa do CEI Jardim Sofia contou com os trabalhos desenvolvidos no primeiro semestre pelas crianças da unidade Renata Bomfim

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ara resgatar a memória afetiva das crianças matriculadas no Centro de Educação Infantil (CEI) Jardim Sofia, a gestão escolar em parceria com as professoras resolveram criar uma exposição virtual com todos os trabalhos desenvolvidos com os alunos no primeiro semestre do ano. Comum de ocorrer no ensino presencial com as famílias na unidade como forma de partilha de tudo o que foi desenvolvido com as turmas na primeira etapa do ano, com a pandemia do novo coronavírus foi necessário usar a mediação por telas, como o uso de celulares, tablets ou computadores, para que a visita presencial pudesse ser substituída por um passeio tecnológico. Com destaque para os elementos da natureza

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apoiados aos trabalhos, quem navegou pela exposição virtual pode entrar pelo corredor principal da unidade e visualizar logo de início o mural de fotos com os trabalhos desenvolvidos pelo componente curricular de educação física sobre alimentação saudável e brincadeiras africanas. Mais adiante, as salas de referências ganharam vida com os galhos de árvores floridos com registros das atividades desenvolvidas em casa, com o apoio das famílias. De acordo com Mariana Costa Rodrigues, auxiliar de direção na unidade, o objetivo da exposição foi mostrar a valorização de todos os trabalhos feitos em casa. “A gente quis trazer essa valorização também para a família, para a criança. Acho que foi bem positivo”, comenta.


Fotos: CEI Jardim Sofia/Divulgação

Além dos materiais, as crianças conseguiram se enxergar também, porque as fotos que aparecem lá são as propostas deles realizando em casa, dos registros feitos pelas famílias. A gente fez a impressão aqui e essas fotos também foram para as salas.” Adriane da Silva É que com os alunos em casa, ainda que com o retorno das aulas presenciais neste mês de novembro de forma gradual e a necessidade de seguir no sistema híbrido até o final deste ano letivo, expor os trabalhos nos espaços da escola foi uma alternativa encontrada para mostrar para a comunidade escolar que as produções entregues, sejam em devolutivas na unidade ou por meio da plataforma Educa Joinville, são importantes, estão alinhadas com as competências e habilidades de cada faixa etária e compõem os lugares de aprendizagem construídos no CEI com materiais reciclados. “É de resgatar esse espaço, de trazer memórias afetivas deles que tinham e que está sendo cuidado, está sendo pensado para eles. A gente continua aqui pensando neles, em qualquer momento que chegassem aqui as salas estariam ali do mesmo jeito, arrumadinha, com as exposições e trabalhos, indiferentemente de eles estarem em casa, aqui continua sendo o espaço deles de referência”, destaca Solen Costa Espíndola, professora de apoio pedagógico.

Inspiradas nos museus que promovem passeios virtuais onde pessoas do mundo todo podem visitá-los sem sair de casa, o vídeo produzido e postado no espaço da unidade na plataforma buscou ampliar para além das entregas dos módulos as produções feitas nos últimos meses de ensino não presencial. Com 11 turmas, do berçário ao segundo período, Adriane da Silva, diretora da unidade, conta que além das devolutivas, o CEI também recebeu logo no início do ano novos materiais de apoio pedagógico enviados pela Secretaria de Educação de Joinville e as crianças nem chegaram a conhecer. “Além dos materiais, as crianças conseguiram se enxergar também, porque as fotos que aparecem lá são as propostas deles realizando em casa, dos registros feitos pelas famílias. A gente fez a impressão aqui e essas fotos também foram para as salas”, diz. Em troca de ideias com a gestão e professoras, a parceria de trabalho da unidade se constrói de forma colaborativa. “Nós três, que somos a gestão, a gente se reúne para ver o que a gente pode trazer de propostas e ideias para as professoras, de algo a mais. A gente conversou aqui, porque geralmente a gente faz isso com elas (professoras). Partindo disso, juntando as ideias que elas trouxeram, foi acontecendo.” Com gravação feita pelo celular, o vídeo contou com apoio do parceiro da escola, Gabriel Espíndola Timm, que se disponibilizou em fazer a captação da exposição organizada pelas professoras de acordo com sua turma. Além dos trabalhos, a unidade também produziu outros dois vídeos: um para contação de história que contou com a colaboração dos funcionários e outro com depoimentos do grupo às crianças. novembro 2020 its

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galerias

Amanda - EM Governador Pedro Ivo Campos

Marielen - EM Pauline Parucker

VĂ­ctor - EM Pauline Parucker

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Sara - EM Prefeito Geraldo Wetzel

Ana - EM Prefeito Geraldo Wetzel


Ruan - EM João Costa

Rede conect@da

Ana Luiza - EM Governador Pedro Ivo Campos

Ana Júlia - EM Pauline Parucker

Ana Júlia - EM João Costa Kaike - EM Pauline Parucker

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galerias

Kaique - EM Governador Pedro Ivo Campos

Ana Sofia - EM Governador Pedro Ivo Campos

Leandro - EM JoĂŁo Costa

Bianca - EM Prefeito Geraldo Wetzel

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Breno - EM Governador Pedro Ivo Campos


Richard - EM João Costa

André - EM Pauline Parucker

Lais - EM Prefeito Geraldo Wetzel

Júlia - EM Governador Pedro Ivo Campos

Rede conect@da

Ketlin - EM João Costa

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galerias

Gustavo - EM JoĂŁo Costa

Maicom - EM Prefeito Geraldo Wetzel

Rede conect@da

Leonardo - EM Prefeito Geraldo Wetzel

Liegy - EM Prefeito Geraldo Wetzel Maria Eduarda - EM Governador Pedro Ivo Campos

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Nicoly Vitória - EM Pauline Parucker

Cauê - EM Governador Pedro Ivo Campos

Clara - EM Governador Pedro Ivo Campos

Cauã - EM Governador Pedro Ivo Campos Emilyn - EM João Costa

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galerias

Maysa - EM JoĂŁo Costa

Melissa - EM Governador Pedro Ivo Campos

Isabella - EM Governador Pedro Ivo Campos

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Enny - EM JoĂŁo Costa

Jhenifer e Larissa - EM Pauline Parucker


Maria Eduarda - EM Prefeito Geraldo Wetzel

John Maicon - EM Pauline Parucker

Nathalia - EM Pauline Parucker Ester e Estefani - EM Pauline Parucker

Rede conect@da

Flรกvia - EM Governador Pedro Ivo Campos

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galerias

Gabriel - EM Pauline Parucker

Paola - EM Governador Pedro Ivo Campos

Rede conect@da

Kaue - EM Prefeito Geraldo Wetzel

Kamila - EM Governador Pedro Ivo Campos Pablo - EM Prefeito Geraldo Wetzel

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Gabriel - EM Governador Pedro Ivo Campos

Karolainy - EM JoĂŁo Costa

Nikoly - EM Pauline Parucker Gabriele - EM JoĂŁo Costa

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Foto: Divulgação/Freepik

saideira

O inverno demorou um pouquinho para ir embora, mas aos poucos ele está indo e, com os dias bonitos e mais quentes, a movimentação aumenta. Esses dias fui ao mercado e vi algumas crianças brincando na rua, igualzinho como eu fazia com meus amigos há alguns anos – com exceção da criançada de máscara, claro. Curioso como aquilo despertou o sentimento de nostalgia, a fase das descobertas e de como a gente se relaciona com o mundo. Na minha ida eles estavam brincando de esconde-esconde e na volta conversando na calçada. Depois de perceber nas semelhanças, comecei a notar e pensar nas diferenças das brincadeiras. A começar pelos esconderijos, confesso que está bem mais difícil de achar um lugar para se esconder agora.

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Lucas Inácio

A rua hoje tem casas maiores, está pavimentada, todas têm muro e quase não tem mato para se esconder. Na volta, quando eu vi que eles estavam conversando e brincando, percebi também como eles se respeitam bem mais do que a gente fazia antigamente. Primeiro que na época quase não tinha menina brincando, era clube do bolinha, como se meninas não pudessem jogar bola ou brincar de esconder. Segundo que a gente pegava muito no pé uns dos outros, escolhia uma característica física e colocava como defeito – não existia a palavra, mas acho até que aquilo era bullying mesmo. Longe de reclamar daquele tempo, foi ótimo, as reflexões não eram tanto quanto atualmente, mas que bom que as coisas estão melhorando.

Imagino que todo mundo tem algum sentimento desses que não é tão legal de lembrar, imagino que as crianças e adolescentes de todas as gerações passaram por isso, mas é muito louco pensar como aqueles estereótipos da pegação de pé influenciam em quem somos. É como se o mundo dissesse como ele vê você ou pelo menos como ele espera que você seja. Eu era um dos que mais pegava no pé deles, mas também pegavam muito no meu pé. No meu caso, sempre fui um dos poucos negros da galera, então muitos dos adjetivos e expectativas eram apoiados nisso. Aprender a jogar bola, a gostar de basquete, a sambar, a tocar pagode, a ouvir rap, a ser engraçado etc. Tudo isso foram coisas que eu aprendi com o tempo, às vezes aprendendo a gostar porque eu fazia, às vezes aprendendo a fazer porque eu gostava. Mas no geral, tem várias outras coisas que eu curtia muito, mas que não mostrava muito para o mundo: matemática, astrofísica, rock, política. Hoje sou jornalista, viciado em esporte e música (principalmente rap e samba) e estou aqui conversando com vocês, mas quando era criança queria ser astronauta e cheguei a fazer engenharia elétrica, coisas bem diferentes do que se espera – pelo menos até o Neil deGrasse Tyson ficar famoso. Porém, para alguém que gostava tanto de exatas, faltou entender que 54% do Brasil é negro ou pardo e que, estatisticamente, impossível que mais de 100 milhões de pessoas sejam parecidas. Essa ideia vale para mulheres (51% do Brasil), para os e as LGBTQIA+ (10%), para os obesos (20%), os indígenas (0,5%) e tantas características que viram estereótipos que tentam nos definir. O importante é saber que o mundo vai tentar te colocar em caixas de acordo com o que ele vê em você e vai tentar te definir, seja pelos estereótipos e piadinhas, pelos programas de TV ou séries, pelas bolhas da internet ou até mesmo pelos comerciais e propagandas. Porém, no fim das contas, quem decide é a gente e entender isso é a melhor coisa para você se sentir livre para ser quem quiser e da forma que quiser. De um certo jeito diferente, aquelas duas brincadeiras retratam um pouco dessa relação nós e o mundo. Ao invés de brincar de esconde-esconde, tentando não mostrar quem você é de verdade para ser aceito ou aceita, acho que vale mais uma conversa divertida com a galera, entendendo que cada um é de um jeito e sempre com muito respeito. novembro 2020 its

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