EDIÇÃO 39 . ANO IX - DEZEMBRO 2021 • REVISTAPECUARIABRASIL.COM.BR
CRL AGROPECUÁRIA Melhor Criador do Ranking Nacional ACNB 2020/2021 DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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MELHOR CRIADOR DO RANKING NACIONAL ACNB 2020/2021
Dayla
FIV CRL N C R L
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RARO DA HRO X SAFIRA TERRAMATA (FRICKS SJ COCAL)
BELLE FIV CRL NCRL-88
BERTHA FIV CRL NCRL-135 Jeru FIV do Brumado x Rima FIV Galícia (Bvlgari TE da Sabiá)
CAMILA FIV CRL NCRL150 Kayak TE Mafra x Brenda FIV Vanguard (Bitelo da SS)
MELOPEIA GUADALUPE FGP2753 Bitelo da SS x Marea I TE (1646 da MN)
SAFIRA TERRAMATA TMA 569 Fricks SJ Cocal x Londrina 4 Terra Mata (Big Ben SN) Medalha de Prata na categoria Melhor Matriz do Ranking Nelore ACNB 2020/2021
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FOTOS: ARQUIVO, DOUGLAS NASCENTE E GUSTAVO MIGUEL
Kayak TE Mafra x Betel FIV Tibagi (Helíaco da Java)
EDIÇÃO Larissa Vieira – MTB 09513P redacaopecuariabrasil@gmail.com +55 (34) 98801-9971 COLABORAÇÃO ABCZ, Agência Fapesp, Alfapress Comunicações, Ana Beatriz Paschoal, André Julião, Andrea Inocente, Andrezza Queiroga, Attuale Comunicação, Breno Cordeiro, Caio Albuquerque, Carla Prado, CNA, Daniela Miranda, Embrapa, E-Comunicação, Famato, Fernando Dantas, Grupo Publique, Jardine Comunicação, Larissa Vieira, LN Comunicação, Marci Guimarães, Mecânica de Comunicação, Nadir Rodrigues, Nathã Carvalho, Pec Press, Rafael Felipe, Rodrigo Fonseca, Rubens Neiva, Sindilat, Texto Comunicação e Unesp.
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NOSSA CAPA A CRL Agropecuária é o destaque da capa desta edição. Um jovem criatório de Nelore conduzido pelo selecionador Thiago Rocha Lopes que soube utilizar estratégias genéticas para chegar mais rapidamente a resultados importantes na seleção da raça. Foto Gustavo Miguel
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CAMPEÃO SUPREMO DA SUPER COPA DO RANKING NACIONAL NELORE 2020/2021
AKRA FJ MATA VELHA B I T E L O D A S S x C A N C H A I T E CAMPEÃ PROGÊNIE DE MÃE – EXPOINEL 2021. RES. CAMPEÃ MATRIZ – EXPOINEL 2021.
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ROD. FELICIANO SALLES CUNHA S/N, KM 461 - NEVES PAULISTA /SP DEZEMBRO 2021 | #pecBR (17)3253-9222 / (17) 99611-6599 NELORELINCE@GARETTI.COM.BR
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APRESENTAÇÃO
CLÁUDIA MONTEIRO
Diretora Comercial
claudiapecuariabrasil@gmail.com
RAÇA
CARNE
LEITE
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Um turbilhão de emoções e acontecimentos. Assim foi o ano de 2021, que exigiu dos pecuaristas um jogo de cintura para gerenciar os negócios mesmo com as oscilações e incertezas do mercado. Mesmo com a pandemia ainda não totalmente superada, tivemos muitos motivos para comemorar em relação ao desempenho do agronegócio. A pecuária brasileira caminha firme em direção a uma produção sustentável de carne e de leite. Há investimento em tecnologia para incremento de produtividade, uma melhoria gradual das raças bovinas e adoção de sistemas produtivos cada vez mais em equilíbrio com o meio ambiente. São muitos exemplos de bons projetos pelo país e nesta edição trazemos alguns deles. Um dos destaques, que ilustra a nossa capa de dezembro, é a seleção da CRL Agropecuária, um jovem criatório da raça Nelore que soube utilizar estratégias genéticas para chegar mais rapidamente a resultados importantes. Dentro desse preceito, o selecionador Thiago Rocha Lopes conseguiu consolidar seu plantel no cenário nacional, conquistando várias premiações. Na reportagem de capa, você vai conhecer um pouco dessa história e as tecnologias empregadas no projeto que vêm garantindo bons resultados. Outro criatório que ilustra bem todo o potencial da pecuária brasileira é a AgroNicolau, localizada no Maranhão. O criatório segue há 30 anos como sinônimo de honestidade, pioneirismo e excelência na seleção de zebu na região, tendo como exemplo o fundador Antônio Nicolau. Em um processo de sucessão bem conduzido, ele delegou ao filho Samir toda a administração do negócio. Trazemos ainda um balanço completo de como foi o ano para a pecuária de corte e de leite, os resultados das exposições presenciais de vários estados, que voltaram com força total neste final de ano. Você ainda vai acompanhar pesquisas importantes para o setor, como um experimento com bactérias capazes de melhorar a qualidade das pastagens e um levantamento sobre o amochamento e descorna de bovinos. Nosso entrevistado especial é o novo presidente do Sistema FAEMG, Antônio Pitangui de Salvo, tradicional criador de Guzerá, que assumiu o cargo com a missão de unir os sindicatos rurais de Minas Gerais em prol de melhorias para o agronegócio do estado. Ele defende que as lideranças do setor se unam para combater as acusações que os agropecuaristas vêm sofrendo em relação ao meio ambiente. Tem muito mais novidade e você pode conferir nas páginas a seguir. Aproveitamos para desejar Boas Festas a todos os nossos leitores, que sempre buscam nas páginas da Pecuária Brasil informações relevantes para suas atividades diárias no campo. Temos certeza de que 2022 será um ano de muitas possibilidades e, com trabalho e dedicação, conseguiremos vencer os desafios.
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SUMÁRIO
Criadores
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Disputa na ABCZ PG. 36
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SEMPRE NA PECUÁRIA BRASIL 12 . PECUÁRIA EM REDE 14 . PECUÁRIA INDICA 17 . AGRO NO PRATO 28 . PORTEIRA ABERTA 22 . NOSSA CAPA 28 . GENÉTICA DE OURO 30 . ENTREVISTA
Raio X dos rebanhos amochados
PG. 42
34 . DISPUTA NA ABCZ 38 . PECUÁRIA 360 41 . RAÇA 59 . CARNE 67 . LEITE 77 . ZONA RURAL 81 . GENTE 88 . SOCIAIS 96 . PONTO DE VISTA 98 . OPINIÃO 102 . EM FOCO
Desafios e projeções do mercado do leite PG. 70
Capa PG. 22
Agro atrai jovens profissionais PG. 86 DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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PECUÁRIA DE ONDE Municípios brasileiros que aparecem nessa edição
BELAVISTADOMARANHÃOMA AGRONICOLAU
INHAÚMA MG CRL AGROPECUÁRIA DESTINOS INTERNACIONAIS Austrália Bolívia China Estados Unidos Índia
Japão México Uruguai França
Alegrete (RS) Aparecida do Rio Doce (GO) Araçatuba (SP) Arapongas (PR) Avaré (SP) Barretos (SP) Bauru (SP) Bela Vista (MS) Belo Horizonte (MG) Birigui (SP) Bocaiúva (MG) Bom Jesus (PI) Botucatu (SP) Britânia (GO) Brotas (SP) Campinas (SP) Campo Grande (MS) Conceição das Alagoas (MG)
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Conceição de Macabu (RJ) Coromandel (MG) Cuiabá (MT) Curvelo (MG) Curitiba (PR) Dourado (MS) Fortaleza (CE) Franca (SP) Frutal (MG) Funilândia (MG) Goiânia (GO) Governador Valadares (MG) Gurupi (TO) Guará (SP) Ibitiúva (SP) Ilha Solteira (SP) Inhaúmas (MG) Itapetinga (BA)
Itaquirai (MS) Jaboticabal (SP) Ji-Paraná (RO) Lençóis Paulista (SP) Londrina (PR) Luís Eduardo Magalhães (BA) Maracaju (MS) Maceió (AL) Marília (SP) Maringá (PR) Medianeira (PR) Morrinhos (GO) Natal (RN) Nova Crixás (GO) Passos (MG) Paulo de Faria (SP) Patos de Minas (MG) Piracicaba (SP) Pompéu (MG)
Porangatu (GO) Porto Murtinho (MS) Quirinópolis (GO) Ribeirão Preto (SP) Rio de Janeiro (RJ) Rio Pardo (RS) Rio Preto (SP) Rio Verde (GO) Sacramento (MG) Santa Maria da Serra (SP) São Gotardo (MG) São Paulo (SP) Soledade (RS) Salvador (BA) Terenos (MS) Três Passos (RS) Uberaba (MG) Uberlândia (MG) Vale do Paraíba (SP)
LeilãoSELEÇÃO Comitiva Pontal DO CARMO apan agropecuária
UM DOS MAIS TRADICIONAIS LEILÕES DE TROPA. PAUTADO NA EXCEPCIONAL QUALIDADE, GRANDE VARIEDADE DE ANIMAIS OFERTADOS, REPRODUTORES E MATRIZES MANGA-LARGA, JUMENTOS E JUMENTAS PEGA, MUARES, EQUINOS QUARTO DE MILHA E CRIOULO, OPORTUNIDADE DE INCORPORAR AO PLANTEL GENÉTICA, APTIDÃO E RESISTÊNCIA ATRAVÉS DO AFIXO DO CARMO.
05 FEVEREIRO - 2022 - 14H REALIZAÇÃO : SELEÇÃO DO CARMO A TROPA DE TRADIÇÃO DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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PECUÁRIA EM REDE Use a hashtag #pecBR e apareça aqui!
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@edilbertomacielfreitas
@fazenda_3c_
@fotoruralbolivia
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PECUÁRIA INDICA
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ivro lançado pela Pecuária Brasil, traz a história de um dos maiores selecionadores de zebu do Brasil e jurado, com experiência internacional: Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges. Nesta obra, ele conta sua trajetória na pecuária, os avanços no melhoramento genético das raças zebuínas, além de destacar o trabalho de grandes criatórios da América Latina. Uma obra de consulta importante para quem quer ficar por dentro de fatos históricos da pecuária zebuína no Brasil.
228 páginas Editora Pecuária Brasil Para adquirir contato: +55 34 9 9142 5082 e-mail: Claudiapecuariabrasil@gmail.com
Cláudia Monteiro Diretora comercial da pecuária Brasil 14
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INOVAÇÃO DE OCITOCINA
Produzida pela UCBVET, que é líder de mercado em Ocitocina desde 1967, e é sinônimo de confiança entre os pecuaristas, a inovação de ocitocina tem nome: OXCINT. Com registro aprovado pelo MAPA em 2020, é a única ocitocina com indicação em bula para ejeção de leite e possui 20% a mais de concentração, tendo maior potência na eliminação do leite. OXCINT rende mais a produção de leite!
QUEIJO GIR DA LENDA Um queijo elaborado com texturas, aroma e sabor próprios que conquistou os franceses. Este é o queijo Minas Artesanal, Gir da Lenda, um dos produtos brasileiros premiados com a medalha de Prata no Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, concurso realizado na França e promovido pela Guilde Internationale des Fromagers. É produzido
em Araxá pelo criador de Gir Leiteiro, Marco Paulo Quirino, expert em queijaria, que estudou na França para aprender os segredos da maturação. Conta com duas versões, uma Minas Artesanal e outra defumada, ambas premiadas. Com a grande procura pelo produto, as vendas são sob encomenda pelo número +55 34 9 9318 1515
ANTI-INFLAMATÓRIO A Biogénesis Bagó lançou novo anti-inflamatório para bovinos, equinos e suínos. O Ketoprofeno possui ação combinada anti-inflamatória, antipirética e analgésica, em solução injetável, eliminando dor e inchaço, e baixando a febre de forma a permitir que o animal volte rápido à produção. O Ketoprofeno não possui período de descarte para consumo de leite e carne. É indicado para afecções respiratórias, musculoesqueléticas e podais, traumas, dor pós-operatória, recuperação pós-parto, artrite, distocia, edemas mamários, metrites agudas, cólicas e laminites.
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PECUÁRIA INDICA
CARLOS ALBERTO PEREIRA Jornalista e tecnólogo em Hotelaria e Turismo vinhosetal@gmail.com
VINHOS
Uma vinícola na Terra do Zebu
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odos sabemos que Uberaba é a capital do zebu, sede nacional da ABCZ, berço e história de seu pioneirismo e detentora do maior acervo genético da raça. Essa cidade, que gerou tantos heróis e desbravadores, é, também, a terra onde a agricultura de precisão e os centros de pesquisa agropecuária encontram guarida e um solo fértil, baseado em ciência e tecnologia, para produzir alimentos para o Brasil e o mundo. E, agora, Uberaba, mais uma vez, por meio de um arrojado empresário, criador da raça Nelore e seus filhos, vem pioneiramente revolucionar o solo do Cerrado Mineiro, transformando terra bruta em um terroir, que vai acolher e fazer frutificar variedades de uvas europeias, que se transformarão em néctar do Deus Baco! Surge, entre Uberaba e Uberlândia, às margens da BR 050, a Vinícola ARPURO, um projeto de viticultura que usará a técnica de plantio de Dupla Poda e oferecerá ao mercado nacional, em 2023, vinhos finos e de altíssima qualidade, denominados “Vinhos do Sudeste” ou “Vinhos de Inverno”. Dentre as variedades, estão sendo plantadas Syrah, Marsanne, Marselan, Sauvignon Blanc, Viognier, Cabernet Sauvignon, Merlot, e Cabernet Franc, dentre outras. E já está em ritmo acelerado de construção o setor de vinificação, adega, restaurante, área de degustação e loja. E, a curtíssimo prazo, o projeto de Enoturismo contará com uma infraestrutura própria. Para tanto, já está sendo construído um deck de frente para o vinhedo, local onde serão oferecidas degustações de vinhos nacionais. A es-
O empresário Valério Marega Jr. e a sommelier e apresentadora de TV Cecília Aldaz 16
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trutura contará, ainda, com uma loja para venda de vinhos e outros produtos. Aos amantes do vinho e interessados em conhecer este projeto, será oferecido o translado de vans das cidades de Uberaba e Uberlândia até à vinícola, e um passeio dentro da fazenda em um veículo com capacidade para 25 pessoas, que passará pela mata preservada. No comando do projeto, está o empresário do setor financeiro, Valério Marega Júnior, mas, como empresa familiar, todos os membros estão envolvidos neste projeto, tanto o patriarca, Valério Marega, que colocou as terras à disposição do projeto, como o irmão Paulo que cuidará da área agrícola, e as irmãs Alessandra (Sommelier) e Cristiane, que cuidarão da enogastronomia. A esposa Clariana será responsável pelo Instituto que cuidará das ações sociais, educação e formação de mão de obra.
Manoela Lebrón
AGRO NO PRATO RECEITAS
CHEESECAKE
Chef da Casa Marinada (34) 9 9805-9142 @casa.marinada
Base -1 xícara (chá) de bolacha maisena (bata no liquidificador ou no processador até obter textura de farinha grossa) -Canela a gosto -½ xícara (chá) de manteiga sem sal -Manteiga para untar Creme -900g de cream cheese -1 ½ xícara (chá) de farinha de trigo -¾ xícara (chá) de leite integral -4 ovos -1 xícara (chá) de iogurte integral natural -1 colher (chá) de extrato de baunilha -1 colher (chá) de raspas de limão tahiti ou siciliano -2 xícaras de açúcar refinado
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om as comemorações de final de ano já chegando, uma dica é apostar em uma sobremesa capaz de agradar a todos como essa sugestão da chef Manoela Lebrón, que já fez parte de uma edição do programa Master Chef, na Band. Ela comanda a Casa Marinada, um espaço inovador para realização de eventos e para degustar boa comida. A indicação da chef é este cheesecake surpreendente, quase que um pedacinho do céu em formato de um doce! Cremoso e saboroso, pode ser combinado com vários sabores.
Modo de preparo -Separe os ingredientes que serão usados. -Derreta a manteiga e triture a bolacha. Coloque em um recipiente e misture os dois com as mãos até obter uma boa liga. Ao apertar a mistura com as mãos, ela tem que ficar firme. -Coloque papel alumínio no forrando uma forma com fundo removível (aro). Somente na base, nas bordas da forma não é necessário. -Espalhe a bolacha de maneira uniforme, pressionando até obter uma mistura compacta. Reserve na geladeira. -Coloque o cream cheese, o açúcar e a farinha de trigo na tigela da batedeira. -Bata até que a mistura fique homogênea, limpando a lateral da tigela, para evitar que o creme fique empelotado. Acrescente o leite e misture. -Incorpore os ovos, um a um, com a batedeira em velocidade baixa. -Junte o extrato de baunilha, o iogurte e continue batendo até os ingredientes se mesclarem completamente. -Retire o aro com a bolacha da geladeira e derrame, aos poucos, o creme sobre a base. -Coloque o cheesecake dentro de uma assadeira com 2cm de água já quente e asse em banho maria, em forno brando, preaquecido a 135°C, por cerca de 30 minutos. Estará no ponto certo quando ficar firme ao toque (como um pudim). Retire do forno, espere esfriar e leve a geladeira pelo menos por seis horas. -Desenforme e distribua os ingredientes da cobertura. Cobertura -1. Goiabada derretida Derreta 1 xícara de goiabada picada em cubinhos com ½ xícara de água. Deixe ferver até ficar na textura desejada. Só cubra o cheesecake com a goiabada ao desenformá-lo. DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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PORTEIRA ABERTA ABCB SENEPOL NA USP E FAZU Os livros mais novos da biblioteca da USP de Pirassununga, que vão servir de material de consulta e pesquisa para os estudantes de Ciências Agrárias no estado de São Paulo, pertencem à coleção da ABCB Senepol. Exemplares das edições de “Linhagens do Senepol – Os genearcas da raça de Saint Croix para o Brasil e do Brasil para o mundo”, “SENEPOL – Feito no Brasil” e “SENEPOL – Feito para o Brasil” foram doados pela associação para a USP. A universidade coordenou uma prova técnica com exemplares PO que foi encerrado em outubro de 2021. A segunda edição da prova está programada para o primeiro semestre de 2022 e os criadores novamente contarão com o suporte dos especialistas da USP. Outro fato recente que demonstra o empenho da diretoria da ABCB Senepol em estar junto do mundo acadêmico foi a participação no lançamento do novo portal das Faculdades Associadas de Uberaba, o FAZU News (imprensa.fazu.br). O secretário geral, José Alexandre Cunha Melo, esteve no evento representando o presidente da ABCB Senepol, Itamar Neto.
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FAMA CONSULTORIA PECUÁRIA O zootecnista Fausto Cerqueira Gomes, que atuou como técnico da ABCGil por 11 anos, agora comanda sua empresa de assessoria rural, a Fama Consultoria Pecuária. Segundo ele, é uma prestação de serviço com foco no melhoramento genético, orientação para acasalamento direcionado com touros provados e touros em teste de progênie, apartação de animais para produção e pista de julgamento e orientação dos clientes com foco no Ranking e formação de time de pista, além de compra e venda de animais comerciais. Fausto já vinha prestando consultoria nos últimos dois anos, conseguindo que seus clientes conquistassem títulos em exposições, dentre eles de Melhor Novilha, Campeã Bezerra, Reservado Grande Campeão, Reservada Grande Campeã.
PECUÁRIA DO CONHECIMENTO
O projeto Pecuária do Conhecimento, iniciativa da Phibro Saúde Animal em parceria com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), completa 10 anos em 2021. A iniciativa dedica-se à divulgação de tecnologias para melhorar a produtividade da cadeia da carne bovina, de forma a aumentar a rentabilidade da atividade. Em uma década, cerca de 2,1 mil pessoas foram treinadas e capacitadas. O Pecuária do Conhecimento foi criado para divulgar o conceito do Boi 7-7-7 e mostrar a importância da adoção de tecnologias para melhorar o resultado econômico da pecuária. O sistema baseia-se nos pilares genética, manejo e nutrição e pasto.
REFORÇO NA ALTA A central de inseminação Alta reforçou sua equipe em Alagoas. A Davi Soutinho Reprodução Animal (DS) agora passa a atender em Maceió. A equipe DS traz para a parceria sua larga experiência na utilização de biotecnologias reprodutivas como a inseminação artificial, a inseminação artificial em tempo fixo e transferência de embrião.
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PORTEIRA ABERTA LIVRE DE PARASITAS
Segundo um estudo realizado por instituições brasileiras de pesquisa, os vermes têm um potencial de reduzir a produção de leite do rebanho brasileiro em torno de 4,2 bilhões de litros de leite por ano, o que equivale e um prejuízo de mais de US$ 1,8 bilhão. Para frear a propagação dos parasitas, a utilização da eprinomectina é recomendada. Recém-lançado no mercado de saúde animal, Bullmax – da Vetoquinol Saúde Animal, tem esse ingrediente ativo na composição e proporciona, como diferencial, a carência zero do leite, possibilitando a ordenha logo após a aplicação, sem descartar o leite, item fundamental para manter a rentabilidade produtiva.
SEMENTE ENCRUSTADA O Grupo Matsuda, em parceria com a Incotec, desenvolveu a semente incrustada Série GOLD+, que visa otimizar ainda mais o plantio e formação da pastagem para que o pecuarista tenha, cada vez mais, melhores desempenhos do rebanho. “A Série GOLD+ é a evolução da renomada tecnologia de revestimento de sementes Série GOLD, que há anos vem sendo utilizada e aprovada pelo mercado. São sementes com alta pureza, escarificadas, tratadas com fungicida e inseticida (opcional) e que recebem um novo material de revestimento.
GENÉTICA COM QUALIDADE
EmbryoFORT Produção de embriões; Produção de embriões vitrificados; Produção de embriões DT. ENDEREÇO: AV. CORONEL JOSÉ DIAS BICALHO, 659 SÃO JOSÉ (PAMPULHA) BELO HORIZONTE/MG | E-MAIL CONTATO@EMBRYOFORT.COM.BR MAPA 002496-1 | TELEFONES: (31) 3226-6570 - (31) 9 9954-6549 20 MG #pecBR | DEZEMBRO 2021
MAIS RESULTADO NO PASTO
A semente incrustada Série GOLD+ semente incrustada Série GOLD+ trazem mais plantabilidade, ou seja, pode ser utilizada em diversos tipos de semeadoras (a lanço ou em linha) e mais resistência a pequenos impactos e foi desenvolvida para reduzir os riscos de embuchamento com mais fluidez, facilitando a regulagem das semeadoras e mantendo a uniformidade na distribuição das sementes, com uma superfície mais lisa e uniforme, resultando num melhor acabamento. A Série GOLD+ também possui macro e micro minerais que auxiliam no desenvolvimento inicial das plântulas.
PARCERIA INTERNACIONAL
Aldo e Felipe Valente com José Santiago Molina após firmarem convênio entre Agropecuária Cebulandia (Guatemala) y UberBrahman (Brasil)
CONVÊNIO ASOCEBU E ANCP
A ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores) firmou parceria com a ASOCEBU (Associação Boliviana de Criadores de Zebu) e será a responsável pela avaliação genética de animais pertencentes a rebanhos bovinos com registro genealógico pela associação. Atuando desde 1974, a ASOCEBU é um dos principais precursores do melhoramento genético do rebanho bovino da Bolívia, sendo responsável pelo registro de exemplares das raças Nelore, Nelore Mocho, Brahman, Gir Leiteiro, Tabapuã e Guzerá, reunindo 43 associados. Com a parceria, ANCP em cooperação com a ASOCEBU, serão responsáveis pelo programa na Bolívia. Além de oferecer avaliações genéticas, a parceria visa promover a publicação de sumários de touros bolivianos e outras publicações relacionadas com o programa de melhoramento genético da ANCP. A ANCP também realizará treinamentos presenciais para formação técnica, reciclagem e divulgação de suas tecnologias, bem como a promoção de cursos de capacitação e credenciamento de técnicos da ASOCEBU para a coleta e envio de dados dos rebanhos associados. DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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CAPA
Thiago e Camila com os filhos Gabriel, Thiago e Vitória
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SEM MEDO DE
INOVAR A CRL Agropecuária é um jovem criatório de Nelore que soube utilizar estratégias genéticas para chegar mais rapidamente a resultados importantes nas exposições
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GUSTAVO MIGUEL
lanejamento e estratégia são fundamentais para acelerar, com segurança, o avanço genético de um rebanho. Dentro desse preceito, o selecionador Thiago Lopes conseguiu consolidar seu jovem plantel no cenário nacional, colocando o CRL Agropecuária como um dos melhores criatórios do país. “Começamos a selecionar a raça em 2016, quando adquirimos Fazenda Catas Altas com todo o plantel Nelore Vanguard e também a tropa Mangalarga Marchador. Na época, a intenção era termos uma casa de campo próximo a capital para descanso e lazer da família, mas acabei me apaixonando pela pecuária e decidi dar continuidade à seleção, com todo o primor que a raça Nelore merece. Fiz questão também de manter a equipe”, lembra Lopes, que também atua no setor de varejo em Minas Gerais. Apostando em um projeto enxuto, com média de 250 prenhezes/ano, o criatório utilizou as mais modernas tecnologias para identificar animais melhoradores (touros e doadoras jovens). São avaliados os resultados dos acasalamentos, no máximo dois, por animal, para reduzir os riscos na multiplicação dessa genética. “Não podemos dar ao luxo de cometer muitos erros. Por isso, trabalhamos com poucos acasalamentos por fêmea, e não arriscamos novas tentativas se os primeiros resultados não forem dentro do esperado”, explica. Estão entre as principais doadoras CRL: Camila CRL, Safira TMA, Melopeia
Equipe CRL Agropecuária
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CAPA Guadalupe, Brenda FIV Vanguard, Belle FIV CRL, Bertha FIV CRL e Bleia FIV CRL. Nos machos, a identificação precoce de animais melhoradores mostrou ser uma estratégia certeira. Raro HRO (Landau x Raridade FIV da RFA) é um exemplo, ele teve sêmen coletado quando ainda era muito jovem. Na época, ele já tinha conquistado os títulos de Reservado Campeão Bezerro ExpoZebu 2018, Campeão Bezerro Campo Grande 2018, Reservado Campeão Bezerro Londrina 2018. Foi feita FIV com sêmen a fresco do Raro e com embriões de nossas doadoras. Assim, foi produzida a “Progênie Campeã Nova Geração”, que foi fator decisivo no resultado final do Ranking Nacional do Nelore. “Só a CRL Agropecuária tinha a progênie nova geração em pista. No final, esses 40 pontos conquistados foram decisivos”, lembra o pecuarista. Também foi feito o mesmo trabalho com os touros Tango FIV Integral, Volvo FIV do Bony e o Astuto Brun que estão em coleta na Bela Vista, o Astuto Brun é uma parceria com o Nelore Brun, do Bruno Abreu Leão. O criatório já tem uma progênie do Astuto para estrear em pista ano que vem, além de várias outras que estão para nascer. Outro jovem touro com sêmen coletado é o Expoente CRL, que ganhou várias exposições. A coleta foi feita aos 13 meses e, hoje, já existem 40 prenhezes para nascer. A expectativa é que ele esteja em pista com 30 meses, juntamente com suas progênies, que estarão com 7 meses de idade. “Essa
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foi uma categoria criada para incentivar os criadores a apostar mais precocemente em seus animais. Nem todos os criadores aderiram, mas os resultados que alcançamos confirmam que fomos visionários ao apostar nessa estratégia. Passamos a utilizar essa tática para todos os nossos touros”, conta. Segundo o criador, nesses cinco anos de seleção, todos os objetivos do projeto de seleção foram alcançados. “Inicialmente, meu sonho era fazer um primeiro prêmio em Uberaba e conseguimos. Depois de inúmeros campeonatos conquistados, trabalhamos para fazer uma Grande Campeã em Uberaba com a nossa marca, conseguimos isso com Camila CRL, que, além de Grande Campeã, foi destaque de valorização. Logo após, nossa meta era ter um animal recordista de valorização, o que alcançamos com a Raridade RFA, vendida por quase R$3 milhões. Também conseguimos uma ótima valorização com Brenda FIV Vanguard e o mais recente objetivo alcançado foi no Ranking Nacional, a tão almejada Medalha de Ouro na categoria Melhor Criador da raça Nelore ”, lembra o criador. Com todos esses investimentos em genética, a CRL Agropecuária vem consolidando sua presença nas
exposições. Em Uberaba, várias crias da propriedade conquistaram premiações dentre elas: Alana FIV CRL; Bela Vista FIV CRL; Belle FIV CRL; Camila FIV CRL; Capitú FIV CRL; Cartilha FIV CRL, . No Ranking Regional, houve a conquista do título de Melhor Expositor Regional Minas Gerais (2016/2017). Já no Ranking Nacional, as premiações conquistadas foram: Melhor Expositor Nacional da Liga dos Campeões (2017/2018); Melhor Novo Criador (2018/2019); Melhor Expositor Regional Minas Gerais (2019/2020); atual Melhor Criador do Ranking Nacional pela Liga dos Campeões (2020/2021). Cuidados com a nutrição A área da propriedade foi ampliada nos últimos cinco anos, passando de 90 ha para 540 ha, e está localizada na cidade de Inhaúma, no interior de Minas Gerais. Com isso, foi possível aliar a pecuária (rebanho de 500 cabeças Nelore e 70 Mangalarga Marchador) com a agricultura, direcionada para o cultivo de milho, em sistema irrigado. O grão é destinado à produção de silagem. A decisão de produzir a própria alimentação do rebanho é uma forma de garantir que os animais expressem todo o seu potencial genético. “É importante garantir uma boa nutrição para todas as categorias. No caso dos bezerros, utilizamos o creep-feeding, fornecendo uma ração peletizada e feno. Nas etapas seguintes, o planejamento nutricional desenvolvido pelo zootecnista especializado em nutrição animal, Felipe Possebom da Performance Nutrição Animal que inclui a silagem produzida na CRL e a ração desenvolvida exclusivamente para suprir as necessidades especificas dos nossos animais”, destaca Thiago Lopes. Uma parceira importante nessa parte nutricional é a Matsuda, que há mais de dois anos faz um atendimento diferenciado, por meio da equipe da regional de Belo Horizonte. Segundo o criador, a Matsuda é uma empresa que acredita muito no projeto da CRL Agropecuária. “Desde que começamos a usar os minerais Matsuda, elevamos os índices de prenhez do rebanho. O gado está bem nutrido, bonito. Estamos satisfeitos e muito bem assistidos, tanto na parte dos minerais quanto na parte das sementes de pastagens”, anima-se o criador. Segundo Thiago Lopes, o sucesso da CRL Agropecuária é fruto também de uma equipe especializada e comprometida. A família também é peça importante, estão sempre apoiando Thiago nas decisões. A esposa Camila e os filhos Gabriel, Thiaguinho e Vitória acompanham Thiago em todos os eventos pecuários. “Espero que meus filhos amem o Nelore como eu e minha esposa e deem continuidade a esse trabalho de seleção que tanto nos dedicamos”, finaliza.
CRL AGROPECUÁRIA - Objetivos claros e resultados alcançados
Joaquim Correa, gerente da CRL Agropecuária
Parte da sala de troféus
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AGROPECUÁRIA V2 FLAMBOYANT LOURIVAL LOUZA
MEDALHA DE OURO MELHOR CRIADOR E EXPOSITOR POR DOIS ANOS CONSECUTIVOS DO RANKING NACIONAL E REGIONAL GOIANO NELORE MOCHO ACNB 2018/2019 - 2019/2020.
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GENÉTICA DE OURO
Genética de ouro O DNA da pecuária
Livro lançado durante a Expoinel retrata a vida de um dos maiores conhecedores de zebu da atualidade
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om um impecável currículo e um dos nomes mais influentes da pecuária mundial zebuína, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, compartilhou com o público um pouco de sua trajetória de sucesso, que certamente servirá de referência para as futuras gerações. O livro “Genética de Ouro – O DNA da Pecuária”, que é assinado pelo próprio selecionador, foi lançado durante a Expoinel 2021, no Parque Fernando Costa, em Uberaba, no mês de outubro. A sessão de autógrafos contou com a presença de diversos criadores, lideranças políticas, profissionais do setor, familiares e amigos do autor. “Esse projeto foi uma oportunidade única de compartilhar um pouco da minha história, que é totalmente entrelaçada com a do zebu. Como muitos já sabem, falar de zebu preenche cada dia da minha vida de forma muito gratificante. Este é um livro como nenhum outro escrito antes, não em uma só obra e com tantos detalhes”, destaca Arnaldo Manuel, o Arnaldinho, como ele gosta de ser chamado. A obra reúne fatos desde a infância até os dias atuais da vida do selecionador. A chegada do zebu no Brasil faz parte da história da família do autor. Teófilo de Godoy, irmão da tataravó de Arnaldinho, Maria Cândida de Godoy, foi o primeiro brasileiro a ir pessoalmente
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Arnaldinho com os filhos Manuel, João Marcos, Ana Carolina e a esposa Iara
à Índia para importar animais zebuínos. Em 1906, o avô paterno, Rodolfo Machado Borges, foi o primeiro criador a perceber a importância em selecionar das raças puras e de origem indiana para o país e entrou para a história como o grande selecionador da raça Gir. Em 1948, seu pai, Arnaldo Machado Borges, a segunda geração a dar continuidade a esse legado, por meio da Marca “R7”, fundou a seleção de Gir e Nelore da fazenda Boa Vista e, nessa missão, contou com total apoio de sua esposa e a mãe de Arnaldinho, dona Yeda Maria Borges. Como primogênito, Arnaldinho segue mantendo a qualidade e tradição de seus antepassados, juntamente com seus filhos, na Fazenda Ipê Ouro, desde 1980, e nesta empreitada, terceira e quarta geração trabalham lado a lado em prol do zebu. “Arnaldinho é descendente de uma família de zebuzeiros e herdou a característica de criar bem, pois tem o sangue impregnado de zebu e por outro lado, é um bom administrador”, assegura o criador Fausto Pereira Lima. O livro “Genética de Ouro – O DNA da Pecuária” traz ainda histórias de importantes seleções pioneiras e contemporâneas. São homens e mulheres que vivem o zebu em seu dia a dia, aqui no Brasil, na Bolívia, no Paraguai, na Colômbia e na Guatemala. São selecionadores que têm contribuído com o avanço das raças zebuínas em várias partes da
Arnaldo Manuel o autor do livro e sua esposa Iara, Cláudia Monteiro e Gustavo Miguel da revista Pecuária Brasil
América Latina. “Conheci Arnaldinho na Guatemala durante a Exposição Nacional de Gado. Sempre escuto suas análises com muito interesse e sigo seus conselhos. Pude assistir a ExpoZebu nos três anos em que ele presidiu a ABCZ. Cada ano a exposição foi melhor em todo sentido. Sem dúvida alguma, Arnaldinho é uma referência para o zebu mundial”, diz o criador José Santiago Molina, da Ganaderia Palmira, de Sayaxché, Petén, na Guatemala. Na opinião do ex-presidente da Asocebú Bolívia, Fernando Roca Peña, Arnaldo Manuel é uma sumidade do zebu. “Ele está sempre de mãos estendidas abertas para nos ajudar e é um verdadeiro divulgador das raças zebuínas para os países tropicais. Durante minha gestão como presidente de Asocebú, sempre foi um confiável apoio perante as nossas consultas à ABCZ. O programa de envio de estudantes bolivianos para estudarem na Fazu é um exemplo dos muitos empreendimentos do Arnaldo em favor das relações entre nossos países irmãos”, declara Peña, que é criador de Nelore e empresário na Bolívia. HISTÓRIA DAS RAÇAS O livro traz ainda capítulos sobre as raças zebuínas Brahman, Gir, Gir Leiteiro, Guzerá, Indubrasil, Nelore, Nelore Mocho, Tabapuã e Sindi, dispostas em ordem alfabética, com um breve histórico de cada uma delas assinado pelos presidentes das Associações Promocionais. Em cada capítulo, também são apresentadas as histórias de diversos criatórios. Segundo Arnaldinho, registrar em um livro, toda essa história e contar com a importante participação das entidades promocionais com o apoio de renomados criatórios foi imprescindível para o sucesso desta obra. “É impossível falarmos de gado zebu no Brasil sem nos lembrarmos do nome de Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges. O comprometimento e a dedicação de Arnaldinho com as raças zebuínas são totais. Contra a tendência existente no início dos anos 90, ele viu no Nelore, linhagem Lemgruber, qualidades suficientes para recomendá-lo a muitos criadores de seu relacionamento. Desde então, ele tem sido um pertinaz incentivador e usuário dessa linhagem”, assegura Eduardo Penteado Cardoso, sócio proprietário da Fazenda Mundo Novo, um dos criatórios cuja história de seleção é retratada no livro. “Genética de Ouro – O DNA da Pecuária” é uma publicação idealizada e organizada pela revista Pecuária Brasil. “Foi um grande desafio reunir todos os fatos históricos e fotografias que compõem o livro, mas também um trabalho empolgante e gratificante, pois, durante a produção desta obra, pude conhecer um pouco mais deste universo que é o zebu e dessa importante personalidade, que é o famoso professor Arnaldo”, assegura Cláudia Helena Monteiro, responsável pelo projeto literário e pela revista Pecuária Brasil.
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ENTREVISTA
ANTÔNIO PITANGUI DE SALVO
EM DEFESA DO PRODUTOR RURAL IGNÁCIO COSTA
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om a missão de unir os sindicatos rurais e os produtores na defesa do agronegócio mineiro, o criador de Guzerá, Antônio Pitangui de Salvo, acaba de assumir a presidência do Sistema FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais). Mineiro de Curvelo, é engenheiro agrônomo e atua na pecuarista de corte, apostando em sistemas sustentáveis, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e o protocolo Carne Carbono Neutro. Toninho, como é conhecido entre os selecionadores de zebu, está dando continuidade ao legado deixado pelo pai, o criador e ex-presidente da CNA, Antonio Ernesto de Salvo. Vem atuando em entidades classistas há vários anos, sendo atualmente presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da CNA e do Sindicato dos Produtores Rurais de Curvelo. Nesta entrevista exclusiva à revista Pecuária Brasil, ele fala sobre os projetos que pretende desenvolver na FAEMG, as críticas contra o setor na área ambiental, comunicação voltada para a sociedade em geral, eleições presidenciais, mercado pecuário e expectativas para 2022.
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Revista Pecuária Brasil – Quais serão os principais pontos da sua atuação à frente do Sistema FAEMG até 2025? Antônio Pitangui de Salvo – O carro-chefe da gestão será buscar uma aproximação maior com os Sindicatos Rurais de todo o estado de Minas Gerais para poder dar legitimidade às ações que faremos. Será menos BH e mais interior para que os sindicatos tenham maior representatividade. Outro ponto é que precisamos melhorar a comunicação com os produtores para que todos saibam o que a FAEMG está fazendo pelo setor. A entidade trabalha muito bem, mas não adianta fazer uma série de ações importantes e ficar com isso “guardado dentro de casa”. Também trabalharemos para dar suporte aos três principais capacidade de fornecer proteína segmentos do agro em Minas, que animal no volume que o Brasil são Leite, Café e Carne, e que hoje tem feito. O que precisamos é vivem um momento delicado. ter um diálogo melhor dentro da cadeia produtiva, para que os Revista Pecuária Brasil – Como produtores saibam claramente avalia o atual cenário agropecuos reais motivos dos embargos. ário, que sofre com aumento no No caso da China, certamenpreço dos insumos, queda no te não foi só um caso de vaca preço do leite e nas exportações louca atípico que fez isso, foi de carne? algo a mais. Então, precisamos Antônio Pitangui de Salvo – Se nós ter informação fidedigna, uma conquistamos um grande número comunicação melhor com a inde novos mercados para exportar a dústria e com as demais entidacarne brasileira, há sempre o risco des do setor. de, em algum momento, eles diminuírem as compras por algum motiRevista Pecuária Brasil – O vo. Isso faz parte do negócio munleite e o café também sofrem dial. O que ocorreu com a China com essa falta de diálogo foi uma situação momentânea que dentro das cadeias produtiem breve estará resolvida. É imporvas? tante entender que, atualmente, não Antônio Pitangui de Salvo – existe outro país no mundo com
Sim. Não é possível que, em pleno Século 21, ainda tenhamos um diálogo tão ruim. Precisamos melhorar esse convívio, pois a cadeia sendo forte todos saem ganhando. Além disso, é preciso ter um planejamento dentro da cadeia que permita ter uma melhor tomada de decisão por parte dos produtores. A indústria é um cliente do produtor e o produtor é um cliente da indústria, ou seja, se tivermos um diálogo de mão dupla, poderemos entender que tipo de produto o mercado precisa naquele momento, a quantidade demandada, dentre outros fatores importantes dentro do
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ENTREVISTA sistema de produção. No caso do leite, foi criado o Conseleite-MG há alguns anos com a proposta de buscar soluções conjuntas, pelos produtores rurais e indústrias, para problemas comuns do setor lácteo mineiro. Revista Pecuária Brasil – Falando ainda sobre a comunicação no agro, o setor tem sido apontando dentro e fora do país como causador de problemas ambientais, como ficou bem claro na Conferência do Clima, a COP 26. Antônio Pitangui de Salvo – Evidentemente que essas ações são interesses comerciais, recobertas por questões ambientais. A Europa está no limite de sua produção, sem novas terras para expandir, não tem sucessão porque não tem jovens no campo. Já o Brasil é uma potência agrícola, tanto na produção de grão quanto de carne vermelha, e está incomodando profundamente os europeus. Não podemos aceitar mais o argumento de que estamos
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crescendo às custas de destruir floresta, pois isso é uma mentira. As pessoas precisam compreender que as emissões de metano do agro brasileiro são pequenas quando comparado às grandes potências, e ainda temos 66% do nosso território preservado. Na verdade, temos é que receber por essa preservação. Nossas entidades precisam trabalhar firmemente para defender o nosso produtor lá fora, e defender falando a verdade, mostrando que desenvolvemos uma produção sustentável, am-
bientalmente correta, que está ajudando a garantir alimento para o mundo e a gerar renda não só para o produtor, mas para todos os profissionais que atuam no campo. Revista Pecuária Brasil – Como pecuarista, o senhor adotou práticas sustentáveis em sua propriedade? Antônio Pitangui de Salvo – Sim, contamos com uma unidade de referência tecnológica da Embrapa dentro da fazenda e participamos do projeto Carne Carbono Neutro. Adotamos o
sistema de ILPF (Integração Lavoura, Pecuária e Floresta) que permite o sequestro do carbono e os resultados têm mostrado que é possível produzir carne de forma sustentável. São projetos excelentes que precisam ser mais bem divulgados para que a pessoas compreendam também que temos condições de fazer em um mesmo hectare duas safras de grãos, uma safra de pecuária e ainda, em linhas, produzir madeira para várias finalidades. Revista Pecuária Brasil – 2021 está encerrando. Foi um ano bom para a pecuária?
Antônio Pitangui de Salvo – Com certeza. Os produtores rurais brasileiros foram muito bem. Tirando esse incidente com a exportação de carne para a China e do aumento do custo de produção impulsionado pela alta do dólar, as margens de lucro ainda continuam boas para quem tem um sistema de produção eficiente. Agora, mais que nunca, é o momento de trabalharmos com uma gestão profissional nas propriedades para não sermos tão afetados por esse custo maior. Não tem mais lugar para amador na pecuária. Gestão, tecnologia e inovação são os principais
pontos a seguir. Com genética de qualidade, melhoria das pastagens, boa nutrição, treinamento da mão de obra, tanto a pecuária de corte quanto a de leite conseguirão crescer. O Senar tem trabalhado muito para auxiliar o produtor no campo, levando capacitação e tecnologias. Acredito que vamos continuar batendo recordes de produção em 2022. Revista Pecuária Brasil – Em 2022, teremos eleições. Quais serão as principais reivindicações do setor para os candidatos à Presidência da República e a Governador? Antônio Pitangui de Salvo – Queremos ser completamente inseridos dentro do sistema e das tomadas de decisão, ou seja, receber a devida importância que o agronegócio merece, com um Ministério da Agricultura ainda mais forte. Outros pontos importantes são a melhoria das estradas, fazer a tecnologia de 5G chegar ao campo, respeito à propriedade privada. Essas seriam reivindicações gerais, mas sabemos que cada região tem suas demandas. Por isso, não podemos cobrar só da esfera federal, precisamos reivindicar melhorias junto a nossos governantes estaduais e municipais.
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ELEIÇÕES
DISPUTA NA ABCZ Faltando ainda um ano para as eleições da associação, duas candidaturas já foram apresentadas
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em consenso sobre quem deve conduzir a presidência da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) durante os anos de 2023-2025, a atual diretoria da entidade terá dois de seus membros concorrendo nas eleições de novembro do ano que vem, caracterizando uma divisão na gestão atual. O atual vice-presidente e diretor administrativo da ABCZ, Fabiano França Mendonça Silva, é o candidato indicado pela diretoria 2020-2022 e conta com o apoio do presidente Rivaldo Machado Borges Junior, tendo recebido apoio de 10 dos 16 diretores presentes na reunião realizada na sede da entidade. Já o diretor Técnico e Cien-
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tífico, Gabriel Garcia Cid, concorre como candidato independente. A situação é semelhante a ocorrida em 2016, quando dois membros da diretoria do então presidente Luiz Claudio Paranhos fizeram uma das eleições mais concorridas da história da entidade, terminando com a vitória apertada de Arnaldo Manuel Machado Borges, que desta vez será vice na chapa de Gabriel Garcia Cid. Os dois candidatos já iniciaram a campanha e estão participando de eventos, dentre eles a Exposição Agropecuária de Goiânia, ocorrida em novembro. A revista Pecuária Brasil falou com exclusividade com ambos para que eles pudessem apresentar suas propostas iniciais, colocadas abaixo pelo critério de ordem alfabética dos candidatos. Confira:
ABCZ MINHA VIDA, ZEBU MEU MUNDO. Filho de uma família de pecuaristas que há várias gerações carrega no sangue a paixão pelo Zebu, Fabiano Mendonça tem uma visão bem clara do que são os associados da ABCZ. “Temos que pensar nos diferentes perfis de associados. Nós temos selecionadores, criatórios, fornecedores de material genético, insumos, maquinário etc. e mesmo entre os criadores há os de pequeno, médio e grande porte. Por isso, quando pensamos em fazer a gestão da ABCZ, temos que levar em conta essa variedade de perfis, desenvolvendo projetos e ações que incluam a todos”, declara Fabiano. “A ABCZ desenvolve um trabalho de excelência em melhoramento genético e nós precisamos ter certeza de que os benefícios desse trabalho estejam acessíveis e rendam benefícios para todos indistintamente. O Brasil é hoje um dos principais produtores de carne e leite do mundo. A ABCZ tem participação decisiva nesse proces-
so, e nós temos que nos orgulhar muito disso, sem dúvida. Mas não podemos esquecer em momento algum de levar suporte e tudo que os associados precisam para garantir a eles maior produtividade, renda e, claro, a melhor qualidade de vida”, completa. Fabiano é uberabense, formado em Administração de Empresas, e é de família de produtores rurais. Em 1994, iniciou sua seleção de animais zebuínos puros de origem, no criatório Nelore Alódia, no município de Patos de Minas/MG. Hoje, conta também com proprie-
Todos sabem que eu sempre estive presente nesses seis anos de ABCZ, lutando para que não houvesse aumento de custo para nossos associados.’’ dades no Mato Grosso, nos municípios de Alta Floresta e Cotriguaçu. Atua em entidades classistas há mais de 20 anos, dentre elas o Sindicato dos Produtores Rurais de Patos de Minas.
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ELEIÇÕES RENOVAÇÃO ALIADA À EXPERIÊNCIA Gabriel Garcia Cid pauta sua candidatura independente no propósito de abrir as portas da ABCZ para todos os criadores. “Queremos trazer um posicionamento diferente, no qual queremos buscar desenvolver projetos que atendam a todos os associados. Temos que levar ao campo o que os criadores realmente precisam para desenvolver bem os seus negócios e, com total transparência, dar sempre conhecimento aos associados de tudo o que acontece na ABCZ. Queremos uma ABCZ Forte, com a participação de todos!” destaca Cid. Como diretor Técnico nesta atual gestão, implementou com sucesso uma série de ações nesse sentido. “Somos criadores trabalhando pelos criadores. Portanto, todo trabalho com o objetivo de ajudar nessa tarefa tem que passar pelo nosso Departamento Técnico, formado por profissionais que são, na prática, agentes transformadores da seleção de zebu e que levam aos criadores informações e tecnologias relevantes. O maior patrimônio da ABCZ são os criadores e precisamos facilitar o trabalho que eles desenvolvem no campo”. Segundo Gabriel, o desejo de renovação na ABCZ, aliado à experiência de tradicionais criadores, é o que o levou a aceitar esse desafio. “Fala-se muito em democracia e queremos colocar isso na prática: ter a liberdade de trazer novas propostas para a entidade. Afinal, entendemos a importância de todos
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participarem ativamente do dia a dia da associação. Temos um trabalho importante pela frente, que executaremos sem abrir mão de nossos valores, ética e princípios. Toda disputa é democrática e tem o seu lado saudável e queremos colocar essa decisão nas mãos de todos os criadores do Brasil”, diz. Entre os nomes já confirmados para a chapa, estão criadores tradicionais e que já atuaram em gestões anteriores da ABCZ, sendo dois deles o ex-presidente Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges e o selecionador da Fazenda Brumado, Tonico Carvalho. Eles ocupam os cargos de 1º vice-presidente e 2º vice-presidente, respectivamente. Dos membros da atual diretoria da ABCZ, outro nome já anunciado para compor a chapa é da atual diretora de Relações Internacionais, Ana Cláudia Mendes Souza, que ocupará a 3ª vice-presidência, sendo a primeira vez que uma mulher concorre a esse cargo na história da ABCZ. Gabriel Garcia Cid faz parte da terceira geração da família Garcia Cid. Seu avô, Celso Garcia Cid, foi
O maior patrimônio da ABCZ são os criadores e precisamos facilitar o trabalho que eles desenvolvem no campo.” um dos importadores de Zebu da Índia nos anos de 1960 e 1962, período em que trouxe para o Brasil exemplares das raças Gir, Guzerá e Nelore. Na Fazenda Cachoeira 2C, em Sertanópolis/PR, Gabriel seleciona as raças Gir e Nelore, trabalho que desenvolve em conjunto com a mãe Beatriz e os irmãos Guilherme e Gustavo. Tem participado ativamente de entidades classistas, tendo ocupado na gestão anterior (2016/2019) da ABCZ o cargo de Diretor de Tecnologia da Informação; o de Diretor da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) por dois mandatos; e de presidente da Nelore Paraná. Atualmente, também é diretor de Pecuária da Sociedade Rural do Paraná.
2021 FOI UM ANO EXCELENTE PARA A FAZENDA DA CAR ENEACAMPEÃO (RECORDE ABSOLUTO, NOVE VEZES CAMPEÃ NACIONAL) MEDALHA DE OURO MELHOR CRIADORA E MELHOR EXPOSITORA RANKING NACIONAL ACNB 2020/2021
IGARASSU FIV DA CAR
SJD2256 FOTOS GUSTAVO MIGUEL
VENCIUS RG X ODALISA DA CAR (BACKUP)
PROGRAMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DE TOUROS JOVENS
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58ª EXPO RIO PRETO
A 58ª EXPO Rio Preto 2020-2021 – Edição Especial Julgamentos premiou animais de dez raças, entre bovinos de corte e leite e equinos. O evento ocorreu de 29 de setembro a 3 de outubro, no Recinto de Exposições ‘Alberto Bertelli Lucatto’, em São José do Rio Preto/SP. Somente de bovinos, 751 animais desfilaram pela pista de julgamento, envolvendo as raças Nelore, Nelore Mocho, Tabapuã, Simental, Guzerá, Indubrasil, Girolando e Gir Leiteiro, enquanto 116 equinos das raças Mangalarga Paulista e Mangalarga Marchador participaram das provas. No Nelore, o título de Grande Campeã foi para Dina da RS, de Roberto Bavaresco e o de Grande Campeão para Mustang FIV da Sabiá, da Fazenda do Sabiá. No Nelore Mocho, Profana da Car, da Fazenda São José da Car, ficou com o título de Grande Campeã, enquanto Zaccheus FIV da Car, da Fazenda São José da Car foi o Grande Campeão.
LEILÃO BRAHMAN
Oficializado pela Associação dos Criadores de Brahman do Brasil, o Leilão Virtual Ruba integrou a programação da 17ª ExpoBrahman. O pregão aconteceu no dia 14 de outubro, sob o comando da Programa Leilões. Foram comercializados 34 bezerros, bezerras, garrotes, novilhas, touros, vacas e 56 embriões. O faturamento total ficou em R$572.070,00. A média das fêmeas ficou em R$14.185,71 e a média dos machos foi de R$17.584,62. O Leilão Virtual Ruba foi promovido pelo criatório Ruba Brahman, de propriedade de Rubens Manreza.
FESTA DO BOI
De 13 a 20 de novembro, a 59ª Festa do Boi movimentou o Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim/RN. O maior evento agropecuário do Nordeste contou com leilões, palestras e julgamento de diversas raças zebuínas, como Guzerá, Gir Leiteiro, Girolando, Nelore, Sindi.
NOVA CRIADORA DE GIR LEITEIRO
Uma nova criadora entrou para a raça Gir Leiteiro na Exposição de Goiânia 2021, mais exatamente no Leilões Cerrados. Maria Clara Trivelato, que já criadora de Tabapuã, em São Gabriel do Oeste/MS, adquiriu exemplar do criatório dos Irmãos Chiari, a novilha ICHG 676 ICH UTOPIA. Ela já tem uma bezerra da Epamig, a Samba da Epamig, que vem de uma sociedade de um de seus maiores incentivadores, o zootecnista Paulo Henrique Julião de Camargo, que atuará como coordenador de fomento nos estados de Goiás, Tocantins, Maranhão e no Distrito Federal. Ela tem também uma bezerra de FIV com outro criador. 38
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MAIS 58ª EXPO RIO PRETO
Participando pela primeira vez da EXPO Rio Preto, a raça Guzerá teve como Grande Campeã Rubia do Diga, de José Manoel Diogo Júnior e como Grande Campeão Acre FIV Santa Celina, de Otávio Canto Alvares Correa. Os julgamentos da raça Tabapuã da EXPO Rio Preto consagram como Grande Campeã Ecamis FIV da GE05, de João Trivelato Neto, e CZT Marte FIV, de Julio Laure, como Grande Campeão. Na raça Indubrasil, a Grande Campeã e o Grande Campeão foram, respectivamente, Eternity do Cassu, de Rodrigo Caetano Borges, e Universal, de Roberto Fontes Goes. No Gir Leiteiro, a Grande Campeã foi Remmi FIV de Brasília, de Fazenda Brasília Agropecuária, e o Grande Campeão foi Lúdico FIV Wad, de Winston Frederico Drumond. No torneio leiteiro da raça, a Grande Campeã foi Ostralina FIV do Basa, de Antonio Augusto Carvalho Costa (Média: 59,803kg). Na raça Girolando, as Grandes Campeãs foram RBB Lavanda King Royal FIV (CCG 1/2), de Roberta Bertin Barros; Rachapau Galileia 2058 Doorman FIV (CCG 3/4), de Paulo Sérgio de Melo; e ICH R31 Origem Kingboy (Girolando), de José Renato Chiari.
LEILÃO SINDI O Leilão Sindi Estrelas, que desde 2002 mantém a tradição de ser o principal remate da Festa do Boi, no Rio Grande do Norte, disponibilizou 35 animais dos promotores e convidados. Compradores de MG, BA, CE, RN, SE, SP, GO, RJ, PA e PB arremataram os lotes e investiram em pacotes de sêmen. As médias registradas no leilão ficaram em R$ 22.336,36 para as fêmeas e R$ 20.040,00 para os machos. A oferta faturou quase R$ 600 mil. A edição foi organizada por Orlando Procópio do Sindi OCP, José Teixeira Junior do Sindi Bom Pasto e Ricardo Lemos “Careca” do Sindi Arvoredo.
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PECUÁRIA 360
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HOMENAGEM
A Associação Goiana do Tabapuã completou 20 anos de fundação e prestou homenagem a seus ex-presidentes. No dia 23 de novembro, no encerramento da 58ª Exposição de Goiânia e julgamento da raça foi realizado um encontro de amigos na sede AGT, onde foram homenageados todos os ex-presidentes e pioneiros da raça em Goiás. A história de Associação Goiana do Tabapuã que começou com o criador Wagner Miranda, em 2001. Entre os homenageados estão Irondes José de Morais, Goiás Celso Chaves Amorim, Francisco Medeiros, Silvestre Alves de Almeida (in Memorian), Francisco Sijavam, Leonardo Moraes, Gustavo Oliveira e Souza, Emanuel Campos Guimarães, José Torquato Caiado Jardim, José Alves de Castro.
1ª PROVA BRAHMAN
A Associação dos Criadores de Brahman do Brasil anunciou o resultado da 1ª Prova de Eficiência e Performance Brahman/BoicomBula (BBB). Trinta e cinco fêmeas e 57 machos de 23 criatórios de diversos estados brasileiros passaram por avaliação reprodutiva, de eficiência alimentar, qualidade de carcaça, características morfológicas, dentre outras. Na parte de avaliação de carcaça, realizada pela DGT Brasil, os resultados comprovaram a alta capacidade do Brahman em produzir carne de qualidade. Já a avaliação de eficiência alimentar, conduzida pelo IZ, indicou que a raça é uma opção interessante para quem deseja um rebanho eficiente, que consome menos e produz mais, e que contribui para uma menor emissão de metano. A prova premiou os animais que obtiveram os melhores Índices de Desempenho, Gourmet, Eficiência, além dos campeões no julgamento de Morfologia. Os criatórios premiados foram: Casa Branca Agropastoril, Brahman Assu, Brahman Hans, Brahman Vitória, Brahman Terra Verde, Brahman Miya, Brahman Fada, Brahmania, Agropecuária Rodrigues Torres.
NOVIDADE NO MERCADO DE LEILÕES
Com o mercado de leilões de animais aquecido, o Brasil está ganhando um dos maiores complexos para a venda de bovinos e equinos e realização de eventos agropecuários do país. Uberaba, no Triângulo Mineiro, foi a cidade escolhida para sediar a “Império Leilões e AgroEventos”. A inauguração ocorre no dia 15 de dezembro, com a presença de diversas lideranças do agronegócio e políticas. A proposta é tornar o espaço a maior referência em megaleilões no país, realizando todos os meses um grande evento, sempre na última semana do mês. Serão comercializados somente animais premium, selecionados de forma criteriosa para atender os compradores mais exigentes, e em grande quantidade. A expectativa é de que sejam realizados no espaço tanto eventos nacionais quanto internacionais. 40
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LEILÃO SELEÇÕES DO CERRADO
Com uma oferta forte de genética de grandes criatórios do Gir Leiteiro, o Leilão Seleções do Cerrado aconteceu no dia 12 de novembro. Segundo a Estância K, um dos promotores do leilão, houve grande valorização dos animais, com seus lotes sendo compostos por animais: 1 doadora, 1 novilha prenhe, 2 novilhas e uma bezerra. A média dos 5 lotes ficou em R$75 mil. O animal destaque foi Londrina FIV Estância K (Jogral x Maringá), filha da Grande Campeã Nacional Maringá de Brasília, comercializada por R$79.500,00. O evento teve como promotores José Neto e Cecília da AgroGir, Bruno e Léo Machado da Fazenda Mutum, Fred e Branquinho da Estância K e Thadeu Chiari, dos Irmãos Chiari.
ASSOCIAÇÃO NELORE MT
A Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso (ACNMT) iniciou a maior prova de pesquisa e desempenho de animais feita por uma associação no Brasil. Ao todo, participarão 600 bezerros, de 20 criadores associados. Os animais iniciaram o experimento com uma média de 7 arrobas de peso vivo e deverão ficar prontos para abate em aproximadamente 11 meses, com 20 arrobas. A prova consiste em três etapas: a primeira é o “sequestro” (ou resgate) de bezerros para avaliar a influência de 2 níveis de ganho de peso na fase associados à suplementação com sal aditivado e suplementação concentrada; a segunda etapa tem duração de 6 meses para, posteriormente, na terceira etapa, fazer a engorda intensiva a pasto entre 100 e 120 dias. Dois lotes de animais serão mensurados e comparados por meio do abate técnico com avaliação de carcaça através do Circuito Nelore de Qualidade e Programa Nelore Natural, em uma parceria com a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), que pagará uma bonificação no valor da arroba pela participação.
MEGA COMPLEXO
Todo o complexo da Império Leilões e AgroEventos está instalado em uma área de 260 mil m², contando também com estrutura para sediar diversos tipos de eventos. A área construída é de quase 13 mil m². A capacidade máxima é para 7 mil animais, alojados adequadamente. Além disso, conta com uma área de 22 baias cobertas destinadas ao alojamento do gado de elite. Está localizada em uma das principais rodovias do Brasil, BR-050 | Km 158, que dá acesso aos estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Distrito Federal. O empreendimento é conduzido pelo zootecnista e pecuarista Marcelo Cunha Farah e pelo engenheiro agrônomo e produtor rural Milton Carlini Júnior.
RAÇA
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SELEÇÃO . GENÉTICA . CRIAÇÃO . LEILÕES
Raio x DOS REBANHOS AMOCHADOS GUREZÁ
UMA RETOMADA DE SUCESSO DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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RAÇA
RAIO X DOS REBANHOS AMOCHADOS Pesquisa da Universidade Federal da Bahia investiga a percepção dos produtores em relação à essa prática em bovinos e bubalinos no Brasil
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GUSTAVO MIGUEL
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rática comum em rebanhos leiteiros e em determinadas raças de corte em muitos países, o amochamento é bastante aplicado para facilitar o manejo dos animais. Agora, uma pesquisa da Universidade Federal da Bahia (UFBA) pretende traçar um panorama sobre essa prática em rebanhos de bovinos e bubalinos no Brasil. “O estudo tem como objetivo estabelecer a percepção dos produtores frente ao manejo no que diz respeito ao bem-estar animal, facilidade de manejo, seleção genética para animais mochos, entre outros assuntos”, esclarece Fabieli Loise Braga Feitosa, pós-doutoranda em Zootecnia: Genética e Melhoramento Animal da UFBA. O primeiro passo da pesquisa consiste na aplicação de um questionário virtual público de 67 perguntas que podem ser respondidas pelos produtores rurais de forma anônima. Entre as questões, são abordados o tipo de manejo adotado para o amochamento, performance produtiva dos animais amochados, comportamento dos bovinos/bubalinos, uso de medicamentos durante o procedimento e informações gerais do rebanho. “O questionário busca abranger uma amostra representativa de todos os estados do país, de diversas
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RAÇA raças para corte e leite e de sistemas de produção a fim de se fazer um mapeamento nacional sobre a prática de amochamento, a percepção do produtor sobre esse manejo e outros correlatados”, explica. O questionário ficará aberto por tempo indeterminado até que uma amostra representativa de respostas seja obtida. “Esperamos receber cerca de 400 respostas para se ter uma margem de erro de 5%, calculada a partir do número de estabelecimentos que criam bovinos e bubalinos no país. Pretendemos obter respostas de todos os estados e do maior número de raças possível proporcionalmente ao número efetivo de rebanhos de cada raça. Todos os produtores estão convidados a responder ao questionário. Mesmo os produtores que não realizem amochamento ou possuam rebanhos geneticamente mochos, podem responder o questionário”, esclarece Fabieli. BEM-ESTAR ANIMAL O amochamento evita que os animais provoquem machucados e feridas entre eles. Não apenas em conflitos, mas também em momentos de transporte e manejo, quando são colocados muito próximos. De acordo com o professor do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Mateus Paranhos, o procedimento deve ser feito sempre dentro do conceito de bem-estar animal. “Deve ser precedido de anestesia e analgesia. Não recomendamos usar a pasta cáustica, pois o calor pode fazer com que ela escorra pela cabeça do bezerro, queimando e, além disso, fica queimando por dias. Já o amochamento feito com ferro quente exige muita perícia e cui-
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dado, devendo ser realizado apenas por pessoas bem treinadas e no momento correto”, esclarece Paranhos, que integra o Grupo Etco (Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal. Segundo Paranhos, o amochamento feito nos bezerros pode beneficiar os animais no futuro. “Quando o bovino tem chifres, a agressão entre eles pode causar ferimentos graves. Além disso, aumenta muito o risco de acidentes mais graves com humanos”, informa. Segundo a pós-doutoranda Fabieli Loise Braga Feitosa, a União Europeia já possui regras para garantir o bem-estar animal durante o amochamento. Foi criado um programa de estímulo propondo e estabelecendo regras ao amochamento como uso obrigatório de anestésicos, antiinflamatórios e procedimentos pós-amochamento, além promover alternativas como a seleção genética para obter animais mochos. “Animais sem cornos (chifres) têm manejo muito mais facilitado, ocupam menor espaço de cocho, danificam menos instalações e sofrem menor perda de carcaça por hematomas quando transportados ao frigorífico. Assim, a prática possui uma série de prós e contras. Nosso objetivo é mapeá-las em território nacional”, diz Fabieli. Segundo ela, além do questionário em andamento, o grupo de pesquisa de Genética e Melhoramento Animal da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
Professor da Unesp Mateus Paranhos
Pós-doutoranda da UFBA Fabieli Feitosa
da UFBA conduz um estudo paralelo comparando economicamente as práticas de amochamento e a seleção genética para mochos, que é fruto de uma dissertação de mestrado. DESCORNA EM ANIMAIS PUROS Nas raças zebuínas, o Serviço de Registro Genealógico da ABCZ traz regras em relação à descorna. “Ela é permitida nas raças Brahman e Guzerá. No caso da raça Guzerá, os animais da categoria PC (Puros Controlados), só podem ser descornados após receberem RGN [Registro Genealógico de Nascimento]. Na raça Gir também é permitida a descorna, mas somente após o RGD e
os animais não podem participar de julgamentos, embora possam participar de Concursos Leiteiros”, informa Luiz Antônio Josahkian, superintendente Técnico da ABCZ. Vale lembrar que as raças Nelore, Gir, Brahman, Sindi e Indubrasil apresentam variedades mochas naturais e o Tabapuã é exclusivamente mocha desde sua formação. “Há uma tendência natural nas raças, à medida em que se especializam, de uma redução do tamanho dos chifres, salvo em casos em que os chifres tenham características muito fortes quanto ao tamanho. Existem algumas correntes que defendem que a ausência de chifres facilita o manejo e contribui para maior eficiência de sistemas intensivos, como confinamentos, por liberar espaço especialmente no cocho”, conclui Josahkian.
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RAÇA
Bactéria amiga das pastagens Um experimento para avaliar a inoculação e o efeito de bactérias promotoras de crescimento de plantas com e sem a associação de adubação foliar em pastagem de Brachiaria Híbrida Mavuno está sendo conduzido na Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba). A pesquisa será desenvolvida até o final de fevereiro de 2022, sob a coordenação do professor Dr. Rayner Sversut Barbieri. A bactéria utilizada é a Azospirillum brasilense, promotora de crescimento de plantas, que correspondem a microrganismos benéficos às plantas devido à capacidade de colonizar a superfície das raízes, rizosfera, filosfera e tecidos internos das plantas. “Essas bactérias têm um papel importante na nutrição nitrogenada das culturas. Dentre os benefícios podemos destacar a produção de hormônios, que interferem no crescimento das plantas e podem alterar a morfologia das raízes, além de possibilitar a exploração de maior volume de solo e a fixação biológica do nitrogênio”, explica Rayner. Estudos mostram que o uso de Azospirillum brasilense associada a pequenas doses de nitrogênio tem demonstrado alta eficácia tanto em relação a aspectos morfológicos quanto em produtividade, com resultados semelhantes a tratamentos com altas doses deste nutriente. De acordo com pesquisas, o uso desta bactéria auxilia em um aumento na produção de 12% a 14% quando comparado à ausência desta bactéria. “Apesar de termos estudos sobre o uso desta bactéria em culturas de milho, trigo, arroz e sorgo, há necessidade de explorar os benefícios desta espécie em forrageiras”, informa o professor.
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O experimento é realizado em parceria com Wolf Sementes, por meio dos técnicos Ana Carolina Pagenotto e Edson Castro. “Estamos utilizando as sementes Brachiaria hibrida Mavuno inoculadas com Azospirillum brasilense. O experimento é conduzido por um delineamento em blocos casualizados e parcelas de dimensões de 4x3 metros”, explica Edson. O cronograma de atividades do experimento inclui avaliar os seguintes parâmetros: massa verde (kg/ha), massa seca (kg/ha), análise bromatológica da forragem (principalmente acúmulo de PB). As avaliações serão feitas na altura de entrada dos animais (40 cm). Novo portal Fazu A faculdade lançou o ‘Fazu News’, o novo portal de comunicação da Instituição. Com design moderno e intuitivo, o portal oferece um espaço profissional que agrega ferramentas que auxiliarão os jornalistas na produção de conteúdo de alto nível científico. As empresas parceiras da Fazu também terão um espaço para divulgação de suas ações, produtos e pesquisas. Para o diretor Celio Eduardo Nascimento Vieira, o projeto integra mais uma das conquistas para o crescimento e ascensão da Fazu. “São diversos os projetos, pesquisas e professores integrantes da Instituição e o Fazu News vem para valorizar e enaltecer essas importantes ações desenvolvidas no nosso campus. Agradeço a todos que vieram prestigiar o lançamento e gostaria mais uma vez de parabenizar a Daniela pelo excelente projeto”, completa.
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RAÇA
17ª ExpoBrahman movimenta a
“capital do Zebu”
C
O evento contou com a participação de 130 animais de expositores de seis estados riadores da raça Brahman de vários estados brasileiros reuniram-se no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG, entre os dias 11 e 17 de outubro, para mais uma edição da Exposição Internacional da Raça Brahman (ExpoBrahman). O evento contou com suas tradicionais competições de Pista e a Campo, além de um leilão oficial e uma reunião para apresentação de dados da 1ª Prova de Eficiência e Performance Brahman/BoicomBula. As disputas tiveram a participação de 130 animais de 12 expositores de seis estados e foram conduzidas pelo jurado Isarico Neto. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), Paulo Scatolin, a 17ª edição da ExpoBrahman confirmou a grande evolução alcançada pela raça, com animais muito bem caracterizados racialmente e dentro dos padrões que o mercado tem demandado. “Tivemos um alto nível nas disputas da ExpoBrahman, o que só comprova o excelente trabalho de seleção que os criadores vêm fazendo em suas propriedades”, destaca Scatolin. A ExpoBrahman encerrou os julgamentos concedendo o troféu de Melhor Expositor e Me-
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lhor Criador Pista e Campo a dois criatórios que já acumulam vitórias consecutivas nos últimos anos. Na competição de pista, o Melhor Expositor e Melhor Criador foi Paulo de Castro Marques, da Casa Branca Agropastoril, no município de Silvanópolis/MG. É do criatório o Grande Campeão Pista CABR RANK 2827, o Reservado Grande Campeão Pista CABR STRONG 2870 e a Reservada Grande Campeã Pista CABR THEODORA 3047/3. São pelo menos três edições consecutivas do evento que a Casa Branca Agropastoril se consagra como Melhor Criador/Expositor. “Esse resultado coroa o dia a dia de trabalho de toda a nossa equipe, que tem se dedicado muito na seleção de Brahman altamente produtivo, de alto valor genético e capaz de contribuir para a pecuária nacional”, destaca Pedro Ribeiro, médico-veterinário da Casa Branca Agropastoril. A Grande Campeã Pista foi MISS VITORIA 5541, do criatório Brahman Vitória, no município de Araçatuba/SP, de propriedade de Alexandre C. Ferreira. O expositor também é proprietário do Grande Campeão Campo da ExpoBrahman 2021, MISTER VITORIA 5635. Levou ainda os títulos de Melhor Expositor e Melhor Criador do Brahman a Campo, sendo a sétima vez que conquista o troféu. “Sempre buscamos selecionar um gado funcional e produtivo na fazenda, que traga bons resultados para a pecuária, sendo esse também o objetivo da competição Brahman a Campo”, informa Alexandre C. Ferreira. Já a Grande Campeã Campo foi MISS RUBRAHM FIV 301, do expositor Rubens Manreza, da Agropecuária RUBRAHM, de Pedregulho/SP. Ele também conquistou o troféu de Reservado Grande Campeão Campo com MISTER RUBRAHM FIV 305. A Reservada Grande Campeã Campo da ExpoBrahman 2021 foi MS TERRA VERDE 1517, do expositor Clodoaldo Sérgio Bendilatti, da Fazenda Terra Verde, Marilia/SP.
SELEÇÃO CONSAGRADA EM PISTA E NO CAMPO
MISS VITÓRIA 5541 GRANDE CAMPEÃ - EXPOBRAHMAN 2021 CAMPEÃ VACA ADULTA- EXPOBRAHMAN 2021
MR VITORIA 6041
MR VITORIA 6448
CAMPEÃO JÚNIOR MAIOR EXPOBRAHMAN 2021
CAMPEÃO BEZERRO EXPOBRAHMAN 2021
brahman Acredite na
vitória
itória e conquiste resultados.
B R A H M A N
V I T Ó R I A
ALEXANDRE COCCAPIELLER FERREIRA ARAÇATUBA – SP (18) 997921122 | ALEXCOCA@TERRA.COM.BR @BRAHMANVITORIA DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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RAÇA
Uma retomada de sucesso para o
Guzerá
A 14a Expo Nacional Guzerá marcou a volta dos eventos presenciais da raça RAÇA/GUZERÁ
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om um representativo número de animais em pista, a 14ª Expo Nacional Guzerá movimentou o Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG, entre os dias 11 e 17 de outubro. A feira marcou a retomada dos eventos oficiais da raça após uma paralisações de quase dois anos por conta da pandemia. “A exposição foi muito produtiva e comprovou o alto nível da raça Guzerá, com animais de extrema qualidade competindo na pista. Foi uma oportunidade de rever os amigos, mas tomando todos os cuidados sanitários necessários. Tenho certeza de que esse foi o início de um novo ciclo para a pecuária. E nós, da ACGB tivemos um orgulho muito grande em trabalhar junto com o Nelore e o Brahman nesta exposição”, destaca o presidente da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB), Marcos de Almeida Carneiro. O evento marcou ainda um novo processo de escolha do jurado, considerado pela ACGB imparcial, transparente e democrático, sem interferência de terceiros ou da Associação. Os nomes dos jurados indicados por todos os expositores foram submetidos a um sorteio público e coube ao jurado efetivo da ABCZ, João Eduardo Assumpção, a responsabilidade de definir os campeões de cada categoria. O julgamento contou com a participação de 94 animais de 16 expositores de seis estados brasileiros (ES, GO, MG, MS, PA e SP). O evento ainda marcou a volta do tradicional criador Carlito de Lima Felisberto e família às exposições e também a estreia de sete criatórios, sendo que alguns levaram trofeús para a casa. Os novos expositores foram: Agropecuária Estrela da Índia Ltda., Amaro Vaz, Daniel Faria Lemes, Fabrício Mi-
randa Sizo, Marcos de Almeida Carneiro, Mateus Pezzato Santiago e Roberto Paulo Leal Corrêa. “Desde 2017 criamos Guzerá e em 2021 decidimos participar de exposições para mostrar nosso trabalho de seleção. Inscrevemos duas bezerras e uma delas, Bárbara FIV San, conquistou o título de Campeã Bezerra. Foi um evento que contou animais muito bem preparados e com um clima muito bom entre os criadores presentes”, diz Mateus Pezzato Santiago, da MS Pecuária, em Extrema/MG. Outro estreante na Nacional, o criador Roberto Paulo Leal Corrêa, da Fazenda da Gineta, em Sete Lagoas/MG, acredita que a raça tem evoluído muito na criação de animais com opções para todos os tipos de finalidade, seja ela para cruzamentos industriais de corte, de leite ou mesmo a produção de carne e leite através dos animais puros. “A seleção dos criadores tem sido cada vez mais criteriosa e dinâmica e os resultados aparecem nos animais de pista que serão as bases para as criações extensivas que comprovam a dupla aptidão do Guzerá”, assegura Correa, que desde 2019 seleciona a raça. Na Nacional, ele conquistou o título de Reservada Campeã Novilha Maior, Jangada LBN. A ICIL Indústria e Comércio Itacarambi SA sagrou-se como Melhor Criador e Melhor Expositor da 14ª Expo Nacional Guzerá, além de conquistar os títulos de Grande Campeã com a Tenda FIV da ICIL e de Grande Campeão com o Torio FIV da ICIL. “A maior premiação que nós tivemos foi o congraçamento dos criadores nesse retorno das exposições, o que nos deu uma alegria muito grande. Evidentemente ficamos satisfeitos em ganhar prêmios com os animais, pois os resultados alcançados na Nacional indicam que estamos no caminho certo. Desde 2018 estamos na liderança do Ranking”, declara Milton Dias Filho, titular da ICIL.
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RAÇA
Expocruz 2021 A feira encerrou o Ranking Nacional de três raças zebuínas e teve a entrega do prêmio Cebu de Oro Assim como no Brasil, a Bolívia já retomou os eventos presenciais no segundo semestre de 2021. A Feira Internacional de Santa Cruz (Expocruz 2021), ocorrida em setembro, encerrou o Ranking Nacional da Asocebu Bolívia. “Os produtores rurais são um dos principais agentes da retomada econômica do país, e isso se comprovou na Expocruz 2021, onde nosso setor voltou a brilhar”, diz o presidente da associação Yamil Nacif. As raças zebuínas representaram mais de 80% dos animais expostos na Expocruz. Durante o evento, foram encerrados os Rankings das raças Brahman, Nelore e Nelore Mocho. A raça Gir também contou com julgamento. A Grande Campeã Brahman foi Miss Luxenburgo FIV Santa Ana, do expositor Oscar Ciro Pereyra S. O Grande Campeão foi Mr. Isrrael FIV de Santa Ana, do expositor Oscar Ciro Pereyra S. O Melhor Expositor/Criador foi Oscar Ciro Pereyra S., que ainda foi o melhor do Ranking 2020/2021. Na raça Gir, a Grande Campeã foi Pintura Esterlina, do expositor Julio Nacif Hiza e o Grande Campeão foi Ghandy de Monte Alegre, do expositor Mario Daniel Alvarez
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Alvis. O Melhor Expositor/Criador foi Julio Nacif Hiza. A Grande Campeã Nelore foi Dheli FIV de El Trebol, do expositor Jorge Nuñez del Prado. O Grande Campeão foi Neptuno FIV Sausalito, do expositor Osvaldo Monasterio Rek. O Melhor Expositor/Criador foi Osvaldo Monasterio Rek, que ainda foi o melhor do Ranking 2020/2021. Na raça Nelore Mocho, a Grande Campeã foi Nadia FIV Moxos, do expositor Marcelo F. Muñoz Añez. O título de Grande Campeão ficou com Bhutan FIV de EL Trebol, do expositor Mario I. Anglarill Serrate. O Melhor Expositor/Criador foi Osvaldo Monasterio Rek, que ainda foi o melhor do Ranking 2020/2021. Durante a Expocruz, a Asocebu entregou o prêmio Cebu de Oro Nacional e Internacional. Foram agraciados o criador Jorge Javier Velasco Bruno (Nacional) e Robert Edgar Hudgins (Internacional – Estados Unidos).
WILSON LEMOS
DE
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RESERVADO CAMPEÃO TOURO JOVEM (EXPOBRAHMAN 2021)
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RAÇA
A Festa do Boi virou a
Festa do Sindi O Sindi foi a raça com maior presença em pista e maior volume de atividades durante a 59a Festa do Boi, realizada em Parnamirim, RN, de 13 a 20 de novembro de 2021 MÁRCIA BENEVENUTO
CARLOS LOPES
A Festa do Boi, promovida pelo Governo do Rio Grande do Norte e a Associação Norte Riograndense de Criadores (ANORC), é uma das maiores mostras do Agro da região Nordeste. A edição de 2021 rompeu um hiato de quase dois anos em que a pandemia pelo Covid 19 determinou a desaceleração de negócios e a interrupção de eventos técnicos, por isso em todos os setores da feira e em cada quadra de expositores a animação e o sentimento de reencontro entre amigos prevaleceram. O Sindi foi protagonista entre as raças inscritas para julgamento e torneio, além de se destacar na mostra pelas atividades sociais, ações técnicas e eventos comerciais que reuniram criadores de todo o Brasil e os representantes da classe pelo Núcleo de Criadores de Sindi do Rio Grande do Norte, Associação Nacional dos Criadores de Sindi (ABCSindi) e Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), respectivamente. Um total de 17 marcas exibiram quase 200 animais com genética de plantéis de diversos estados brasileiros e a vitrine principal do parque Aristófanes Fernandes foi avermelhada. “A hegemonia do Sindi demonstra o momento do mercado da raça que está aquecido pela alta demanda estimulada por resultados e eficiência. Sindi não
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é moda e nem tendência, mas trunfo estratégico para enfrentamento da seca e consolidação da pecuária nordestina”, diz o presidente do Núcleo RN, José Geraldo Moura da Fonseca Junior. As atividades sociais e a confraternização dos criadores de Sindi foram o ponto alto da Nacional. Na inauguração da obra de revitalização da sede do Núcleo RN, teve uma homenagem ao criador pioneiro Woden Coutinho Madruga, descerramento da placa da diretoria, boas-vindas as autoridades do estado e representantes nacionais, a entrega do crachá de sócio ao mais novo criador filiado da ABCSindi e o registro simbólico de um garrote especial, com genética fechada nos troncos de origem paquistanesa, pelo presidente da ABCZ, Rivaldo Machado Borges Junior. “A Nacional foi um sonho realizado. Missão cumprida com vários e grandes desafios superados. O presidente Marcelo Passos e a diretoria da ANORC bateram no peito com arrojo e de-
criadores da raça. Promovemos e vivenciamos o intercâmbio de conhecimento sobre a evolução do rebanho e compartilhamos a felicidade por estarmos juntos em confraternização depois de tanto tempo”, encerrou o presidente da ABCSindi, Orlando Cláudio Gadelha Simas Procópio. JULGAMENTO Os resultados em pista da 18ª Nacional da Raça Sindi: A Grande Campeã: Etna OT e sua reservada: Siriema Sindi da FTI; o Grande Campeão: Radesh J França e seu reservado: Origame Sindi da FTI; o Melhor Criador: Marcelo Tavares de Melo (FTI); já o Melhor Expositor: Josemar França (J. França);
cidiram organizar a Festa do Boi já com um prazo curto. Pela ABCSindi nós acompanhamos a toada. A Nacional marcou o nosso reencontro e foi uma demonstração autêntica da união dos
( A J C A 3 3 1 9 )
LARIS FIV DA ESTIVA
NO TORNEIO LEITEIRO A Campeã Fêmea Jovem: Stella Sindi da FTI (FTI); a res. Campeã: Rainha J França (J. França); Campeã Vaca Jovem: Querência FIV J França (J. França); res. Campeã: Juritinga FIV da Estiva (J. França);Campeã Vaca Adulta: Afrodite Sindi da FTI (FTI); res. Campeã: Ida P (FTI); Melhor Úbere: Ida P (FTI) .
CAMPEÃ NOVILHA MENOR DO CENTENÁRIO ABCZ DURANTE A EXPOZEBU/2019
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RAÇA
Zebu na
58ª Expo Goiânia O evento teve participação expressiva das raças zebuínas e contou com julgamentos e torneio leiteiro O Parque de Exposições Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia/GO, foi palco de eventos de várias raças zebuínas que integraram a 58ª Exposição Agropecuária de Goiânia, entre os dias 4 e 13 de novembro. A feira foi marcada por leilões, julgamentos, novidades nas áreas tecnológicas, palestras e negócios. Segundo o Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça, os animais expostos representam a excelência genética que criadores goianos têm alcançado no rigoroso processo de pesquisa e tecnologia implementado no campo. “Goiás terá a melhor genética desse país”, afirmou o secretário. A 58ª Exposição Agropecuária de Goiânia foi promovida pela Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA). Dentro da programação, ocorreu a 1ª Exposição Internacional do Gir Leiteiro (ExpoGir) com a participação de cerca de 300 animais. O julga-
mento ficou a cargo do jurado Fábio Miziara. O pecuarista Leo Machado Ferreira ficou com os títulos de Melhor Criador e Melhor Expositor. A Grande Campeã foi Jamaica FIV do Rio Negro, da expositora Roberta Bertin Barros. O Grande Campeão foi Ludico FIV Wad, do expositor Winston Frederico A. Drumond. No Torneio Leiteiro, a Grande Campeã foi Atena MS Santa Fé, do expositor Uander Gleison Martins da Silva. Ela produziu uma média de 64,980 kg/leite. O Ranking Nacional do Gir Leiteiro dos períodos 2019/2020, 2020/2021 agregados teve na liderança de Melhor Criador e de Melhor Expositor o criador Winston Frederico A. Drumond. A Melhor Fêmea Nacional do Ranking foi Canka FIV Ponte Alta Genética, do expositor Luiz Eduardo Branquinho. O Melhor Macho Nacional foi Ludico FIV Wad, do expositor Winston Frederico A. Drumond. Na categoria Melhor Fêmea de Concurso Leiteiro do Ranking Nacional, as primeiras colocadas foram: Categoria Fêmea Jovem: Obstetra FIV CAL, do expositor Luiz Eduardo Branquinho; Categoria Vaca Jovem: Indaia F Recreio, do mesmo expositor; Vaca Adulta: Mirabela FIV Jaguar FUB, do expositor Eurípedes José da Silva. 16ª EXPOINEL GOIÁS Com a participação de cerca de 200 animais da raça Nelore, a 16ª Expoinel Goiás Circuito Amarelo reuniu 22 criadores dos estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins.
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Promovida pela Associação Goiana do Nelore (AGN), a feira teve como jurado João Augusto de Faria. A Grande Campeão foi Rubi FIV LUC 2L, do expositor Dorival Gibertoni. O Grande Campeão foi Rima Quadrado, do expositor Rima Agropecuária. O Melhor Expositor foi Dorival Gibertoni. O Melhor Criador foi a Rima Agropecuária. GUZERÁ, INDUBRASIL E TABAPUÃ Outras raças que participaram da 58ª Exposição Agropecuária de Goiânia foram Indubrasil, Guzerá e Tabapuã. A expositora de Guzerá, Geisa Magalhães Machado Bomfim, levou para a casa o prêmio de Grande Campeão, com o animal Jisan Makady. Já a Grande Campeã foi Juma LBN, do expositor Leandro Botelho Neiva. O Tabapuã teve como Grande Campeão CZT Marte FIV, do expositor Júlio Laure. A Grande Campeã foi Dudana FIV da Ge 05, do expositor João Trivelato. Os títulos de Melhor Expositor e Melhor Criador ficaram com Gustavo Oliveira e Souza. O Indubrasil contou com uma mostra de animais e não teve julgamento.
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CARNE PRODUÇÃO . MERCADO . ARROBA
Perspectiva PARA O AGRO
CARNE QUAL SERÁ O DESEMPENHO EM 2022 DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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CARNE
2022:
Perspectivas para o agro Segmento de genética deve fechar com crescimento, assim como o mercado de carnes e leite, mas existem dúvidas sobre qual será o desempenho em 2022 diante de um cenário fragilizado após dois anos fortemente impactados pela pandemia
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ão é novidade que o Brasil é o principal fornecedor de carne bovina em função de disponibilidade de área, água, relevo, genética e técnicas de produção animal. E isso deve se manter em 2022. Mas manter esse posto trouxe vários desafios em 2021 e os altos preços dos insumos e animais para reposição foram um deles. “Sem dúvida, os custos de produção pesaram muito, embora haja expectativas de alívio para os preços dos grãos, devemos ter patamares firmes no mercado do boi gordo e deposição. Diante também das incertezas na economia, o mercado do doméstico não deverá crescer e nosso principal desafio será quanto aos preços da carne e como isso influenciará o mercado do boi gordo num todo”, informa a analista de Mercado da Scot Consultoria, a zootecnista Thayna Andrade. Segundo ela, tivemos mais um ano de retenção de fêmeas para a produção de bezerros. Os preços ficaram firmes ao longo do ano com picos na alta com ajuda do mercado chinês comprando bem, o que equilibrou com um cenário de consumo doméstico comedido. “Em setembro tivemos a surpresa dos dois casos atípicos de vaca louca que derrubou as cotações, contudo, os frigoríficos ficaram mais compradores nessa reta final de 2021 para atender a demanda de final de ano. Somou-se a isso a oferta restrita de animais terminados. Isso sustentou um cenário de preços maiores que os vistos antes da suspensão das exportações para a China”, esclarece a zootecnista. O ponto positivo em 2021 ficou por conta da reação do mercado interno à suspensão das exportações para a China, conseguindo se reerguer sem as compras chinesas. Na visão da analista da Scot Consultoria, é difícil fazer uma previsão para 2022, pois existem dúvidas diante de um cenário fragilizado após dois anos fortemente impactados pela pandemia. “Ao que tudo indica, deveremos esperar uma fatia maior de fêmeas indo ao gancho no próximo ano, o que pode pressionar a arroba, mas não é esperado um aumento expressivo. No cenário geral para 2022, devemos acompanhar mais um ano de preços firmes no boi gordo. Caso a China volte a comprar em grandes volumes, isso deve sustentar ainda mais esse cenário”, diz Thayna Andrade. A expectativa é de que, no geral, o Brasil terá
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CARNE um cenário parecido com 2021, com preços firmes também para a reposição. Mais fêmeas serão destinadas ao gancho em decorrência da margem da cria que deve diminuir nos próximos anos, o que pode melhorar a relação de troca a longo prazo. Segundo o estudo “Perspectivas para o Agronegócio 2022”, do Rabobank, banco holandês especializado no setor, o câmbio desvalorizado, o aumento da produtividade e a demanda aquecida nas principais economias devem continuar dando impulso às nossas commodities agrícolas pelo mundo no próximo ano. O Rabobank ressalta, no entanto, que será preciso solucionar problemas estruturais e conjunturais internos para que o setor consiga ter resultados mais promissores em 2022. Entre os desafios indicados está o aumento de custos com o dólar alto, encarecendo os insumos e reduzindo as margens dos produtores. Mais gado confinado O balanço da expedição Confina Brasil 2021, da Scot Consultoria, que analisou 191 fazendas, em 14 estados entre 21 de junho e 28 de setembro de 2021, apontou que existe uma tendência de elevar o número de animais confinados. “Uma conclusão importante do Confina Brasil 2021 é o aumento de 25,8% do volume de gado confinado pelas mesmas propriedades pesquisadas em 2020. Na amostra, a quantidade de bovinos confinados este ano foi de 2.091.162 de cabeças”, informa Felipe Dahas, coordenador da expedição. Essas propriedades respondem por mais de 40% dos bovinos confinados no país, cuja estimativa é de 4,93 milhões de cabeças. Em termos comparativos, a primeira edição do Confina Brasil, de 2020, visitou 118 propriedades, totalizando 1,663 milhão de cabeças confinadas. Segmento de genética espera novo avanço O mercado de genética bovina, que já vinha de um au-
Levantamento feito pela Scot em confinamentos brasileiros aponta crescimento
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Zootecnista Thayna Andrade.
mento nas vendas no primeiro semestre de 2021 de 31% em relação ao mesmo período do ano passado, vem conseguindo manter um bom ritmo. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), Márcio Nery, os dois últimos meses do ano foram de retomada das vendas. “No acumulado de janeiro a setembro, tivemos um aumento de 27% nas vendas de sêmen das raças de corte e de 7% no leite. Acredito que 2021 deve fechar com um crescimento de 30% no corte e 8% no leite”, assegura Nery. O fato de o Brasil agora ser fornecedor de leite para a China pode contribuir para o mercado de genética. O maior equilíbrio do dólar seria outro fator que poderia favorecer o segmento, levando os produtores de leite a ter uma melhor margem para investir em inseminação artificial. A expectativa da Asbia é que o Brasil encerre o ano com cerca de 30 milhões de doses comercializadas. E as exportações estão contribuindo para isso. Entre janeiro e setembro de 2021, elas cresceram 84%. Segundo Nery, esse índice mais elevado foi em parte por conta da logística, que voltou a normalizar por conta do fim das restrições impostas pela pandemia. “Além disso, o Brasil é referência na seleção zebuína e a América Latina, que é nosso maior comprador, espelha-se muito na pecuária brasileira”, diz. Sobre a pecuária de corte, Nery acredita que ninguém segura o Brasil, pois é o país na atualidade é o que apresenta melhores condições de produção de carne. “Mas o setor precisa se unir para combater as críticas infundadas, como ocorreu na COP 26. É preciso separar o joio do trigo. Grileiro e o incendiário de floresta é uma coisa, pecuarista é outra coisa. Não podemos aceitar essa associação, pois ela leva a retaliações puramente comerciais no mercado internacional”, finaliza o presidente da Asbia.
FOTOS: GUSTAVO MIGUEL
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MEDALHA DE OURO CATEGORIA FÊMEA JOVEM NELORE MOCHO RANKING 2021
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CARNE
Mais fertilidade com sombra e bom pasto Estudo conduzido pela Embrapa registra melhores índices de precocidade sexual de novilhas em sistemas integrados
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celerar a entrada das novilhas no período reprodutivo é um desafio que pode ser vencido com a adoção de sistemas integrados, como Lavoura-Pecuária (ILP) e Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada com novilhas Nelore, pela Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), sob a coordenação do pesquisador Luciano Lopes. O estudo confirmou que as melhores condições térmicas geradas pela sombra das árvores influenciaram a concentração sérica do fator de crescimento IGF-I nas novilhas. Já os sistemas ILP, com pastagem precedida por dois anos de lavouras de soja, resultaram em maior ganho de peso e influenciaram na espessura da gordura da garupa. Todas essas características são indicadores de precocidade sexual em bovinos. “Quanto mais rápido o animal entrar em produção, melhor. É interessante a novilha parir o quanto antes e manter um parto por ano após a maturidade. Quanto mais cedo inicia esse ciclo, mais bezerros ela pode gerar. A precocidade depende de al-
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guns fatores genéticos, da raça, mas o ambiente e a pastagem também podem contribuir para acelerar isso”, explica Lopes. Para a pesquisa, foram usadas 48 novilhas Nelore, de 14 a 16 meses de idade, cedidas por quatro produtores associados à Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte). Elas foram divididas em quatro tratamentos. Um com pecuária convencional, outro em sistema ILP com dois anos de lavoura e dois anos de pastagem, e dois sistemas silvipastoris, sendo um com linhas simples de eucaliptos (clone H13) distantes 37m entre si e outro com linhas triplas de eucaliptos com renque de 30 metros. Em todas as áreas foi usada a forrageira Brachiaria brizantha cv. Marandu e o manejo e adubação do pasto foi o mesmo. De acordo com o pesquisador, ao mostrar que as novilhas da raça Nelore apresentam melhores indicadores de precocidade sexual quando criadas em um sistema integrado, a pesquisa traz uma nova perspectiva de manejo nas propriedades de cria, sobretudo aquelas localizadas em regiões mais quentes do Brasil. “É interessante que o produtor tenha em sua fazenda configurações diferentes de sistemas e que possa manejar
categorias diferentes, ou subcategorias. Após a desmama, ILP é mais indicada para ganho de peso. Para o animal que se inicia na fase de reprodução, o sistema silvipastoril parece ser mais interessante, estimulando melhor a parte hormonal”, recomenda o pesquisador. Bezerros são maiores em sistemas integrados Outro levantamento feito na pesquisa foi o peso dos bezerros no nascimento. De acordo com os dados coletados, os bezerros nascidos das novilhas dos sistemas silvipastoris e da integração lavoura-pecuária tiveram peso médio sem diferença estatística, entre 34,5 e 35,8kg. Já os bezerros das vacas que ficaram na pastagem em sistema exclusivo nasceram menores, com peso médio de 25,4kg. Lopes explica que não é possível atribuir o resultado a apenas um fator, como o menor peso das vacas na pastagem exclusiva. Para ele, a soma dos fatores climáticos, fisiológicos e corporais foi responsável pela diferença. O menor peso dos bezerros ao nascerem vai se refletir no peso ao desmame e no tempo de engorda. Entendendo os resultados A precocidade sexual de uma novilha depende de fatores genéticos, da raça e da nutrição. O peso do animal é um dos principais indicadores para dar início à ciclagem e ovulação. A concentração hormonal também é outro ponto relevante. Dessa forma, nessa pesquisa foram avaliados o ganho de peso diário, a taxa de gordura na garupa (P8), a concentração sérica de IGF-I e o diâmetro folicular. Na avaliação do diâmetro folicular não houve diferença entre os quatro tratamentos. No ganho de peso e taxa de gordura na garupa, o sistema de integração lavoura-pecuária se sobressaiu. O ganho de peso diário na ILP foi de 482g, contra 340g da ILPF com renques simples, 303g da ILPF com renques triplos e 288g da pecuária exclusiva. Já a taxa de gordura na garupa ficou em 6,53mm na ILPF, contra 5,79mm na ILPF, 5,51mm na ILPFs e 4,8mm na pecuária exclusiva. Devido aos altos custos das análises hormonais, a pesquisa avaliou apenas o fator de crescimento IGF-I. Nesse caso, a ILPF com linhas tripas e maior disponibilidade de sombra para as novilhas obteve maior índice, com 555 ng/ml. O sistema silvipastoril com linhas simples, ainda com presença de sombra, teve índice médio de 498 ng/ml. Os dois sistemas sem árvores ficaram estatisticamente abaixo, com 484ng/ml na ILP e 464ng/ml na pecuária exclusiva. De acordo com os pesquisadores, a diferença na concentração de IGF-I pode ser explicada pelas condições térmicas em cada tratamento. Mensurações de temperatura e umidade feitas em globo negro mostraram que, de maneira geral, nenhum dos sistemas apresentou condições ideais para o desenvolvimento dos animais, devido ao calor na região no período de avaliação (abril a novembro). Porém, nos tratamentos com árvore as condições eram menos severas. Da mesma forma, a carga térmica radiante, outro indicador de conforto térmico, também mostrou melhores condições para as novilhas nos sistemas com presença de árvores. “Com base na literatura,
sabemos que o conforto térmico traz melhor resposta hormonal. Os resultados que tivemos sobre a concentração de IGF-I corroboram isso. Sendo assim, ter um sistema com árvores pode beneficiar as novilhas antes da inseminação e nos primeiros dias após a inseminação”, afirma Luciano Lopes. Outros resultados Instalada há dez anos, essa base experimental tem sido objeto de diferentes estudos de pesquisadores da Embrapa e de instituições parceiras. Na parte animal, primeiramente foram desenvolvidas pesquisas sobre ganho de peso em machos da raça nelore, mostrando que os sistemas integrados aumentam a produtividade, porém, a diferença de ganho fica menor na medida em que se aumentam a entrada de nutrientes na pastagem e a suplementação da alimentação. Também já foram desenvolvidas pesquisas sobre a sanidade animal e forragicultura. Novos resultados sairão nos próximos meses com indicadores sobre resposta imune de novilhas nelore em diferentes sistemas e sobre a ocorrência de verminoses. Além dos estudos com animais, pesquisadores de diferentes especialidades avaliam desempenho da lavoura, a integração entre os componentes, a dinâmica de água e solo, ocorrência de pragas, emissões de gases de efeito estufa, microbiologia do solo, entre outros. A pesquisa foi realizada em um experimento de longa duração instalado na Embrapa Agrossilvipastoril e contou com parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e com a Acrinorte. Os dados coletados fizeram parte da dissertação de mestrado da médica-veterinária Kássila Fernanda Bertogna, da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Sinop (UFMT). DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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N O S S O P R I M E I R O C A M P E Ã O D A M A R C A :
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ARQUITETO FIV EST. ESPERANÇA FOTOS: GUSTAVO MIGUEL
KALIKA FIV VILA RICA X RUBRICA DE BRAS. (JAGUAR TE DO GAVIÃO) NASC.: 15/12/2020 CAMPEÃO BEZERRO NA EXPOGIR GOIÂNIA/2021 CAMPEÃO BEZERRO NA EXPO RIO PRETO/2021
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VIGÍLIA FIV 2B PH UÍSQUE X POLKA GAZELA 2B (MERU 2 FIV 2B) LACTAÇÃO: 9.363 KG LEITE/1º LACTAÇÃO RESERVADA CAMPEÃ VACA JOVEM NO TORNEIO LEITEIRO DA MEGALEITE 2019, COM MÉDIA ACIMA DE 58KG/LEITE, COM MÉDIA DE PRODUÇÃO DE 51,885KG/LEITE AOS 8 MESES DE PARIDA NA EXPOGIL EM GOIÂNIA/2021, MOSTRANDO ENORME PERSISTÊNCIA DE LACTAÇÃO.
TALLITA & TIAGO FREITAS
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LEITE
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NUTRIÇÃO . PRODUÇÃO . ORDENHA
Leite
PROJEÇÕES PARA O MERCADO MERCADO DO LEITE DESAFIOS E PROJEÇÕES DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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2° MELHOR EXPOSITOR E 4° MELHOR CRIADOR NO RANKING NACIONAL DO GIR LEITEIRO ABCGIL 2019/2021.
FBGO 957 C.A. SANSAO x FB CORISA AVÓ DOS ANIMAIS DACG27 FANNY S. RITA DE CASSIA E DACG70 MANGA ROSA S. RITA DE CASSIA, F.B JACUNDA É DESTAQUE DA SELEÇÃO SANTA RITA DE CÁTSSIA, ELA É A BARRIGA DE OURO, IMPRIME EM SUA PROGÊNIE, CARACTERIZAÇÃO RACIAL E MUITA FORÇA LEITERIA. SUA PRODUÇÃO REAL EM 365 DIAS É DE 7.405 KG DE LEITE
DACG 34
VALENTE S. RITA DE CASSIA JAGUAR TE DO GAVIAO X FB IRECE
RESERVADO GRANDE CAMPEÃO - EXPO. SÃO JOSÉ RIO PRETO 2021 RESERVADO CAMPEÃO TOURO JOVEM – EXPOGIR INTERNACIONAL GÔIANIA 2021
MUT 484 GABINETE SILVANIA x BROINHA FIV CABO VERDE CAMPEÃ BEZERRA – EXPO. SÃO JOSÉ RIO PRETO 2021 MELHOR NOVILHA – EXPO. SÃO JOSÉ RIO PRETO 2021 RESERVADA CAMPEÃ BEZERRA – EXPOGIR GÔIANIA 2021 68
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FANNY S. RITA DE CASSIA
FARDO FIV F. MUTUM x JADE S. RITA DE CASSIA
MELHOR ÚBERE JOVEM (NA PISTA) – EXPO. UBERLÂNDIA 2021 RESERVADA CAMPEÃ VACA JOVEM – EXPO. UBERLÂNDIA 2021 CAMPEÃ CONJ. FAMÍLIA (MÃE: JADE S. RITA DE CASSIA – DACG5) – EEXPO. UBERLÂNDIA 2021 MELHOR ÚBERE VACA JOVEM (NO CONCURSO LEITEIRO) – EXPO. SÃO JOSÉ RIO PRETO 2021 CAMPEÃ VACA JOVEM – EXPO. SÃO JOSÉ RIO PRETO 2021 RESERVADA GRANDE CAMPEÃ – EXPO. SÃO JOSÉ RIO PRETO 2021 CAMPEÃ CONJ. FAMÍLIA (MÃE: JADE S. RITA DE CASSIA – DACG5) – EXPOGIR GOIÂNIA 2021
RRP 8023 C.A. SANSAO X SOJA DE BRAS. EXPOGIR INTERNACIONAL GOIÂNIA 2021: PRODUÇÃO MÉDIA DE 54.256/KG-LEITE, NO CONCURSO LEITEIRO NA CATEGORIA VACA ADULTA
DACG 70
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EXPOGIR INTERNACIONAL GOIÂNIA 2021: SUA ESTREIA EM PISTA CONQUISTOU A CLASSIFICAÇÃO DE 1º LUGAR NA CATEGORIA DE 8 A 9 MESES. DESTAQUE DA ESTÂNCIA SANTA RITA DE CÁSSIA, REPRESENTADA PELA SUA GENEALOGIA E O SEU BIOTIPO LEITEIRO
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LEITE
Desafios e projeções do mercado do leite Por Natália Grigol Pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA)
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e modo geral, podemos resumir que 2021 ficará marcado como um ano de preços recordes do leite ao produtor devido ao aumento dos custos de produção, clima adverso e, consequentemente, oferta limitada no ano. Só que, apesar dos preços terem atingido patamares tão elevados no campo, isso não significou rentabilidade ao produtor – uma vez que as cotações refletiram a perda no poder de compra do pecuarista frente aos insumos da produção. Ao mesmo tempo, a indústria também teve dificuldades em
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repassar a alta do preço da matéria-prima (leite cru) aos derivados, já que a perda do poder de compra do consumidor brasileiro freou a demanda por lácteos. Os preços do leite ao produtor estiveram em patamares elevados em 2021. Desconsiderando o efeito da inflação, observa-se que, na média de janeiro a outubro de 2021, o preço do leite na Média Brasil líquida do Cepea foi de R$2,25/litro, um aumento de 20,7% em relação à média do mesmo período do ano passado, de R$1,86/ litro (a análise considera os valores reais, deflacionados pelo IPCA de outubro de 2021). O aumento dos preços ao produtor se deu em virtu-
Natália Grigol
de da oferta de leite mais restrita no ano, o que estimulou a competição dos laticínios por fornecedores para, assim, manter sua capacidade produtiva (evitar capacidade ociosa) e seu market-share com consumidores. A oferta mais enxuta neste ano pode ser observada por meio dos dados da Pesquisa Trimestral do Leite (PTL) do IBGE. A pesquisa mostra que a captação de leite pelas industrias no Brasil foi de 12,37 bilhões de litros no 1° semestre de 2021 (últimos dados disponíveis), volume apenas 0,5% acima do registrado no 1° semestre de 2020. No 1° trimestre de 2021, o volume captado superou em apenas 1,8% o do mesmo período do ano passado e no 2° trimestre, houve queda de 1%. Importações e exportações de lácteos Ao mesmo tempo em que a oferta nacional seguiu limitada, a menor importação de lácteos em 2021 contribuiu
para o acirramento da concorrência na compra do leite cru. Considerando os dados da Comex de janeiro a setembro, as importações de lácteos somaram 790,8 milhões de litros de leite em equivalente leite e estiveram 4,5% menores do que no mesmo período do ano passado. Esse resultado se explica pela diminuição de 46,2% no volume adquirido no 3° trimestre do ano em relação ao ano anterior. A desvalorização do Real frente a outras moedas e o aumento dos preços dos lácteos importados contribuíram para esse resultado. Por outro lado, esse mesmo contexto estimulou o incremento das exportações de lácteos. Até o 3° trimestre, as exportações somaram 33,2 milhões de litros de leite em equivalente leite, alta de 67% em relação ao mesmo período de 2020. Importante salientar que a maior parte das vendas ocorreu no 2° trimestre e tiveram a Argélia como destino principal. Custos elevados- A limitação da oferta em 2021 e a dificuldade em se estimular a produção no campo, mesmo diante de preços ao produtor elevados, são explicadas pelo forte avanço nos custos de produção num contexto de clima desfavorável.
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Os longos períodos de estiagem, geadas e a irregularidade das temperaturas, de modo geral, afetaram negativamente a qualidade das pastagens e também da silagem. Nesse contexto de alimentação volumosa prejudicada, seria natural que se elevasse a demanda por ração na tentativa de evitar perdas significativas nos níveis de produção – sobretudo durante o outono e o inverno. No entanto, isso ocorreu num cenário de extrema valorização dos grãos, encarecidos pelo aumento dos preços internacionais e também pela expressiva desvalorização do Real frente às moedas estrangeiras (o que impulsiona exportações). Com isso, o custo da alimentação do rebanho para os produtores brasileiros se elevou sobremaneira, corroendo as margens dos pecuaristas. Uma medida útil para avaliar a margem do pecuarista é fazer o cálculo da relação de troca do leite frente ao milho, insumo básico da atividade. Considerando o preço do leite “Média Brasil” do Cepea e o preço do milho com base no indicador ESALQ/ BM&FBOVESPA, observa-se que de janeiro a setembro de 2021, o poder de compra do pecuarista caiu, em média, 31,2% frente ao mesmo período de 2020. Isso significa que, no período, o produtor precisou de 43,5 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg de milho, contra 33 litros na média de janeiro a setembro do ano passado. O pior resultado ocorreu justamente durante o 2° trimestre do ano, período de entressafra da produção leiteira. Com as recentes baixas no mercado de grãos, a relação de troca começou a melhorar em setembro, registrando 38,8 litros para a aquisição de uma saca do insumo – melhor resultado do ano. Os consecutivos meses de perda nas margens do produtor levaram muitos pecuaristas a diminuírem os investimentos na atividade. Nesse período, agentes consultados pelo Cepea relataram que, além de produtores deixando a atividade, há parcela significativa de pecuaristas que tenta, por meio do aumento do abate de vacas leiteiras e da criação de bezerros, aproveitar os preços atrativos do mercado de corte para garantir rentabilidade – já que o estímulo da
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alta nos preços do leite não tem garantido margem como em anos anteriores. Nesse sentido, há poucos indícios de que ocorra aumento na produção total de 2021 em relação a 2020 – na verdade, há expectativas de um recuo de 1% no volume produzido. Para o 4° trimestre, é esperado que ocorra a diminuição dos preços ao produtor, seguindo um movimento sazonal típico associado ao incremento na oferta – tendo em vista que a produção é favorecida pelo retorno das chuvas da primavera e pela consequente melhoria da qualidade das pastagens. É o chamado início da safra da produção, caracterizado por um período de desvalorização do leite no campo que deve durar até meados de março/ abril, a depender do regime de chuvas. Entretanto, além do início da safra, é importante destacar que a retração da demanda também tem desempenhado um papel relevante para a desvalorização dos preços no campo. A crescente perda no poder de compra do consumidor tem desacelerado as vendas de derivados desde meados de agosto. Com demanda enfraquecida e pressão dos canais de distribuição, os estoques de lácteos tem se elevado, forçando as indústrias a reduzirem os preços dos lácteos. Nesse sentido, a indústria de laticínios também amargou um ano difícil em 2021. De um lado, precisou lidar a intensa concorrência para manter a captação e com a alta no preço do leite no campo; e, de outro, com a demanda por lácteos fragilizada pela retração da atividade econômica e perda no poder de compra do consumidor – o que
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LEITE impossibilitou o aumento dos preços dos lácteos na mesma proporção que a matéria-prima (leite cru). Pesquisas realizadas pelo Cepea mostram que, de janeiro a outubro, o preço médio do UHT negociado entre indústrias e canais de distribuição do estado de São Paulo foi R$3,42/litro, uma alta real de apenas 2,8% em relação ao valor registrado no mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 3,33/litro. No caso da muçarela, o preço médio de janeiro a outubro foi de R$26,04/kg, aumento real de 3,1% em relação ao mesmo período de 2020, que era de R$25,26/ kg. Dentre os lácteos mais consumidos no País, o leite em pó 400g foi o que registrou maior valorização de um ano para o outro, de 10,3%, saltando da média de R$22,30/kg em 2020 para R$24,61 em 2021 (todos os valores foram deflacionados pelo IPCA de outubro de 2021). Os custos de produção vão baixar em 2022? Para 2022, espera-se preços mais estáveis da ração, em patamar ligeiramente menor do que o de 2021 – isso porque a oferta de grãos deve ser maior, tanto no Brasil quanto no mundo. Nesse sentido, o custo com alimentação concentrada deve ser um pouco menor. A variável chave para dimensionar o patamar de custos da atividade é a taxa de câmbio, que estimula as vendas externas de grãos e encarece insumos agropecuários que dependem de matéria-prima importada (caso de fertilizantes e sais minerais). No entanto, a alta volatilidade da taxa de câmbio tem dificultado a previsão de cenários. Contudo, tendo em vista o aumento das cotações dos fertilizantes, o custo com alimentação volumosa será maior. Também é preciso pontuar o aumento nos custos com energia e combustíveis. Então, ainda que o produtor consiga equilibrar as contas, ainda será um ano de margens apertadas. Nesse cenário, a oferta de leite em 2022 pode continuar enxuta, com crescimento lento e bastante dificuldade de investimentos – tendo em vista, inclusive, o aumento das taxas de juros nos últimos meses. Além disso, é importante lembrar a influência do mercado da bovinocultura de corte que conta com preços ainda atrativos (apesar das recentes quedas) tanto para o animal adulto como para o bezerro. A maior segurança desse
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mercado e perspectivas positivas da demanda global pela carne podem estimular pecuaristas de leite a diversificar a atividade – o que aumenta o volume de leite destinado à recria e diminui a quantidade de leite captado pelas indústrias. Desafios e oportunidades para os próximos anos Apesar das elevadas incertezas, já se dimensiona um ano de 2022 permeado de grandes desafios - tanto do lado da oferta, que pode continuar a sofrer com custos de produção elevados, quanto da demanda, que pode seguir fragilizada em virtude da recessão econômica. Do lado da oferta, tem-se o fenômeno de La Niña que deve influenciar o clima até o 1° trimestre de 2022. Espera-se que o volume de chuvas seja afetado com o fenômeno, o que impacta não apenas a qualidade das pastagens como também a dos grãos e da silagem. E, apesar da expectativa de cotações de grãos mais baixos, ainda podemos ter um patamar de custos desafiador para o produtor de leite – o que pode frear investimentos produtivos, limitando o potencial de expansão. O ponto mais desafiador será a demanda. Apesar da melhora da pandemia e do retorno de atividades presenciais, não se pode prever uma retomada rápida da demanda, tendo em vista a fragilidade do consumo diante da alta da inflação, do maior endividamento das famílias e do aumento do desemprego. O encerramento do auxílio emergencial no final de 2021 e as indefinições em relação ao novo programa social (“auxílio Brasil”) podem trazer dificuldades para assegurar o consumo neste final de ano. Assim, a expectativa dos agentes de mercado é de que a demanda em 2022 possa continuar fragilizada, o que pode impactar negativamente os níveis de preços negociados no setor e continuar freando investimentos.
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ATENA MS SANTA FE (UMS 4)
ABELHA MS SANTA FE (UMS 43)
C.A.SANSAO x JIBA FIV DE BRAS. GRANDE CAMPEÃ TORNEIO LEITEIRO COM MÉDIA 64.980 KG/LEITE/DIA PICO DE 68.150 KG - EXPOGIR GOIÂNIA 2021.
JAGUAR TE DO GAVIAO x FASE TE F. MUTUM. PRODUÇÃO MÉDIA DE 50.693 KG/LEITE/DIA PICO 64.050 KG – EXPOGIR GOIÂNIA 2021.
FOFA FIV MS SANTA FE (UMS 170)
VIRNA FIV MS SANTA FE (UMS 182)
JAGUAR TE DO GAVIAO x DAIS FIV ALAMBARI. PRODUZIU AOS SEUS 36 MESES E 4 DIAS MÉDIA DE 49.173 KG/LEITE/DIA PICO 60.220 KG – EXPOGIR GOÂNIA 2021.
GENGIS KHAN DE BRAS x VIOLETA ALTO ESTIVA. RESERVADA CAMPEÃ FÊMEA JOVEM – EXPOGIR GOÂNIA 2021 PRODUZIU MÉDIA DE 40.963 KG/LEITE/DIA PICO 48.130 KG.
C O N TATO : U A N D E R ( 3 4 ) 9 9 9 3 0 - 1 2 3 6 | U E V E R S O N ( 3 4 ) 9 9 9 4 1 - 6 0 5 0 B R A S V E N E G I R @ G M A I L . C O M | B R A S V E T. M S @ G M A I L . C O M
DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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Gelneéittieciraa eficiente
3° MELHOR EXPOSITOR RANKING NACIONAL GIR LEITEIRO 2020/2021
OBSTETRA FIV CAL
(CAL-13256)
MELHOR FÊMEA JOVEM DO RANKING NACIONAL 2020/2021. CAMPEÃ VACA JOVEM TORNEIO LEITEIRO CAMARU 2021 - MÉDIA: 46,763 KG/LEITE/DIA
INDAIA F RECREIO
(FREC-97)
MELHOR VACA JOVEM RANKING NACIONAL 2020/2021. CAMPEÃ VACA JOVEM TORNEIO LEITEIRO EXPOGIR 2020 PRODUÇÃO: 58,403 KG/LEITE/DIA.
CANKA FIV PONTE ALTA GENETICA
(PAGE-78)
CAMPEÃ VACA ADULTA RANKING NACIONAL 2020/2021. CAMPEÃ VACA ADULTA EXPOGIR 2020 MELHOR ÚBERE ADULTO TORNEIO LEITEIRO EXPOGIR 2020 PRODUÇÃO MÉDIA: 57,120 KG/LEITE/DIA EXPOGIR 2020 GRANDE CAMPEÃ EXPOGIR 2021.
LUIZ EDUARDO BRANQUINHO
GO-020, KM 19, BELA VISTA - GOIÁS. BRASIL | +55 (62) 98408-7381 INSTAGRAM: @ESTANCIA_K - ESTANCIAK.COM.BR | BRANQUINHO@MEDCOMERCE.COM.BR 76
#pecBR | DEZEMBRO 2021
#pecBR
ZONA RURAL GESTÃO . TECNOLOGIA . SUSTENTABILIDADE . MERCADO
Bem-estar animal
MODA OU PONTO DE ATENÇÃO?
SANIDADE BEM ESTAR ANIMAL DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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Marcus Rezende
ZONA RURAL
Médico Veterinário, Mestre em Ciência Animal Gestor de equipes na indústria de saúde e nutrição animal Insta: @marcus.rezend LinkedIn: @marcusrezende
Bem-estar animal: moda ou ponto de atenção?
N
ão é de hoje que questões relacionadas ao bem-estar animal norteiam a pecuária mundial e dá argumentos para muitos ativistas usarem o tema como desculpa para rotular a pecuária brasileira como medieval ou mesmo primitiva. Essas pessoas mostram que não conhecem nada de bem-estar animal, assim como nos dão a certeza de nunca terem pisado em um curral no sertão brasileiro, nem mesmo assistiram ao Globo Rural, ao canal Terraviva ou leram a revista Pecuária Brasil. Ou seja: não conhecem o tema nem pela fotografia, nem por ouvir falar! E para piorar o drama dessa turma, o caso das “búfalas de Brotas” despertou a compaixão de pessoas verdadeiramente bem-intencionadas pela causa, mas também fez levantar-se da tumba, um orbe de “famosos” mais interessados nos holofotes que propriamente no bem-estar dos animais. De imediato, todo o agronegócio virou alvo de rótulos e críticas por parte de quem nunca abriu uma porteira. Recebemos críticas por manter os animais com fome, sede, sob estresse e sem liberdade de movimentos. Mas então eu pergunto: será justo aplicar a régua dessa atrocidade observada no estado de São Paulo para medir toda a pecuária brasileira? Que produtor deixaria seus animais sob estresse, sede, fome, sabendo que, além de crueldade, isso traria um grande prejuízo para a atividade? Não, essa carapuça não nos serve; afinal de contas, a nossa pecuária é mundialmente conhecida por sua atividade a pasto. Nosso rebanho, de pouco mais de 200 milhões de cabeças, usa cerca de 150 milhões de hectares para pastagens e somente um pequeno percentual desses animais vai para terminação em confinamentos, onde são bem tratados, com alimentação balanceada e acompanhamento veterinário diuturno. Aí alguns poderão me dizer:
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“Ah, mas o confinamento maltrata o animal!” Engano seu, cara pálida! Um animal sob estresse tem perdas de mais de 10% no seu desempenho produtivo em um confinamento. E quem em sã consciência deseja manter seus animais por mais uma ou duas semanas no confinamento em decorrência de estresse de manejo? “Tá, mas as vacas leiteiras são maltratadas e recebem injeção para produzir leite!” Alguém, pelo amor de Deus diga para esses desavisados que vacas estressadas tem perdas produtivas de mais de 30% quando comparadas às vacas livres de estresse. O cortisol, hormônio liberado em situações de estresse, é inibidor da ocitocina, o hormônio responsável pela ejeção do leite. Ou seja: vaca estressada não dá leite! E completo; junto com a dopamina, a serotonina e a endorfina, a ocitocina faz parte do grupo chamado de “neurotransmissores da felicidade”, que possuem capacidade de aumentar as sensações de bem-estar e diminuir o estresse, ansiedade e ainda melhorar quadros depressivos nos seres humanos. E se é bom para os humanos, por qual motivo não teria ação semelhante nas vacas? Perguntas como essas chegam a todo momento e eu não me canso de esclarecer. Precisamos fazer essa turma pensar mais racionalmente e menos ideologicamente sobre o tema. Penso ainda que seja importante destacar que essa questão do bem-estar animal não é nova, ela surgiu com mais força e formalização em 1979, quando o Farm Animal Welfare Council publicou um documento com os “direitos dos animais” e que até hoje norteia as boas práticas do bem-estar animal, assim como a legislação de muitos países relativas ao tema. O Farm Animal Welfare Council surgiu após a publicação do livro Animal Machine, da jornalista Ruth Harrison, e que escandalizou a sociedade europeia em 1964 ao apresentar a maneira cruel e desumana como
os ingleses criavam seus animais pecuários. Suínos, aves e vacas sem espaço para movimentos mínimos, fornecimento de água e alimento de forma irregular e com volume e qualidade nem sempre adequadas, falta de conforto térmico tanto no verão como no inverno, estresse de manejo e muitas outras atrocidades que causaria revolta em muitos de nós brasileiros, afinal: as fazendas britânicas eram verdadeiros infernos para os animais. A repercussão negativa fez com que o governo britânico convocasse em 1979, o Farm Animal Welfare Council, que desencadeou uma onda de conscientização mundial a respeito do tema. Com o passar dos anos, as pesquisas vêm comprovando que animais bem manejados, sem estresse, com alimento e água de qualidade, acessíveis e em volume adequados produzem muito mais que animais sob estresse. É evidente que o mundo está de olho em tudo o que o agronegócio brasileiro faz; afinal, somos o maior produtor mundial de proteínas de origem animal e a concorrência por mercados é acirrada e bastante desleal. Ontem, era a barreira da febre aftosa e amanhã poderá ser a do bem-estar animal. É importante que andemos sempre um passo adiante dos nossos concorrentes, nos precavendo, buscando certificações de bem-estar animal para que nossas propriedades possam entregar ao mundo o alimento que suas bocas necessitam, com os selos e certificações que as suas consciências exigem.
AS CINCO LEIS DO BEM-ESTAR ANIMAL 1. Estar livre de fome e sede Os animais devem ter acesso a água e alimento adequados para manter sua saúde e vigor. 2. Estar livre de desconforto O ambiente em que eles vivem deve ser adequado a cada espécie, com condições de abrigo e descanso adequados. 3. Estar livre de dor doença e injúria Os responsáveis pela criação devem garantir prevenção, rápido diagnóstico e tratamento adequado aos animais. 4. Ter liberdade para expressar os comportamentos naturais da espécie Os animais devem ter a liberdade para se comportar naturalmente, o que exige espaço suficiente, instalações adequadas e a companhia da sua própria espécie. 5. Estar livre de medo e de estresse Não é só o sofrimento físico que precisa ser evitado. Os animais também não devem ser submetidos a condições que os levem ao sofrimento mental, para que não fiquem assustados ou estressados, por exemplo.
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ERICKA E E FELIPE ERICKA FELIPE LEMOS
LEMOS
RESERVADO CAMPEÃO DA EXPOBRAHMAN À CAMPO 2021 MR 118 FIV GRTA-118 MR UBER POI 153 x MISS BR 77 1640 (MR BR 77 480)
EQUIPE TRABALHO BRAHMAN HANS SR. JOSÉ REIS E NICKOLAS CAVALCA
EDIE, ANDRE HERKET, ERICKA E HANS LAUERMANN
MAIS UMA VEZ A SELECIONADORA ERICKA CHRISTINA LAUERMANN SAIU VITORIOSA DE UMA EDIÇÃO DA EXPOBRAHMAN. O CRIATÓRIO BRAHMAN HANS CONQUISTOU UM PRÊMIO NA MODALIDADE BRAHMAN A CAMPO 2021. UM RESULTADO QUE COROA SEU TRABALHO DE SELEÇÃO E MELHORAMENTO GENÉTICO E CONFIRMA QUE O CRIATÓRIO ESTÁ NO CAMINHO CERTO. ERICKA E HANS LAUERMANN
BRAHMAN HANS 80
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GUARATINGUETÁ/SP | (12)9 9101 8906 HLECA3872@OUTLOOK.COM | @BRAHMANHANS
#pecBR
GENTE
PECUARISTAS . ESPECIALISTAS . CRIADORES
Criadores
PIONEIRISMO E EXCELÊNCIA DA AGRONICOLAU PERFIL RAFAEL RESENDE OLIVEIRA
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CRIADORES
JOSÉ ANTÔNIO NICOLAU E SAMIR NICOLAU
AgroNicolau inova no Maranhão O criatório segue há 30 anos como sinônimo de honestidade, pioneirismo e excelência na seleção de zebu na região, tendo como exemplo o fundador Antônio Nicolau
O
estado do Maranhão foi o local escolhido para o desenvolvimento de um grande projeto pecuário, iniciado há três décadas pelo empresário Antônio José Hiluy Nicolau. Investidor do setor da construção civil e derivados de petróleo, ele acreditou no potencial do agronegócio maranhense e decidiu buscar tecnologias capazes de transformar a pecuária local. Uma história de superação e de vitórias que a revista Pecuária Brasil retrata aqui nesta reportagem e que será contatada pelo filho de Antônio José Nicolau, o médico-veterinário Samir Saldanha Nicolau, que juntamente com as irmãs Sâmia e Samira e a mãe
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#pecBR | DEZEMBRO 2021
Lídia Saldanha Nicolau, fez questão de prestar essa homenagem ao pai. A trajetória da família na pecuária começou em 1990 quando Nicolau adquiriu a Fazenda São Jorge, localizada no município de Santa Inês/MA. Surgia ali a AgroNicolau. A etapa seguinte foi “garimpar” pelo Brasil animais melhoradores selecionados para alta produtividade nas condições ambientais específicas para o Maranhão. Era maio de 1991, Antônio José Nicolau foi à Uberaba/MG, Terra do Zebu, para comprar exemplares puros da raça Nelore. Lá, adquiriu as primeiras matrizes Nelore PO e associou-se à Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). Logo depois, em 12 de junho de 1991, nascia o primeiro animal PO a ser registrado em nome da AgroNicolau, que recebeu o nome de Açaí N. S. Jorge. Os investimentos não pararam nos anos seguintes. O criador adquiriu matrizes Nelore dos principais criatórios do país. Parte desses animais vieram de criatórios tradicionais de Uberaba. Em 1996, uma forte seca assolou a cidade mineira e muitos pecuaristas optaram por vender exemplares de boa genética a preços menores, pois não tinham como vencer o problema climático. “Meu pai tinha menos de 100 animais puros, pois ainda estava no começo da formação do rebanho. Decidiu aproveitar a oportunidade para ampliar o plantel. Para isso, vendeu um terreno, carro, imóvel, gado comercial e enviou dois médicos-veterinários, Raimundo Portela de Araújo e Ricardo André, para Uberaba, num Gol e com o dinheiro num cofre para comprar o gado. O frete ia sendo acertado na chegada dos animais. Assim foi feita a base grossa do plantel, com 280 exemplares da R do R, Ipê Ouro, Nova Índia, Naviraí, Maab, Europa”, conta Samir Nicolau, que está à frente da AgroNicolau. A base genética formada foi multiplicada amplamente a partir das biotecnologias. Na pecuária maranhense, a propriedade foi uma das pioneiras no uso da Transferência de Embriões, galgando nos anos de 2010 a 2012 a posição de líder na Fecundação in Vitro (FIV) no estado. Contribuiu para esse feito o gestor da Bio Biotecnologia Animal, Maurício Peixer, que conduziu a aplicação da FIV no rebanho. O selecionador Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges também contribuiu para o avanço genético do plantel da AgroNicolau, que no início foi o responsável pelos acasalamentos da propriedade. “Até hoje temos no plantel matrizes de 15 anos de idade, resultado dos acasalamentos feitos por Arnaldinho, utilizando para isso touros como Ladur, 1646 MN e Ranchi. São vacas de pedigree totalmente diferente, de uma beleza racial fantástica que, mesmo com avançada idade, desmamam bezerros pesados. Sempre digo que essas matrizes do tempo do Arnaldinho são o ‘Núcleo Duro’, que aguentam diferentes linhagens, demonstrando prepotência genética”, assegura Samir. Considerado um dos melhores criatórios de zebu das regiões Norte e Nordeste, a fazenda ainda é selecionadora da raça Gir desde 1999 e de Brahman desde 2009. Todo o gado está concen-
ANTÔNIO JOSÉ HILUY NICOLAU RECEBE O PRÊMIO DE EMPRESÁRIO DO ANO, DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO MARANHÃO E PRESTA HOMENAGEM A SUA MÃE, JAQUELINA H. NICOLAU, ACOMPANHADO DOS FILHOS SÂMIA, SAMIRA E SAMIR E SUA ESPOSA LÍDIA
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CRIADORES trado em duas propriedades no Maranhão, uma no município de Bela Vista e outra em Tufilândia, direcionada para a recria. No total, as duas somam 1.100 hectares de pasto. São mais de oito mil animais PO nascidos no criatório, entre Nelore, Brahman, Gir Leiteiro. Hoje, a IATF é tecnologia utilizada na reprodução do rebanho, correspondendo a 92% dos partos. O rebanho é avaliado pelo PMGZ. “Um mês depois que a ABCZ lançou o CSG – Certificado de Superioridade Genética a técnica da associação, a Marcela Galvão, já estava registrando nossos animais com a Marca PMGZ. Meu pai tem muito amor e apego ao zebu e faz questão de participar ativamente da ABCZ. Sempre participamos de todas as ações da entidade, outro exemplo é que meu pai foi o primeiro do estado a enviar touros para o PNAT em 2015”, explica Samir. De acordo com ele, as avaliações genéticas, aliadas às provas zootécnicas, são fundamentais para garantir a evolução do rebanho. “As DEPs geradas pelo PMGZ são importantes para definir os acasalamentos, mas unimos essa ferramenta a outras questões que também são essenciais, como padrão racial, avaliação visual e de carcaça. Além disso, não abrimos mão da nossa história de pista e do perfil que traçamos como ideal para nosso plantel”, informa. Para o futuro, a AgroNicolau pretende expandir o rebanho e já está buscando uma propriedade para abrigar um volume maior de matrizes e assim aumentar a pressão de seleção. “Meu pai já apontou que o nome dele e o trabalho que ele iniciou não comportam mais em duas fazendas. Além disso, queremos voltar a fazer FIV”, explica Samir. Outro objetivo é realizar uma prova de ganho de peso (PGP), homologada pela ABCZ, para avaliar os animais assim que saírem das pesagens do PMGZ. Enquanto não concretiza esse projeto, segue divulgando seu trabalho de seleção em grandes eventos. Recentemente, participou da ExpoGenética 360º, tendo como destaque ab-
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SAMIR NICOLAU, ANTÔNIO JOSÉ H NICOLAU COM PALMA AGRONICOLAU, GRANDE CAMPEÃ EXPOEMA 2007
soluto a matriz Graúna-8 (filha da Graúna Nicolau com o 1646), que aos 15 anos está indo para mais um parto natural com desmame com 16 anos. A matriz possui outras três filhas de parto natural com CSG e compunha em pistas o consagrado time Campeã Progênie de Mãe. “Se tivesse que escolher uma matriz para representar os primeiros 20 anos de trabalho da seleção, sem sombras de dúvida seria ela. Ela é a prova de que o trabalho conduzido por meu pai foi vitorioso na pista e no pasto”, afirma Samir. Esse trabalho de seleção é todo pensado no cliente final, que busca um animal totalmente rústico e sem artificialismo. Hoje, 90% das comercializações feitas todos os anos é de recompra, que ocorre diretamente na fazenda, onde há um espaço exclusivo para venda, com escritório e currais adequados: o Shopping AgroNicolau. A história do criatório é marcada por vitórias em exposições. São centenas de premiações, entre campeonatos individuais e de progênie, Grandes Campeonatos e prêmios de Melhor Criador e Melhor Expositor. Destacam-se os títulos de Melhor Criador e Melhor Expositor Nelore, da EXPOEMA 2009, e o Melhor Criador e Melhor Expositor Nelore Mocho do Ranking Norte 2012, pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil. Todas essas premiações são resultado direto das atitudes pioneiras de Antônio José Nicolau. Foi também o primeiro selecionador de ovinos no Maranhão a conquistar o Grande Campeão da raça Santa Inês na EXPOEMA. É de seu criatório o primeiro bovino maranhense clonado, Roma FIV, fruto de uma parceria com o criador Luiz Humberto di Martino Borges. Apesar das inúmeras conquistas em pista, o criatório concentra há alguns anos seu trabalho somente na seleção a pasto, produzindo animais dentro do sistema extensivo, totalmente adaptados à realidade da pecuária brasileira. A fazenda busca ser referência em sustentabilidade e em boas práticas de manejo. Outro diferencial é a equipe responsável por conduzir
o dia a dia da propriedade. A AgroNicolau valoriza seus colaboradores, prova disso é que a maior parte da equipe atua no criatório há mais de 15 anos, sendo que alguns têm mais de 20 anos de casa. “Nossos colaboradores são o maior patrimônio da AgroNicolau. Meu pai realmente soube buscar pessoas para apoiar e construir um negócio fantástico. Todos têm um carinho especial com meu pai e esse carinho está sendo repassado para mim”, diz Samir, que recebeu total aval do pai para conduzir a parte técnica da propriedade. Já a parte administrativa está a cargo do patriarca da família. Nascido no Brasil, Antônio Nicolau é filho de imigrantes libaneses. No início da vida profissional, atuou em vários segmentos até fundar uma pequena construtora em parceria com um sócio. Posteriormente, desfez a sociedade e fundou a Nicolau Comércio e Construção, que expandiu na região e passou a investir em outros setores. Hoje, o grupo conta com a maior rede própria de postos de gasolina da grande São Luís, a rede Paloma, além de distribuidora de botijões de gás de cozinha, lojas de conveniência e incorporadora de imóveis. Na vida empresarial, Antônio Nicolau sempre foi um exemplo para os filhos. Recebeu vários prêmios, dentre eles o de “Empresário do Ano”, conferido pela Associação Comercial do Maranhão, em 2009; o Estribo de Ouro, do Mérito Pecuário da Associação dos Criadores do Maranhão; e diversas vitórias nos programas das empresas parceiras Petrobras e Liquigás. “Tenho grande respeito por meu pai, pois ele representa honestidade. Em 2012, quando voltei de São Paulo e assumi a parte técnica da empresa, fui ouvir clientes, técnicos e outros parceiros, e a principal palavra que escutei foi honestidade. Procurei sempre pautar as ações na empresa a partir desse princípio. Tenho enorme admiração por tudo que ele e minha mãe construíram, sem herdar capital, e sempre norteados por esse valor de honestidade e muito trabalho”, conclui o filho Samir. DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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GENTE
Agro atrai jovens profissionais Boas oportunidades no setor e o amor pelo campo são alguns dos fatores que levaram jovens como o técnico da ABCZ Rafael Resende Oliveira a atuar na pecuária DIVULGAÇÃO
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Rafael Resende Oliveira
E
scolher uma profissão ligada ao agronegócio tem sido a opção de muitos jovens brasileiros. O agronegócio responde atualmente por 20,55% do mercado de trabalho no país, ou seja, comporta 18,04 milhões de trabalhadores, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Além disso, o setor está entre os que mais crescem, tornando uma alternativa interessante para quem busca boas oportunidades de trabalho. Um exemplo é o zootecnista mineiro Rafael Resende Oliveira que sempre teve o sonho de atuar na pecuária. A vocação foi cultivada pelo avô, o pecuarista Geraldo Coltinho de Resende, que atuava na pecuária leiteira na cidade de Coromandel/MG. “Desde pequeno, passava as férias na fazenda e acompanhava meu avô nos manejos e em outras atividades ligadas ao gado. Cresci com essa paixão pela pecuária e com o propósito de manter a tradição deixada pelo meu avô, que sempre foi uma referência de pessoa e de pecuarista para mim. Quando tomei a decisão de cursar a faculdade de Zootecnia, meus pais e meus irmãos me apoiaram prontamente”, lembra Rafael Resende Oliveira. Foi ao longo dos quatro anos de Zootecnia, na FAZU, em Uberaba/MG, que ele começou a viver mais um sonho: de se tornar um técnico da ABCZ. A curiosidade inicial de estudante em conhecer os mais diversos ramos de atuação de um zootecnista foi logo substituída pela paixão pelo zebu e pelo melhoramento genético bovino. “Assim que me formei prestei um processo seletivo na ABCZ e realizei meu grande sonho de fazer parte da equipe técnica da entidade. Comecei a trabalhar na ABCZ no dia 15 de setembro de 2014, um dia antes do meu aniversário. Costumo dizer que foi o melhor presente que ganhei de aniversário até hoje”, conta. Um dos desafios dentro da entidade foi promover o melhoramento genético entre pequenos e médios produtores rurais, atuando como técnico do programa Pró-Genética. “Esse talvez seja o programa mais democrático que conheço, pois leva genética melhoradora para os pequenos e médios produtores rurais, por meio do uso do touro PO. O Pró-Genética tem contribuído muito para o melhoramento genético de
inúmeros rebanhos bovinos brasileiros”, assegura. Diante de tantos avanços do setor, Rafael acredita que o profissional do agro deve buscar se capacitar sempre, visando vencer novos desafios. Atualmente, ele está em uma fase de transição na carreira, passando de técnico do Pró-Genética para técnico do Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas. Ele está em fase de treinamento no campo. “É um grande desafio atuar como técnico de registro. Poder contribuir com a evolução do melhoramento genético das raças zebuínas me faz querer evoluir cada dia mais e mais, não me vejo em outro segmento. Sei que é uma grande responsabilidade, mas esse sempre foi meu sonho e estou conseguindo realizar felizmente. Busco sempre me manter atualizado, investindo em conhecimento e colocando os mesmos em prática”, anima-se Rafael, que também é um dos responsáveis pelo PNAT (Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens). Outra conquista na carreira foi atuar como jurado das raças zebuínas. Nas diversas exposições que já atuou por todo o país, tem constatado a evolução do zebu tanto na parte de caracterização racial quanto em relação às características de maior impacto econômico para a pecuária. Segundo ele, a pista deve ser sempre um reflexo de uma pecuária eficiente e sustentável, com a premiação de animais que conseguem unir beleza e funcionalidade. “Ainda sou um jovem jurado, mas espero julgar exposições de grande importância no cenário mundial”, planeja Rafael que atua como jurado desde 2014. Na opinião do técnico da ABCZ, a entidade tem trabalhado para levar as ferramentas do melhoramento genético a todos criadores e para mostrar a importância do uso correto dessa genética como um caminho seguro para atingir a rentabilidade do negócio pecuário. “É um orgulho trabalhar nessa grande entidade, que é a ABCZ”, acredita. Sobre os desafios para os próximos anos, o técnico acredita que o agronegócio mostrou sua força nesse período de pandemia e não parou de produzir. A expectativa é de que 2022 seja mais um ano de expansão. “Cada dia que passa tenho mais certeza que foi a melhor escolha que fiz, trabalhar pela pecuária e poder contribuir de alguma forma com melhoramento genético. Sigo trabalhando para vencer o desafio de crescer cada dia mais como profissional, somando sempre para o setor alcançar excelentes resultados.”, finaliza.
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SOCIAL
Bruno, Karol, Banana e Meire
Angelica e Flávio
Camila, Paulo, Gabriel e Marcelo
Winston e Jorge
Rodolfo e Edgard
Lívia e André
Criadores Tabapuã 88
#pecBR | DEZEMBRO 2021
Sara e Gerson
Pedro, Nacif, Manoel, Gustavo, Alexandre, Felipe e Fernando
Rodolfo e Maiara
Élio, Bruno, Luiz e Júnior
Kowalski e Laura
Jacinto e Marabá
Rita, Gustavo, Celso, Ana Júlia e Guilherme
Glória e Sebastião
Fábio, Lucas, Boi e Pedro DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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SOCIAL
Leandro, Daniel, Alison e Élcio Lucas e Jaqueline
Matheus, Júlio, Lucca e Kauã
Henrique e Juliano
Cássio e Vinicius
Caio e Ibaneis
Dilson e professor Cardoso 90
#pecBR | DEZEMBRO 2021
Cristiano, Dante e Rene
Núcleo Guzerá Centro Sul
Edma e Udelson
Ana Artico, Marcelo, Ana Cláudia e Gustavo
Giovana, Giovanni, João Leopoldino, João Pedro, Eliana, Giulia e Matheus
Felipe, Vinicius e Adalberto
Maria Teresa, Darc e Daniel
Elisabeth e Paulo DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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SOCIAL
João leopoldino, Paulo, Nivaldo e Abel Lincoln e Leo Rabelo
Marisa, Wilza, Damasceno e Faustão Walter, Bendilate e Guilherme
Júnior, Francisco, Boi, Fred e Fernanda
Marcelinho, Perácio, Eros, Raul, Rivaldo, Marcos, Pedro e Bite 92
#pecBR | DEZEMBRO 2021
Lucas, Beraldo e Cauê
Bruno, Flávio e Beto
Rivaldo e Gilson
Geraldo, João e Arthur
José Santiago Molina e Cláudia
Caio e Carol Gabriela, João Pedro e João Marcos
Pedro e José Henrique
João Bosco e Fabiano
Mateus Knychala DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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SOCIAL
Aciole, Zenilda, Iara e Arnaldinho
Iara, Arnaldinho e Paula
Bruno, Arnaldinho e Flávio
Caio e Arnaldinho
Arnaldinho e Gilmar
Arnaldinho e Zezão 94
#pecBR | DEZEMBRO 2021
Cadu, Arnaldinho e Bruno
Arnaldinho e Sininho
Dr Nabih, Cristiano, Fernando e Arnaldinho
Manuel, Arnaldinho, Iara, Isa, Maria Beatriz, Dr. Olavo, Maria Paula, Fernanda, Maria Bratriz, Ana Carolina, Maria Gabriela, João Pedro e João Marcos
Guillermo Campos, Raúl Appleyard, Bruno Wasmosy, José Salomón, Fernando Prieto, Juan Smith e Manuel Rodriguez
Henrique, Arnaldinho, Juliano e Paulo DEZEMBRO 2021 | #pecBR
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PONTO DE VISTA
“Todo o crescimento nas próximas décadas vai encontrar muita dificuldade nos principais países produtores de carne. É lógico que o Brasil é o único que vai atender essa demanda. Conforme a classe média asiática continuar crescendo, essa demanda certamente virá.” Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro
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#pecBR | DEZEMBRO 2021
“O ingrediente mais importante da fórmula para o sucesso é saber se relacionar com as pessoas.” Theodore Roosevelt - ex-presidente americano
“Nos próximos 40 anos, o Brasil pode se tornar uma potência agroambiental e quem não entender isto, é carta fora do baralho.” Helen Jacintho, jurada da ABCZ.
“A COP-26 teve um saldo positivo e avanços importantes, mas saímos frustrados com a questão de financiamentos para projetos de enfrentamento das mudanças climáticas. Internamente também temos alguns deveres de casa, como o aprimoramento de políticas públicas, o combate ao desmatamento ilegal e a regularização fundiária.”
“A tecnologia 5G vai duplicar a produção agrícola. Ela é 100 vezes mais rápida do que a 4G. Sem falar em economicidade e sustentabilidade, com solução de problemas ali mesmo na lavoura, com o produtor ou operador conectado com o mundo.” Fábio Faria – Ministro das Comunicações
Muni Lourenço - Presidente Chefe da delegação da CNA na COP-26
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OPINIÃO MERCADO
Em tempos de gangorra da @...
N
unca tantas forças antagônicas agiram em um só período como agora. Isso reflete enormemente o sobe e desce do mercado. Forças externas e internas mostram suas intensidades e derrubaram muitos confinamentos neste ano. Qual força será pujante no final? Resolvi fazer uma Análise de SWOT do mercado pecuário para avaliar o que estamos vivenciando e o que nos espera no futuro próximo. Dentro dos “Fatores internos positivos”, temos a força do mercado interno, mostrando que a pandemia vem sendo superada pela Ciência e suas vacinas, pelo auxílio emergencial de R$400,00 mensais aprovado, pela volta às aulas presenciais e merenda escolar, pelos hábitos alimentares de consumo alterados com o final da pandemia. Resumindo, um mercado interno muito forte, consumindo mais de 80% do que produzimos. Também temos uma diminuição do volume de gado de acordo com os dados do IGBE e diminuição de abates, mostrando substituição de áreas da pecuária para a agricultura. Aí é a lei de oferta e da procura, que
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o mercado interno, pelo menos, por enquanto, vem cumprindo bem seu papel de consumidor. Nos “Fatores externos positivos”, vemos uma gama maior de países adquirindo nossa proteína animal com mais afinco, pelos mesmos fatores citados anteriormente, que também acontecem lá, como o relaxamento da rigidez de aglomerações, possibilitando a volta da vida dita “normal”. Mas temos que contrapor tudo isso às
Eduardo Muniz de Lima “Mineiro” Médico veterinário especialista em Produção de Ruminantes, MBA em Gestão Empresarial, MasterMind Aliança Agrotalento e diretor da Central de Receptoras Minerembryo diretoria@minerembryo.com.br
nossas fraquezas internas, como a falta de controles realmente rígidos para contermos várias doenças sérias, dentre elas brucelose, tuberculose e a própria BSE, que até hoje estamos sem casuística de animais com sintomas, mas sempre aparece uma suspeita ou outra que derruba de maneira abrupta a nossa commodity proteica mais valiosa. Embora sejamos os maiores exportadores, temos um pequeno “poder de fogo” no preço internacional, não ditamos as regras de valoração de nosso produto, ficando a cargo de bolsas internacionais, o mesmo ocorre com o café, soja e algodão por exemplo. Cito aqui também a grande concentração de percentual de compra de poucos frigoríficos que acabam, de certa maneira, enfraquecendo as forças e desbalanceando um pouco a relação da oferta e procura. Finalizando, as “Ameaças externas” mos-
traram-se muito poderosas recentemente, onde apenas um país, responsável pela importação de 60% de nossa carne, resolveu brecar tal transação e fez baixar consideravelmente o valor de nosso bem em uma “canetada”. Já haviam feito isso anteriormente com a soja e o frango. Mas o mercado é soberano e cabe a nós avaliarmos quais dessas forças irão sobrepor e ditar o ritmo daqui para frente. Hoje, final de novembro, quando escrevo este texto, os valores voltaram aos patamares que estavam no início do ano. Lembro ainda que a @ nestes últimos dois anos teve grandes saltos ao final do novembro (2019 saltou de R$160 para R$220 e em 2020 de R$260 para R$300) e agora em 2021, caro leitor? Fiquemos atentos nas oportunidades de travas de mercado. Vamos ser profissionais também da porteira pra fora!!!
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OPINIÃO
Luís Carlos Bittencourt Sócio-diretor na Novo Horizonte Assessoria Pecuária Ltda.
NUTRIÇÃO
Peso: vilão ou solução?
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ou zootecnista e me especializei em preparar animais para competição em pistas. Trabalhei com várias raças, a maior parte delas zebuínas, principalmente a Nelore. Em 2003, comecei a acompanhar as pistas, pois trabalhava em uma grande multinacional do setor de Nutrição Animal e que tinha, na minha região, foco em rações de elite. No final de 2006, decidi seguir novos caminhos profissionais e dedicar-me à minha empresa de consultoria em nutrição animal. Fiz aqui essa breve apresentação para dizer que conheço um pouco desse setor e que até hoje me surpreendo com algumas atitudes que não me parecem coerentes. Não estou aqui para criticar, mesmo porque para criticar algo temos de apresentar soluções, e, apesar de estar estudando algo para solucionar o problema, ainda não tenho a resposta. Mas gostaria de pontuar alguns aspectos. Vamos falar um pouco dos fatores que levam um animal à pesar mais do que outros mesmo sendo da mesma raça. Para isso, temos que pensar em três coisas básicas: Genética, Nutrição e Manejo; lembrando que todas essas variáveis são facilmente incorporadas em qualquer propriedade e acessíveis a qualquer criador. Mas se todos têm acesso a esses itens básicos, o que diferencia um do outro? Somente como exemplo vou citar um dos pontos mais importantes e ainda pouco conhecido por boa parte dos criadores. Peso e qualidade de carne de um animal começam no período gestacional. Isso é o que chamamos de programação fetal. Este trabalho nos mostra que a quantidade de células do tecido muscular do animal será carregada pelo resto da sua vida e se forma, principalmente, no terço intermediário da gestação, assim como a formação das células do tecido adiposo ocorre no terço final da gestação. Isso é irreversível
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depois de passada essas duas fases. Só podemos aumentar ou diminuir o tamanho dessas células, mas não a sua quantidade. Se fossemos falar de programação fetal, precisaríamos de muito tempo, mas somente coloquei isso para mostrar que a produção de carne de um individuo tem tudo a ver com o manejo e nutrição da mãe, seja ela, natural ou de aluguel. Temos aí o primeiro grande diferencial entre quem cuida bem das mães e quem cuida do bezerro depois de nascido. Qualidade de mão de obra, instalações, pastagens, maquinários, tecnologia, nutrição de precisão, bem-estar animal, tudo isso vai distanciando um animal do outro, que inicialmente são geneticamente iguais. E qual seria o principal objetivo de tudo isso? Dar condições para que um animal mostre todo o seu potencial genético, e com isso, seja, um possível animal melhorador dentro da raça, pois somente se mostrar superior não vale nada se ele não tiver capacidade de se reproduzir e transmitir essa superioridade. Quando limitamos de forma negativa qualquer expressão de superioridade de uma qualidade fundamental para uma determinada raça, estamos jogando por terra todo o investimento de anos de trabalho na busca de animais melhoradores. Não podemos deixar que artifícios usados por poucos para mascarar o resultado de um trabalho falho comprometa todo um trabalho sério de muitos. Soluções criadas como salvadoras, e o pior, que já se mostraram ineficazes anteriormente, e que não resolveram o problema, criam outros mais sérios. Mais uma vez não estou dizendo isso com a finalidade de criticar, mas, sim, de promover um debate mais amplo entre associações, técnicos, entidades e criadores, a fim de encontrar um remédio que, se não curar, possa ser menos maléfico que a doença.
Carlos Alberto Marino Filho
OPINIÃO
Engenheiro agrônomo especializado em Zootecnia e jurado das raças zebuínas camarinof@gmail.com
GENÉTICA
Seleção de características raciais x pureza racial
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á alguns anos se discute qual seria a importância da seleção de características raciais e o porquê de se manter as raças que selecionamos no estado de pureza. Existem dois enfoques muito claros nesses questionamentos, sendo um deles as características inerentes às raças em seu estado de pureza e sua importância na seleção. Vamos usar como exemplo a raça Nelore. Por que essa raça foi a que mais se expandiu em todo o território nacional? Quais as razões que fizeram com que ela dominasse a nossa pecuária e impactasse a produção de carne do nosso país, que é o maior exportador dessa commodity no mundo? Comecemos pelo crânio do Nelore. A posição dos olhos, seu formato e ângulo de visão ajudam as vacas na identificação do ambiente em que estão protegendo suas crias de possíveis ameaças e garantindo sua sobrevivência. As orelhas têm a mesma vantagem, por serem curtas e de fácil movimentação, permitem que o animal tenha total percepção de tudo o que está à sua volta. Em grandes extensões de terras, essa percepção é fundamental, inclusive contra predadores naturais. Quem tem propriedades no Centro-Oeste e Norte do Brasil, sabe bem disso. Outro detalhe importante no Nelore é o vigor com que nascem os bezerros, levantando e mamando poucos minutos após o parto e sendo auxiliados pela característica natural da raça, que é o tamanho dos tetos das vacas, pequenos e finos, garantindo que o bezerro consiga mamar o colostro e adquirir sua defesa imunológica. O cupim tem como importância ser uma reserva energética fundamental, que diferencia o zebuíno do taurino. Isso garante maior rusticidade e adaptabilidade
aos ambientes extensivos. A pele preta do zebuíno também é fundamental nesses quesitos, evitando lesões por exposição ao sol, como também – no caso do Nelore, juntamente com a pelagem branca – auxiliando na termorregulação do animal. Outra característica que o zebuíno possui e o taurino não é a mobilidade do seu couro. Com essa mobilidade, ele consegue afugentar ectoparasitas, se protegendo de forma bem mais eficiente de moscas, por exemplo. O segundo enfoque importante da preservação e seleção de características raciais é o próprio cruzamento entre raças. Falando de forma muito simples, o maior efeito de heterose ou vigor híbrido em cruzamento de duas raças se dá quanto maior for a diferença genética entre elas. Trocando em miúdos, quanto mais puros forem os animais, mais heterose haverá quando cruzados com indivíduos de outras raças. Isso multiplica o desempenho produtivo dos animais. Quando observamos animais 3/4, 7/8 e assim por diante, fica claro que a média já não é mais a mesma. Isso se explica pelo fato que acontece um fenômeno chamado segregação genética, o que na prática significa maior variabilidade nas características produtivas, menor padronização, menor aproveitamento de lotes. De forma breve, expusemos aqui algumas das razões pelas quais se deve selecionar animais por caracterização racial, procurar indivíduos que garantam características de pureza, pois não é apenas uma questão de “beleza”, mas as características raciais asseguram a expressão de características produtivas e funcionais e de adaptabilidade ao ambiente extensivo de produção, o que faz com que o Brasil seja o maior produtor de carne e leite “verdes” e saudáveis do mundo!
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EM FOCO
Foto: Douglas Nascente
Arte e vida se misturam. Fantasia e realidade se acrescentam. Affonso Romano de Santana
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