eu que eu que sou eu Texto de Thiago Mostazo Ilustrado por Lidia Ganhito
I. Você sabe o que fez e sabe como as coisas aconteceram. Nesse jogo com requintes de crueldade você me abriu a porta e depois fechou na minha cara pra eu bater ... toc-toc... até você atender porque está a fim mas como não está só me deixa espiando pelo olho mágico digital a beleza sua e da sua vida que eu adentrei e você decidiu congelar nosso amor a médias temperaturas. Eu não quero médias temperaturas, porra! Não vou bater na porta e assistir a tua conveniência abusar do nosso amor e você poderia ter dito poderia ter falado que não tinha mais vontade que acabou o tesão que me acha um fracassado um convencido que encontrou outro pau melhor mas você não disse e preferiu o fogo baixo pra fritar eu que eu que sou eu que pode ser tudo isso mas que não espera mais de um ser humano do que a verdade a simples verdade que liberta a existência a dois e eu que eu que sou eu que posso ser tudo isso mas sou também arrebatado pela sua presença e anseio pela companhia dos teus olhos verdes e por essa voz que me arrepia e por cada vez que passa a língua em qualquer parte do meu corpo e eu só quero abraçar você e te fazer gozar de todos os jeitos possíveis e que também sou o que não sou e não sou um deslumbrado pelas ilusões do prazer para não perceber quando não sou mais desejado e que vou seguir sem você e me perder na fluidez da vida sozinho e que eu que eu que sou eu.
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