Lugar Comum Texto de Drump Goo Ilustrado por Miri Lee
1. O rapaz vestido elegante possível se limpou um pouco da poeira acumulada em seu paletó e jogou a poeira no lugar reservado para a poeira. O rapaz vestido elegante possível observou a mulher vomitar. A mulher bem gorda vomitava e eu a assistia com muito interesse. Eu observava suas tentativas fracassadas de segurar de disfarçar e de esconder seu vômito acumulado no chão. A linguagem infecta e crio uma parede de barulho para me proteger da linguagem e percebo que o barulho também é linguagem e quando ele para, sou lançado a um vazio. O lugar que queria chegar é aqui: Os pedreiros da janela acenam para mim implorando por ajuda porque foram abandonados ou se perderam no meio da construção que se arrasta até o horizonte. Que durará a vida inteira, minha e a dos pedreiros. Que atingirá o infinito e renovará a ruína quando estiver pronta e nós estivermos mortos. Serão nossos túmulos. Os pedreiros acenam para mim e imploram por comida qualquer coisa mesmo. aceno de volta sorrindo. sou gentil e delicado. não me considero melhor que os pedreiros. aceno de volta para os pedreiros e resolvo abandonar meu apartamento que tem vista para a construção e para os pedreiros-náufragos. ainda no meu apartamento sinto o cheiro de carne humana na fogueira e sinto nojo. a linguagem infecta e tento me livrar dos resquícios de linguagem e quando tento te explicar isso você finge que entende mas em seu livro você escreveu com paralavras que não diziam nada e eu disse: bem legal, mas não fui honesto de verdade. As paralavras aumentam e aumentam e aumentam e aumentam.
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