Consenso Brasileiro de Psoríase - 2020

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CAPÍTULO 27

MANEJO DE ÁREAS ESPECIAIS: PSORÍASE PALMOPLANTAR Lívia do Nascimento Barbosa1 Roberto Souto Silva2

A psoríase palmoplantar (PP) é uma doença crônica e debilitante das palmas e/ou plantas que afeta 11-39% dos pacientes com psoríase.607-609 A morfologia da PP pode variar de placas espessas e hiperceratóticas com fissuras à lesões pustulosas, sendo frequentemente classificado em subtipos com base nessa distinção morfológica.610,611 A forma hiperqueratótica se apresenta com placas descamativas, eritematosas, bem definidas, com hiperqueratose sobrejacente e sem a presença de pústulas, predominantemente localizada nas palmas e / ou plantas.612 A psoríase palmoplantar pustulosa é uma variante que inclui pústulas estéreis localizadas nas palmas e/ou plantas.612 A PP pode causar desconforto físico (dor, prurido) e incapacidade funcional, sendo variante frequentemente refratária aos tratamentos2. Entre os diagnósticos diferenciais, destacam-se dermatofitose, dermatite contato, sífilis secundária, ceratodermias adquiridas, pitiriase rubra pilar, micose fungóide plantar, etc, sendo a pustulose palmoplantar (PPP) o principal diagnóstico diferencial da psoríase palmoplantar pustulosa. A PPP é uma dermatose bilateral simétrica que também afeta as mãos e/ou pés e distingue-se clinicamente da PP com base na ausência de psoríase em outros locais do corpo e na predileção pelo envolvimento histológico do acrossiringeo (o ducto terminal das glândulas sudoríparas écrinas).612,613 A PP ocorre, principalmente, em pacientes com psoríase em outras áreas do corpo, enquanto a PPP consiste em lesões pustulares tipicamente limitadas às palmas das mãos e/ou plantas sem eritema subjacente.612-614 No entanto, devido às semelhanças clínicas, alguns autores questionam se PPP possa ser considerada espectro clínico da psoríase em placas ou se é uma doença independente. A psoríase palmoplantar geralmente segue curso crônico, com períodos de remissão e exacerbação. Tende a ser extramente recalcitrante aos tratamentos tópicos e sistêmicos. As opções de tratamento são feitas individualmente, de acordo com idade, sexo, ocupação profissional e características da doença, como extensão e duração da mesma. Na prática clínica, o nível de comprometimento funcional deve ser levado em consideração, além dos instrumentos tradicionais para avaliar a gravidade.615,616

___________________ 1. 2.

Hospital Federal de Bonsucesso, Rio de Janeiro, (RJ).  Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Rio de Janeiro, (RJ).

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