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EXEGESE BÍBLICA
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OS PROBLEMAS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Se a construção dos significados se dá em uma determinada sociedade, a partir de sua experiência e de sua práxis social, torna-se importante reconhecer o contexto histórico de produção dos discursos por meio dos quais se constroem esses significados. A redação da Bíblia Sagrada, totalizando 66 livros, sendo 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento, foi escrita num período de 1500 anos, teve cerca de 40 autores, das mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em países, regiões e continentes distantes uns dos outros, em épocas e condições diversas, entretanto seus escritos formam uma harmonia perfeita. Dois dos escritores eram reis (Davi e Salomão), dois eram sacerdotes (Jeremias e Ezequiel). Lucas era médico. Dois eram pescadores (Pedro e João). Dois eram pastores (Moisés e Amós). Paulo era fariseu. Daniel era político. Mateus era cobrador de impostos. Josué era soldado. Esdras era escriba. Neemias era mordomo. A pluralidade de autores muito contribuiu para a riqueza do próprio texto, o qual deixa de apresentar o ponto de vista de um indivíduo ou grupo, e passa a representar crenças de um povo ao longo de muitos séculos. Além das qualidades literárias, inclusive poéticas, que a Bíblia apresenta em muitos de seus textos, temos também informações históricas e lingüísticas da maior importância. Mesmo porque a organização que lhe deram seus compiladores e editores acabaram gerando novas informações. Os cinco primeiros Livros do Antigo Testamento foram escritos por Moisés, por volta de 1400 a.C., e o último Livro da Bíblia, foi escrito pelo apóstolo João por volta de 90 d.C. Portanto alguns dos Livros foram escritos há mais ou menos 3400 anos, sendo que o último deles há cerca de 1900 anos. Isto mostra a dificuldade que temos que transpor para compreender a Palavra de Deus. Em meio a essa di-
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