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Corte do projeto. Imagem: Una Arquitetos
Una Project cut. Image: Una Arquitetos
programas estão localizados ao redor de um pátio densamente arborizado, que permite que atividades em andares distintos se relacionem visualmente e possam também se abrir para um espaço mais resguardado em relação às avenidas do Estado e Mercúrio, vias de tráfego intenso. A sala de espetáculos foi desenhada para atender a configurações diversas, com várias possibilidades de montagem de cena e localização do público. A sala tem portas retráteis na face voltada à avenida do Estado, o que permite que se abra para a cidade e se relacione diretamente com o entorno. Os espaços internos do prédio foram pensados a partir de sua relação com o exterior: a visibilidade das atividades é um convite às pessoas que por lá circulam a usufruírem desse novo espaço, ao mesmo tempo em que as pessoas que usufruem das atividades oferecidas dentro do edifício possam sentir-se em contato direto com a cidade, incentivadas a usufruir da multiplicidade de usos desse entorno. A circulação interna entre os primeiros pavimentos é feita por escadas rolantes, que ligam o nível térreo ao amplo terraço que caracteriza o segundo pavimento. O primeiro andar acomoda a comedoria, a biblioteca e as áreas administrativas. A comedoria é um salão amplo com transparência tanto para o pátio arborizado como para a zona leste, mais diretamente, para a região do Brás. A biblioteca ocupa toda a fachada sul do edifício, voltada para a Praça São Vito. No segundo pavimento está localizada a convivência e grandes varandas. Proporciona também um passeio pelo terraço, ao redor das copas das árvores, que revela vistas sobre esse trecho da cidade. Ao redor do vazio triangular do pátio, há um espelho d’água e, no perímetro externo, um jardim faz a mediação com a paisagem. Esse pavimento já está acima do viaduto Diários Associados, assim essa grande varanda já oferece uma vista ampla do Palácio das Indústrias, uma perspectiva que se amplia nos pavimentos superiores.
Um segundo volume, mais elevado, contém uma quadra poliesportiva, áreas reservadas para atividades esportivas e uma ampla sala de ginástica. Uma pista de aquecimento que margeia toda a fachada do edifício permite que os usuários corram ou caminhem com vistas sobre abertas para o entorno. A cobertura do prédio é ocupada pelo conjunto aquático, que inclui uma piscina coberta para treino e duas piscinas de lazer ao ar livre. Ao redor dessas piscinas, um amplo jardim aberto ao público permite visuais para todos os lados, revelando, de uma cota mais elevada, novas vistas sobre a cidade. Assim, em sua implantação, o edifício do Sesc Parque Dom Pedro II procurou relações diretas com esse cenário expressivo da urbanização de São Paulo, oferecendo aos seus visitantes vistas para o Palácio das Indústrias, Mercado Municipal, Casa das Retortas, Gasômetro, a Colina Histórica e todo o skyline do Centro e zonas Norte e Leste. Sua volumetria buscou graduar suas alturas: os dois primeiros pavimentos ocupam uma grande extensão do terreno, enquanto um segundo volume, um pouco mais alto, ocupa apenas uma parte da projeção do edifício. Por fim, um terceiro volume, mais alto, está interno ao volume principal, bastante recuado das divisas. Esse recurso reforça a horizontalidade do edifício, respeitando e valorizando os edifícios do entorno – de modo que sua inserção seja delicada e transformadora nas relações diretas que procurou estabelecer com as pessoas e com a ocupação histórica da região central de São Paulo.
Projeto de autoria do Una Arquitetos, sob coordenação de Fernanda Barbara e Fábio Valentim — Fernanda Barbara é arquiteta do Una Arquitetos, Mestra em Arquitetura e Urbanismo pela FAU USP. Fábio Valentim é arquiteto do Una Arquitetos, Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela FAU USP.
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