Fenomenologia
A
correntes pós-modernas em arquitetura caracterizadas por uma experimentação formal e semiótica . Tais correntes são acusadas de “protagonizar a visão e impor uma espécie de ditadura do olho, que produz edifícios de formas exuberantes que não dialogam com as populações locais e nem consideram as características do lugar em que serão implantados, seus materiais e tectônica” (MIROCZNIK, 2019, p .2) . Defende-se que essas posturas “despiram a arquitetura de suas dimensões bioculturais mais profundas, perdendo sua essência metafísica, tornando-se um produto funcionalizado e mercantilizado” (PALLASMAA, 2017, p .33) .
fenomenologia tradicional, como disciplina filosófica, foi inaugurada por Edmund Husserl (1859-1938) no início do século XX como uma investigação do “retorno as coisas mesmas” e crítica aos métodos científicos tradicionais que desconsideram as características subjetivas e metafísicas da complexidade humana (BULA, 2015, p .27) . Posteriormente, mais filósofos vão enriquecer o debate fenomenológico, como Heidegger (19891976) ao considerar a fenomenologia um “método” ou “forma de ver” e MerleauPonty (1908-1961) ao trata-la como “a essência da percepção” (HERNÁNDEZ, 2019) .
Em termos gerais, é possível evidenciar um panorama de como é estruturada a fenomenologia arquitetônica . Entre variações terminológicas de cada autor,
A incorporação do estudo dos fenômenos no âmbito da teoria da arquitetura vai buscar um retorno a elementaridade do lugar e do habitar humano, que escapam a ciência tradicional . Seus dois mais famosos teóricos, Juhanni Pallasma (1936-, Finlândia) e Christian NorbergSchulz (1926-2000, Noruega), assumirão diferentes desdobramentos nessa busca pela incorporação da fenomenologia na arquitetura .
O pensamento fenomenológico propõe uma crítica ao funcionalismo defendido pelo movimento moderno europeu, que “deixou de fora o lugar como o “aqui” concreto com sua identidade particular” (NORBERG-SCHULZ, 2006, p . 445) . A chamada “estetização” também é combatida, referindo-se a outras Imagem 1: Estrutura da fenomenologia na arquitetura 10