Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Sumario NOTA PREVIA....................................................................................................................................2 O 23 de febreiro, non o 24...............................................................................................................2 LIMIAR: Beatriz Maceda Abeleira......................................................................................................3 23 POEMAS PARA O 23 DE FEBREIRO..........................................................................................4 Xaquín Agulla..................................................................................................................................4 GALIZA, MULLER, ESPERTA!...............................................................................................4 Francisco Álvarez-Koki...................................................................................................................5 ROSALÍA POETA DA EMIGRACIÓN.....................................................................................5 Mónica Bar......................................................................................................................................6 MULLERES DE NEGRA SOMBRA.........................................................................................6 Eloi Caldeiro....................................................................................................................................7 Carlos Casares..................................................................................................................................7 VERBAS DE ESPRANZA PRA ROSALÍA..............................................................................7 Marta Dacosta..................................................................................................................................8 MALPOCADA...........................................................................................................................8 Suso Díaz.........................................................................................................................................9 A ROSALÍA DE CASTRO.........................................................................................................9 Salvador García Bodaño..................................................................................................................9 A ROSALÍA................................................................................................................................9 Arcadio López Casanova...............................................................................................................10 PALABRAS NA TARDE PRA ROSALÍA...............................................................................10 Xosé M. Millán Otero....................................................................................................................11 NOCTURNO PARA ROSALÍA...............................................................................................11 Uxío Novoneyra.............................................................................................................................12 Andrea Nunes Brións.....................................................................................................................12 Celia Parra Díaz.............................................................................................................................13 Andrés Pociña Pérez......................................................................................................................14 A TÚA FACIANA MÁIS QUERIDA.......................................................................................14 Luz Pozo Garza..............................................................................................................................14 HAI UNHA VOZ......................................................................................................................14 BENZOADA.............................................................................................................................15 BIOGRAFÍA.............................................................................................................................16 CANTIGA FUNERAL DE PADRÓN......................................................................................16 Domingo Tabuyo...........................................................................................................................17 ROSALÍA.................................................................................................................................17 Xohana Torres................................................................................................................................17 ROSALÍA.................................................................................................................................17 Marga do Val..................................................................................................................................18 Xosé Vázquez Pintor......................................................................................................................19 ROSA EN IRIA.........................................................................................................................19 Branca Vilela..................................................................................................................................20 CODA: Luís Pimentel........................................................................................................................20 OUTRA VEZ ROSALÍA...............................................................................................................20
Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
1
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
NOTA PREVIA O 23 de febreiro, non o 24, data do nacemento de Rosalía O 23 de febreiro de 1837 naceu a autora de Follas novas e o 24 recibiu o bautismo, segundo a documentación atopada pola investigadora galega Sagrario Abelleira no Archivo Histórico Diocesano de Madrid, coa colaboración da arquiveira Irene Galindo. No expediente matrimonial inédito da escritora e Manuel Martínez Murguía datado no ano 1858, que consta de doce documentos cun total de 43 folios, está a declaración notarial feita en xuño de 1843 por Teresa de Castro, nai de Rosalía: «Siendo presente doña Teresa de Castro [...], dijo: que en el día veinte y tres de febrero de mil ochocientos treinta y siete dio a luz a una niña que encargó a María Francisca Martínez, de la parroquia de San Juan del Campo, tragese a dicho Gran Hospital para que por uno de sus capellanes fuese bautizada solemnemente [...] poniéndole el nombre de María Rosalía Rita...» Máis información: https://www.lavozdegalicia.es/noticia/cultura/2021/10/02/span-langgldocumento-inedito-demostra-rosalia-naceu-23-febreiro-non-24span/0003_202110G2P34991.htm
Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
2
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
LIMIAR: Beatriz Maceda Abeleira (A Coruña, 1963) Manifesto da Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega no Día de Rosalía de Castro 2022 PENSAR [TE] LIBRE Eu son libre. Nada pode conter a marcha dos meus pensamentos, e eles son a lei que rexe o meu destino. Rosalía de Castro.
Alimentamos a realidade do noso País a través da nosa lingua e das palabras que envolven a nosa diversidade social e cultural. Pensármonos na lingua de nosoutras é manter, transmitir e dignificar quen somos. E esta é a forza que atopamos en Rosalía de Castro: recoñecérmonos como pobo forte, unido na nosa lingua. Non hai nada máis poderoso que as voces legadas polas nosas devanceiras, para arrodear os sentires, as emocións, a rebeldía, a liberdade dese pensamento sobre o que ninguén pode mandar. Velaquí o maior acto revolucionario que nos agasallou Rosalía de Castro! Os seus versos transfórmanse nunha historia que rebela, provoca, emociona e que nos acolle para “eu tamén navegar”1, para facermos parte dunha nosa Historia propia e libre. Así vou eu/formando parte/Non me abandono e formo parte 2, do pobo que describe Rosalía de Castro, da xente que defende a cultura sen cancelas e enche as rúas de voces violetas para combater da man das compañeiras os mouchos que nos asexan e a aqueles que ladran contra as que camiñan. Abracemos, entón, a desorde das ideas 3 e a marcha dos pensamentos para seguir o navegar de Rosalía de Castro na voz das persoas humildes, para escoitar o silencio das oprimidas e censurar as inxustizas coa forza da nosa lingua. Non precisamos mans alleas que escriban a nosa historia así que, Dálle que dálle ó argadelo/noite e día/e pensa e pensa naquelo/porfía que te porfía, porque xa agroma forte a semente plantada. Vivamos a galope4 nunha rede de afectos e celebremos que nin a lingua nin o pensamento se exilian. Tezamos xuntas, fortes e libres os puntos que calcetaron as mestras da República, as cigarreiras, as misteiras, as costureiras e todas as que, coma ti, loitaron contra as inxustizas e polos dereitos. Cosamos cos fíos da lingua na que entendemos, debatemos, amamos e enliñemos as nosas ideas e os nosos pensamentos. Tal com’as nubes Qu’impele o vento Y agora asombran, y agora alegran Os espaços inmensos d’o ceo, Así as ideas Loucas qu’eu teño As imaxes de multiples formas D’estranas feituras, de cores incertos, Agora asombran, O fondo sin fondo d’o meu pensamento. 1 2 3 4
Xohana Torres. Luísa Villata Xela Arias María Xosé Queizán
Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
3
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
23 POEMAS PARA O 23 DE FEBREIRO Xaquín Agulla (Pontevedra, 1956) GALIZA, MULLER, ESPERTA! Duro cravo me encravaches con ese teu maldesir, con ese teu pedir tolo que non sei qué quer de min. Pois dinche canto dar puden, avariciosa de ti. Galiza, terra de montes que non paras de bruír, Galiza, muller senlleira que non deixas de xemir! Choras, ventas, arrecendes pero xentes axoenlladas non renuncias a parir. Cantas, falas e máis bailas, pero os soños asolagas e a esperanza é pueril. Galiza terra de homes que traballan, que se forman, que nacen para ser libres; qué lles dan as túas vacas, que medran para ser servís? Galiza, muda eses choros por verbas de liberdade, Galiza, muda os enconos por loita desde a unidade. Galiza, non es só a historia apreixada a un carballo, nin a lenda inamovible que se agacha neses castros, nin unha pechada leira, nin a illa de corsarios. Mulleres, homes e nenos son Galiza máis cós castros, e teñen que saír á rúa a varrer todos os socalcos de ladróns e mintireiros, Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
4
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
de políticos suiñeiros, de altofalantes do ceo, de reis e máis princesas, de estafadores de vellos. Duro cravo me encravaches con ese teu maldesir, con ese teu pedir tolo que non sei qué quer de min. Pois dinche canto dar puden, avariciosa de ti. Quen te canta e quen te chora non é un amigo xograr, nin o noivo dunha noiva, nin o mozo dun lugar, é o espírito dos vellos loitadores e sangais irmandiños por millares que saíron a loitar. Saiamos á rúa todos, cada día, no serán, descravemos eses cravos, ese malfado, ese dar silencio por carraxe, ese eterno calar. Galiza, muda o teu rostro, muda o sentir, muda o dar, eses cravos para eles, para os que nos fan emigrar, para os que nos quitan dereitos, para os que nos expolian, para os que emporcan o mar.
Francisco Álvarez-Koki (A Garda, 1957) ROSALÍA POETA DA EMIGRACIÓN Que os amores xa fuxiron e nunca mais volveron, as soidades viñeron, e tanta dor me deron, Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
5
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
un cravo que me cravaron desfixo o meu corazón, de pena me consumiron, que vai polo vento en pena, camiño da emigración. Ahí miña xente pena, Galiza a túa condena, que en siglos non ten redención. Galegos de Norde o Sul, rompede esas cadeas e volvede en moreas, a buscar o ceo azul. A emigración xa foi, inda e, e sempre será, como o aguillón do boi que toda vida ten que penar. Ninguén nos dará o camiño, témolo nos que buscar. Está na fala dos nosos meniños. Está na música do noso cantar. Nos teus versos ROSALÍA. Que nos da forza pra soñar.
Mónica Bar (Vigo, 1962) MULLERES DE NEGRA SOMBRA Aterran vultos escuros na beiramar avanzan sen présa, de caza, que ironía as mulleres de negra-sombra. Sereas envoltas de madrugada carrexando o seu corpo alleo ai mamasita, non podo máis. Soñou con regresar alén dos mares pobriña da tola, virando ao leste de si mesma, en pegadas retráctiles. Varada sobre un capó de baixa gama agárdalle o noxo, o medo e o frío e despois o lavado dunha cunca de auga. Perdeu da fronte aquela estrela nunca saldará a débeda, ou saltar ou seguir lambendo as cadeas. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
6
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Falta o día, e noite escura baixa, baixa, pouco a pouco, por montañas de verdura. Eloi Caldeiro (Sarria, 1955) Nunha alborada mainiña, dun febreiro chuviñeiro, cando a nebra baixa esfía, murmurios do Sar ouvín. Nasín cando as prantas nasen, antes que agromen sen fin. Risa, soidade, alegría, levo sempre canda min. No mes das froles nasín, co seu arume vivín, nasín con nome de rosa, nunha alborada de abril.
Carlos Casares (Ourense, 1941-A Ramallosa, Nigrán, 2002) VERBAS DE ESPRANZA PRA ROSALÍA Non convén chorar máis, ela choróu por todos e pra sempre. Luís Pimentel
Olla, Rosalía, iste novo abrente de espranza. Acabóuse o pranto xa pra sempre, endexamáis voltaremos hastras bagóas porque é tempo de se erguer. Dende Padrón a Trasalba baixa polo tempo un río de arelanzas: Otero, Piñeiro, Carballo, Celestino, García Sabell, Tovar, Celso Emilio, Novoneyra... Inzadas voces outas que se chegan deica a cinza quente que sementaras na terra longa da nosa Galicia sulagada. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
7
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Eiquí estamos ergueitos ó pé da túa lembranza ollando o trunfo que se albisca sobor das torres de Compostela Santa. Iste é o froito da túa sementeira, Rosalía. Ista é a Galicia da espranza. Grial, tomo I, nº 1 (xulio agosto setembro 1963), pp. 99-100 Marta Dacosta (Vigo, 1966) MALPOCADA dona só do seu traballo das horas e da suor da roupa por remendar do lavadoiro, o clareo do xabón e da auga fría dona só do seu traballo por un salario vendido por un contrato precario que non contén nin palabra dos insultos, das mentiras nin das horas non cobradas nin do receo ou a náusea cristais contra o ventre irto para que sen dar aviso a porta xa non se abra nin xornada, nin salario unha axuda miserábel expulsada da túa casa condenada a mendigar até un anaco de pan Mais son probe e, ¡mal pecado!, a miña terra n’é miña, que hastra lle dan de prestado a beira por que camiña ó que nacéu desdichado. e agora que nada teño e que nada xa me ampara unha gadaña tomara para xustiza lles dar aos que nos queren quitar Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
8
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
os dereitos, a esperanza o acougo, a dignidade a memoria e até a vida pois todo debe cambiar outro futuro ha chegar!
Suso Díaz (Lobios, 1971) A ROSALÍA DE CASTRO Verba que abrolla nos cantares cantados coma folla nova. Arela na fisura permanente do pobo. Rosalía, morfoloxía no lusco fusco do avelaiño ouvear. Rosalía, utopía nos abrentes figurados en soños de Breogán. Rosalía, porfía sen canto na memoria perenne do berce. Rosalía, ousadía na noite dos silencios, semente de pretéritos abertos coas bágoas da soidade onde abrollan as cores do vernal. Rosalía, largacía... https://www.susodiaz.gal/2015/05/letras-galegas-2015-volver-as-orixes-vi.html
Salvador García Bodaño (Vigo, 1935) A ROSALÍA "Morrer cecáis seña vivir sin lindes"
Azas de ausencia te abranguen na longura ceibe dos meridiáns... Xa non eres máis que un nome a lle pór órelas ós camiños e ás sombras, unha verdade indestrutíbel, un credo Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
9
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
i un norde ou espranza que nos alenta na fuxida—ás veces sin volta— cara ás terras do pan. Decir hoxe ronsel, Rosalía, non quer decir gueivota ou escuma, ledicia nas ondas ou dorna a bolinar. (As palabras perderon xa aquel senso puro que pra nós tiñán). Decir hoxe ronsel, Rosalía, é decir fonda soedade ou amargura, auga ferida de fame ou tamén remuíño de adeuses sobor do mar... Grial, tomo I, nº 1 (xulio agosto setembro 1963), páx. 96
Arcadio López Casanova (Lugo, 1942) PALABRAS NA TARDE PRA ROSALÍA Si eu agora puidera decir: Galicia ceibe, pronunciar o teu nome, Rosalía, estendelo sobre o pranto e poñer cada sílaba dos leus versos, eiqui mesmo, riba dunha mesa (testimuña do que sofrimos aínda). Si contigo viñera a voz antiga dos xograres: Torneol, Martín da Limia, Códax, Mendiño, si despóis espida soara a voz do pobo con forza... Ai!, sería Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
10
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
impronunciable escoitar as radices vivas da terra, a voz da nosa Galicia. Si eu agora puidera pronunciar sílaba por sílaba, letra por letra, a doorida palabra, o teu nome, Rosalía, e si de súpeto viñera unha lene brisa de libertade, xermolara nos sucos, abrira as portas da esperanza... ¡Qué ledicia sentirnos entón pobo, cantar antre a limpa mañá renacente, tí e máis eu, todos os que aínda agardamos ser ceibes sobre os sucos da terra redimida! https://www.susodiaz.gal/2015/05/letras-galegas-2015-volver-as-orixes-iii.html
Xosé M. Millán Otero (Bueu,1964-Vigo, 2020) NOCTURNO PARA ROSALÍA Que por min tén que rezar a rosa e a cotovía, a pedra fría do lar e unha patria estremecida. Sobre os ermos bate a cinza que afogándome parece río avolto de silencios nunha gorxa que enmudece. Trae a noite laios roucos de pregaria ou profecía; eu non rezo, que os saloucos son campás de despedida. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
11
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Foxe o tempo, renxe a terra, e cando a lúa esmorece, ao lonxe, desde outra vida, elas tocan pra que rece.
Uxío Novoneyra (Folgoso do Courel, 1930 – Compostela, 1999) Santa da Terra, ti sabes que o ceo non é noso. Soio temos o cor i o tempo, o peso da vida i o certo da morte. Sintes a inseguranza i o abandono i acólleste ós bés certos: a casa, o val, a Patria homilde. A nosa Patria que nos negan, por quen ti cramas, furando a noite! De non oirte, houberamos esquencido o que somos, perdidos pra sempre no camiño alleo. Mais xa velamos o sono enfexo de zafarnos dil e ganar Galicia, loitando polo home. https://follasnovas.rosalia.gal/wp-content/uploads/2020/02/FollasNovas4-ArtigoPerezPrieto.pdf
Andrea Nunes Brións (Marín, 1984) Conmóvesme, Existes desde este lonxanía que disloca osos e crea fendas no tempo. Fan de ti masacre, Terra desolada, deturpada I a prole fecunda túa se espalla en errantes hordas de dez mil paxaros espantados. Fito os teus movementos tendida na verde alfombra, mentres triste e solitaria resistes ó mar esperanzas pides, de Dios a esperanza imploras. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
12
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Por eso anque en son de festa, alegre á gaitinha se oia pensarte nesta lonxanía creba latexos, a gorxa estoupa. constatamos que Galicia, ti non tes patria, ti vives no mundo soia.
Celia Parra Díaz (Ourense, 1990) Non me espriquéi cal quixera, pois son de esprincasa pouca; si grasia en cantar non teño, o amor da patria me afoga. Dixen carballo e respondéronme eucalipto. Dixen fervenza e respondéronme encoro. Dixen muller e respondéronme labrega. E será que non me explico ben, que non entenden a cadencia desta lingua de cumes e ondas, pero quixen falar de loita e entendéronme choros. Prendín no tendal as palabras todas que me arrolaron dende nena para que preñen de vento e bailen o teu nome e sexan, coma ti, matrioshkas nais desdobrando un país sen lindes. Pero será que non canto ben, que desafino de tanto amor afogándome o peito e son roncón antes de enfiar a muiñeira. Porque me desbordan as palabras e cando dixen patria respondéronme pequena e cando dixen lingua seláronme a fala e son chorima e gardo baixo os pétalos a aspereza de tantos anos a resistir a violencia. Pero eles eles entendéronme flor. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
13
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Andrés Pociña Pérez (Lugo, 1947) A TÚA FACIANA MÁIS QUERIDA Campaban os prados, manaban as fontes antre herbas e viñas, figueiras e robres. É certo, Rosalía, e fermoso, e despois engades que non achas, cantora da Terra, lugar coma el no mundo enteiro. É certo, Rosalía. Pero eu síntote máis viva na cerna do meu peito, cando volves túa a soidade daquela rapaza, viúva de vivo, que fai soa a sementeira, sen el para lle erguer á testa na fonte a pesada sella, sen el para lle pousar a leña que apañou no monte. Soa, si, pero ti con ela. E síntome máis preto de ti cando pillas a fouciña e con ela vingas a inxustiza feita aos teus fillos baixo a mirada ausente de Deus e dos homes.
Luz Pozo Garza (Ribadeo, 1922- A Coruña, 2020) HAI UNHA VOZ Hai unha voz no tempo de Galicia. Hai unha voz sen verbas. A que todos ouvimos no silencio. Lembrando nomes pra que naza o millo. Chámase morte ou mágoa. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
14
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Xuramento de anguria. Soedade. Pensamento de pedra. Chámase berro de auga. Desamparo. Chámase olvido. E chámase arelanza. E vida e liberdade e compaña dos nosos. Chámase sono. Sorte. Lar. Saudade. Chámase choiva que lourea os froitos. Hai unha voz. Chámase Rosalía. Sete letras de laio. Saudade dunha fala ferida. Esperanza dun mundo que inda fica nun berro de liberdade. Hai unha voz. A súa. Benzoada.
BENZOADA Benzoados os tempos do infortunio que fixeron posible esa voz silandeira, Rosalía. Benzoadas todas as nordesías que asulagan teus salaios de acibro. Benzoada sexa a túa orfandade que a todos nos fire entrañablemente. Benzoada a fontela de anceios de morte que asulagou o teu vivir, a carón da máis grande das mágoas.
Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
15
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Benzoados os espacios e os tempos, esas dúas coordenadas que te crucificaron con cravos de ferro ou de amor. Rosalía. Benzoada sexas pola túa voz. BIOGRAFÍA Hai un seixo branco que marca o momento do teu nacimento, igual que unha constelación que alumease de lonxe. Hai unha pedriña no noso calendario que di o mes e o ano das túas mágoas. Hai somentes unha cruz no día quince do mes de Santiago do mil oitocentos oitenta e cinco. Estamos axionllados.
CANTIGA FUNERAL DE PADRÓN Campanas de Bastabales, tocade por Rosalía. Tocade. Xa non chove miudiño. Xa non choven orballadas. Choven negras soedades. Chorade por Rosalía. Chorade. Que vai de door ferida. Por un agoiro de mágoas. Sen arrimo. Sen adaxe. Soade. Xa non madurece o millo pola beira de Lestrove. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
16
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Hai feridas sen idade Chorade. Que vai unha sombra negra pola banda pola banda de Laíño chamando por Rosalía. Tocade. Velahí vai a negra sombra no cemiterio de Adina. Asombrando a Rosalía. Rezade. Escolma da Literatura Galega. Poesía II, Silverio Cañada Editor, 1989, pp. 390-93 Domingo Tabuyo (Pontevedra, 1959) ROSALÍA Chegas como a néboa morna que vai subindo do río queixumbrosa e retembrando entre os croios do camiño. Como os outonos feridos de tantas fondas partidas, quedan ronseis da estadía por antre a verde espesura, pola congostra dos prados, deixando caricias húmidas por antre o verde arborado. Xohana Torres (Compostela, 1931 – Vigo, 2017) ROSALÍA Ti es pra min a barquiña que lembra toda presencia de madeiras náufragas que vive, infinda, unha traxedia líquida de peiraos sen panos e sen peixes. Sedenta coma un mar e no teu mar, afogada. Ti es pra min un pobo pequeniño de vieiros sen cume, sen riadas, mergullando no seo case morto unha virxe canción, inimitable. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
17
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Sedenta coma un mar e no teu mar, afogada. Ti es pra min unha callada piña de moitas primaveras agardadas onde xogaron anxos onde vibraron ás sen movelas. Sedenta coma un mar e no teu mar, afogada. Ti es pra min a historia da meniña que ía soñando praias ata que deu marea a un ben triste mañá. Sedenta coma un mar e no teu mar, afogada. Ti es pra min o lombo dunha sombra onde todo resulta preguntado e o paso das persoas faise lene... Sedenta coma un mar e no teu mar, afogada. ¡Ti es pra min a terra dunha tumba, cumpridamente limpa de pisadas!... http://eutamennavegar.blogspot.com/2014/12/rosalia-ti-es-pra-min-barquina-que.html
Marga do Val (Vigo, 1964) Ven a noite..., morre o día, as campanas tocan lonxe o tocar da Ave María. Xa antes de se contaren séculos falaban dela En vella Mais ela ficou Mudaron os marcos os foros os portos Ela vindo indo
os trabucos
Cada día camiño branco Do herbario de follas ordenadas Do libro de rezos miúdiños Do misal de proféticas sentencias Fuxiu E anda anda Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
18
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
Cada día camiño do mar salgado Rodeada de palabras Amoras que madurecen nas mans Que desbravan na braña Ferven no caldo Bolboretas que zugan no xilmendro ficou Dexenerada pel arrepuiñada Cada día camiño do mar sen fin Do tocar da Ave María Fuxiu Morre a noite nace o día A campá toca a arrebato Ela
indo
vindo
A fouce na man Ficou
Xosé Vázquez Pintor (Melide, 1946) ROSA EN IRIA COMO NOS VAI NA URDIME DAS PALABRAS por tanto aniversario que trasnoita e anda en soño sentido nas esperas? E véxote sempre vir de algar canda os fulgores que así mo pediron do solsticio, noite e luz que nos amence e somos posuidos pola maxia das fontes e dos mares: versos brancos cabalados no alto coma pedras informes onde asubía o vento dos refachos na beira do río que despois vai no auxilio de alguén que chama ao lonxe e grita: ven axiña, non pouses, sube ao colo da Terra e cadra aquí con nós un tempo de silencio encantenón acorda outra mornura que corre antre as herbas e antes foxe o desamor, o esquenzo, a tolería do campo frorido de non ser senon aquela sombra que acompaña: Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
19
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
ROSALÍA NA DANZA DA RISA E DA INTEMPERIE NUNCA ALTARES Branca Vilela (A Coruña, 1964) Miña terra, miña terra, terra donde me eu criéi, hortiña que quero tanto, figueiriñas que prantei, durmo nun leito de bágoas na sombra das augas O mar rulame no peito e sinto lonxe os bicos da terra que arei. Adeus meus frondosos montes onde brilaba o suspiro dos paxariños na man dun neno deixo na lareira os contos das longas noites de inverno Adeus a terra que tiven escorrendo e sinto na gorxa a choiva dos namorados o decir adeus. Adeus, mares, adeus… Levo vosa cor nos ollos e voso son nas mans.
CODA: Luís Pimentel (Lugo, 1897-1958) OUTRA VEZ ROSALÍA Volveron as negras campás, as campás de ferro na noite, e as frías camelias, porque ela o quixo; porque quer andar errante polos fondos camiños; sentir a doce choiva sobor do seu cadaleito; levar o silencio do seu pelo morto, e o renxido do seu traxe de dura seda. Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
20
IES “San Paio”
Falamos de Rosalía
23 de febreiro 2022
E teremos que soportar este peso de sombras entre a néboa debaixo das altas árbores. Agardar á beira dos ríos que os mortos aman. Chegar hastra o amplio val onde o aire se apousa. Ou seguir por un camiño fondo que nos leva ao mar, onde hai ceos moribundos e negras botas de náufragos. Agardar que ela chame aos mortos, cando se faga ese gran silencio de auga. Hastra cando durará este gran enterro? Negra sombra, negra sombra! Docemente chove sobor do seu cadaleito... E o silencio do teu pelo morto entre a néboa. Escolma da Literatura Galega. Poesía II, Silverio Cañada Editor, 1989, pp. 223-24
NOTA: Da obra colectiva 150 cantares para Rosalía de Castro, https://rosalia.gal/wp-content/uploads/2015/02/150_Cantares_para_Rosalia-OK.pdf están sacados os poemas de Xosé Vázquez Pintor (páx. 54), Andrés Pociña Pérez (páx. 58), Eloi Caldeiro (páx. 112), Xaquín Agulla (pp. 120-21), Francisco Álvarez-Koki (páx.138), Domingo Tabuyo (páx. 150), Mónica Bar (páx. 172), Marga do Val (páx. 186), Xosé M. Millán Otero (páx. 188), Branca Vilela (páx. 194), Marta Dacosta (pp. 208-9), Andrea Nunes Brións (páx. 387) e Celia Parra Díaz (páx. 408) Equipo de Biblioteca e Club de Lectura “Pedra do Acordo”
21
IES “San Paio”