Actualidade Economia Ibérica - nº 274

Page 1

Actualidad

Economia ibérica abril 2020 ( mensal ) | N.º 274 | 2,5 € (cont.)

A pandemia ea economia pág.32

Cosec reforça inovação tecnológica e ganha eficiência

António Vieira Monteiro: competência e rigor

pág. 18

pág. 06

Embajada de España, escenario para la conferencia “El líder del futuro”pág. 44


2 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020


Índice

Foto Capa

índice

DR

Nº 274 - abril de 2020

Actualidad

Economia ibérica

Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca

Grande Tema

A pandemia e a economia 32.

Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca, María de Maintenant (estagiária) e Susana Marques

Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org)

Editorial 04.

Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro

58.

A emergência de uma rede social, política e económica

Calendário Fiscal de Abril

Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Cecilio Oviedo, Márcia Alves Farias, Miguel de Azeredo Perdigão e Nuno Almeida Ramos Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém Nº de Depósito Legal: 33152/89

Opinião 26.

Sistema sanitário y economía, una lucha a dos - Cecilio Oviedo

30.

Covid-19: restrições à livre circulação de pessoas - Márcia Alves Farias

42.

A epidemia e o impacto nos contratos de utilização de loja em centro comercial – Um caso de força maior - Miguel de Azeredo Perdigão

Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong

Atualidade 14.

Dunany Foods aposta na venda de “pré-cozinhados de qualidade superior”

18. Cosec reforça inovação tecnológica e ganha

eficiência

20. Cantabria Labs consolida su liderazgo en

prescripción dermatológica y apuesta por el negocio de nutrición clínica

E mais... 06. In Memoriam 08. Apontamentos de Economia 14. Atualidade 22. Marketing 24. Setor Imobiliário 44. Eventos 48. Vinhos & Gourmet 50. Setor Automóvel 52. Ciência e Tecnologia 54. Intercâmbio Comercial 56. Oportunidades de Negócio 59. Bolsa de Trabalho 60. Espaço de Lazer 66. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

Luso Espanhola ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 3


editorial editorial

A emergência de uma rede social, política e económica

E

sta seria uma revista comemorativa dos 50 anos de atividade da Câmara de Comércio e Indústria LusoEspanhola. Seria uma revista de balanço, em que puxaríamos o filme atrás, até 1970, para recordar os momentos que, a partir dessa data, marcaram as relações ibéricas. Se fizermos mentalmente esse exercício, teremos que nos lembrar de uma outra Espanha e de um outro Portugal. Teremos que nos lembrar que os dois países conseguiram reconquistar a democracia, que voltaram a dar as mãos, que juntos abraçaram o compromisso europeu, que ambos passaram por crises económicas, que recuperaram… Que recuperaram. Este número da revista iria viajar ao passado, mas também iria tentar perspetivar o futuro: o futuro da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola e o futuro da Península Ibérica… Porém, o presente impôs uma agenda diferente à revista Actualidade, à Câmara de Comércio e Indústria Luso

Espanhola e ao mundo inteiro... Nesta edição não podemos passar ao lado dos efeitos que a pandemia Covid-19 poderá ter na economia, das medidas que Governos e instituições europeias já anunciaram para mitigar o impacto negativo da doença, em quase todas as áreas económicas, mas sobretudo na indústria e no turismo. Portugal e Espanha estão entre os destinos turísticos mais visitados, pelo que estarão também entre os mais penalizados pelo inevitável abrandamento do setor. Como sugere o mais recente filme promocional do Turismo de Portugal: é tempo de parar, de esperar, de pensar, de reequacionar. A pandemia que, alegadamente, começou com um pangolim na China, enviou uma mensagem inequívoca ao mundo. Mesmo que queiramos evitar a metáfora, a verdade é que este estado de emergência sanitária pôs o planeta em descanso: geramos, neste período, menos um milhão de toneladas de dióxido de carbono por dia para a atmosfera, de

acordo com dados compilados pela agência Lusa com base em relatórios internacionais. Quando ainda se fazem contas às vidas perdidas é, por ventura, insensível, contabilizar ganhos, porém, o planeta, a nossa casa comum, sai mais forte desta crise, o que beneficiará os seus habitantes. A Terra continuará, com ou sem habitantes. O futuro do planeta nunca esteve em perigo. As condições de habitabilidade da Terra é que estão a ser ameaçadas. O pangolim, o coronavírus e a Terra obrigaram-nos a abrandar. Os que sobreviverem a esta crise herdam um planeta mais saudável do que o que tinham antes dela, herdam a obrigação de o respeitar, de se respeitarem, de trabalhar em equipa, de “forma coordenada”, como sugeriu António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas. O mesmo responsável também deixou claro que é preciso que os mais fortes ajudem os mais fracos. Não restam dúvidas de que o que afeta um lugar do mundo, afeta, potencialmente, o mundo inteiro. Não restam dúvidas de que quando os países mais fortes ou mais bem preparados ajudam os mais débeis, estão a acautelar o seu próprio futuro. Por agora, estamos unidos por um inimigo comum. O sentido comunitário nunca foi tão forte e a rede social, política e económica nunca foi tão emergente. No futuro, teremos um desafio comum: manter essa rede social e essa coesão, porque crescemos melhor quando crescemos juntos. Tem sido essa a missão desta Câmara. É assim que entendemos o futuro.  E-mail: smarques@ccile.org

4 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020


editorial

ABRIL DE 2020

editorial

AC T UA L I DA D € 5


In Memoriam In Memoriam

Foto Sandra Marina Guerreiro

António Vieira Monteiro: competência e rigor

F

oi com profundo pesar que a presidente de honra da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), embaixadora de Espanha em Portugal, Marta Betanzos, a Junta Diretiva e a Comissão Executiva da CCILE tomaram conhecimento da triste notícia do falecimento de António José Sacadura Vieira Monteiro, Presidente do Conselho de Administração do Banco Santander Portugal e uma pessoa à qual esta Câmara está enormemente grata pelo apoio e entusiasmo que nos deu ao longos destes últimos oito anos, tendo ocupado o cargo de vice-presidente da Junta Diretiva e Comissão Executiva. António Vieira Monteiro faleceu aos 73 anos, tendo dedicado toda a sua carreira à atividade bancária. Foi administrador do Santander em Portugal desde o ano 2000, passando a ocupar o cargo de presidente da Comissão Executiva do mesmo banco em 2012 e até 2018. Em comunicado, o Santander Portugal assinala que “ durante a sua liderança, o banco consolidou e expandiu a sua atividade em Portugal, mantendo em permanência o rigor e a determinação que sempre o caracterizaram”.

6 act ualidad€

abril de 2020

O atual Presidente da Comissão Executiva do Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, afirmou: “Durante a liderança de António Vieira Monteiro, da qual tive o privilégio de fazer parte, pude sempre constatar a sua perseverança para tornar o Santander em Portugal numa instituição de referência. Vieira Monteiro era um profundo conhecedor do setor bancário, no qual trabalhou ao longo de várias décadas, tendo contribuído de forma muito relevante para aquilo que o Santander em Portugal é hoje: um banco líder, forte e com enorme capacidade para contribuir para o desenvolvimento do País”. Ana Botín, presidente do Grupo Santander, sublinha que o legado de António Vieira Monteiro permanecerá sempre: “Ele era sempre prudente e decisivo. Um verdadeiro gestor do risco, era exímio nisso. Tivemos muitas conversas em fins de- emana, e era nessas alturas em que ele me dava conselhos sobre uma oferta ou uma aquisição de um banco, ou sobre como apoiar um grande cliente. Ele sabia como apoiar clientes e a sociedade, bem como cumprir com os acionistas. A sua prioridade era a sua equipa e ele estava sempre lá para a apoiar.” Enrique Santos, presidente da CCILE, recorda que conheceu António Vieira Monteiro nos anos 90, em Joanesburgo, numa altura em que ele se deslocava à cidade sul-africana para participar nas reuniões da administração do Lisbon Bank, em representação do BNU (que era acionista desse banco sul-africano): “Os sócios sul-africanos, na altura, comentavam que estavam impressionados pelo seu grande rigor e profissionalismo a todos os níveis, bem como pela sua grande capacidade de impor respeito.”


ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 7


apontamentos de economia apuntes de economÍa

EDP Renováveis com lucro de 475 milhões de euros Os resultados líquidos da EDP – Energias de Portugal em 2019 totalizaram 512 milhões de euros, menos 1% do que no exercício de 2018. A energética portuguesa apresentou um resultado operacional bruto de 3706 milhões, mais 12% do que em 2018. A EDP Renováveis teve a melhor performance dentro do grupo, com lucros de 475 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 52% face ao resultado líquido de 2018. António Mexia, CEO do grupo, considera que “2019 foi um ano de boa performance e boa capacidade de entrega dos compromissos assumidos” e sublinha que os resultados só são possíveis pela aposta feita nas renováveis há mais de uma década e da internacionalização da companhia, que teve passos significativos em 2019”. A nível internacional, destaque para a operação do grupo no Brasil, que

obteve resultados líquidos de 284 milhões de euros, mais 5% face a 2018. A EDP Portugal teve pelo segundo ano consecutivo prejuízos de 98 milhões

de euros. Na base destes resultados negativos está sobretudo uma imparidade relativa à central a carvão de Sines (no valor de 94 milhões de euros), frisou António Mexia.

Volume de negócios da Sonae sobe 9, 2% em 2019, mas lucros abrandam

Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, anunciou que o grupo alcançou em 2019 “excelentes resultados operacionais e financeiros em todo o portefólio”. O volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 9,2%, para os 6.435 milhões de euros, o que se traduziu também numa melhoria da rentabilidade operacional em todos os negócios, com o EBITDA subjacente a aumentar 22,2%, para 599 milhões de euros. Em comunicado, o grupo informa ainda que o investimento ascendeu a 399 milhões de euros, o que equivale a uma média de um milhão de euros por dia, refletindo investimento orgânico e aquisições. “Este desempenho, juntamente com uma gestão ativa do nosso portefólio, permitiu uma redução de 167 milhões de euros da nossa dívida líquida e um maior fortalecimento da

8 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

nossa estrutura de capitais”, escreveu a CEO, que assumiu a liderança da Sonae, em abril do ano passado. O resultado líquido totalizou 165 milhões de euros, menos 20% do que no ano passado, mas “com evolução positiva excluindo extraordinários”. A direção propõe dividendos no valor de 4,63 cêntimos de euro por ação (+5%), correspondendo a um dividend yield de 5,1% no final de 2019. Por áreas de negócio, destaca-se a Sonae MC (retalho alimentar) que reforçou a sua liderança, apesar da forte competitividade no mercado: “A empresa apresentou um crescimento recorde do volume de negócios de 9,2%, para 4.702 milhões de

euros, impulsionado pelo desempenho do parque de lojas comparável em todos os principais segmentos, formatos e categorias, mas também pela execução do seu plano de expansão, mantendo níveis de rentabilidade de referência. A área de saúde e bem-estar continua a ser uma importante via de crescimento e, em 2019, a aquisição de uma participação maioritária na Arenal marcou a entrada da empresa no mercado espanhol.”


apuntes de economÍa

apontamentos de economia

BBVA é o banco parceiro da Fintech House Para ajudar a impulsionar as startups em Portugal, o BBVA anunciou o reforço do seu “compromisso com o ecossistema fintech português, com a presença na Fintech House, um hub internacional a partir de Portugal, numa parceria com a Portugal Fintech”. Deste modo, o BBVA torna-se o banco parceiro da vertical de banca, onde desenvolverá o seu trabalho de inovação aberta. A Fintech House – “Where fintech lives” é um espaço dedicado ao desenvolvimento do ecossistema fintech. A “Casa”, sediada no Palácio das Varandas, em Lisboa, junta mais de 30

startups numa estreita relação com toda a comunidade. O edifício histórico do século XIX está otimizado para fomentar a proximidade e colaboração entre todos os membros envolvidos. Conta com um piso dedicado ao networking, reuniões e encontros, bem como um auditório preparado para receber os melhores eventos da indústria. Os restantes quatro pisos dividem-se entre escritórios privados e espaços de co-work, com capacidade para 170 pessoas e com uma ocupação de 65%, até à data. O projeto Fintech House nasce da cola-

boração entre a Associação Portugal Fintech e a rede de Co-workings Sitio, combinando assim a experiência da criação de mais de 10 espaços de trabalho pelo país e o conhecimento de um “community builder” para dar às startups um sítio onde têm todas as condições para crescer o mais rapidamente possível. O espaço tem a visão de criar em Portugal um hub internacional para o desenvolvimento de startups nas áreas de Fintech, Insurtech, Regtech e Cybersecurity, sendo o local onde a inovação nos setores tecnológicos e financeiros acontece.

Vendas da SEAT crescem a dois dígitos A empresa automóvel SEAT terminou te à I&D, mais 2019 com volume de negócios total de 7,5% do que em 11.157 milhões de euros, mais 11,7% do 2018”. O grupo que em 2018, e com um lucro após sublinha que impostos de 346 milhões de euros, 17,5% “quase 5% da acima do registado no exercício ante- despesa total em rior (294 milhões). O lucro operacional I&D em Espanha aumentou em 57,5%, para os 352 milhões em 2019 corresde euros. pondeu à SEAT, O presidente e vice-presidente de o principal invesFinanças e IT da SEAT, Carsten Isensee, tidor industrial salientou que “2019 foi um ano positi- em I&D do país”. vo para a SEAT. Os números obtidos O cash flow operacional cresceu 56,2% graças ao trabalho de equipa de toda a para 1.092 milhões, o correspondente organização colocam-nos numa posição a 9,8% do volume de negócios e faz da ótima. Os resultados do ano passado SEAT “uma das 10 melhores empresas fornecem uma base sólida sobre a qual espanholas em termos de cash flow opese pode construir o futuro da empresa racional, o que demonstra a sua sustena longo prazo”. No entanto, ressalvou tabilidade financeira, bem como a capaque “a pandemia do coronavírus impede cidade de autofinanciar investimentos qualquer previsão fiável sobre o impacto futuros”. na economia mundial e no desempenho Carsten Isensee frisou que “estes númeda SEAT em 2020”. ros são a prova da solidez financeira da No ano de 2019, “a SEAT destinou 1.259 SEAT” e que “os principais objetivos a milhões de euros (mais 3% do que em longo prazo são aumentar a rentabili2018) para acelerar o seu programa dade da gama, ganhar em eficiência e de investimentos, principalmente para melhorar a margem operacional”. o desenvolvimento de novos modelos, Com um total de 574.078 veículos entreincluindo veículos eletrificados”, informa gues em 2019, mais 10,9% em relação a empresa de origem espanhola, em ao ano anterior, a SEAT bate um recorde comunicado, acrescentando que “705 pelo segundo ano consecutivo. As expormilhões, 6,4% do total do volume de tações representaram 81% do volume negócios, foram destinados integralmen- de negócios (9.014 milhões de euros),

consolidando a SEAT como “o principal exportador industrial espanhol, com cerca de 3% do total das exportações do país”. A produção de veículos SEAT, em Martorell, em Kvasiny e Mladá Boleslav (República Checa), em Wolfsburg e Zwickau (Alemanha), em Palmela (Portugal) e em Bratislava (Eslováquia), cresceu 12,1% em 2019, estabelecendo um recorde de 592.019 automóveis. Wayne Griffiths acrescentou que “a CUPRA é uma prioridade estratégica dentro da SEAT. Com modelos mais emocionais e uma maior margem de contribuição, a CUPRA pretende atingir um volume de negócios de mil milhões de euros quando todos os modelos estiverem no mercado, e será fundamental para impulsionar a margem operacional da empresa”.

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 9


apontamentos de economia apuntes de economÍa

Novabase vende Collab à Netadmin System por seis milhões A tecnológica portuguesa Novabase vendeu a empresa Collab, sua participada para o negócio de centros de contacto, por seis milhões de euros, aos suecos da Netadmin System. De acordo com um comunicado da Novabse dirigido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa portuguesa, para já, recebeu um total de 4,5 milhões de euros por este negócio. O restante valor, de 1,5 milhões de euros, será pago mediante ajustamentos, de acordo com o documento. “Devido às cláusulas de ajustamento de preço positivo ou negativo acordadas pelas

partes, não é possível estimar neste momento, com precisão, a contrapartida final que possa vir a ser obtida com a transação, adianta o jornal “EcoEconomia Online”. A Collab emprega atualmente cerca de 60 colaboradores e representou uma faturação de 6,5 milhões de euros em 2019. Segundo João Nuno Bento, presidente executivo da Novabase, “esta operação permitirá continuar a implementar a nossa estratégia, libertando recursos para a execução dos objetivos do Update Estratégico 2019+, divulgados ao mercado em 25 de julho de 2019”.

AON e Willis Towers Watson anunciam fusão A segunda maior corretora do mundo, a britânica AON, comprará a sua concorrente Willis Towers Watson (a terceira maior) por 30 mil milhões de dólares. O negócio, anunciado em meados de março e que deverá estar concluído no final do primeiro semestre de 2021, permitirá unir esforços, formando assim a maior corretora do mundo, destronando a Marsh & McLennan dessa posição. No mercado português, a compra da WTW pela AON deverá constituir a segunda maior corretora, a seguir à MDS, do grupo Sonae. “A nova empresa estará bem posicionada para responder às necessidades dos nossos clientes e desbloquear novas fontes de valor dos nossos stakeholders”, afirma Carlos Freire, CEO da AON Portugal.

#FiqueEmCasa e #NósEntregamos, garante a Santos e Vale Em resposta às atuais limitações de que nos adaptar e mobilidade das pessoas em territó- acompanhar esta rio nacional, a Santos e Vale desen- mudança.” volveu um serviço temporário para Em comunicado, a dar a possibilidade aos seus clientes empresa refere ainda de poderem enviar os produtos dire- que “com a maior tamente ao destinatário final com parte dos pequenos total segurança, informa Joaquim negócios fechados e Vale, Administrador da Santos e com os consumidoVale: “A ‘responsabilidade’ e a ‘soli- res em casa e a utidariedade’ sempre fizeram e fazem lizar o e-commerce parte do nosso ADN. Não podíamos como recurso para deixar de apoiar os nossos clientes adquirir os produtos, nesta fase tão difícil, em que a maior a Santos e Vale vem parte dos distribuidores e retalhis- agora dar resposta tas estão fechados. Desta forma, os às compras mais difíceis, os envios distribuidores podem vender online até 50 quilos por volume”. e os produtores enviar diretamente Neste serviço cujo lema é ao consumidor com total segurança, #FiqueEmCasa que #NósEntregamos, já que, seguimos todas as recomen- “estão incluídos frigoríficos, máquinas dações da DGS. Estamos em tempos de lavar, televisores, mobiliário desde mudança de comportamento e montado, entre todos os outros equimétodo de compra, pelo que, temos pamentos que fazem parte das nossas

10 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

casas e que por correio normal seriam impossíveis de receber”. No mesmo comunicado, a empresa sublinha que “em tempos difíceis, são necessárias medidas assertivas para que o mundo e a economia não parem, mas que as pessoas possam ficar em casa”.


Fabricante de aparelhos elétricos Efapel cresce 9% Com vendas no valor de 42 milhões de euros, a maior fabricante nacional de aparelhagem elétrica de baixa tensão e líder de mercado em Portugal, a Efapel, registou em 2019 um crescimento de 9% relativamente ao anterior exercício. O valor “confirma a trajetória de crescimento, iniciada há mais de quatro décadas”, assinala e empresa em comunicado. A fabricante portuguesa sublinha “a melhoria da imagem da marca”, bem como “o reforço da perceção do consumidor relativamente aos produtos Efapel nas vertentes qualidade, preço e serviço”. A empresa sedeada em Serpins (Lousã) exporta o equivalente a cerca de 30% da sua faturação, para mais de 50 países de todo o mundo, desde a Europa e África até ao Médio Oriente e América Latina. “A exportação

quase duplicou a performance global, atingindo os 15% relativamente a 2018”. Tal deve-se à participação em feiras internacionais do sector, bem como ao projeto de investimento “Diferenciação para Internacionalização”, implementado pela empresa para “reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação, com vista a corresponder a novas solicitações e oportunidades de negócio detetadas”. Recorde-se que a Efapel fundou recentemente uma subsidiária em França (Efapel Solutions Électriques, com sede em SaintGermain-en-Laye), depois de já ter uma em Espanha (EfapelSoluciones Elétricas, em Vigo). A empresa assinala que foi justamente o mercado europeu que mais contribuiu para o crescimento das vendas para o exterior, em 2019.

Altice Portugal declara receitas de 2,11 mil milhões de euros Os resultados de 2019 da empresa de telecomunicações Altice Portugal cresceram 1,7%, chegando aos 2.110 milhões de euros, e invertendo a tendência de diminuição de receitas da última década. Um valor que a direção liderada por Alexandre Fonseca considera “histórico” e que traduzem “o reforço do investimento, nomeadamente na fibra ótica, como forma de potenciar futuros resultados”. O presidente executivo da empresa apontou o investimento como “um dos pilares estratégicos”, nomeadamente na “aposta na expansão da rede móvel 4G, na transformação da rede de transporte, na plataforma de televisão e no reforço da infraestrutura de fibra ótica, para alcançar a meta de 5,3 milhões de casas em 2020. O desenvolvimento da quinta geração da rede móvel (5G) “será claramente uma das nossas prioridades para 2020”, garantiu Alexandre Fonseca.

A nova solução de impressão direta em vestuário da Epson A impressora Epson SureColor SC-F3000 inexperiente seja mais eficiente durante permite impressão direta em vestuário mais tempo, mantendo, em simultâneo, e “oferece fiabilidade otimizada, resulta- a qualidade de impressão e a precisão dos de alta qualidade e flexibilidade de com um nível consistentemente elevado”, impressão para a produção de vestuário”, nomeadamente: “ajuste de altura automácom “um custo total reduzido”, assegura tico da platina com sensores que detetam a fabricante, em comunicado. de modo autónomo a altura da superfície O novo modelo DTG, “direct-to-garment” do tecido, para imprimir mais facilmente é vocacionado para “PME que produzem diferentes peças, como t-shirts, camisovestuário e fornecedores de t-shirts” e las, sacos, sweatshirts, etc; qualidade de que “exigem elevados níveis de precisão, impressão mais precisa graças à tecnolotempos de execução rápidos e capaci- gia de colocação de gotas de tinta; acesso dade de produzir o design complexo dos fácil à área de substituição de consumíclientes em diversas peças”. veis e manutenção.” A empresa de origem holandesa “introdu- Magí Besolí, business manager da Epson ziu pela primeira vez na gama de impres- Ibérica, explica que as novas soluções soras DTG, a solução de alta capacidade nascem das necessidades do mercado: de tinta, com tanques de tinta de 1,5 “Estar atento às necessidades das emprelitros compactos que contribuem para sas estimula a nossa inovação – esta reduzir o tempo de inatividade e custos”. ligação ajudou a definir a funcionalidade Acresce que “a Epson introduziu elemen- e o design da SC-F3000. Criámos uma tos que permitem que até um utilizador impressora DTG de utilização simples,

mas em que a qualidade da impressão a velocidades impressionantes dá resposta aos requisitos de economia e criatividade de muitas empresas, que procuram expandir e controlar a qualidade dos seus produtos finais. É importante para nós proporcionar paz de espírito aos nossos utilizadores e gerar confiança sempre que utilizam a SC-F3000. Estes objetivos são atingidos pela Epson ao fornecer a solução de impressão DTG completa: impressora, tintas, software e suporte”.

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 11


Breves Iberdrola irrumpe en el negocio del hidrógeno Iberdrola se mete de lleno en el negocio del hidrógeno verde con el desarrollo de un proyecto en el municipio de Puertollano (Ciudad Real), que implicará una inversión de hasta 150 millones de euros. El grupo presidido por Ignacio Sánchez Galán ha explicado que el proyecto constará de una planta experimental fotovoltaica de 100 MW con las últimas tecnologías, como son los paneles bifaciales o los inversores string. Del mismo modo, tendrá un sistema de almacenamiento de baterías de ion-litio de 20 MWh. También, el nuevo proyecto equipará un sistema de producción de hidrógeno mediante hidrólisis que estará dividido en módulos apilables para ir ampliando la planta según las necesidades de demanda de hidrógeno que se presenten. En este ámbito, la compañía probará tecnologías como la alcalina, de óxido sólido y de membrana de intercambio de protones. El objetivo del negocio es la descarbonización y abaratamiento en el futuro de este producto industrial, que actualmente emite más del 2% del CO2 a nivel mundial. Acciona instala la primera fotovoltaica flotante conectada a la red en España La compañía ha iniciado en Extremadura la instalación de la primera planta solar fotovoltaica flotante conectada a la red eléctrica en España, un proyecto demostrativo para estudiar soluciones técnicas para la instalación de paneles solares sobre la superficie de lagos o embalses. La planta, de 1,125 megavatios pico (MWp) de potencia, estará finalizada a mediados de año y se sitúa en la orilla sur del embalse de Sierra Brava, en Zorita (Cáceres). Sierra Brava es un embalse artificial de 1.650 hectáreas de superficie, construido en 1996 y alimentado por las aguas del arroyo Pizarroso. Tiene 12.000 metros cuadrados de superficie y la planta solar fotovoltaica flotante ocupará en torno al 0,07 %. La directora de Innovación de la división de Energía de Acciona, Belén Linares, ha dicho que esta iniciativa va a permitir extraer conocimientos para desarrollar plantas flotantes en zonas donde esta opción tecnológica resulte más adecuada que las convencionales sobre tierra firme. España duplica en diez años el número de empresas exportadoras En solo diez años, en el periodo 2009-2018, las exportaciones en España han duplicado casi su peso sobre el PIB de nuestro país, pasando del 3,2% al 6,1%. Este es uno de los hechos más destacados de un informe elaborado por la Fundación BBVA y el Instituto Valenciano de Investigaciones Económicas (IVIE). Junto a este aspecto positivo aparecen otros que no lo

12 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

Renovalia cierra refinanciación de 210 millones para una cartera fotovoltaica operativa en España

Renovalia Energy Group ha cerra- ramiento legal de Gómez Acebo do una refinanciación por impor te y Pombo. El grupo de renovables de 210 millones de euros con ha indicado que la financiación BNP Paribas par a una car ter a conseguida ha per mitido mejo fotovoltaica operativa en España rar las condiciones financieras de 60,75 megavatios (MW ) de mediante la ampliación del plazo potencia. En concreto, la finan- de amor tización y el ajuste de los ciación, otorgada en su totalidad costes financieros y, además, se por BNP Paribas, se ha estructu- han eliminado cier tas restricciorado bajo la modalidad ‘project nes a la distribución de fondos de finance’ a largo plazo. Renovalia los proyectos a sus accionistas, ha contado con el asesoramiento “ma ximizando de este modo el legal de Bird&Bird, mientras que flujo de distribuciones y la rentaBNP Paribas ha tenido el aseso- bilidad para los mismos”.

Santander compra el 50,1% de Fintech Mercury TFS por 30 millones Banco Santander ha adquirido una participación mayoritaria en la compañía de software Mercury TFS, cuyos servicios utiliza desde hace años en España, México, Chile y Alemania, con lo que reforzará su plataforma de comercio internacional para empresas, según ha informado el banco. Se trata de una participación del 50,1%, que Santander ha comprado por 30 millones de euros, de los que un tercio corresponde a la suscripción de nuevas participaciones procedentes de

una ampliación de capital, que inyectará fondos a la empresa para desarrollar nuevos servicios e impulsar el crecimiento en número de clientes y mercados. Mercury Trade Finance Solutions, con sede en España y 130 empleados en España, México, Chile y Colombia, es una compañía especializada en soluciones de software que permite digitalizar y automatizar la gestión integral de las operaciones de comercio exterior (trade finance).


Breves Amazon abrirá un nuevo centro logístico en Sevilla que generará un millar de empleos fijos

Amazon abrirá este verano un nuevo centro logístico robotizado en Dos Hermanas (Sevilla), que creará más de un millar de puestos de trabajo fijo en la región en los próximos tres años y que se sumarán a los 7.000 empleos fijos que tiene la plataforma de distribución en España. La compañía está expandiendo el tamaño de su red de centros logísticos en España y modernizando la

tecnología que emplea en ellos, para satisfacer la creciente demanda de los clientes, ampliar su selección de productos y apoyar a un número cada vez mayor de pymes que utilizan el servicio de Logística de Amazon para el almacenamiento y la entrega de los productos que venden en las tiendas de Amazon, según señaló la multinacional americana en un comunicado. “Estamos orgullosos de ampliar nuestra red de operaciones con este nuevo centro logístico en Sevilla, dotado de tecnología robótica de última generación”, dijo Roy Perticucci, vicepresidente de Customer Fulfilment de Amazon en Europa.

Mango bate récord de ventas y regresa a los beneficios La multinacional de la moda Mango alcanzó en el 2019 un récord de ventas y volvió a tener beneficios. La racionalización de la oferta, la mejora de la rentabilidad de las tiendas, el programa de fidelización y la venta ‘on line’ construyeron un combinado clave y efectivo para dar la vuelta a unas cuentas necesitadas de oxígeno y que abren nuevas posibilidades de diversificación para la marca en los próximos años. El consejero delegado de Mango, Toni Ruiz, calificó de «extraordinario» el ejercicio y un punto de inflexión para definir nuevos proyectos en el plan trianual que se está definien-

do en estos momentos en la firma propiedad de Isak Andic. Las ventas alcanzaron los 2.374 millones de euros, el 6,3% más. El beneficio bruto de explotación (ebitda) creció el 43,7% hasta los 194 millones de euros, con un beneficio neto de 21 millones (36 millones de pérdidas en el 2018). La deuda neta pasó de 315 a 184 millones de euros.

son tanto. Pocas empresas concentran un alto porcentaje de las exportaciones, cinco de ellas un 9,9%, o las 500 más grandes, un 58%. Además hay grandes diferencias entre las distintas comunidades autónomas. En Navarra el peso sobre el PIB alcanza el 44,5% y, por contra, en Baleares es de solo el 6,1%. El informe indica que cinco firmas acaparan el 10% de la actividad y advierte de la necesidad de ampliar las compañías que venden fuera del país. Alantra y Enagás se alían para crear una nueva gestora que invertirá en la transición energética La boutique de inversión española ha anunciado la creación de una nueva gestora, de la que controla el 70%, que tendrá como principal socio a Enagás, con la participación del 30% restante. Esta unidad de negocio será el continente del nuevo fondo que ambas compañías lanzarán próximamente y que invertirá en empresas innovadoras que operan en el ámbito de la transición ecológica, la descarbonización y los gases renovables. El vehículo, que se llamará Clima Energy Transition Fund, se lanzará con alcance europeo y tendrá un tamaño objetivo de 150 millones de euros, de los que Enagás aportará un mínimo de 20 millones de euros. El fondo no buscará tomar el control de las compañías en las que invierta, sino que tomará participaciones minoritarias con la intención de impulsar su crecimiento. El equipo gestor del fondo está formado por profesionales con capacidades internacionales que aúnan conocimiento tanto técnico como de inversión y gestión de activos. Acesur construirá una planta de envasado en Estados Unidos La empresa Acesur, con sede en Dos Hermanas (Sevilla), ha anunciado el inicio de la construcción de una envasadora de aceite de oliva en Norfolk, en Virginia (Estados Unidos), para “dar respuesta al fuerte aumento” de la demanda de sus productos que ha tenido lugar en el país norteamericano, donde “ha multiplicado sus ventas por cuatro en los últimos siete años”. La nueva envasadora estará situada “estratégicamente a tan sólo 20 kilómetros de uno de los principales puertos de la costa este y equidistante de las principales áreas de consumo de aceite de oliva en el país, la costa noreste y Florida”, según ha detallado Acesur en un comunicado. Acesur prevé que la construcción de esta envasadora finalizará en “el mes de septiembre”, y ha concretado que esta planta tendrá “unas dimensiones de 10.000 metros cuadrados, y en la misma funcionarán cuatro líneas de envasado, preparadas para dar salida a todos los formatos que comercializa actualmente en Estados Unidos”

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 13


atualidade actualidad

Dunany Foods aposta na venda de “pré-cozinhados de qualidade superior” O consumo de comida pré-cozinhada cresce a dois dígitos e espera-se que continue a aumentar. Confiantes na evolução deste mercado e no talento do chefe Pompeu Capelo, os responsáveis da Dunany Foods iniciaram a sua produção alimentar neste segmento, em janeiro. Da fábrica de Samora Correia saem já lasanhas com destino a Espanha. Sergio Rodrigo, administrador da empresa, adianta que a variedade de pratos vai aumentar e que já há clientes portugueses na mira.

O

s tempos mudam e temos agora menos tempo para dedicar à cozinha, mas o que não deve mudar é a nossa exigência de ter no prato comida de qualidade. Sergio Rodrigo, administrador da Dunany Foods, garante que essa exigência de qualidade é o compromisso desta empresa, que iniciou a sua produção na área alimentar em janeiro deste ano. “Nos últimos cinco anos, o mercado de comida pré-cozinhada tem crescido mais de 10% ao ano, quer em Portugal, quer em Espanha. Acreditamos que irá continuar a aumentar, no entanto muito do que se faz neste segmento tem pouca qualidade. Não tem que ser assim. Os nossos produtos apostam em ingredientes saudáveis e modos de confecionar que respeitam os alimentos. Sei que os clientes percebem essa diferença.” Talvez por isso, o gestor prefira chamar cozinha ao espaço que a Dunany instalou em Samora Correia, nos arre-

14 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

dores de Lisboa. Daqui saem já diferentes pratos de comida pré-cozinhada: lasanhas (bolonhesa, frango, salmão ou de vegetais), massas e mussacas (prato típico nas gastronomias grega e turca). Destinam-se a uma cadeia espanhola de distribuição (a Consum, sedeada e Valência). Sem querer adiantar nomes, Sergio Rodrigo informa apenas que em breve os produtos Dunany também estarão nas prateiras de pré-cozinhados de supermercados e hipermercados em Portugal, existindo já contactos com cadeias de distribuição portuguesas, nesse sentido. No mercado português, a marca irá lançar também a lasanha de bacalhau com grelos, uma adaptação do chefe Pompeu à gastronomia portu-

guesa, introduzindo o bacalhau e substituindo os espinafres (bastante usados em lasanha) pelos grelos, “que casam na perfeição com o bacalhau”, como argumenta o responsável pelas receitas da Dunany. A empresa irá também produzir carnes assadas, como entrecosto, pato, pernil e frango. “Estes pratos serão comercializados dentro de dois ou três meses”, informa Sergio Rodrigo. A grande questão agora é


actualidad atualidade

contratar e formar mais mão-de-obra, de modo a poderem aumentar a capaA expetativa de vencidade de produção. Por enquanto tradas no primeiro ano balham 40 pessoas na Dunany, mas a empresa continua a contratar em de atividade é “chePortugal, nas áreas de engenharia aligar aos cinco ou seis mentar e cozinha. “O maior desafio é formar bem a equipa. Estivemos seis milhões de euros” meses a formar as pessoas que trabalham agora na Dunany. São processos muito rigorosos que exigem o grande boa”, indica. Entretanto, em Portugal, controlo. O nosso objetivo é ter uma surgiu a oportunidade de construir equipa portuguesa e contribuir para o um novo projeto, pelo que se mudadesenvolvimento da comunidade em ram para Portugal, conta: “No ano que nos inserimos”, frisa o gestor. passado, vimos uma oportunidade de Está prevista também uma ampliação investimento em Portugal nesta fábrica das instalações da Dunany, para viabi- que já existia. Conhecíamos o mercado lizar o aumento de produção. O inves- porque no passado trabalhámos com timento total para colocar a Dunany clientes portugueses. O fator tempo a funcionar em pleno “ultrapassará foi importante porque já tínhamos os três milhões de euros, o que inclui clientes em vista e decidimos comprar o valor da compra da fábrica, obras, a fábrica e iniciar o projeto cá. Depois maquinaria e fundo de maneio para os fizemos as modificações necessárias primeiros meses de atividade”, esclare- para começar a produzir.” ce Sergio Rodrigo. O CEO da Dunany explica que O empresário, natural de Valência, pesou também o facto de “Portugal já tinha experiência no segmento de dar muito boas condições aos investiprodutos pré-cozinhados, quando se dores”, bem como “o apoio excecional associou a Pompeu Capelo, e a mais da Câmara Municipal de Benavente e dois sócios, uma família canadiana e do Centro de Emprego local”. O gestor um advogado espanhol, especialista sublinha a “boa preparação dos recurno setor da distribuição. “Tínhamos sos humanos disponíveis nesta zona do uma outra empresa em Espanha que país”, o que ajuda a que “os produtos já fazia estes produtos há dez anos e tenham uma boa relação qualidade com uma quota de mercado muito preço”.

O cliente final que adquire os pré-cozinhados no supermercado só tem que os aquecer em forno ou micro-ondas, especifica Sergio Rodrigo: “Todo o processo é muito rápido. Os nossos produtos são ideais para um contexto laboral, onde há muitas pessoas e poucos microndas, pelo que o tempo de aquecimento é curto, cerca de três minutos. Desde que saem da nossa cozinha, devidamente embalados, estes pratos têm uma validade de cerca de 20 dias, em frigorífico, na zona de frios. Não é preciso congelar.” Tudo isto, “com a certeza de que está a comer um produto de qualidade, como se fosse comida caseira”, acrescenta o empresário, assegurando, que essa é a grande aposta da marca: A Dunany possui uma cozinha laboratório, onde o chefe Pompeu e a sua equipa criam e testam os pratos, antes de decidir quais serão produzidos na cozinha industrial, como explica Sergio Rodrigo: “Uma receita desde que sai da cabeça do chefe até que chegue à fase de comercialização pode levar uns quatro meses. A cozinha é o ponto mais crítico de todo o processo. O chefe propõe os pratos, que depois têm que ser validados organolepticamente. Fazemos todos os testes necessários. Depois, ajusta-se o processo de produção em fábrica. Somos muito ágeis e inovadores, pelo que adaptamos a maquinaria aos praABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 15


atualidade actualidad

tos e não o contrário. Quem manda é a comida.” A Dunany propõe-se a inovar neste segmento, pelo que é a marca que propõe novos pratos e sabores aos clientes intermediários, observa Sergio Rodrigo:

dutos Dunany vão agradar aos consumidores portugueses, que tal como os consumidores espanhóis gostam de comer com qualidade. “A gastronomia é um tema muito importante na Península Ibérica. As pessoas têm menos tempo para cozinhar e nós temos resposta para essa necessidade. Se o produto for bom, o cliente repete. Sabemos que podemos fazer pratos mais simples e mais baratos, como tantos outros concorrentes, mas não tão bons. Não cedemos em questões de qualidade, não adicionamos potenciadores de sabor, nunca usámos óleo de palma (mesmo antes de ser proibido)… Preferimos usar a técnica para obter sabor de forma natural, como quando cozinhamos em nossas casas, fazendo reduções de tomate, por exemplo. Os “Os nossos clientes diretos, os supermer- clientes percebem isso e estão dispostos cados conhecem bem os seus clientes (o a pagar pela diferença.” A Dunany prefere especializar-se consumidor final), por isso procuramos trabalhar em conjunto para antecipar o neste tipo de pratos e não entrar noutros segmentos: “Não faremos sopas, que o cliente final deseja.”. Sergio Rodrigo acredita que os pro- nem sobremesas. Acreditamos na especialização. Queremos associa-nos a universidades e a outros organismos, de modo a fomentar a partiquando foi chamado a cumprir serlha de conhecimentos. Queremos que viço militar. Foi a profissão de cotodo o processo seja o mais sustentável zinheiro que seguiu, nas diferentes possível. Temos painéis solares a aligeografias em que viveu. “Trabalhei mentar a fábrica. Queremos eliminar na Madeira, em Macau, Cuba, Eso desperdício. Pretendemos doar os panha, Canadá, onde se praticava nossos excedentes ao Banco Alimentar. uma cozinha muito cosmopolita… Trabalhamos em equipa com os forneIsso deu-me oportunidade para cedores e com os clientes. Compramos conhecer diferentes gastronomias, produtos locais sempre que possível, diferentes técnicas e ingredientes. pela frescura, mas também para poupar Desde a cozinha kocher à oriental, custos de transporte e poluir menos.” experimentei várias formas de coziA marca irá “apostar numa comuninhar distintas.” cação próxima dos consumidores, nas Para este chefe, o mais importanredes sociais, porque é muito importe “é a honestidade da cozinha”, o tante para uma empresa de alimenque implica “respeitar totalmente os tação conhecer o feedback dos seus produtos, não desperdiçar nada no clientes, as suas opiniões e sugestões”, produto e tentar elevar o sabor da porém Sergio Rodrigo insiste que “o forma mais natural possível”.Integrar veículo de comunicação mais eficaz o projeto Dunany dá-lhe uma dupla será o próprio produto, será a qualidasatisfação: “Além de estar a fazer o de que vai fidelizar os consumidores”. gosto mais de fazer, tenho a oportuA expetativa de vendas no primeiro nidade de o fazer no meu país.” ano de atividade é “chegar aos cinco ou seis milhões de euros”. 

Pompeu Capelo, o chefe português

A vida afastou Pompeu Capelo de Portugal, quando emigrou em criança com o seus pais para França, mas a gastronomia fê-lo regressar agora para liderar a cozinha da Dunany Foods. Curiosamente foi em Portugal que fez o curso de cozinha, na Escola de Hotelaria de Lisboa, aproveitando a estadia na capital,

16 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020


actualidad atualidade

A

Eurofirms, uma empresa de recrutamento e trabalho temporário, que começou há seis anos a atuar no mercado nacional, tem como grande trunfo a utilização de soluções tecnológicas para apoio aos seus serviços. Segundo João Silva (na foto), diretor-geral da Eurofirms em Portugal, o modelo de negócio “passa por ser uma empresa tecnológica e comprometida com as pessoas, dando prioridade à gestão por valores”, salienta. Assim, a Eurofirms é a “única empresa em Portugal que possibilita a assinatura eletrónica de documentação”, no seu setor de atividade, além de disponibilizar, através do seu site institucional, áreas privadas para clientes e trabalhadores poderem gerir diversas funcionalidades da sua atividade. Por outro lado, adiantam os responsáveis da empresa, “brevemente, vamos lançar

uma app para trabalhadores/ candidatos, e também somos a única empresa em Portugal que utiliza um ERP próprio, o que nos possibilita uma grande flexibilidade”. A empresa tem como “principais serviços a captação, seleção, formação e colocação de trabalhadores em empresas de todos os setores, contando já com mais de três mil trabalhadores ativos. Concentra principalmente as suas atividades nas áreas do trabalho temporário e outsourcing e conta com uma equipa de mais de 100 profissionais”, adianta João Silva. Nas áreas de negócio que a empresa desenvolve em Portugal, de salientar a vertente de recrutamento e seleção especializados, através da marca Claire Joster. No total, a Eurofirms conta, assim, com “mais de três mil trabalhadores colocados”. Em termos dos principais setores clien-

tes, a Eurofirms em Portugal trabalha praticamente com todos os setores, mas tem dado maior destaque à hotelaria e turismo, bem como à indústria e logística. Tendo como lema o princípio de “People first” (“as pessoas primeiro”), a Eurofirms afirma que se “converteu numa referência de qualidade no setor dos recursos humanos, consolidando um modelo empresarial próprio que coloca as pessoas e o seu bem-estar em primeiro lugar, para a obtenção de melhores resultados”. “Contratamos os mais variados perfis, com diversos graus de especialização, tentando sempre alcançar um fit ideal entre candidato e empresa. Atualmente, verificamos uma maior procura por perfis operacionais, tais como operadores de armazém, operadores de linha e de produção, técnicos de manutenção e eletricistas. No setor da hotelaria e

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 17


atualidade actualidad

Cosec reforça inovação tecnológica e ganha eficiência Há 50 anos no mercado, a Cosec assume-se como seguradora líder em Portugal nos ramos do seguro de créditos e caução. Maria Celeste Hagatong, chairman da COSEC, sublinha que a aposta em inovação tem sido constante, permitindo expressivos ganhos de eficiência e de quota de mercado. A gestora aponta também quais os desafios que se colocam ao segmento de seguros de crédito.

Q

uais os desenvolvimentos tecnológicos mais recentes implementados pela COSEC e qual o impacto/ benefícios para os clientes e utiliza dores de seguros de

Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

risco ou na consulta de decisões de limites de crédito – a gestão da apólice passa a ser feita diretamente no software da empresa. O serviço, gratuito, é também configurável permitindo automatizar crédito? pedidos com base em regras préA COSEC tem vindo a fazer uma -definidas no software de gestão aposta muito forte em inovação e financeira de cada empresa. na digitalização dos seus produO COSEC info é uma nova tos e processos. Recentemente, funcionalidade do COSECnet, a desenvolveu para os seus clientes plataforma de gestão online da duas soluções digitais gratuitas apólice de Seguro de Créditos – o COSEC link e o COSEC da Companhia. Agora, os seguinfo – que apoiam a gestão das rados passam a ter acesso a um empresas no recurso ao seguro conjunto adicional de indicadode créditos. res f inanceiros sobre entidades O COSEC link é uma interface que atuam no mercado interno, de programação de aplicações nomeadamente vendas e presta(API) que permite às empresas ção de ser viços, resultado líquiligarem o seu software de gestão do, EBITDA, capita l próprio, à COSEC. Assim, de forma rápi- ativo total e autonomia f inanda e segura, os clientes podem ceira, para além de uma classiser mais ágeis, por exemplo, na f icação de risco da COSEC que identif icação das entidades de evidencia a visão da Companhia

18 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

acerca da capacidade de uma empresa cumprir as suas responsabilidades f inanceiras e obrigações comerciais. Essa classif icação de risco é atualizada em permanência pela COSEC, face a informações a que a Companhia tem acesso e também produz através das ações de vigilância de risco que faz. No ano passado, lançámos o portal online COSEC go!, que centraliza a sua comunicação com os mediadores e bancos parceiros na distribuição dos nossos produtos, facilitando-lhes a gestão das carteiras de seguros por eles angariadas, e assim fornecendo um melhor serviço aos segurados. Por último, e não menos importante, lançámos, em 2019, por ocasião dos 50 anos da COSEC, o COSEC € XPR ESS, um seguro de créditos desenvolvido para responder às necessi-


actualidad atualidade

dades de proteção e expansão do Estado – SCGE cobre exportanegócio de empresas com fatura- ções para mais de 70 mercados, e ção abaixo de €5 milhões: digital, continua a ser decisivo para o relasimples de contratar e gerir e cionamento comercial das emprecom um preço fixo, ajustado à sas portuguesas, nomeadamente dimensão destas empresas. com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, e também para Graças a estes desenvolvimentos/ a diversificação das exportações soluções, podem tomar decisões para outros mercados de risco mais rápidas, nomeadamente em comercialmente não aceites. Entre caso de sinistro? 2008 e 2019, o valor das responsaNos últimos anos, em grande bilidades deste sistema mais do que medida pelo investimento signi- duplicou. ficativo que vimos fazendo em No segundo semestre de 2019, inovação e digitalização, registá- foram aprovadas uma linha de mos, em 2019, uma redução dos seguro de crédito de médio prazo prazos de decisão na atribuição para o setor da metalurgia e moldes de limites de crédito, que passa- de €100 milhões e uma linha de ram para 0,5 dias relativamente a seguro de caução, também de €100 Portugal e 1,5 dias para o merca- milhões, para apoiar as empredo externo: valores nunca alcan- sas, especialmente de construção çados. Mais de 93% das decisões e obras públicas, em trabalhos no são efetuadas em menos de 48h. exterior. Adicionalmente, através das soluções digitais como a COSECnet ou Qual o volume de créditos concedia COSEC app, os clientes também dos/ riscos assumidos pela COSEC têm uma maior proximidade com a em 2019? Companhia, para apresentar mais Em 2019, ano em que comemorou rapidamente as suas solicitações os seus 50 anos, a COSEC reforde revisão ou obtenção de plafonds çou a quota de mercado, para 53%. para desenvolverem negócios. O mercado de Seguro de Créditos Desde 2019, disponibilizamos cresceu 1,7% e a COSEC aumentambém um serviço inovador de tou os seus prémios em 5,2%. Para Admissão e Regulação Automática isso contribuiu a sua estratégia de de Sinistros na COSECnet, apli- aproximação crescente ao segmencável a valores de crédito infe- to de PME e a elevada taxa de riores a €5 000, que representam retenção dos seus clientes. Além uma parte muito significativa do disso, não podemos deixar de número total dos sinistros admi- salientar o trabalho comercial da tidos, que permite aos segurados COSEC na inovação permanente receberem o aviso de pagamento nos produtos e serviços dedicados de um sinistro no primeiro dia do aos vários segmentos de mercado, prazo contratualmente previsto desde as grandes às microemprepara o seu pagamento, diminuin- sas, da parceria de distribuição do o prazo de recebimento da estabelecida há mais de 10 anos com o BPI e, nos últimos dois indemnização devida. anos, reforçada com novas parceExistem novos acordos com o Estado rias do mesmo tipo, estabelecidas (linhas de apoio com garantia do com a Caixa Geral de Depósitos, Estado)? Qual a síntese dessas linhas, o Millennium bcp e o Bankinter, no final de 2019? e ainda a atividade dos mediaAtualmente, o sistema de Seguro dores e agentes de seguros com de Créditos com Garantia do quem sempre trabalhou. Quanto

ao volume de créditos concedidos/ riscos assumidos pela COSEC em 2019, através das garantias concedidas ao abrigo das apólices de Seguro de Créditos, segurou vendas equivalentes a cerca de 10% do PIB nacional, através de um volume de transações coberturas em Portugal e nos mercados de exportação de cerca de € 20 mil milhões. Globalmente, como antecipa 2020 na COSEC em termos de novos mercados, novos clientes e volume de prémios?

A evolução do seguro de créditos segue a evolução da s tra nsações comerciais, e estas estão direta mente relacionadas com o crescimento verif icado na s economias. Havendo um crescimento mais lento, é normal que a evolução dos Seguros de Créditos seja mais moderada. No entanto, no caso português, existem ainda muitas empresas que trabalham em autosseguro, sobretudo as de pequena e média dimensão. É nesse segmento que se tem verif icado um crescimento mais acentuado do mercado em que atuamos. Por outro lado, a incerteza crescente nos mercados leva a que muitas empresas comecem a olhar para o nosso produto como um instrumento necessário, e digo mesmo indispensável, para a mitigação do seu risco comercial, o que é menos evidente quando a situação macroeconómica se mostra mais positiva. A diversificação das exportações portuguesas irá certamente obrigar à abertura de novos destinos de exportação, alguns dos quais não cobertos pelas seguradoras comerciais e onde os Seguros de Créditos com Garantia do Estado podem ser o instrumento adequado para viabilizar estas operações.  ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 19


atualidade actualidad

Cantabria Labs consolida su liderazgo en prescripción dermatológica y apuesta por el negocio de nutrición clínica La farmacéutica española encara una etapa de consolidación tras un importante crecimiento del 22% registrado en el 2019, lo que supuso 193 millones de euros de facturación. Líder en productos de prescripción dermatológica tanto en España como en Portugal, Cantabria Labs reforzó ha reforzado su presencia en territorio luso con la compra de Dieticare, un laboratorio de nutrición.

P

Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

resente en más de 80 países, Cantabria Labs lleva seis años consecutivos considerado como el laboratorio más prescrito en España en el área dermatológica, tal y como ya ocurre en Portugal. El año pasado disparó su facturación llegando a los 193 millones de euros, lo que supuso un crecimiento del 22% respecto al ejercicio anterior. «Este va a ser un año de consolidación, después de las compras de compañías te debes integrar», afirmó Susana Rodríguez, CEO de la farmacéutica, durante un encuentro con la prensa para presentar los últimos resultados. En 2020 se cumplen los 25 años del descubrimiento de la fotoprotección oral llevada a cabo por Cantabria Labs junto a la Harvard Medical School. Unos comprimidos aconsejables como

20 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

complemento en época de riesgo, apto para todas las pieles que quieran refor-

zar su protección o para las muy sensibles al sol. Desde entonces este labora-

Fabricación de unidades de geles hidroalcohólicos higienizantes Ante la escasez de estos productos, causada por la actual crisis sanitaria, la compañía farmacéutica se puso a disposición de las autoridades y ya tiene todo dispuesto para abastecer en España este producto crítico. • La nueva planta ecosostenible ubicada en Villaescusa (Cantabria) ya ha transformado sus capacidades de fabricación de diversos productos para dedicarlos a la ela-

boración de estos geles hidroalcohólicos higienizantes, de los que ya produjo ayer sus primeras 12.500 unidades. • El objetivo de Cantabria Labs es abastecer a los profesionales sanitarios, a otros profesionales al servicio de los intereses colectivos y a todas las personas que requieren de esta protección, poniendo a disposición del bien común todos sus recursos técnicos y humanos.


actualidad atualidade

torio ha ido creciendo, aumentando su porfolio de productos nutricionales y farmacéuticos y asi como su presencia internacional, llegando a 80 países. En el caso de Portugal cuenta con una filial desde 2009 y tal y como ocurre en España, es líder en productos de prescripción dermatológica. El año pasado adquirió la parte mayoritaria de la compañía portuguesa Dieticare, con el objetivo de desarrollar el negocio de la nutrición clínica en el territorio luso. “Creemos en la importancia de la alimentación de uso médico especial y por eso hemos apostado por ir en esta dirección también en Portugal”, indica la CEO. Este tipo de nutrición “es «Queremos inculcar los buenos hábitos importante en cuanto a que lo vemos al sol para prevenir enfermedades y estratégico pero sabemos que también hacer entender a la población que es es un mercado nicho”. La dirección de importante acudir regularmente al derCantabria Labs considera que “entre matólogo», afirmó Susana Rodríguez. el 20 y el 30% de los pacientes que En su línea Endocare, diseñada para han estado ingresados en los hospitales prevenir y reducir el envejecimiento salen con déficit nutricional y queremos cutáneo, también hay novedades este desarrollar productos para este público”. año. Por un lado Endocare Radiance En el mercado portugués venden 2020 está la de una campaña con el C Ferulic, un sérum que combate la sobre todo productos para el cuidado respaldo de Heliocare para concienciar polución y por otro Endocare Cellage del cabello y en fotoprotección oral. El a todo el mundo de la importancia Alta Potencia, que apuesta por la repara45% de la facturación de Cantabria de una buena fotoprotección que va ción dérmica con activos en su máxima Labs es nacional y el 55% internacional. a protagonizar el tenista Rafa Nadal. concentración  Cantabria Labs cuenta con un importante plan de expansión que en 2018 ha dado lugar a una mayor presencia de Cantabria Labs en África y Oriente La apertura de su nuevo centro de el edificio principal se encuentra Medio.

Innovador laboratorio

Este año es el de la consolidación Quieren consolidar las filiales de joven creación ahora y las nuevas adquisiciones, además de lograr sinergias entre unidades de negocio y optimizar los recursos tecnológicos. Conscientes de que este sector es muy competitivo en España siguen apostando por el emprendimiento, la innovación y la cercanía como piedras angulares. Heliocare es su marca más conocida y consumida, al igual que Inmunoferon, y pretenden ampliar ambas líneas, así como su actividad en el ámbito pediátrico. Campaña con Rafa Nadal Entre las acciones previstas para el

innovación y producción sostenible de La Concha (Cantabria), fue “una apuesta por la innovación y la sostenibilidad capaz de producir 100 millones de unidades al año de sus productos farmacéuticos y cosméticos”, explican desde la compañía. Las instalaciones de La Concha se encuentran en la localidad de Villaescusa con una dimensión de 50.000 metros cuadrados, 12.000 de los cuales edificados. Están a 5 kilómetros del Parque Nacional de Cabárceno y en su interior se encuentra un manantial de aguas termales con propiedades mineromedicinales. En

el laboratorio de agua que permite la ecosostenibilidad de las instalaciones por el aprovechamiento de la geotermia del manantial. Y un segundo centro está dedicado a activos y materias primas que pretende ser un referente en el desarrollo e investigación de ingredientes naturales. El agua del manantial fluye de manera cosntante a 39 grados, con un caudal de 35 litros por segundo, y gracias a su geotermia, se obtiene energía renovable y sostenible que permite climatizar las instalaciones y los reactores de producción.

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 21


marketing

marketing

Bordallo e Vista Alegre lançam “Cloudy Butterflies” de Claudia Schiffer A modelo alemã assina a mais recente coleção conjunta das marcas Bordallo Pinheiro e Vista Alegre. Claudia Schiffer avança que durante este ano irá lançar mais peças ao abrigo desta parceria. Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR

Pinheiro, mas é uma colaboração de longo prazo com mais categorias a lançar ao longo do ano”. A modelo confessa que lhe atrai muito o legado e a história das duas marcas: “A Vista Alegre comemorou 195 anos e a Bordallo Pinheiro 135. Sei como é difícil fazer boas cerâmicas e peças em vidro; m novembro do ano passa- é uma arte que demora anos para do, a modelo alemã Claudia ser aperfeiçoada. A Vista Alegre e a Schiffer partilhava na sua Bordallo Pinheiro conseguem fazê-lo conta de Instagram uma na perfeição e também se ajustam ao foto em que aparecia sentada nosso sentido estético de hoje. Recebi a ao lado de uma mesa recheada de minha primeira peça Bordallo Pinheiro peças da marca portuguesa Bordallo há anos, oferecida pelos meus amigos Pinheiro. A referida marca do grupo portugueses Carlos e Filipa, que no Vista Alegre republicou a mesma meu aniversário me deram o prato foto que denunciava uma parceria de queijo com ratos cinzentos. Desde entre a modelo e a Bordallo Pinheiro. então, colecionei quase tudo o que a A parceria confirmou-se e a mode- Bordallo fez e decidi confessar-lhes o lo desenhou uma coleção para a meu amor e pedir-lhes para dar vida às centenária marca portuguesa, que minhas ideias.” Entre as peças favoritas, a modelo foi lançada em janeiro na feira de decoração Maison & Object 2020, elege as formas naturalistas: “Folhas, cogumelos, pimenta e pote de berinem Paris. Claudia Schiffer idealizou uma cole- gela, que uso para coisas como alho ção primaveril, a Cloudy Butterflies: e ervas frescas; as tigelas de melancia “A primeira coleção é composta por que uso para frutas e são lindamentrês vasos para a Vista Alegre e seis te detalhadas com a casca pintada peças de cerâmica para a Bordallo suavemente por fora e vermelho

E

22 act ualidad€

abril de 2020

vibrante com sementes pretas texturizadas por dentro. Também adicionei recentemente as novas formas de frutos secos à minha coleção. Para servir peixe uso o prato peixe e no Natal todos os desenhos natalícios vermelhos Bordallo.” Cores naturais para as peças em vidro da Vista Alegre e mais detalhes e design figurativo para as cerâmicas da Bordallo Pinheiro foram os fios condutores desta primeira fase da colaboração destas marcas portuguesas com a modelo e designer alemã. A Bordallo Pinheiro, fundada em 1884 por Raphael Bordallo Pinheiro, foi comprada em 2018 pela Vista Alegre ao Grupo Visabeira, que por sua vez é acionista maioritário da Vista Alegre. As duas marcas portuguesas de artigos de louça e decoração comercializam os seus artigos em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente na loja que abriu em Madrid, em 2018, e nas duas que abriu em Paris, no ano passado. O mercado externo representa cerca de 70% das faturação. 


marketing

ABRIL DE 2020

marketing

AC T UA L I DA D € 23


setor imobiliário

sector inmobiliario

Preços da habitação aumentam 9,6% em 2019 O Instituto Nacional de Estatística informa que no ano passado se transacionaram 181.478 habitações, o que representa um aumento de 1,6% face ao número de 2018. Em 2019, o valor das transações foi de 25,6 mil milhões de euros, mais 6,3% do que em 2018. De referir ainda que desse valor, 20,7 mil milhões corresponderam a vendas de habitações existentes e 4,9 mil milhões a habitações novas. O INE informa ainda que o índice de preços da habitação (IPH) subiu em média 9,6%, em 2019, o que traduz um abrandamento do ritmo de crescimento de 0,7 pontos percentuais face a 2018. O mesmo organismo frisa que “pela primeira vez, nos últimos três anos, registou-se uma desaceleração dos preços”. A Área Metropolitana de Lisboa e a região Norte concentraram 63% do número total de transações, o que também indica “uma redução

do peso relativo conjunto destas duas regiões”, o que acontece “pela primeira vez, desde 2013”. O centro totalizou 35.024 transações e o Alentejo 11.279, sendo as duas regiões cujas quotas relativas regionais mais cresceram, 1,6 pontos percentuais e 0,3 pontos percentuais, respetivamente. De assinalar ainda que nos últimos três meses do ano, os preços das habitações existentes cresceram 9,8%,

quase o dobro da taxa de variação registada nas habitações novas (4,9%). O INE acrescenta que esta informação não reflete ainda a situação atual determinada pela pandemia Covid-19: “É de esperar que as tendências aqui analisadas se alterem substancialmente. De qualquer modo, a informação disponibilizada é útil para estabelecer uma referência para avaliar desenvolvimentos futuros.” 

Setor imobiliário ibérico quer premiar investimentos em Portugal e Espanha C hama-se Iberian Property Investment Awards e é “a primeira iniciativa focada exclusivamente em reconhecer o impacto positivo do investimento imobiliário na Península Ibérica, além de destacar as maiores operações e premiar as melhores práticas”. O prazo para submissão de candidaturas termina a 3 de abril. Os concorrentes podem candidatar-se a sete prémios em seis categorias, abrangendo operações de investimento concretizadas no ano fiscal de 2019:

Investimento do Ano em Espanha e Investimento do Ano em Portugal; Research Imobiliário do Ano; Arrendamento comercial do Ano; Ação Jurídica do Ano; Iniciativa com Impacto Social do Ano; Relatório de Investimento do Ano. O painel de jurados que elegerá os vencedores é constituído por cerca de “50 líderes das principais empresas do mercado imobiliário ibérico, unidos para difundir e multiplicar o impacto das boas práticas de um

setor estratégico para Espanha e Portugal”. Roger M. Cooke, presidente do júri dos Iberian Property Investments Awards, convidou todos os players do setor a apresentar as suas candidaturas e a fazerem esta mesma proposta aos seus clientes e fornecedores. “Esperamos receber um elevado número de candidaturas, considerando a intensa dinâmica de investimento em 2019, com muitas operações que merecem reconhecimento.” 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

24 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020


setor imobiliário

sector inmobiliario

Remax lança plataforma metasearch de imóveis E online (particulares e/ ou profissionais), saber o seu histórico e as suas movimentações”. Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal, assinala a vantagem competitiva que esta parceria tecnológica proporciona: “A mediação imobiliária tem assistido a uma transformação digital. Nesta fase difícil que atravessamos, que impõe uma maior capacidade de adaptação, o desafio é não parar. O papel da tecnologia na mediação imobiliária é agora mais que vital para os agentes conseguirem prestar o melhor serviço aos seus clientes. Esta parceria tecnológica que fizemos com o REATIA é importante pois vem permitir a que todos os agentes da Remax

passem a dispor de toda a informação do mercado, em tempo real, e disponível nas suas ferramentas do dia-a-dia. Desta forma, a qualidade no serviço a clientes proprietários, assim como a compradores, sai fomentada. ” A CEO acrescenta ainda que “nos últimos anos o investimento tecnológico na Remax tem sido reforçado e o ritmo a que disponibilizamos novas ferramentas à rede tem aumentado. Temos previsto para este ano um incremento nesse investimento e acreditamos que 2020 irá ser sinónimo de uma revolução tecnológica na nossa rede, pois acreditamos que estamos a caminho da mediação 4.0.”  Foto Sandra Marina Guerreiro

m parceria com a REATIA, proptech portuguesa, que agrega informação de todos os imóveis disponíveis no mercado, a Remax lança uma nova plataforma metasearch de imóveis. Desta forma, a mediadora líder no mercado imobiliário português “passa a disponibilizar a plataforma de inteligência artificial como ferramenta de trabalho, para acesso dos seus consultores, o que lhes garante análises de mercado com dados em tempo real. Em comunicado, a Remax esclarece que “esta plataforma metasearch de imóveis, reúne todos os imóveis particulares e de mediadoras imobiliárias existentes no mercado, dispondo de informação analítica de cada imóvel, fundamental para a sua análise e também do próprio mercado. Ao agregar todos os imóveis num só lugar, esta ferramenta possibilita ter uma visão e controlo do que se passa no mercado de forma eficaz, permitindo comparar todos os anúncios de imóveis

PUB

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 25


opinião opinión

Sistema sanitário y economía, una lucha a dos

E

n primer lugar es para mí obligado transmitir a la familia de mi amigo y compañero en la CCILE durante muchos años Don Antonio Vieira Monteiro, Chairman del Grupo Santander en Portugal, mi pésame de dolor por la pérdida de una persona tan querida, colaborador infatigable de nuestra Institución. Este hecho nos hace muy conscientes de que la tragedia actual nos está tocando muy de cerca y de que toda prevención es poca. Cuidaros, queridos amigos tod@s. La actual pandemia causada por el coronavirus que se inició en 2019, llamado COVID-19, está causada por el virus del síndrome respiratorio agudo SARSCoV-2, identificado el 1 de diciembre de 2019 en la ciudad china de Wuhan, relacionándola con una neumonía vinculada especialmente a trabajadores del mercado mayorista de mariscos. Hasta el 26 de marzo han sido detectados casi medio millón de casos en el mundo, con más de 22.000 fallecidos y más de 115.000 altas, no existiendo aún un tratamiento específico. Para evitar daños mayores se han cerrado centros escolares y universidades en 124 países que afectan a más de 1.200 millones de escolares. Son múltiples los casos de teorías conspirativas y fake news sobre el virus. En España y Portugal se tomaron medidas de confinamiento y limitación de viajes desde mediados de marzo. No quiero caer en el tremendismo en este artículo. Tampoco en el optimismo, viendo la enorme cantidad de información que tenemos y los antecedentes recientes: la llamada Gripe “española” posbélica de 1918, la Gran Depresión, la Gran Recesión, otras crisis virales. La verdad es que de momento es mejor ser

26 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

pesimista, sabiendo que algún día después de la tempestad volverá la calma (seguramente con crecimientos económicos sorprendentes). China en un tiempo record pudo aislar a la población afectada y llegar a los picos de infecciones y fallecimientos, aunque pueda haber habido algunos repuntes. En los países no democráticos la información es manejada como secreto de Estado. China tomó decisiones radicales y en “sólo dos meses” pudo retirar el estado de alarma. Lo ocurrido allí con los sanitarios que dieron la voz de alarma y fueron penalizados, recuerda la infección de las aguas del balneario denunciada por el médico del pueblo, en contra de los poderes fácticos locales, expuesta por el noruego Ibsen en la obra de teatro “Un enemigo del pueblo”. ¿Podríamos haber comenzado a tomar medidas entonces escarmentando en cabeza ajena, anticipando el desastre económico, pero evitando mayores contagios? La verdad es que lo ignoramos. Como decía hoy en una entrevista el antiguo ministro de Sanidad con Zapatero, Bernat Soria, nuestro sistema de Asistencia Sanitaria es bueno, pero el sistema de prevención suspende. En el caso actual, que los Gobiernos hayan decidido priorizar la Salud va a ocasionar pérdidas no vistas anteriormente durante un periodo más o menos prolongado, evitando mayores contagios. Pero una vez pasado el Virus de este año, la recuperación probablemente será muy rápida y las cifras de 2021 estarán a niveles no vistos en Europa en los últimos años. Para entendernos, nos enfrentamos en primer lugar a una crisis sanitaria mundial en una economía globalizada y el primer bien común a preservar en

Por Cecilio Oviedo*

este caso es la salud y la vida. Más adelante será la economía y ahora tenemos que preparar, tanto a nivel nacional como internacional, el mantenimiento de las empresas, la supervivencia de los autónomos y la renta familiar. Se están preparando medidas económicas paliativas (especialmente en la UE y en Estados Unidos) para que cuando acabe el confinamiento las distintas economías nacionales puedan recuperar su velocidad de crucero. Ésta va a ser probablemente una depresión diferente, profunda al principio, con grandes dígitos de caídas como ya han anticipado las bolsas mundiales, especialmente cuando afecte a Estados Unidos (el corazón financiero, Nueva York, ya está siendo tocada), pero con una buena recuperación cuando los bancos centrales y otras instituciones inyecten liquidez de manera coordinada a la economía mundial. Día a día las cifras de infectados y fallecidos siguen creciendo y el sistema sanitario en la Península Ibérica y mundial trata de responder al reto del Coronavirus mientras se encuentra una vacuna eficaz. En relación con la epidemia de gripe de 1918 (llamada “Española”) la incidencia actual es mucho menor afortunadamente (se calcula que aquella gripe causó entre 1918 y 1919 más de 50 millones de muertos en el mundo, fundamentalmente en Europa, con altas tasas de mortalidad en adultos, niños y animales domésticos. A finales de marzo de 2020, las encuestas a directivos de las empresas sobre sus negocios y pedidos, que son un indicador de la demanda, nos indican un diagnóstico claro: la parálisis actual de la actividad económica en aquellos países que están tomando medidas para confinar a la población.


opinión

Con las cifras de los 10 días transcurridos desde las medidas de confinamiento en España y Portugal (hasta el 27 de Marzo), podemos decir, en línea con Goldman Sachs y el IESE, que las economías colapsarán a corto plazo, como dice la lógica de las Contabilidades Nacionales. Si no se puede trabajar, si se hunde la actividad económica en todo o en parte, entonces no se crea valor añadido y, por tanto, no se puede contabilizar en el PIB nacional del periodo. Dado que a priori no es posible proyectar cifras absolutas, porque desconocemos la duración de la pandemia en cada país y la duración de las medidas de aislamiento, me gustaría poder dar una estimación simple de las consecuencias económicas de esta crisis viral en varios escenarios. En un primer escenario, muy optimista, suponiendo que la situación, durara hasta finales de abril (6 semanas) y que la actividad se mantuviera al 50%, la economía ibérica podría perder alrededor de 6 puntos sobre una estimación anterior de crecimiento positivo cercana al 2%. Así estaríamos cayendo alrededor de un 4% en un escenario poco probable. En la zona Euro las estadísticas ya han caído a mínimos históricos, con una perspectiva de empeoramiento a medida que pase el tiempo de confinamiento en casa (especialmente por lo que se refiere a expectativas de los nuevos pedidos a las empresas). Son las mayores caídas desde que existen registros. Coincido con el experto conferenciante en esta Cámara, Rafael Domenech, del BBVA Research, en un cálculo aritmético rápido y comprensible para todos (dividir el 100% del PIB anual por 50 semanas) y cada semana sin trabajar absolutamente nada supondría a nivel macro un descenso del 2% del PIB nacional anual aproximadamente. Goldman Sachs ha calculado que la caída de la economía española en 2020 podría ser casi del 10% y con un déficit público del 10% como amortiguador. Prevé actualmente medidas de confinamiento hasta finales de Abril. Italia

puede caer el 11,6% en todo el año. En 2021, esperan una normalización rápida de la eurozona, en V, con una recuperación de España del 8,5%. El IESE estima que el decrecimiento sobre la anterior previsión para 2020, será del 3,9% si el confinamiento dura hasta mayo, del 5,8% si se mantiene hasta junio y del 10% si se prolonga hasta julio. El famoso salvador del euro, Mario Draghi, ha escrito recientemente en el Financial Times que una profunda recesión es inevitable, que los planes de estímulo multimillonarios aprobados por los Gobiernos son “valientes y necesarios” y pide medidas para que sean apoyados para salir pronto de la recesión. En este momento, no preocupa la deuda y es algo que recomienda. Como ocurre cuando se está en medio de una depresión, aún no se sabe cuando tocaremos fondo. En cualquier caso, es un año de elecciones en Estados Unidos y convendría eliminar la guerra comercial con China para empezar a recuperar el comercio internacional y los indicadores nacionales relacionados lo antes posible (consumo e inversión) en una perspectiva cortoplacista cuando se acaben los confinamientos. Los precios del petróleo están bajo mínimo, lo cual es positivo para la mayoría de la población mundial, aún cuando tiene componentes especulativos. Cuando hayamos alcanzado niveles mínimos, la recuperación económica podría empezar a remontar, mejorando poco a poco las estimaciones de decrecimiento. De todos modos, en la industria el problema de las cadenas de valor llevan tiempo coincidiendo con el comienzo del cambio de paradigma de la industria automovilística para hacer

opinião

frente a otro desafío: el del calentamiento global y las iniciativas de la UE frente al cambio climático, en un objetivo 2050. Los actuales ERTE pueden ayudar a ajustar en el tiempo decisiones importantísimas de las grandes empresas europeas del sector, desabastecidas desde Asia. EL Consejo de Ministros español del sábado 14 de marzo decidió paralizar la mayoría de las empresas (salvo los transportes, industrias, supermercados y farmacias), viajes nacionales e internacionales e incluso paseos no justificados. El Gobierno Portugués tomó similares medidas. En ambos casos fueron apoyadas por los respectivos Jefes de Estado.

Hoy por hoy, no queda otra que el confinamiento casi generalizado para ir frenando la expansión del virus y minimizar sus consecuencias. Lógicamente los mayores descensos son en el sector servicios con la hostelería cerrada (los gobiernos y los bancos centrales ya han pensado en medidas rápidas para ayudar también a las PME y en los ERTE). Hay medidas que se consideran prioritarias para las personas consideradas como “vulnerables”, es decir, las afectadas por los expedientes de regulación de empleo o reducción de jornada, además de un amplio grupo de autónomos abocados a la suspensión o cierre de sus negocios. El Gobierno ya aprobó una moratoria en el pago de hipotecas. Los llamados prestamistas en última instancia, o sea los grandes bancos centrales (BOJ, BCE, FED,...) en coordinación con todos los demás, parecen ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 27


opinião opinión haber aprendido la lección de la crisis posterior a Lehman Brothers y el G10 de 2009. Es la cuestión de facilitar toda la liquidez, del Quantitative Easing(QE) o la expansión casi sin límite de la Base Monetaria, prestando al sistema bancario lo necesario para ampliar el “dinero” u oferta monetaria en las cuentas de empresas y familias (el llamado helicóptero monetario de Friedman que ha citado el ex-Presidente español Felipe González Márquez), dado que no se prevé un peligro inflacionista a corto plazo. Ya se está hablando del fondo europeo MEDE y de los bonos europeos para poder financiar a países en dificultades. Oportunidad histórica Vemos claro que estamos ya en la recesión, pero en el artículo de febrero analizaba este economista público la necesidad de cambiar de modelo para tener una economía sostenible que nos alejara del calentamiento global. Podemos tener una recesión momentánea y para que dure lo menos posible tenemos que iniciar las enormes inversiones contra el calentamiento y a favor de la Economía Circular estimuladas desde la UE. Los eurobonos pueden ayudar a mantener el sistema pero no es sólo una cuestión de deuda pública europea. Por supuesto que son necesarias transferencias públicas y estabilizadores automáticos para corregir las deficiencias del sistema hacia los más desfavorecidos. Según los Gobiernos, PME y autónomos van a recibir cantidades nunca vistas para poder sobrevivir en las actuales circunstancias de caída de la demanda y poder continuar su actividad cuando pase la crisis del Coronavirus. En la UE, la Comisión será más flexible en cuanto a subvenciones públicas y déficits para mantener la actividad privada pero no está liderando el proceso, a diferencia del BCE que, a pesar de su error iniciático, reaccionó casi instantáneamente a los primeros datos de caída de la producción, tratando de minimizar las diferencias de intereses en los países más endeudados y sensi28 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

bles (primas de riesgo) y asegurando el de marzo empezó a preparar la hoja de refuerzo de la política monetaria, puesto ruta para un nuevo Plan Marshall de la que las políticas fiscales se resisten a ser economía europea, “Plan para la recucoordinadas en 27 países. peración Económica” tras la pandemia, La UE y el BEI tienen ya líneas para que se podrá concretar en las próximas inversiones verdes disponibles. Pero semanas. también al capital y a la banca privada De momento sólo se tomaron medile interesa moverse lo más rápidamente das para liberar recursos de distintos posible para estimular inversiones pro- fondos, con una red de seguridad en ductivas y los empleos verdes en una torno al MEDE (400.000 euros) para economía sostenible. una línea de crédito de emergencia, pensando en los países del Sur y espeEl futuro del capitalismo cialmente en Italia. Visto lo visto, podemos analizar donde Las ideologías innovadoras se están nos puede llevar el futuro político en moviendo desde posiciones socialdemóeste tiempo de emergencias y de popu- cratas y protectoras de los trabajadores lismos de todos los sentidos. En Estados y las clases medias hacia la protección Unidos, un país muy rico, pero con una de los colectivos más vulnerables, tanto cobertura médica lejana del estado del jóvenes, familias desintegradas, jubilabienestar europeo, se acaba de aprobar, dos de baja renta o parados. A muy no sin cierta polémica por parte de algu- pocos años de la Gran Recesión, este nos republicanos, un plan de ayuda sin golpe va a suponer a las rentas y expecprecedentes, similar a un helicóptero de tativas familiares el actual Coronavirus Friedman que reparta cheques y ayudas un gran coste económico y humano en por valor total inicial de casi 2 billones época de populismos y nacionalismos (thrillion $) de dólares para evitar una creciente. Se va a encontrar una vacuna, mayor depresión (se esperaba un des- pero pueden venir otras epidemias. censo del PIB del 34% en el segundo Por otra parte, tanto la UE como las trimestre) y entra dentro del concepto generaciones más jóvenes están interede un plan de emergencia para mejorar sados en los nuevos criterios medioamel seguro de desempleo y ampliar las bientales, sociales y de buen gobierno líneas de préstamos, según los líderes de las empresas y bancos, hacia donde del proyecto. estos colectivos están optando por dirigir En algunos aspectos es cercano al prioritariamente sus inversiones y sus concepto de la renta básica que se ahorros. Con la globalización, la divulintentaba experimentar en algunas gación de las ideas sobre el calentamiento economías europeas, ante la amenaza y la economía circular pueden en pocos más seria desde la Gran Depresión. años cambiar los criterios del capitalismo Adicionalmente la FED ampliará como tal como lo hemos conocido, más allá hemos dicho su capacidad de préstamo de conseguir el máximo beneficio y la al sistema financiero. Los conservadores remuneración del dividendo. más ortodoxos han sido movidos por Finalmente, esta crisis, como anticipó este enemigo biológico a llegar a un Bill Gates en 2015 hablando del próxiAcuerdo con el Partido Demócrata, algo mo desastre mundial, que sería causado que no ocurría desde hace más de tres por un virus, nos debe llevar a preparar años. Los demócratas están satisfechos nuevas inversiones en nuestras infraesde la firma de las nuevas prioridades. tructuras sanitarias, en formación de Los hospitales recibirán 130.000 millo- personal sanitario, en investigación y nes de euros y las compañias tendrán desarrollo y en prevención. En resumen, ayudas fiscales. en la Sanidad.  Además de las decisiones de política y ex vicepresidente de honor monetaria tomadas por el BCE para la *Economista de la CCILE Eurozona, el Consejo Europeo del 25 E-mail: oviedotudela50@gmail.com


opinión

ABRIL DE 2020

opinião

AC T UA L I DA D € 29


opinião opinión

Por Márcia Alves Farias*

Covid-19: restrições à livre

circulação de pessoas

E

m virtude do surto do vírus seu caráter urgente e prendem-se vi.Marvão-Portalegre, linha SARS-CoV-2, identifica- com o seguinte: de fronteira, Marvão, N do como pandemia pela 521 ligação de Valência de Organização Mundial de 1.Controlo de pessoas nas fronteiAlcântara à IC 13 Marvão; Saúde, o Estado português ras internas portuguesas no períovii.Caia-Elvas, saída da A 6, km tem vindo a adoptar várias medido compreendido entre as 23:00 158, ligação Caia-Elvas, junto das extraordinárias de restrição à horas do dia 16 de março de ao Posto de Turismo, Elvas; mobilidade das pessoas, de modo 2020 e as 00:00 horas do dia 15 viii. Vila Verde de Ficalhoa prevenir e evitar novas linhas de de abril de 2020, sem prejuízo de Beja, junto da linha de froncontágio. reavaliação a cada 10 (dez) dias e teira, ligação A 495 Rosal de As primeiras medidas implemenpossível prorrogação. la Frontera ao IP 8, Serpa; tadas em Portugal centraram-se, a.Durante o referido período ix. Castro Marim-Praça da essencialmente, na limitação e estão designados como pontos Fronteira, km 131 da A restrição de viagens para a China de passagem autorizados, na 22, Ponte Internacional do e para Itália, com a suspensão fronteira terrestre, os seguintes: Guadiana-Castro Marim. de todos os voos de e para esses i. Valença-Viana do Castelo, b. A vigilância dos postos de países. No entanto, com o agrasaída da Ponte Tuy-Valençapassagem autorizados acima vamento da situação epidemioligação IP 1-A 3, em Valença; identificados, será assegulógica, não só em Portugal como ii. Vila Verde da Raia-Chaves, rada pela Guarda Nacional em toda a Europa, com a Itália e saída da A 52, ligação com a Republicana (GNR). a Espanha a registarem o maior A 24, km 0, junto à rotunda; número de infectados com a nova iii.Quintanilha-Bragança, saída 2.Suspensão de todos os voos, Covid-19, tornou-se imperativo da Ponte Internacional IP de todas as companhias aéreas, adoptar novas medidas de restri4/E 82, nó de saída para comerciais ou privados, com orição, que permitissem um maior Quintanilha ou junto das insgem de Espanha ou destino para controlo da evolução da doença talações do CCPA na N 218 Espanha, com destino ou partida em Portugal. -1 Quintanilha; dos aeroportos ou aeródromos Assim, o Conselho de Ministros iv.Vilar Formoso-Guarda junto portugueses, com exceção das aprovou no dia 16 de março, atrada linha de fronteira, Largo aeronaves de Estado, das Forças vés da Resolução do Conselho da Fronteira, junto ao Armadas, voos para transporte de Ministros n.º 10-B/2020, um CCPA, N 16/E 80, ligade carga e correio, bem como conjunto de medidas que veio ção 620 Fuentes de Õnoro, voos de caráter humanitário ou repor, a título excepcional e temEspanha, incluindo o acesso de emergência médica e a escalas porário, o controlo documental de pelo Parque TIR, via camiões, técnicas para fins não comerciais; pessoas nas fronteiras de Portugal, N 16, Vilar Formoso; de modo a evitar novas linhas de v. Termas de Monfortinho- 3.Proibição da circulação rodoviácontágio. As medidas entraram Castelo Branco, entroncaria, nas fronteiras internas terimediatamente em vigor na data mento da N 239 com a N 240 restres, independentemente do da sua aprovação atendendo ao em Termas de Monfortinho; tipo de veículo, com exceção

30 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020


opinión

do transporte internacional de mercadorias, do transporte de trabalhadores transfronteiriços e da circulação de veículos de emergência e socorro e de serviço de urgência; 4.Suspensão da circulação ferroviária, exceto para o transporte de mercadorias; 5.Suspensão do transporte fluvial entre Portugal e Espanha; 6.Interdição da atracagem de embarcações de recreio e o desembarque de pessoas; 7.Suspensão da concessão de licenças para vir a terra a tripulantes de embarcações nos portos nacionais, sem prejuízo de, caso a caso, e mediante parecer da Autoridade de Saúde, poder ser autorizada a troca de tripulações ou o desembarque para efeitos de regresso ao país de origem; 8.Proibição de desembarque de passageiros e tripulações dos navios de cruzeiro nos portos nacionais, com excepção dos cidadãos nacionais e residentes em Portugal, determinada pelo Despacho n.º 3298-C/2020, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 52, de 13 de março de 2020. A entidade responsável pela aplicação das presentes medidas excecionais em matéria de controlo de fronteiras é o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), sendo que conta com a colaboração com das forças de segurança. Com a entrada em vigor destas medidas, passa a verificar-se o controlo sanitário nas entradas no território nacional e a ser solicitado o preenchimento de declaração pelos inspectores do SEF, contendo informações referentes à identificação do cidadão, veículo, alojamento e um questionário

referente ao Covid-19 (eventuais sintomas, contacto com pessoas que tenham sintomas da doença, o tempo que pretende permanecer em Portugal e se esteve recentemente em alguma área infetada). Não obstante o exposto, para mitigar as consequências desta situação de exceção, o Conselho de Ministros determinou que o controlo nas fronteiras deve ser adequado e proporcional, de forma a reduzir o seu impacto sobre a livre circulação de pessoas, pelo que não podem prejudicar: a)O direito de entrada dos cidadãos nacionais e dos titulares de autorização de residência nos respeivos países; b)A circulação do pessoal diplomático, das Forças Armadas e das forças e serviços de segurança; c)A circulação, a título excepcional, para efeitos de reunião familiar de cônjuges ou equiparados e familiares até ao 1.º grau na linha recta; d)O acesso a unidades de saúde, nos termos de acordos bilaterais relativos à prestação de cuidados de saúde; e)O direito de saída dos cidadãos residentes noutro país. Estas medidas excecionais referentes ao controlo de fronteiras surgem na sequência das medidas já adoptadas no Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de março e no despacho dos Ministros da Administração Interna e da Saúde n.º 3298 -B/2020, de 13 de março, indo de encontro às linhas de orientação da Comissão Europeia relativas à gestão de fronteiras, com medidas para protecção da saúde e para se assegurar a existência de bens e serviços essenciais, sem comprometer o Mercado Único e, bem assim, permitir circulação de bens, nomeadamente medicamentos, mercadorias e alimentos.

opinião

Ainda em consonância com a Comunicação da Comissão Europeia de 16 de março de 2020, referente às restrições temporárias para viagens não essenciais de e para a União Europeia, e após as restrições impostas aos voos de e para Espanha, o Governo português, mediante o Despacho n.º 3427A/2020 de 18 de março, decidiu proibir o tráfego aéreo com destino e a partir de Portugal de todos os voos de e para países que não integram a União Europeia, com algumas excepções, a saber: a)Os países associados ao Espaço Schengen (Liechtenstein, Noruega, Islândia e Suíça); b)Os países de expressão oficial portuguesa (sendo que, no que se reporta ao Brasil apenas são admitidos os voos provenientes de e para São Paulo e de e para o Rio de Janeiro; c)O Reino Unido, os Estados Unidos da América, a Venezuela, o Canadá e a África do Sul, dada a presença de importantes comunidades portuguesa. Em todo o caso, são ainda admitidos os voos necessários para assegurar operações destinadas a apoiar o regresso de cidadãos nacionais a território nacional. Uma nota final para esclarecer que, em face às circunstâncias extraordinárias que se têm vivenciado, no passado dia 18 de março de 2020, foi declarado o Estado de Emergência em Portugal, com fundamento em calamidade pública, por um período de 15 (quinze) dias, tendo vindo a ser adotadas inúmeras medidas pelo Governo Português, que visam restringir a circulação das pessoas em território nacional, exigindo que cidadãos permaneçam em casa e realizem apenas as deslocações que se impõe.  *Advogada da Teresa Patrício & Associados E-mail: mf@tpalaw.pt

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 31


grande tema gran tema

A pandemia e a economia

Os infetados, os afetados, os números estimados, os apoios anunciados, as variáveis desconhecidas, as oportunidades à espreita, a aprendizagem e a responsabilidade social em curso, as mudanças, os novos modelos de trabalho, de consumo e de lazer. O que esperar? Como nos iremos reinventar? O impacto do coronavírus na economia estará em constante atualização… Indústria e turismo são alguns dos setores mais vulneráveis aos efeitos da pandemia Covid-19, em Portugal, em Espanha e no mundo. Alguns dos “sintomas” já se manifestam, outros adivinham-se… Governos e Comissão Europeia vão disponibilizando “remédios” para atenuar efeitos diretos e colaterais. A cura da pandemia e da economia está em fase de testes. As pessoas e as empresas são, por estes dias, tubos de ensaio… Textos Susana Marques smarques@ccile.org; María de Maintenant maria@ccile.org Fotos DR

32 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020


grande tema gran tema

N

em os seres humanos, nem a economia estavam vacinados contra o coronavírus. Por enquanto, a única certeza quantitativa é a de que o número de afetados pela pandemia será muito superior ao número de infetados com Covid-19. Como disse o presidente francês, Emmanuel Macron, estamos “em guerra contra um inimigo invisível”. O presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, no dia em que decretou o estado de emergência (18 de março), insistiu que “é de uma guerra que se trata”, para justificar “uma decisão excecional num tempo excecional”. Desconhecemos quando poderemos encerrar as contas das baixas resultantes desta “guerra”, cujos números se alteram diariamente, porque como sublinhou o Presidente da República de Portugal, a pandemia Covid-19 é diferente de tudo o que já vivemos: “Está a ser e vai ser mais intensa. Vai durar mais tempo até desaparecerem os seus últimos efeitos. Está a ser e vai ser um teste nunca vivido

ao nosso Serviço Nacional de Saúde e à sociedade portuguesa, chamada a uma contenção e a um tratamento em família sem precedente. Está a ser e vai ser um desafio enorme para a nossa maneira de viver e para a nossa economia. Basta pensar na saúde, na educação, no comportamento nas famílias, no trabalho, nos efeitos no turismo, nas exportações, no investimento, na fragilização de famílias e empresas, nomeadamente de pequena e média dimensão.” Um dia antes, o presidente de Governo de Espanha, Pedro Sánchez, anunciava um “plano de choque económico” no valor de 200 mil milhões de euros e chamou-lhe “o maior de sempre em Espanha”. Isto, numa altura em que Espanha já era o quarto país em número de infetados com Covid-19, atrás do Irão, da China e da Itália. Pedro Sánchez apelava ao contributo de todos: “O Estado assume a sua posição, mas também os empresários, os trabalhadores, os arrendatários, os senhorios, todos podemos pôr-nos na pele dos outros para travar-

mos o impacto e abrir uma cadeia de solidariedade que nos fará recuperar o mais cedo possível e com o maior brio possível o vigor económico que tínhamos até ter aparecido este coronavírus”. A Portugal, o coronavírus chegou mais tarde (o primeiro teste positivo foi conhecido a 2 de março) “e, também por isso, pode demorar mais tempo a atingir os picos da sua expressão”, observou Marcelo Rebelo de Sousa. À doença e, no pior dos cenários, à morte, juntam-se outras consequências provocadas pela paralisação parcial da economia, sobretudo nos setores da indústria e do turismo. O presidente do Eurogrupo Mário Centeno deixou claro que o surto de Covid-19 está a ter um impacto na economia semelhante ao que teríamos em “tempos de guerra”. A chamada gripe espanhola, a pandemia causada pelo vírus influenza que se espalhou por quase todo o mundo, entre 1918 e 1920, contaminado mais de 500 milhões de pessoas (ou quase 27% da população ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 33


grande tema gran tema

As previsões e a análise da Cosec Líder em Portugal nos ramos do seguro de créditos e caução, a seguradora Cosec calcula que “a Covid-19 pode custar 280 mil milhões de euros por trimestre ao comércio internacional”, ou seja “em oportunidades de exportação, sendo a maior barreira às trocas de bens e serviços entre países durante 2020”. Os estudos da Companhia de Seguro de Créditos portuguesa e da sua acionista Euler Hermes, efetuados até 9 de março, traduzem “um abrandamento significativo da procura por parte da China e da Europa” e apontam para um regresso à normalidade até o final de maio. De acordo com a última análise da Euler Hermes, líder mundial em seguro de créditos, “em apenas um trimestre, o Covid-19 já teve tanto impacto no comércio internacional como um ano inteiro de guerra comercial entre os Estados Unidos e a China”. Até à referida data, “as medidas de contenção tomadas pelos países para impedir a disseminação do vírus tiveram um impacto equivalente a um aumento de 0,7 pontos percentuais nas tarifas, que, no final do primeiro trimestre de 2020, deverão situar-se, em termos médios, nos 6,5%”. Em comunicado, a Cosec especifica que “os números apontam também para uma recessão comercial em termos de volume, tanto no primeiro trimestre (-2,5% face ao trimestre anterior), como no segundo (-1%)”. Em termos globais, no setor dos serviços, “a Euler Hermes prevê uma redução significativa de turistas da China, Itália e, de um modo geral, do continente europeu, a que vai somar-se um abrandamento significativo nos serviços de transporte. Nestes setores, as perdas em termos de oportunidades de exportação serão, respetivamente,

34 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

e por trimestre, de 110 mil milhões de euros e 29 mil milhões de euros.” A China começou por ser o país mais afetado, “com perdas, para este período, de 168 mil milhões de euros, seguido da Itália, com 19 mil milhões de euros”. Para os restantes países da Europa, a previsão é de que o impacto nas oportunidades de exportação seja na ordem dos 95 mil milhões de euros. Na China A Euler Hermes estima que a Covid-19 terá um impacto de um ponto percentual (1 p.p.) no crescimento do Produto Interno Bruto da China, sobretudo no primeiro trimestre do ano, porém é possível que este valor suba, ressalvam os analistas. De acordo com o estudo “Coronavirus outbreak in China: Risks of supply chain disruption increase with time” (Surto do coronavírus na China: Riscos de interrupção na cadeia de fornecimento aumentam com o tempo), “o mais provável é que o país consiga recuperar, e no espaço de um a dois trimestres, mas ajudado por políticas de apoio à produção”. Sabe-se já que “um mês após a implementação das medidas de contenção do vírus Covid-19, a economia da China está

a operar a 75% da sua capacidade, evidenciando um ponto de viragem que deverá traduzir-se num retorno gradual aos valores normais de produção até ao final de abril, estima a Euler Hermes. Os analistas da líder mundial em seguro de créditos sublinham que “o balanço final do surto vai depender da sua gravidade e duração”. Certo é que “a procura e a oferta estão sob pressão”. O estudo frisa ainda que “a epidemia e o 'fator medo' associado ao Covid-19 vão pesar nos gastos dos consumidores”, sustentando que “um abrandamento do consumo interno é hoje muito mais relevante do que na anterior grande epidemia deste tipo, o SARS (Síndrome Respiratório Agudo Severo): a economia chinesa é agora mais dependente do seu mercado interno (50% do crescimento do PIB em 2019 versus 28% em 2003). O surto de 2003 teve um impacto de -2 p.p. entre o primeiro e o segundo trimestre desse ano no PIB do país (+9.1% no segundo trimestre, face a +11.1% no primeiro trimestre).” A seguradora alerta para “uma pausa prolongada na atividade industrial chinesa pode afetar muito significativamente algumas cadeias de


fornecimento, como as de produtos químicos, equipamentos de transporte, têxteis e equipamentos eletrónicos”. De assinalar que “a província de Hubei (o epicentro deste surto) representa 9% da produção total de veículos automóveis na China”, pelo que “o elevado grau de ligação entre esta indústria e os restantes setores da economia leva a que o impacto da epidemia se estenda à maioria das atividades industriais”. Acresce também o elevado peso de setores como o têxtil e o de computadores e eletrónica na economia mundial, “dado que o valor gerado pela China para esses setores representa 19% e 17% da produção global, respetivamente”. A seguradora nota que “considerando o nível relativamente baixo de stocks no setor eletrónico, é possível que se verifique uma situação de escassez”. Na Europa Na semana em que foram anunciadas a maioria das medidas de contenção, na Europa, perspetivava-se que essas políticas poderão custar entre 0,7 pp a -3,0 pp ao crescimento do PIB, dependendo do país e da severidade dos bloqueios. “Ao lado das medidas destinadas a conter o contágio e a aumentar a resiliência dos sistemas nacionais de saúde, medidas de política fiscal e monetária, da Itália ao Reino Unido e Alemanha e ao BCE, foram ou serão anunciadas num esforço para amortecer a forte contração económica que está prevista para o primeiro semestre de 2020”, analisa a Euler Hermes. Apesar disso, “é importante enfatizar que essas medidas fornecerão apenas um fundo de maneio para apoiar e mitigar os efeitos negativos, tentando impedir uma completa crise financeira e / ou um forte aumento de insolvências e desemprego”.

Foto Sandra Marina Guerreiro

gran tema grande tema

Presidente da República: "Está a ser e vai ser um desafio enorme para a nossa maneira de viver e para a nossa economia. Basta pensar na saúde, na educação, no comportamento nas famílias, no trabalho, nos efeitos no turismo, nas exportações, no investimento, na fragilização de famílias e empresas, nomeadamente de pequena e média dimensão.” mundial na época) terá causado cerca de imprensa (19 de março), em que de 50 milhões de vítimas mortais. A apelou à coordenação global de todos partir de modelos epidemiológicos, governos para responder à emergência os cientistas estimam que esta pande- sanitária e à iminente crise económimia teria efeitos semelhantes, se não ca mundial. O atual líder da ONU estivéssemos a adotar as medidas sani- frisou a necessidade de os países mais tárias drásticas que estão em curso. ricos ajudarem os mais pobres. Estes modelos, citados pela chanceler Travar a progressão da pandemia Angela Merkel, indicam que a adoção também trava a economia, porém, destas medidas permitem reduzir as não o fazer seria ainda mais catastrótaxas de infeção para níveis inferiores fico, como se conclui pela evidência a 0,1-0,15% ao longo de um ano, de que as pessoas são o principal ativo em vez dos 70% previstos, na falta económico, sem o qual a engrenagem delas. Wuhan, uma das cidades mais bloqueia. Porém ninguém conhece povoadas da China, com cerca de o limite a que a paralisação poderá dez milhões de habitantes, prova isso chegar, sem se tornar fatal… A atual paralisação parcial da ecomesmo. “Está demonstrado que o vírus pode ser contido. Ele tem de nomia poderá conduzir a perdas ser contido”, disse o secretário-geral semelhantes ou superiores às da crise das Nações Unidas, António Guterres de 2008/2009. No caso da China, (foto na pág. 37), numa conferência que no momento em que escrevemos ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 35


grande tema gran tema

Turismo: travar a fundo, em alta velocidade O turismo, que conhecia em quase todo o mundo um crescimento assinalável, é um dos setores mais afetados pela epidemia causada pelo coronavírus, vulnerabilizando sobretudo as economias que nos últimos anos fizeram desta atividade um dos seus principais trampolins económicos, como é o caso de Portugal. Também em Espanha, o setor de turismo tem um peso fulcral na economia, contribuindo para cerca de 12% do PIB do país. Para Portugal, o turismo valeu 8,2% do PIB português em 2018 e respondeu por 51,5% das exportações de serviços e por 18,6% das exportações totais. As receitas do setor cresceram 9,6% em 2018, atingindo os 16,6 mil milhões de euros, no entanto sabemos já que o valor acumulado das receitas até novembro de 2019 já superava os valores do ano anterior, chegando aos 17,1 mil milhões de euros. O ano de 2020 contará uma história diferente, em todo o mundo. De acordo com os dados da Organização Mundial de Turismo, o número de turistas no setor deverá diminuir entre 1% e 3%, mas poderá ser mais. O Conselho Mundial de Viagens e Turismo lembra que, em 2018,

anuncia zero casos de contágio comunitário em Wuhan (o que permite avançar projeções mais próximas da realidade), a pandemia e a paralisação económica deverão traduzir-se num recuo do crescimento do PIB (ver caixa sobre previsões da Cosec). A nível global, há vários cenários possíveis, dependendo da duração da pandemia e do estrangulamento da economia. As bolsas de todo o mundo acusaram imediatamente a instabilidade e as pre36 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

o turismo representou cerca de 319 milhões de empregos, pelo que é previsível ser este um dos setores que mais reduzirá a sua oferta de trabalho. Os cancelamentos de voos e hotéis já causaram instabilidade no emprego para milhares de trabalhadores. Os efeitos da Covid-19 também são esperados para o verão, já que se estima que o número de reservas diminua, mesmo que se resolva a situação pandémica. As primeiras projeções apontam perdas diárias na ordem dos cinco milhões de euros para a hotelaria, em Lisboa e no Algarve, até ao fim deste ano, de acordo com um estudo da Neoturis, consultora especializada em turismo. Várias companhias aéreas viram-se forçadas a cancelar uma parte significativa das suas rotas

e até reduziram o preço dos bilhetes, nalguns casos em 50%. Espanha e Portugal suspenderam mesmo o tráfego aéreo entre os dois países durante o estado de emergência. As conexões fluviais e o tráfego ferroviário, com exceção do transporte de mercadorias, também foram cancelados e foram impostas limitações às comunicações rodoviárias. Com o abrandamento do turismo, reduz-se também a atividade dos negócios de restauração e de serviços de lazer, onde houve um crescimento e um investimento muito relevante nos últimos anos. É a esses pequenos negócios que se destinam uma boa parte das linhas de crédito anunciadas pelo Governo (texto principal).

visões de uma futura crise económica. semana que terminou a 20 de março, e Outro indicador em queda é o do o Brent recuou 20%. preço do petróleo: no passado dia 20 de março, o preço do petróleo nos Estados Desemprego Unidos atingiu a sua maior queda semaA Organização Mundial do Trabalho nal desde a Guerra do Golfo de 1991, (OIT) prevê que a pandemia leve ao recuando 10,7%. O abrandamento da desemprego 25 milhões de trabalhaprocura provocado pela pandemia fez o dores, em todo o mundo (números de valor desta matéria-prima descer duran- 18 de março de 2020). A OIT calcula te quatro semanas consecutivas. ainda que os impactos da pandemia O valor de referência nos EUA, do Covid-19 poderão causar perdas de renpetróleo WTI, teve perdas de 29% na dimento de até 3,4 triliões de dólares


gran tema grande tema

até ao final do ano. A estimativa avança com um intervalo de desemprego mundial entre os 5,3 milhões e os 24,7 milhões de pessoas. Números a que teremos que somar os 188 milhões que a OIT tinha estimado no final de 2019, na sua previsão anual. A OIT sustenta a que é necessária "uma resposta política coordenada internacionalmente" com estímulos fiscais e apoio a empregos e salários, de modo a proteger os trabalhadores. A organização teme perdas de rendimento e de postos de trabalho semelhantes às que aconteceram durante a última crise financeira global. Prevê-se igualmente o crescimento do subemprego e do autoemprego, ainda a OIT que reconheça que estes dois indicadores estarão condicionados pelas restrições à circulação de pessoas e bens. A pandemia terá, inevitavelmente, um efeito a curto prazo na oferta de trabalho, mas teve um efeito imediato na forma de trabalhar, com milhões de empresas a optarem pelo teletrabalho e pelas videoconferências. Até que ponto iremos mudar ou flexibilizar a forma como trabalharemos, é mais uma das incógnitas, mas talvez esta seja uma oportunidade para muitas empresas testarem novos modelos de trabalho. A coordenação local e global também poderá sair reforçada. Exemplo disso é o facto de empresas e particulares se mobilizarem para o fabrico de máscaras e viseiras de proteção, bem como de ventiladores. Desde a empresa portuguesa FAN3D que começou a produzir viseiras para o Hospital de Setúbal e depois alargou a outros hospitais, à Catalunha que está agora a fabricar respiradores com impressoras 3D, na sequência da descoberta de um protótipo, já validado por médicos, ou ao cientista português, João Nascimento, que iniciou o projeto Open Air para encontrar alternativas de ventiladores através de um desafio que iniciou no Twitter. A comunidade científica apontou baterias para o desenvolvimento de uma vacina e de um anti-vírus para prevenir e combater a doença, respetivamente. “A Comissão disponibilizou hoje um apoio

vimento e a produção de uma vacina contra o novo coronavírus”. “Está demonstrado A China também diz estar já na fase adiantada da criação de um vacina que o vírus pode ser contra o coronavírus, que poderá chegar contido. Ele tem de dentro de um ano. Identificada pela primeira vez em ser contido”, disse Wuhan, capital da província de Hubei, o secretário-geral na China, a 1 de dezembro de 2019, a Covid-19, uma doença respiratória das ONU, António aguda causada pelo coronavírus da Guterres, apelando à síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), foi declarada pandemia coordenação global pela Organização Mundial da Saúde no de todos governos passado dia 11 de março. Nessa data, já a China tinha atingido o pico do surto para responder à e a Europa estava a transformar-se no emergência sanitária principal epicentro de casos. A partir daí, Governos de todos os países com e à iminente crise casos de infetados (acima de 170 paíeconómica mundial. ses) anunciavam medidas de ajuda aos diversos setores da economia afetados. financeiro de até 80 milhões de euros Medidas que estão em constante atuaà CureVac, uma empresa inovadora de lização, no entanto, as contas já feitas Tübingen, na Alemanha, para ampli- apontam para apoios acima dos cinco ficar o desenvolvimento e produção de biliões de euros, concedidos por goveruma vacina contra o novo coronavírus nos e diversas instituições como a União na Europa”, revelou o executivo comu- Europeia ou os bancos centrais. nitário em comunicado. A presidente da instituição, Ursula von der Leyen, Em Portugal… comentou que “nesta crise de saúde O Governo português, que antecipa pública, é de extrema importância um impacto de dois mil milhões de apoiarmos os nossos principais investi- euros por mês em medidas de apoio gadores e empresas de tecnologia”, pelo à família e ao trabalho, começou por que “estamos determinados a fornecer encerrar escolas e responder por 66% à CureVac o financiamento necessário do salário dos pais que não possam para aumentar rapidamente o desenvol- trabalhar por terem que ficar com ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 37


grande tema gran tema

Consumo em tempo de quarentena O estado de emergência declarado pelo Presidente da República e executado pelo Governo, manteve abertos supermercados, farmácias, óticas, postos de abastecimento de combustível. Se no início, o pânico levou ao esgotamento de produtos como papel higiénico, massas ou laticínios na maioria dos supermercados, o Governo deixou claro, por diversas vezes, que a cadeia de abastecimento não está em risco e que não faltarão produtos alimentares e de primeira necessidade. A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) refere que houve um ligeiro aumento na procura por produtos em supermercados e hipermercados associados à Covid-19. O estudo “Brands + Consumers”, realizado pela Kantar Media para a Centromarca, afirma que os portugueses mudaram o seu comportamento de consumo com a chegada da Covid-19. Numa primeira fase, quando os primeiros casos do vírus começaram a aparecer em todo o mundo, o consumo em Portugal aumentou 8%. Posteriormente, na segunda fase, quando os casos começaram a aumentar e houve um alerta, o consumo cresceu 13%. Nessa situação, o número de vezes que se vai ao supermercado diminui, mas, no entanto, a quantidade de dinheiro gasta em compras é maior. Entre os produtos de maior destaque estão alimentos e bebidas (10%), papel higiénico (8%), produtos domésticos e produtos de limpeza (7%) e, finalmente, produtos de higiene e perfumaria (3%). Não há números exatos, mas estima-se que o comércio online também cresça enquanto durar a quarentena. A plataforma de vendas online Amazon, por exemplo, con-

38 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

firmou que a procura aumentou consideravelmente e anunciou a contratação de 100 mil funcionários para armazéns e entrega de produtos nos Estados Unidos. "Constatamos um aumento significativo na procura, o que significa que as nossas necessidades de trabalho são sem precedentes para esta época do ano", publicou a Amazon no blogue oficial da empresa. O grupo revelou que vai investir 350 milhões de dólares para aumentar os pagamentos a estes funcionários nos EUA, Canadá, Reino Unido e União Europeia. Por outro lado, a Amazon retirou mais de um milhão de produtos da plataforma, devido a manipulação de preços ou publicidade enganosa sobre o coronavírus. Os centros comerciais e os grandes armazéns estão parcialmente encerrados, mantendo apenas em funcionamento as lojas relativas aos segmentos já referidos. António Sampaio de Mattos, presidente da APCC- Associação Portuguesa de Centros Comerciais, frisa que a prioridade da associação e dos seus associados tem sido garantir a segurança de visitantes, lojistas, colaboradores e fornecedores, a par da dos ativos: “Estabelecemos, desde a primeira hora, um canal de comunicação direto e permanente com a Direção-Geral da Saúde, e os nossos associados implementaram todas as medidas decretadas pelas autoridades de saúde e governamentais. Os nossos associados têm estado a garantir as condições necessárias ao funcionamento dos serviços considerados essenciais pelo Governo

– nomeadamente hipermercados, farmácias, restauração de take-away, papelarias, jornais e tabaco, eletrónica e produtos alimentares, entre outros – ao passo que asseguramos o cumprimento de todas as medidas de higiene e segurança recomendadas pelas autoridades. O El Corte Inglés, por exemplo “continua a trabalhar para manter o fornecimento sem interrupções nos seus supermercados”, e mantém “em funcionamento as áreas de informática, telecomunicações e alimentação para animais, além dos supermercados e dos espaços saúde”. Em todas as outras áreas, “os clientes podem continuar a efetuar compras, a qualquer hora e sem contacto físico, através da loja online ou fazer os seus pedidos através do telefone. O El Corte Inglés indica ainda que “continua a reforçar os seus serviços de entregas ao domicílio e de recolhas no parque como é o caso do Click & Car”. Neste contexto, as cadeias de supermercado estão, para já, entre as vencedoras neste período, sendo ainda impossível quantificar o impacto que poderá ter uma possível crise económica nesta fileira. O mesmo é válido para as empresas de energia e de e internet, já que também é previsível que o consumo de Internet e eletricidade


gran tema grande tema

dispare devido à quarentena forçada, como já acontece em Espanha. A quarentena também causou um aumento no consumo de televisão. Além disso, aumentou o público em plataformas de streaming como a Netflix e a HBO. No que se refere a cultura e entretenimento, importa referir a rápida resposta que vários agentes culturais deram, revelando flexibilidade e capacidade de adaptação. A Internet revela-se o principal aliado, neste contexto, já que proporciona outras formas de consumir cultura: concertos e festivais de música através das redes sociais; visitas a coleções ou a exposições de museus também online; leitura de livros; teatro humorístico, etc. O desporto tal como trabalho também se mudou para o ambiente doméstico, crescendo a procura por aulas de várias modalidades em plataformas como o YouTube. Outro setor que alinha pelos vencedores é a imprensa, quer online, quer televisiva, já que o consumo de informações e notícias aumentou, sobretudo nos órgãos mais tradicionais, considerados de referência. De acordo com um estudo da Ymedia, nos últimos dias houve um aumento de 30% no número de utilizadores que acedem ao conteúdo da web de jornais. As versões digitais do El Mundo ou do La Vanguardia, por exemplo, aumentaram o número de utilizadores em 10%. Embora os jornais digitais tenham aumentado sua audiência, a televisão tem sido o meio mais utilizado para assistir às notícias, com o número de minutos dedicados a ver noticiários aumentou 58%.

os seus filhos. O executivo anunciou também cem milhões de euros para ajudar as pequenas e médias empresas (PME), valor que, pouco depois, duplicou. No dia 18 de março, os Ministros da Economia e das Finanças, Pedro Siza Vieira e Mário Centeno, respetivamente, avançaram com um pacote de medidas para fazer face à pandemia e ao seu impacto na economia que custará 9200 milhões de euros. Só 3.000 milhões de euros se destinam a quatro linhas de crédito para reforçar sobretudo (80%) a tesouraria da indústria e do turismo. O Governo avança também que este valor é para somar aos 200 milhões antes anunciados relativos à “linha de âmbito geral, que abrange todos os setores económicos, do comércio, da indústria e dos serviços”. De acordo com o Ministro da Economia, 1300 milhões vão para setores industriais (têxtil e vestuário, madeiras, calçado e indústria extrativa), dos quais 400 milhões serão para micro e pequenas empresas. As microempresas industriais poderão pedir empréstimos até 50 mil euros. Para as pequenas empresas têm um limite de 500 mil e as médias de 1,5 milhões. O turismo terá a sua disposição linhas de crédito no valor de 1100 milhões para o turismo, sendo desse valor 300 milhões de euros para micro empresas e PME. No segmento de agências de viagem, animação e eventos, as micro e pequenas empresas dispõem de 75 milhões e o limite de crédito é de 50 mil para cada uma, as médias-pequenas têm 120,5 milhões, com um teto de meio milhão e as médias-grandes contam com 4,5 milhões, podendo pedir até 1,5 milhões por empresa. Nos restantes segmentos de turismo, as microempresas podem pedir até 50 mil euros, para as pequenas o valor máximo é de 500 mil e para as médias o teto é de 1,5 milhões. Limites iguais aos das empresas da restauração e similares, que terão uma linha de financiamento no valor de 600 milhões de euros. Estes empréstimos, disponibilizados através dos bancos e a contrair por estes dias terão um período de carência de até 12 meses e deverão ser amortizados nos

próximos quatro anos. Dos fundos da União Europeia, chegarão a Portugal para já 1,8 mil milhões de euros para fazer face às despesas imediatas de resposta à crise desencadeada pelo coronavírus no setor da saúde, bem como para apoiar o mercado laboral e as PME. A verba faz parte de um pacote de 37 mil milhões de euros provenientes de fundos estruturais e de investimento do orçamento comunitário, anunciado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a 17 de março, para ajudar os Estados membros. Esta “iniciativa para o investimento em resposta ao corona-

Governo português anunciou pacote de medidas de 9200 milhões de euros para fazer face à pandemia e ao seu impacto na economia. 3000 milhões de euros destinam-se a quatro linhas de crédito para a indústria e turismo vírus” beneficia de “dinheiro que estava adormecido nos envelopes nacionais dos fundos estruturais e que pode agora ser imediatamente ativado para estes três setores que antes estavam vedados aos investimentos da política de coesão”, como explicou Ursula von der Leyen. A presidente da Comissão Europeia assinalou que “esta crise representa um desafio sem precedentes para os sistemas de saúde da UE e um choque brutal para a economia europeia”. Teme-se a hipótese de a União Europeia entrar em recessão técnica, com o crescimento de 2020 a bater no zero. “Podemos dizer que é muito provável que o crescimento na zona euro e na União Europeia ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 39


grande tema gran tema como um todo caia para baixo de zero Maarten Verwey lembrou que caem por de inverno, e nessa altura ainda pensáeste ano, e potencialmente considera- terra as previsões anteriores à pande- vamos que a economia da UE cresceria velmente abaixo de zero”, vaticinou o mia: “Aquilo a que estamos a assistir é 1,4% e a da zona euro 1,2%, mas o que responsável máximo da Direção-Geral a uma previsão de crescimento que está é claro face a tudo o que está a acontecer de Assuntos Económicos e Financeiros a deteriorar-se muito rapidamente. Em é que será necessário adaptar essas preda Comissão Europeia (DG ECFIN). fevereiro, publicámos as nossas previsões visões e provavelmente de forma muito

Marketing social em alta O coronavírus é o tal “inimigo invisível” que colocou o mundo inteiro na mesma trincheira. As marcas têm assim uma oportunidade de se colocarem ao lado dos consumidores, de sublinharem o seu posicionamento e mostrarem como podem ser úteis neste enquadramento. Como sempre, a responsabilidade social deve começar dentro da organização, pelo que as empresas devem adotar e comunicar políticas responsáveis internamente, para com os seus funcionários. As marcas também devem comunicar informações úteis e contextualizadas com o momento em que vivemos, contribuindo para o bem comum, com o que têm ao seu dispor. Isto é válido mesmo quando pretendem comunicar os seus próprios produtos ou serviços. Há várias formas de o fazer e várias marcas o têm demonstrado, atendendo às principais necessidades do momento: máscaras, desinfetantes e ventiladores, entre outras ações. Grupos como o gigante de marcas de luxo LVMH (donos da Louis Vuitton, Dior, Givenchy, Celine, Guerlain, etc) ou a cervejeira portuguesa Super Bock Group (dona da Super Bock) estão a produzir gel desinfetante. Bernard Arnault, presidente do grupo francês, colocou a divisão de perfumes e cosmética da LVMH ao serviço da produção de “quantidades substanciais de álcool gel” para distribuir gratuitamente pelas autoridades de saúde francesas. Na mesma linha, “para apoiar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)

40 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

no abastecimento de produtos essenciais, o Super Bock Group e a Destilaria Levira estabeleceram uma parceria, em que o álcool retirado na produção de Super Bock Free Sem Álcool será utilizado para a produção de gel desinfetante para mãos, que vai ser oferecido a várias unidades hospitalares”. Em comunicado, o Super Bock Group, sedeado em Matosinhos, informa que “para começo, são cerca de 56.000 litros de álcool da produção de cerveja sem álcool que vão ser transformados, pela Destilaria Levira, em aproximadamente 14.000 litros de álcool gel para as mãos, num processo de fabrico que segue as diretrizes da Organização Mundial de Saúde”. Esse álcool destina-se “a várias unidades hospitalares do norte de Portugal, para que disponham de uma maior quantidade destes produtos indispensáveis para a prevenção e tratamento da infeção com a Covid-19”. Outro exemplo vem da indústria têxtil, sendo várias as marcas que puse-

ram as suas unidades de produção a fabricar máscaras de proteção. O grupo galego Inditex (dono de marcas como a Zara, entre outras), por exemplo, fabricou 300.000 máscaras para uso em Espanha. “A empresa colocou à disposição do Governo toda a sua capacidade logística, de aprovisionamento e de gestão comercial, sobretudo a partir das unidades industriais do grupo na China, para atender às necessidades de urgência, tanto de material sanitário como têxtil, que for necessário nesta altura”, lê-se num comunicado da empresa liderada por Amancio Ortega. Têm sido também várias as entidades e personalidades, de empresas, a clubes de futebol e a empresários, a comprarem ventiladores para reforçar a capacidade dos hospitais portugueses. A EDP - Energias de Portugal e a sua principal acionista, a China Three Gorges (CTG), “em coordenação com o Ministério da Saúde e com o apoio da Embaixada de Portugal em Pequim, adquiriram 50 ventiladores e 200 monitores médicos, bem como respetivos consumíveis e equipamentos de suporte associados, num total de cerca de quatro milhões de euros”, informou a energética de origem portuguesa. Estes equipamentos médicos terão chegado a Portugal no final do mês de março, altura em que foram entregues ao Ministério da Saúde. Com esta iniciativa, “a EDP e a CTG juntam-se ao esforço coletivo das equipas médicas no terreno na luta contra esta epidemia. Uma ação a que se juntam cerca de duas mil pessoas


gran tema grande tema

significativa.” Neste contexto, o Banco Central Europeu vai injetar 750 mil milhões de euros (o equivalente a quase quatro vezes o PIB português) na economia, através da compra de ativos (títulos de

que a EDP também tem no terreno, em centros de despacho e centros produtores para garantir que a energia chega a casa de todos os portugueses”. As editoras foram as primeiras a reagir, assim que o Governo decretou o encerramento das escolas. A Porto Editora e a Leya disponibilizaram gratuitamente as suas plataformas de aprendizagem online, respetivamente, a Escola Virtual e a Aula Virtual. Estas páginas de e-learning estarão temporariamente abertas de forma gratuita. Essas mesmas editoras, bem como outras, decidiram suspender a publicação de novos títulos até que o mercado livreiro e editorial retome o seu dinamismo. Os títulos já publicados destas editoras podem ser adquiridos online, em formato físico e e-book”. Com o impedimento de agendar eventos, a comunicação nas redes sociais tem sido a forma privilegiada pelas marcas, de todos os setores e segmentos, para comunicarem com os seus consumidores. As editoras também são exemplo disso, recorrendo a intervenções online dos seus autores, bem como apelando às sugestões dos leitores. As redes sociais constituem uma oportunidade de estreitar laços com os consumidores, criando conteúdos relevantes, gerando uma maior identificação e agradecendo aos que estão no terreno a contribuir para amortizar os efeitos negativos do surto Covid-19.

dívida pública), à Portugal permitirá semelhança do que para operações de O Banco Central anunciara a insticrédito à habitação tuição congénere Europeu vai injetar 750 e ao consumo. norte-americana Aos números das mil milhões de euros vítimas, (FED), que vai aos númeinvestir 700 mil ros dos apoios, aos na economia, milhões de dólares números das peratravés da compra (642 mil milhões das, há que subde euros) na comtrair oportunidade ativos (títulos pra de ativos. "Não des (farmacêuticas, de dívida pública) há limites para o fabricantes de equinosso compromispamentos médiso com o euro", escreveu a presidente cos, como ventiladores e máscaras de do BCE, Christine Lagarde, no Twitter. proteção, grupo de média, plataformas Num texto assinado por Lagarde e publi- de streaming, empresas de tecnologia, cado em vários jornais europeus, a presi- energéticas, entre outras) e ganhos, talvez dente do BCE prevê uma recessão "con- não imediatamente quantificáveis, mas siderável" na zona euro e diz que o BCE potenciadores de benefícios futuros. A "fará tudo o que for necessário no âmbito pandemia travou a economia, mas tamde seu mandato para ajudar a zona euro bém travou a poluição, o que foi desde a superar essa crise", já que a instituição logo visível na China, cujas imagens da NASA, em tempo de quarentena, davam "está a serviço dos europeus. Alguns bancos em Portugal também conta de um decréscimo significativo dos anunciaram a possibilidade de os seus gases de efeito de estufa. O mesmo é, por clientes particulares beneficiarem de agora, constatável em quase todo mundo, períodos de carência nos pagamentos posto em pousio forçado: são milhões de dos seus empréstimos. Ente eles estão a carros nas garagens, centenas de aviões Caixa Geral de Depósitos, que anunciou que não levantam voo, centenas de unicarência até seis meses de capital (não de dades industriais que já não libertam juros) aos clientes individuais com crédito poluentes. O impacto do coronavírus na (habitação ou crédito pessoal). O BPI vai economia estará em constante atualizaadiar o pagamento da prestação da casa, ção e, podemos intuí-lo, a médio prazo e do crédito pessoal e do carro também por a longo prazo, beneficiaremos da trégua seis meses. Meio ano é também o perío- que estamos a dar ao planeta. Ainda que do de carência de capital que o Santander seja agora pesada a fatura.  ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 41


opinião opinión

A epidemia e o impacto nos contratos de utilização

Por Miguel de Azeredo Perdigão*

de loja em centro comercial – Um caso de força maior

O

surgimento do novo Covid-19 e os efeitos das medidas de restrição aplicadas pelo Estado Português para defesa da saúde pública têm causado enorme impacto ao nível da execução e cumprimento dos contratos, destacando-se, nesta informação, as consequências da situação epidémica no âmbito dos contratos de utilização de loja em centro comercial. Ou seja, as questões jurídicas relacionadas com o (in)cumprimento deste tipo de contratos provocado por pandemias e/ou epidemias, como é o caso do Covid-19. O tema é juridicamente complexo e o nosso esforço é procurar torna-lo simples ou, pelo menos, percetível pelo leitor não especializado que quer ser informado.

A Epidemia e o Conceito de Força Maior A primeira questão será esclarecer em que medida podemos considerar a epidemia do Covid-19 um caso de força maior, juridicamente relevante, analisando as suas consequências legais. Considera-se caso de força maior “qualquer impedimento imprevisível, inevitável e fora do controlo, que tornará a prestação de uma das partes absolutamente impossível de realizar”. Ora os contratos de utilização de loja em centro comercial contém, 42 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

regra geral, uma cláusula que disciplina os casos de força maior para efeitos de desresponsabilizar uma, ou ambas as partes, pelo incumprimento por causa de força maior. Em termos conceptuais, o caso de força maior constitui um conceito indeterminado/aberto que deve ser integrado/preenchido em face das circunstâncias concretas: perante o contrato em questão e perante a demonstração de que a impossibilidade de cumprimento é consequência da causa de força maior (da Epidemia), constituindo esta última nexo de causalidade entre o evento e o incumprimento. Em conclusão e respondendo diretamente a esta primeira questão: em termos abstratos, enquanto epidemia/pandemia, o coronavírus Covid-19 pode, efetivamente, ser qualificável como causa de força maior. Incumprimento contratual em caso de força maior: Consequências No âmbito dos Contratos de Utilização de Loja em Centro Comercial a proteção conferida pela causa de força maior pode atingir, entre outras, duas consequências distintas que merecem o nosso destaque: (i) desonera, em princípio, a parte que incumpre as suas obrigações por causa dessa força maior a pagar uma indemnização à outra: É neste primeiro nível que se justifica uma dispensa de penalidades/multas por

efeito da mora/atraso no cumprimento de obrigações pecuniárias normalmente exigidas pelos Centros Comerciais. (ii) modificação das condições contratuais: É neste segundo nível que o Lojista impõe a redução/ajustamento do montante dos fees/rendas (fixa e variável) mensais a liquidar à entidade gestora do centro comercial. Não analisamos desta informação a consequência da resolução do Contrato de Utilização de Loja em Centro Comercial por iniciativa do Lojista, na medida em que, nesta fase, não a consideramos uma opção viável e desejável para o Lojista, já que a manutenção do estabelecimento comercial é indispensável para a continuação da sua atividade e porque estes contratos constituem efetivamente um relevante activo da sua empresa de que não querem, obviamente, prescindir. Mas centramo-nos no caso de força maior como causa da modificação das condições contratuais para desenvolver este mecanismo de proteção do Lojista. O desequilíbrio contratual causado pela situação de força maior: mecanismos legais de proteção do Lojista A epidemia Covid 19 pode não ser causa de incumprimento contratual, mas afetar o equilíbrio contratual que deve presidir na prestação das duas partes do contrato por força de uma alteração anormal das circuns-


opinión

tâncias em que as partes fundaram a decisão de contratar. Para que o Lojista possa invocar o instituto da alteração das circunstâncias implica o preenchimento dos seguintes requisitos: (i) não seja o desenvolvimento previsível de uma situação conhecida à data da celebração do contrato – o Covid 19 não era minimamente previsível em contratos celebrados até 31/12/2019 (data em que a China comunicou, oficialmente, a OMS a existência do Covid-19); (ii) que essa alteração torne o cumprimento da obrigação ofensivo dos princípios da boa fé – na medida em que se verifique desequilíbrio económico/financeiro relevante em detrimento de uma das Partes; (iii) não esteja coberta pelos riscos próprios do contrato – o Covid 19, enquanto pandemia global e transnacional não é qualificável como flutuação económica ou sequer crise financeira, mas sim como evento imprevisível aos contraentes (impossível de conhecer até 31/12/2019).

opinião

Transpondo o regime da alteração das circunstâncias para os contratos sob análise, deparamo-nos com o funcionamento dos centros comerciais em horário reduzido (medida já em vigor nalguns centros) e com um diminuto núme- tâncias que, neste caso, implicaro de clientes, por causa exclusiva da rá, a redução/ajustamento do preço epidemia e segundo recomendações correspondente aos fees mensais a da Direção Geral de Saúde, dis- liquidar à entidade gestora do centro pondo os Lojistas de trabalhadores comercial, devida pelos serviços pela e equipamentos contratados para mesma disponibilizados. Esta informação foi elaborada para o habitual funcionamento alargado, num cenário de consequente o caso dos contratos de utilização (e crescente) quebra de vendas, o de loja em centro comercial mas as que, em nosso entender, legitima a suas conclusões são aplicáveis, com promoção de uma fase negocial com as devidas adaptações, a outro tipo os Centros Comerciais que deter- de contratos onerosos.  mine a modificação das condições * Partner da Azeredo Perdigão & contratuais prevista para os casos Associados de alteração anormal de circuns- E-mail miguelperdigao@azeredoperdigao.pt PUB

Pagou IVA em Espanha? Saiba como recuperá-lo connosco, contacte-nos já!

¿Pagó IVA en Portugal? ¡Descubra cómo recuperarlo con nosotros, contáctenos ahora!

ABRIL DE

Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 E-mail: ccile@ccile.org : www.portugalespanha.org 2 0 Website 20

AC T UA L I DA D € 43


eventos eventos

Embajada de España, escenario para la conferencia “El líder del futuro” Filipe de Botton, presidente y fundador de Logoplaste, fue el invitado especial de la conferencia “El líder del futuro”, un encuentro de Asociaciones de Antiguos Alumnos de las tres escuelas más grandes del negocio español: IE Business School, ESADE Business School e IESE Business School. La conferencia tuvo lugar el cinco de marzo y contó con el apoyo de la Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola y de la Embajada de España, escenario del acto.

E

Texto María de Maintenant maria@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

l Palacio de Palhavã, la residencia de la embajadora española, en Lisboa, acogió la conferencia “El líder del futuro”, un encuentro de Asociaciones de Antiguos Alumnos de las tres escuelas más grandes del negocio español: IE Business School, ESADE Business School e IESE Business School. Participaron ex alumnos, empresarios y gerentes invitados. Filipe de Botton, presidente y fundador de Logoplaste, fue el invitado especial de la ceremonia, cuyo trabajo consiste en proporcionar soluciones innovadoras de

44 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

embalaje de plástico rígido a través de valores corporativos. Botton destacó varios valores fundamentales de la empresa, entre ellos, la sostenibilidad, la innovación, la personalización, la perseverancia y la actitud. Además, hizo especial hincapié en la importancia de ser vigilantes y ver las cosas desde diferentes perspectivas. La colabora-

ción y el trabajo en equipo también fueron temas mencionados en la


eventos

conferencia, destacando la importancia de un entorno colaborativo para la mejora de los negocios. Por otro lado, también habló de las cinco fuerzas que estaban transformando el entorno global: el aumento de los mercados emergentes, la presión de los recursos globa-

les, la disrupción de la industria, el envejecimiento de la población y el aumento de las desigualdades. La charla finalizó con un pequeño apunte acerca del negocio: “Antes de llegar a las respuestas correctas, debemos hacer las preguntas correctas”, afirmó el

eventos

presidente de Logoplaste. El evento se convirtió en un encuentro de networking para los asistentes en el que pudieron intercambiar diferentes opiniones y, además, hubo un pequeño cóctel ofrecido por El Corte Inglés después de finalizar la charla. 

ABRIL DE 2020

PUB

AC T UA L I DA D € 45


eventos eventos

Bienvenida empresarial al nuevo embajador de Portugal en España La Cámara Hispano Portuguesa juntó a la comunidad empresarial ibérica para dar la bienvenida a João Mira-Gomes, el nuevo embajador de Portugal en España. Acompañado de representantes del mundo diplomático, político y empresarial, durante su discurso resaltó la vitalidad existente entre los dos países y mostró su compromiso para abrir horizontes nuevos y dinámicos.

L

Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

a presentación oficial en Madrid de João Mira-Gomes ante los empresarios ibéricos, el pasado 9 de marzo, contó con importantes invitados. Este evento coincidió con la reunión en la capital española de la Ministra de Asuntos Exteriores, Unión Europea y Cooperación de España, Arancha González Laya y el Ministro de Negocios de Negocios Extranjeros de Portugal, Augusto Santos Silva, que se unieron a la cita de la Cámara Hispano Portuguesa (CHP). Tampoco faltó la embajadora de España en Portugal, Marta Betanzos Roig, que quiso arropar a su colega. Además se pudieron ver conocidos rostros como el presidente de Repsol, Antonio Brufau, y los ex ministros Javier Solana y Ramón Jáuregui, así como media docena de embajadores. El presidente de la CHP, António Calçada de Sá, fue el encargado de abrir los discursos y mostrar su apoyo al nuevo embajador. Aprovechó su intervención para reiterar el compromiso de esta institución a las relaciones bila-

46 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

terales entre los dos países. “Tenemos una vocación de servicio y apoyo a la empresa y empresarios”, subrayó recordando también que “cuando Portugal y España juntan sus fuerzas somos más importante en Iberia, en Europa y en el mundo”. João Mira-Gomes celebró la feliz coincidencia de esta cena con la reunión de trabajo de los ministros de Exteriores lo cual demuestra la vitalidad que existe entre ambos países “y refuerza lo que hemos venido haciendo hasta ahora, abriendo horizontes nuevos y dinámicos. Nuestros ministros nos abrirán a los desafíos que tenemos que hacer frente en un escenario internacional cada vez más complejo”. El embajador asume su nueva etapa con placer y responsabilidad “por tener que estar a la altura de vuestras expectativas como sucesor de compañeros que dejaron aquí buena huella de su competencia”. Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal destacó el papel de España como “socio privilegiado de Portugal y en la que las

exportaciones españolas suman más que las que se destinan a toda América Latina, Brasil incluido”. También recordó que las dos naciones están abiertas al mundo, “Europa no puede ser una fortaleza cerrada, sino que tiene que estar abierta a hablar con Latinoamérica, África y Asia, continentes con una amplia y larga relación con la península”. La ministra española de Asuntos Exteriores, Unión Europea y Cooperación, Arancha González Laya, fue la encargada de cerrar las intervenciones haciendo alusión a los difíciles tiempos que estaban por venir por causa del coronavirus. “Ha cambiado el escenario y vivimos unos momentos de volatilidad inusitada, descubrimos la fragilidad de nuestras economías, nuestros ecosistemas, de nuestros sistemas financieros”. La receta ante esta situación es la resiliencia, “eso es lo que hacemos cuando los gobiernos se reúnen, lo que hemos hecho desde que tomamos posesión en este cargo”, concluyó. 


eventos

ABRIL DE 2020

eventos

AC T UA L I DA D € 47


Vinhos & Gourmet

vinos & Gourmet

Enoturismo: “Wine pairs with Portugal”

O

Turismo de Portugal investiu 500.000 euros numa campanha de enoturismo sob o lema “Wine pairs with Portugal “ direcionada aos mercados do Reino Unido, Espanha, França, Estados Unidos, Brasil, Alemanha e Canadá. O consumo de vinho no país cresceu devido às compras de turistas e especialistas do setor que dizem que o negócio aumentará nos próximos anos devido à venda de ingressos para adegas e propriedades vinícolas.

O objetivo da campanha é destacar a importância do vinho no país e posicioná-lo como destino de referência e atração para turistas. Para tal foram criados seis filmes diferentes, que convidam a desfrutar de uma experiência de enoturismo: “Wine pairs with Adventure”, “Wine pairs with Art”, “Wine pairs with Discovery”, “Wine pairs with Music”, “Wine pairs with Wellness”. Integrada no Plano de Ação para o

Enoturismo, a campanha é exclusivamente online e estará ativa até ao fim de 2020. “Identificado na Estratégia Turismo 2027, o plano está inserido no ativo estratégico Gastronomia & Vinhos, como um dos ativos qualificadores do destino, o Enoturismo, pelas suas características e valências, possui uma capacidade de atração e retenção de turistas geradores de maior valor para territórios de menor densidade, e ao longo de todo o ano, que importa evidenciar”, lê-se no comunicado do Turismo de Portugal. O programa foi lançado em 2019, e, desde então, foram aprovados cerca de 60 milhões de euros para diferentes projetos relacionados com o setor vitivinícola. Entre outras ações, está previsto o lançamento da plataforma digital “Portuguese Wine Tourism”, anunciada já em 2019. O portal especializado Tourism Review observa que o consumo de enoturismo em Portugal poderia aumentar em 20%, no entanto os efeitos da pandemia Covid-19 obrigarão a repensar a estratégia de promoção do setor. 

Vinhos portugueses truinfam no Japão O s vinhos portugueses venceram oito medalhas de ouro duplas, 43 medalhas de ouro e 25 medalhas de prata no Sakura Japan Women’s, uma das mais relevantes competição de vinhos da Ásia, cuja sétima edição foi realizada no passado mês de fevereiro no Japão. O júri é composto exclusivamente por mulheres especialistas em vinho (sommeliers, chefes, jornalistas e comerciantes de vinho), que atribuiu a Portugal o total de 76 medalhas. O concurso contou com 4.333 vinhos de 29 países diferentes que foram avaliados por 560 juízes. Entre os premiados, destaque para o

48 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

vinho tinto Periquita Reserva 2016 do produtor José Maria da Fonseca, que recebeu o “Troféu Diamante”. O vinho Marquês Marialva – Reserva, dos parceiros Portugal Liquoroso e Adega Cooperativa de Cantanhede também recebeu um prémio pelo melhor vinho fortificado. O Alvarinho Quintas de Melgaço também venceu uma medalha de ouro. Os vinhos premiados nesta competição são disponibilizados aos consumidores japoneses em supermercados e diferentes lojas de vinho. Além disso, também são servidos em restaurantes. No caso do Japão,

o vinho é de grande importância nas principais cidades, mas o objetivo é que os vencedores também possam expandir o seu negócio nos mercados asiáticos. 


vinos & Gourmet

Vinhos & Gourmet

O aroma é a nova técnica para avaliar a qualidade do vinagre no vinho

O

cheiro tornou-se uma ferramenta fundamental para avaliar a qualidade do vinagre no vinho. Através dele, estabeleceu-se uma tabela de aromas e atributos para caracterizar cada vinagre de vinho. O estudo foi reali-

zado pela equipa de pesquisa do grupo Derivados da Uva da Universidade de Sevilha, juntamente com o Instituto da Universidade de Copenhaga. O objetivo principal é identificar os cheiros típicos de cada vinagre, para ver quais são as suas principais características e propriedades. Desta maneira, pode ser produzido um relatório de avaliação. Vários especialistas identificaram a variedade de compostos aromáticos que servem para identificar a qualidade do vinagre. Esta

pesquisa pode ser aplicável não apenas ao vinho, mas a outros tipos de alimentos. Acresce que com este sistema de avaliação, os métodos de produção podem ser personalizados. Ao fazer o estudo, os especialistas identificaram 103 compostos aromáticos nas amostras analisadas de vinagres de vinho da Espanha. Destas amostras, 69 foram selecionadas como aromas que causaram impacto, ou seja, como aromas que se destacaram da amostra e que influenciaram o aroma geral. Para a realização desta pesquisa foram usadas várias técnicas analíticas e sensoriais. O objetivo dessas técnicas é identificar primeiro os aromas existentes na amostra de vinagre e depois analisar a sua composição, para poder dividi-los por categorias ou famílias. 

Marcolino Sebo com quatro medalhas no concurso “Mundus Vini” O Visconde de Borba Reserva Tinto (na foto) e o Quinta da Pinheira, ambos colheita de 2016, são os vinhos do produtor borbense Marcolino Sebo distinguidos com medalha de ouro no recente concurso “Mundus Vini”, realizado na Alemanha. Outras duas medalhas, mas estas de prata, foram atribuídas ao Visconde de Borba Reserva Branco 2018 e ao QP Chardonnay Premium 2018 no prestigiado certame. O concurso “Mundus Vini 2020” contou com a participação de cerca de 7.500 vinhos, tendo como painel de prova 268 especialistas em vinhos de 54 países diferentes, que atribuíram cerca de três mil

medalhas (43 medalhas Grande Ouro, 1 546 medalhas de Ouro e 1 406 medalhas de prata). A Marcolino Sebo Wines And Oils conta com mais de 30 anos dedicados à vitivinicultura, e, desde 2000, tem igualmente vinificação própria. Tem 140 hectares de vinha, divididos em sete parcelas, entre Borba e Estremoz, em solos predominantemente argilo-calcários. Esta adega vem acumulando, ao longo dos anos, prémios e prestígio internacional nas principais, mais exigentes e distintivas competições do setor em todo o mundo.  Textos Maria De Maintent maria@ccile.org Fotos DR ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 49


Setor automóvel sector automóvil

Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com

Fiat 500 elétrico

A histórica unidade de Mirafiori, em Turim, irá receber a linha de produção do futuro Fiat 500 elétrico, cuja apresentação acontecerá em 2020.

N

Fotos DR

o preciso dia em que cele- e até local de produção distinto, Itália ca, como também revelou o que esperar da Fiat nos próximos anos. bra o seu 120º aniversário, a ao invés da Polónia. Em relação à nova plataforma elétrica, A produção do novo Fiat 500 elétrico Fiat instala o primeiro robot da linha de produção do já tivemos um vislumbre da mesma, no está prevista para começar no segundo futuro Fiat 500 elétrico, na último Salão de Genebra, com a apre- trimestre de 2020. A apresentação eshistórica unidade de Mirafiori, Turim, sentação do Centoventi, um concept tava prevista para o Salão de Genebra, em Itália, que também celebra este ano que surpreendeu, servindo não só para que estava agendado para o passado o seu 80º aniversário. comemorar o 120º aniversário da mar- mês de março, mas foi cancelado, deAo contrário do atual 500 e que deriva vido à situação de emergência santária. O novo modelo insere-se num plano diretamente do Fiat 500 e que é vendide investimento de cinco mil milhões do em partes dos EUA — uma converde euros para os anos 2019-2021, essão efetuada pela Bosch —, este novo tando previstos treze novos ou atualiza500 elétrico será um modelo distinto, dos modelos, com foco nos segmentos assente sobre uma plataforma dedicada, A e B — segmentos históricos onde a da qual derivarão uma família de modeFiat tem tido sempre uma presença forlos elétricos. te —, e também na eletrificação. Isto significa que nos próximos anos O grupo FCA tardou a apostar na eleteremos à venda em paralelo o Fiat 500 trificação, mas o processo ganhou tração que já conhecemos, apenas com moneste ano. Não só teremos um Fiat 500 tores de combustão interna, com este elétrico, como recentemente foi dada a novo Fiat 500 elétrico, de base distinta 50 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020


sector automóvil Setor automóvel

conhecer uma Fiat Ducato elétrica. Por esta, poucos esperariam. Do novo 500 elétrico era expectável uma autonomia na ordem dos 200 km, mas eis que, segundo a Quattroruote, a Fiat supera largamente a concorrência. Da Mini à Honda. O novo Fiat 500 elétrico era uma das mais aguardadas revelações para a edição deste ano do Salão de Genebra. Contudo, o cancelamento do certame devido ao coronavírus não impedirá a marca transalpina de cumprir a agenda e de dar a conhecer ao mundo o seu novo citadino exclusivamente a bateria. A revelação estará por horas e, ao que avança a sempre bem informada publicação italiana Quattroruote nestas matérias, a Fiat não investiu 700 milhões de euros no desenvolvimento deste projeto sem objetivos muito concretos. Afinal de contas, 500 e Panda são os dois bestsellers do fabricante italiano que, se

os quer manter como pedras angulares da sua estratégia de crescimento, tem de superar a concorrência. E tudo indica que assim será com o novo 500 elétrico. De acordo com a referida publicação, o novo 500 começa desde logo por marcar pontos ao usufruir de uma plataforma específica. Por fora e por dentro, até pode parecer o 500 de sempre, mas a essência muda por completo. A plataforma é específica para alojar os acumuladores, nem mais nem menos do que um pack de baterias de iões de lítio com 42 kWh de capacidade, destinados a alimentar um motor elétrico de 87 kW (118 cv), capaz de impulsionar o citadino dos 0-50 km/h em 3,1 segundos e de 0-100 km/h em nove segundos, estando a velocidade máxima limitada a 150 km/h. A tudo isto – e a um estilo que continua a ser icónico, como provam os resultados de vendas ao fim de onze

anos no mercado – o novo 500 acrescenta um dado que tende a ser muito valorizado pelos utilizadores: 320 km de autonomia, de acordo com o método europeu de homologação de consumos e emissões WLTP. Em termos de comparação, considerando o look retro e a alegada vocação citadina, o novo Mini Cooper SE anuncia 270 km de autonomia (bateria de 32,6 kWh) e o Honda e não vai além de 222 km, ou 210 com os pneus mais largos (bateria de 35 kWh). A confirmarem-se oficialmente estes dados, a Fiat supera o Mini em 50 km e o Honda praticamente pelo dobro… Outro argumento que vai ao encontro dos “tradicionais” requisitos dos utilizadores desta classe de veículos prende-se com a possibilidade de o 500 elétrico aceitar carga rápida em DC até 85 kW, o que lhe permite ganhar 50 km de autonomia em escassos cinco minutos. Passados 35 minutos, o acumulador fica a 80%.  PUB

Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 51


ciência e tecnologia

Ciencia y tecnología

Recursos humanos deverão evoluir aliados às tecnologias

A

Seresco Portugal, empresa especialista em processamento salarial, salienta o facto da necessidade de qualquer empresa se manter atual, num mercado em que o ritmo é vertiginoso, e todos os dias surgem novas ideias, novas tecnologias e novos talentos. Por isso, a marca destaca que a esfera de intervenção de um departamento de Recursos Humanos deverá estar aliada à tecnologia, e que este é um dos grandes pilares de desenvolvimento que as empresas devem considerar na sua transformação digital.

O mercado de RH evolui também ele todos dias, e tornar-se-á cada vez mais flexível e mais virtual. O teletrabalho, a par com o o trabalho flexível, será uma das formas de trabalho que irá ter mais peso, diz a Seresco, num mundo global, com equipas multiculturais, multigeográficas, que esperam que as organizações sejam fiéis aos seus valores, como um fator de retenção de talento. “A transformação digital, aliada a uma forte base de desenvolvimento em cibersegurança, é, por isso, essencial para garantir a confidencialidade de dados sensíveis e pessoais. A monitorização e vigilância proativos e abrangentes dos sistemas de cada empresa, a inteligência perante as potenciais ameaças, a análise de malware, a resposta atempada e estudada a incidentes e análise de riscos são serviços fundamentais”, adianta a empresa.

Por outro lado, a Seresco alerta que “as tecnologias podem vir a tornar bastantes tarefas mais automatizadas o que implicará seguramente o desaparecimento de postos de trabalho ou alterações significativas na recondução das tarefas. Os profissionais terão forçosamente de se adaptarem a esta nova era, para conseguirem continuar a manter-se atuais e aptos para o mercado de trabalho (sendo que já começámos a sentir transversalmente essa necessidade), quer nas profissões que já desempenham com formação complementar e contínua, quer para novas no caso de as suas serem eliminadas como fruto da seleção natural, através de formação de re-skillling”. Por tudo isto, defende a Seresco, os próximos anos serão de restruturação, de readaptação, tanto para as organizações como para os próprios profissionais, na preparação de um mercado de trabalho futuro mais virtual, mais tecnológico e consequentemente mais automatizado. 

WhatsApp quer acabar com as fake news e vai integrar pesquisa da Google A rede WhatsApp continua a fazer vários esforços contra a disseminação das camadas fake news. São várias as medidas já conhecidas e as novidades que foram sendo criadas para impedir que estas alastrem na sua rede. Para aumentar ainda mais esta segurança há uma nova medida que vai em breve surgir. Em breve vai passar a ser possível fazer pesquisas sobre os links e informações que forem recebidas. Ainda está só em testes, mas há uma novidade presente na mais recente versão do WhatsApp para Android. Foi adicionada nesta versão, mas ainda não pode ser usada pelos utilizadores. Em breve será alargada a todos.

Esta novidade vai ser aplicada sempre que chegar uma mensagem que seja encaminhada por outro contacto. Passará a estar presente uma lupa junto à mensagem, para que seja possível fazer pesquisas na Google sobre o conteúdo recebido pelo utilizador. Não será no primeiro reencaminhamento que esta nova opção vai estar presente, mas sim após esta mensagem ser reencaminhada várias vezes. Assim, fica garantido que apenas as mensagens mais reencaminhadas podem ser consideradas dúbias. Ao clicar nessa lupa, o texto recebido será encaminhado para uma pesquisa do Google, onde o utilizador poderá confirmar se é real e

fidedigna. Assim, as fake news vão ser limitadas e confirmadas. Será sempre pedido ao utilizador que confirme se quer fazer a pesquisa no Google. Além desta novidade, vai haver ainda um reforço nas mensagens mais partilhadas. Os alertas de que a mensagem foi reencaminhada vão ser mais visíveis e assim vão chamar mais a atenção dos utilizadores, que assim podem entender a sua origem. Como dissemos antes, estas são novidades ainda em testes e que não podem ser usadas por todos. Vão ser avaliadas e em breve vão chegar na versão estável do Android. Este é mais um passo importante do WhatsApp para combater as fake news. 

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

52 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020


Ciencia y tecnología

ciência e tecnologia

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 53


intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial luso

español en enero de 2020

E

l comercio hispano portugués arranca el año con fuerte dinamismo a juzgar por los datos oficiales recientemente publicados por DatacomexEstadisticas del comercio exterior español de la Secretaria de Estado de Comercio. Ese informe da cuenta que el comercio bilateral supera los 2.782,6 millones de euros, de los cuales 1.778,8 millones de euros corresponden a las ventas españolas y 1.003,9 millones de euros a las compras españolas a Portugal, ello representa un superávit favorable a España de 774,9 millones de euros y un saldo de cobertura del 177,0 %. Respecto a enero del 2019 se verifican aumentos del 2 % y del 9,8 %, respectivamente. Por lo que a distribución geográfica del comercio exterior español se refiere, la recogida en los cuadros 2 y 3,

el mercado portugués mantiene la cuarta posición en el ranking de los principales clientes de España y la séptima posición entre sus principales proveedores. En dicho periodo, el mercado vecino de Portugal portugués absorbió 7,7 % de la oferta exportadora española y su contribución a las importaciones españolas superó el 3,8 %. En la exportación española se mantienen como principales clientes el mercado vecino de Francia, Alemania y Italia (en conjunto representan el 36% del total de la exportación española), que en este mes de enero alcanzó los 23.142,4 millones de euros. Respecto a las importaciones españolas, que totalizan 26.649,8 millones de euros, Alemania, China y Francia fueron los principales mercados proveedores, con un peso relativo del 31,6%.

Si analizamos la distribución geográfica por comunidades autónomas, Cataluña (5.873,3 millones de euros de ventas y 7.524,6 millones de euros de compras) encabeza el ranking tanto de las ventas como de las compras a Portugal con una cifra que supera los 13.397,9 millones de euros, seguido de Madrid con 7.579,6 millones de euros (2.303,5 millones de euros y 5.276,1 millones de euros) y Andalucía con 5.342,7 millones de euros (2.685,0 millones de euros y 2.657,7 millones de euros). Si desglosamos la distribución geográfica por provincias españolas, Barcelona asume el liderazgo en lo que a las ventas españolas se refiere con un total de 293,6 millones de euros, seguida de Madrid con 285,6 millones de euros, la provincia de Pontevedra con 133,2 millones de euros, A Coruña con 119,1 millones

Balanza

1. Balanza comercial España - Portugal en 2020 VENTAS ESPAÑOLAS 20

COMPRAS ESPAÑOLAS 20

VENTAS COMPRAS Cober 20 % ESPAÑOLAS 19 ESPAÑOLAS 19

Saldo 19

Cober 19 %

1 742 735,34

913 960,29

828 775,04

190,68

feb

1 706 821,40

873 899,16

832 922,24

195,31

mar

1 812 053,31

984 166,48

827 886,83

184,12

abr

1 810 815,75

906 315,91

904 499,83

199,80

may

1 951 251,80

999 087,41

952 164,40

195,30

jun

1 894 918,30

892 750,62

1 002 167,69

212,26

jul

1 888 569,00

1 057 136,40

831 432,60

178,65

ago

1 572 644,63

694 691,19

877 953,44

226,38

sep

1 809 737,87

1 004 127,43

805 610,44

180,23

oct

2 077 533,09

1 104 109,06

973 424,03

188,16

nov

1 868 799,77

1 020 269,73

848 530,05

183,17

dic

1 769 405,43

973 285,64

796 119,79

181,80

21 905 285,70

11 423 799,32

10 481 486,38

191,75

ene

Total

1 778 762,75

1 778 762,75

1 003 845,34

1 003 845,34

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

54 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

Saldo 20 774 917,41

774 917,41

177,19

177,19


Rankings 2.Ranking principales paises clientes de España 2020

de euros, Guadalajara con 78,0 y en la sexta posición la provincia de Valencia con 62,3 millones de euros. En relación con las compras españoles, Madrid ocupa el primer puesto con 168,3 millones de euros, seguido de la provincia de Barcelona con 135,2 millones de euros, Pontevedra con 81,4 millones de euros, A Coruña 61,9 millones de euros, Valladolid 55,6 millones de euros, y Valencia 49,7 millones de euros, en la sexta posición. A su vez, las principales provincias compradoras a Portugal fueron Madrid, con 1.076.445,9 millones de euros, seguido de la provincia de Barcelona con 871.603,3 millones de euros, A Coruña con 633.783,9 millones de euros, Pontevedra con 505.583,8 millones de euros, Valencia 372.138,9 millones de euros y la provincia de Valladolid con un volumen de compras que supera los 227.099,6 millones de euros. Por lo que a la distribución sectorial del comercio bilateral se refiere y según el código Taric (Clasificación arancelaria integrada de los países comunitarios), la partida 87-Vehiculo automóviles, tractor lidera tanto las ventas (186,2 millones de euros) como las compras españolas (131,9 millones de euros). En el ranking de los principales productos vendidos por España destacan la partida 85Aparatos y material eléctricos (142,0 millones de euros) y en la tercera posición la 84-Máquinas y aparatos mecánicos (115,2 millones de euros). En la demanda española destacan asimismo la 27-combustibles, aceites minerales (114,9 millones de euros) y la 84-Máquinas y aparatos mecánicos (76,4 millones de euros). Este conjunto de cuatro partidas con una cifra global de 889,2 millones de euros representa el 30 % del comercio bilateral. 

Orden País

Importe

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal 2020 Orden Sector

Importe

1

001 Francia

3 679 200,48

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

131 858,58

2

004 Alemania

2 677 964,00

2

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

114 915,64

3

005 Italia

1 889 473,45

3

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

76 430,58

4

010 Portugal

1 778 762,75

4

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

68 266,35

5

006 Reino Unido

1 542 931,32

5

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

42 656,09

6

400 Estados Unidos

982 810,68

6

94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

36 386,44

7

003 Países Bajos

910 366,21

7

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

36 190,75

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

35 293,47

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

8

204 Marruecos

674 306,66

8

9

017 Bélgica

653 802,60

9

10

060 Polonia

535 863,82

11

720 China

525 831,07

12

039 Suiza

466 643,95

13

952 Avituallamiento terceros

361 041,76

14

052 Turquía

336 708,44

15

412 México

309 298,52

16

951 Avituall.y combust.intercambios comunitarios

285 573,52

17

732 Japón

227 340,54

18

061 República Checa

212 385,53

19

038 Austria

202 809,53

20

508 Brasil

195 116,61

SUBTOTAL

18 448 231,43

TOTAL

23 142 387,83

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

3.Ranking principales paises proveedores de España 2020 Orden País

Importe

1

004 Alemania

3 003 303,18

2

720 China

2 730 497,01

3

001 Francia

2 684 977,01

4

400 Estados Unidos

1 627 788,99

5

005 Italia

1 515 536,19

6

003 Países Bajos

1 137 960,76 1 003 845,34

7

010 Portugal

8

006 Reino Unido

852 414,46

9

204 Marruecos

641 314,20

10

052 Turquía

637 173,80

11

017 Bélgica

633 159,16

12

060 Polonia

521 439,72

13

664 India

426 770,56

14

208 Argelia

420 332,80

15

061 República Checa

367 069,58

16

075 Rusia

366 259,02

17

288 Nigeria

353 256,24

18

732 Japón

344 047,66

19

632 Arabia Saudí

325 871,47

20

412 México

316 203,57

SUBTOTAL

19 909 220,72

TOTAL

26 649 854,99

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

31 596,11

TOTAL

1 003 845,34

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal 2020 Orden Sector

Importe

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

186 221,00

2

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

142 020,09

3

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

115 240,88

4

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

95 421,28

5

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

87 241,24

6

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

64 597,82

7

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

61 969,08

8

62 PRENDAS DE VESTIR, NO DE PUNTO

56 747,95

9

15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA

49 752,31

TOTAL

1 778 762,76

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

6.Evolución del intercambio comercial 2020

7.Ranking principales cc.aa proveedoras/clientes de Portugal 2020 CC.AA.

VENTAS ESPAÑOLAS 19

COMPRAS ESPAÑOLAS 19

Cataluña

5 873 291,10

Cataluña

Andalucía

2 684 979,36

Madrid, Comunidad de

7 524 631,04 5 276 122,35

Comunitat Valenciana

2 428 830,97

Andalucía

2 657 709,76

Madrid, Comunidad de

2 303 493,56

Comunitat Valenciana

2 397 017,80

País Vasco

1 967 773,18

Galicia

1 677 986,15

Galicia

1 780 593,21

País Vasco

1 573 664,22

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 55


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas

Oportunidades de

negócio à sua espera

BUSCAN

REFERENCIA

Empresas españolas de distribución de materiales de construcción, en particular artículos sanitarios

DP190701

Agentes comerciales en el área de moldes y inyección de plástico

DP190702

Empresas españolas fabricantes de hilo acrílico / lana

DP190703

Empresas españolas de material agricola

DP190801

Empresas de fabricación de productos rotomoldeados

DP190802

Empresas fabricantes de utensilios de jardinería domesticos

DP190901

Empresas españolas que puedan aportar tecnologias a la agricultura portuguesa

DP200101

Fabricantes de artículos para fiestas de niños

DP200201

Distribuidores de infusiones y tés

DP200301

Oferta de trabajo para el cargo "Team Leader" - Mercado español

OP200301

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Empresas portuguesas fabricantes de cosméticos Empresas portuguesas fabricantes de toalhas Empresas portuguesas de calçado Empresas portuguesas distribuidoras de cafés de Africa, Brasil e Timor Empresas que vendam roupa usada e também panos para limpeza Empresas portuguesas no sector industrial Agente comercial no mercado de artigos de cozinha para casa

DE190701 DE190702 DE190801 DE190802 DE191001 DE191002 DE191003

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

56 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020


oportunidades de negocio

oportunidades de negĂłcio

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D â‚Ź 57


calendário fiscal calendario fiscal >

S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 F 26 27 28 29 30

Abril Declaração a enviar/Obrigação

Prazo Imposto Até

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

Observações

10

IVA

Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em fevereiro/2020

Contribuintes do regime normal mensal

10

Segurança Social

Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de março/2020

Entidades empregadoras

10

IRS/IRS

Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a março/2020

Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)

15

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em março/2020

Sujeitos passivos do IVA

15

IVA

Pagamento do IVA apurado Declaração periódica mensal de fevereiro/2020

20

IRS/IRC/ SELO

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em março/2020

Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo

No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o pagamento das retenções na fonte poderá ser efetuado em prestações

20

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a março/2020

Entidades empregadoras

No âmbito das medidas relativas ao Covid 19, pode haver suspensão do pagamento de contribuições nas situações de lay-off.

20

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em março/2020

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados Membros quando tais operações se considerem aí localizadas.

20

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas no 1º trimestre/2020

Contribuintes do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens não tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados Membros quando tais operações se considerem aí localizadas.

20

SELO

Envio da declaração mensal de Imposto do Selo relativa a Janeiro, Fevereiro e Março/2020

Sujeitos passivos de Imposto do Selo

Esta nova declaração é aplicável aos sujeitos passivos quer estes tenham liquidado Imposto do Selo quer só tenham realizado operações isentas

30

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em fevereiro/2020

Entidades devedoras dos rendimentos

Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente

30

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado em 2019 noutro Estado membro da EU

Sujeitos passivos do IVA

Pode ainda ser enviada até 30 de setembro

58 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

- Por transmissão electrónica de dados (facturação electrónica), em tempo real, através do Webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT. No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o pagamento do IVA poderá ser efetuado em prestações


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

BE190127

M

BE190128

F

BE190129

F

Data de Nascimento Línguas INGLÊS/ FRANCÊS 24/03/1971

Área de Atividade ASSISTENTE DE OPERADOR FINANCEIRO

INGLÊS/ FRANCÊS/ ALEMÃO

ENGENHARIA AGRÓNOMA

FRANCÊS/ ESPANHOL

PROFESSORA DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA

BE190130

F

18/12/1992

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS

LOGÍSTICA

BE190131

M

01/11/1982

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS

CONSULTOR DE NEGÓCIOS

16/11/1992

BE190132

F

ESPANHOL/ INGLÊS/PORTUGUÊS

ADMINISTRATIVA

BE190133

F

ESPANHOL/ INGLÊS

TÉCNICO DE RECURSOS HUMANOS

BE190134

F

ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS

PEDAGOGA EM RECURSOS HUMANOS

BE190135

F

ESPANHOL/ CATALÃO/ PORTUGUÊS/ INGLÊS

JORNALISMO

BE190136

F

ESPANHOL/ CATALÃO/ PORTUGUÊS/ INGLÊS

MARKETING E COMUNICAÇÃO

BE190138

F

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

SECRETARIA DIREÇÃO E ATENÇÃO AO CLIENTE

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

PUB

novembro de 2014

ac t ua l i da d € 59


espaço de lazer

espacio de ocio

Primera apertura de una galería de arte portuguesa en España La galería Carrasco abre en Madrid un espacio para aportar algo nuevo y diferente al mundo del arte. Un proyecto inaugurado con la exposición Construyendo un país, de dos fotógrafos de Mozambique.

H

Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

ace tres años Pedro Carrasco to de varias marcas portuguesas exitointercambió sus 30 años de sas. “Mantuve una mente juvenil y una actividad profesional en el pasión casi juvenil por los proyectos, mundo del diseño y la comu- todo el tiempo. Al ser creativo, genenicación por su pasión por el ralmente atraía mi primera atención al arte. Abrió entonces su primera galería pensamiento conceptual y la investigaen Lisboa, casualmente en un pequeño ción de cada proyecto. A menudo estuve callejón de la capital lusa que tiene por involucrado hasta la producción porque nombre su apellido: Beco do Carrasco. podía mezclar mis habilidades técnicas Una galería pequeña desde donde ha y mentalidad creativa, entregando el querido aportar su forma de entender mejor proyecto”, indica el galerista. En esta nueva etapa profesional Pedro el arte, poner su sello personal que ahora traslada a Madrid. En la capital Carrasco espera que ambas galerías de España ha elegido la zona de Alonso «sean complementarias». Su apertura en Martínez para instalar su segunda gale- Madrid coincidió con la última edición ría con la que expande su negocio a de ARCO, a finales del pasado mes de otros mercados. “Es la primera galería febrero. “Realizamos una inauguración portuguesa en Madrid y por ello creo con un grupo restricto de personas y que la oportunidad de negocio será coincidiendo con ARCO tuvimos dos eventos”, explica Carrasco. Para la primás fácil de alcanzar”. Desde 1990 Pedro Carrasco ha tra- mera exposición de este espacio ha elegibajado con marcas internacionales clave do a los fotógrafos de Mozambique Félix en la industria, como la farmacéutica, Mula y Filipe Branquinho, “dos artistas de seguros y minoristas, así como en de lengua portuguesa sin ser portugueses, el cambio de marca y el lanzamien- del África negra, fotógrafos, nada nor-

60 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020

mal en el mercado español. Creo que era más interesante que empezar por artistas españoles o portugueses. Elegiremos a los artistas porque son buenos, no por su nacionalidad”, puntualiza Carrasco. Construyendo un país es el nombre de la exhibición que relata a través de tres series la historia de la aparente imposibilidad de superar un periodo poscolonial marcado por la miseria absoluta. El espacio de Madrid “no es el habitual para una galería, las paredes no están pintadas de blanco, por ejemplo. Es un edificio de finales del siglo XIX, un apartamento grande con alguna historia que permite proximidad. Además cuenta con una cocina grande que nos permite realizar eventos, y también una terraza”. La inesperada llegada del Coronavirus ha obligado a cerrar ambos espacios, en Madrid y Lisboa, pero el trabajo continúa de puertas para dentro. “Hay mucho trabajo que hacer, aunque esto no estaba previsto. Tenemos una actividad programada para este año, aunque es abierta, lo que nos permite ir cambiando el orden. Nos iremos adaptando según evolucione la situación”, reconoce el galerista. 


espacio de ocio

espaço de lazer

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 61


espaço de lazer

espacio de ocio

Casa Marcial, el emblema de la

cocina asturiana

Los hermanos Manzano levantaron hace 25 años un restaurante en la casa que les vio nacer y donde su familia comenzó a servir comida. Ahora es una referencia de la alta gastronomía española y cuenta con dos estrellas Michelin y tres Soles Repsol.

L

Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

ejos del bullicio de las ciudades, en rincones de todo el país, también se puede disfrutar de la alta cocina. Es el caso de la aldea de La Salgar, en Arriondas (Asturias), donde apenas viven 15 personas. En este recóndito lugar está Casa Marcial, con dos estrellas Michelin y tres Soles Repsol, donde nacieron y crecieron los hermanos Manzano. En la misma casa donde su abuela vendió productos y donde sus padres, en la década de los 80, regentaban una casa de comida por encargo, ellos abrieron en 1993 un restaurante. Nacho y Esther, en la cocina, Sandra como maitre y Olga en la administración. “Casa Marcial nos vio trastear en los fogones de nuestra madre, aquí aprendimos de nuestro padre el valor de la hospitalidad, del servicio y de la satisfacción de convertir a clientes en amigos. Nuestras abuelas nos legaron las recetas y el amor por la cocina y

62 act ualidad€

abril de 2020

nuestros padres nos imprimieron el respeto por la naturaleza y por los productores locales”, explican los hermanos Manzano. Es una casa con duende, donde han pasado muchas cosas hasta convertirse en el restaurante que hoy es. Fue salón, bar y allí se organizaron concursos de cartas donde también se bebía y bailaba. En 1996 empezaron a dar un giro al restaurante, con una propuesta diferente a la habitual y dos años después llegó la primera estrella Michelin. La segunda fue en 2010, lo que

supuso todo un hito al tratarse de un local tan escondido. En Casa Marcial cocinan el paisaje que les rodea. Asturias tiene grandes recursos naturales, una herencia y riqueza gastronómica enorme, estaciones muy marcadas, materia prima de calidad única y grandes productores locales dedicados, íntegros y respetuosos con el medio ambiente. “Estos productores, agricultores, ganaderos, pescaderos y artesanos son el motor del desarrollo rural y la verdadera esencia de nuestra cocina, muy arraigada a la


espacio de ocio

tierra, al entorno que nos rodea y al respeto a los productos y productores locales”, explican desde el restaurante. “Buscamos platos basados en una cocina de inmediatez y frescura, que respeta la tradición e introduce una evolución técnica y creativa, despertando en el cliente nuevas y viejas emociones a través de su memoria gustativa”, añaden. La cocina de esta casa es una prolongación de su manera de entender la vida, exprimiendo la localización y la tradición como punto de partida para crear nuestro propio lenguaje culinario. “Ahondamos en nuestro legado gastronómico, las raíces, la estacionalidad y la integridad del producto para evocar al recuerdo a través del paladar, aportando un elemento de sorpresa y modernidad. El entorno y nuestro sello personal se verá reflejado en la experiencia sensorial y gastronómica que el cliente disfrutará en nuestra casa”. Los menús de este año son muy especiales donde el protagonista es el producto y el entorno. Uno de ellos se llama Mejor al Revés, siguiendo la línea de la ponencia que presentó Nacho Manzano en Madrid Fusión y cambiando el orden de los platos y el maridaje, empezando por los platos más contundentes y finali-

espaço de lazer

zando por los más livianos. El menú Volver a casa divide los platos en cinco bloques Nacho tuvo claro desde joven que que responden a la historia y la se quería dedicar a la cocina y aunmemoria gustativa de los cocineros y que trabajó en otros lugares tenía del entorno en el que viven. El otro siempre claro que quería volver a menú se llama Viaje de Vuelta y sigue su casa. Ahora tanto él como su también ese concepto de arraigo al hermana son unos de los cocineros entorno e historia de los Manzano. más representativos de la gastronoAlgunas de sus propuestas son; fabes, mía española y uno de sus mayores maíz, patata, azafrán y yema de aldea; embajadores. Abrieron un segundo callos cocinados en pieles de bacalao y restaurante de alta gastronomía, La garbanzos de árbol; cococha, aguacate Salgar y también trabajan la cocina asturiano, codium y perejil; navaja en más tradicional, popular y de tapeo conserva de alga, kombucha y ten- a través de sus propuestas más casuadón de vaca, y alcachofa cocinada en les como sus restaurantes Gloria o caldo de almejas. su participación desde hace más de diez años en Ibérica Restaurants, una de las mayores enseñas de la cocina española que cuenta con ocho restaurantes en el Reino Unido. Estar en un rincón escondido del país dificulta muchas veces el trabajo de un equipo que llega a ser de 20 personas en la época alta. Hay noches sin clientes, pero a pesar de todas las dificultades han sabido a lo largo de todos estos años seguir con la creatividad y ofrecer un gran servicio. 

Foto siro Garcia

Casa Marcial La Salgar, s/n, 33549 Arriondas, Parres, Asturias reservas@casamarcial.com Tel: 00 34 985 840 991

ABRIL DE 2020

AC T UA L I DA D € 63


espaço de lazer

espacio de ocio

Agenda cultural Música

“O Método”, o novo disco de Rodrigo Leão

Lançado no passado mês de fevereiro pela editora BMG de Espanha “O Método” é mais recente trabalho de Rodrigo Leão, um dos mais aclamados compositores portugueses da atualidade, que também é autor da ilustração da capa do CD. “O músico e compositor português assinou, pela primeira vez na sua carreira, um contrato direto com uma editora internacional, a BMG Espanha, depois de, ao longo dos anos, ter visto alguns dos mais importantes títulos da sua discografia serem licenciados para distribuição em mercados internacionais”, indica o comunicado da editora. O documento acrescenta ainda que “a edição internacional vai resultar de uma coprodução entre a BMG Espanha e a BMG alemã, num registo que “terá Rodrigo Leão a fazer uso mais amplo do piano acústico”. Nascido em Lisboa em 1964, Rodrigo Leão integrou os Madredeus durante 10 anos, antes de se lançar na carreira a solo, que encetou com “Ave Mundi Luminar”, em 1993, pela Sony, editora à qual esteve ligado ao longo de múltiplos discos. Desde então, já trabalhou com nomes como a vocalista de Portishead, Beth Gibbons, ou os músicos Ryuichi Sakamoto e Ludovico Einaudi. “Os seus 25 anos de música foram comemorados [em 2018] com um ano cheio de projetos de palco e de estúdio que passaram pela retrospetiva de carreira ‘O Aniversário’; o relançamento da banda-sonora de ‘Portugal, um Retrato Social’ sob o título ‘Os Portugueses’; o convite para escrever música para a exposição do Museu Gulbenkian ‘Cérebro — Mais Vasto que o Céu’; e uma longa série de concertos em Portugal e no estrangeiro”, recorda o comunicado.

64 act ualidad€

abril de 2020

Livro

“Do Porto ao Gulag”

José Pedro Celestino Velho (1755-1802), mercador e diplomata portuense, “tornou o Vinho do Porto uma moda, no Império Russo, na segunda metade do século XVIII” e o jornalista José Milhazes conta a história no livro “Do Porto ao Gulag, A Viagem Secular de Uma Família Portuense no Império Russo/Soviético”. O jornalista, que também viveu em Moscovo entre 1977 e 2015, baseou-se em documentos inéditos e anos de pesquisa sobre o comerciante portuense, que se tornou amigo do Czar e do poeta Pushkin. José Pedro Celestino Velho nasceu numa família da classe média portuense e foi nomeado, em 1781, pela Real Companhia Velha para “administrar as compras e vendas dos géneros que a nossa companhia importa e exporta para essas terras”. Não terá sido tarefa fácil, sugere a sinopse do livro: “Quando chega a São Petersburgo, depara-se com dificuldades técnicas tão simples como a inexistência de um armazém para guardar a mercadoria ou o facto de os barcos portugueses não navegarem em águas geladas. O sucesso chegou, contudo, quando começou a servir vinho do Porto nos saraus de música e chás que organizava nos seus palácios, levando cantores líricas tão populares como Luísa Todi, para actuarem na frente do Czar e da aristocracia russa. Acabou por se tornar amigo de Alexandre I, presença assídua, no palácio Tsarskoie Selo, situado nos arredores da cidade de São Petersburgo. Acabaria por ser nomeado Cônsul Português no país e a sua enorme riqueza permitiu-lhe estabelecer-se como banqueiro da corte - em 1797 já tinha abandado os cargos na Real Companhia.” Além da saga de José Celestino Velho, da sua relação próxima com o Czar e da amizade com o poeta Pushkin, “José Milhazes foi à procura dos seus descendentes e descobriu a existência de um neto que desenvolveu e modernizou os serviços postais do Império Russo e dirigiu a polícia política do país. E uma bisneta, a baronesa Maria Ivanovna Velho (1875 1937) que, durante 21 anos, foi dama de honra das duas últimas czarinas russas. Perseguida pela revolução russa acabou por ser fuzilada como ‘inimiga do povo’.” Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, assina o prefácio da obra que pretende também ser uma homenagem à Cidade Invicta: “José Milhazes reconstitui, a partir de uma família, um quadro amplo de relações entre países e culturas, dando-nos a conhecer, através do ilustre José Pedro Celestino Velho e dos seus descendentes, ora notáveis ora desconhecidos, o cruzamento entre povos nas suas relações comerciais, militares, na religião, na política e nos nossos costumes.” José Milhazes nasceu na Póvoa de Varzim em 1958. Além de jornalista, correspondente em Moscovo da SIC, TSF e do jornal Público, é também tradutor de autores clássicos e políticos russos. Doutorado pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, é autor de diversos livros. Viveu em Moscovo entre 1977 e 2015. É atualmente comentador político da SIC, da Antena 1 e colunista do jornal Observador.

Exposição

As esculturas de Giacometti e as fotografias de Lindbergh, no Porto

“Se me perguntassem quais foram os cinco dias mais bonitos da minha vida, aquele com as esculturas de Giacometti seria certamente um dos primeiros três”. O falecido fotógrafo Peter Lindbergh descreveu assim os dias em que teve a oportunidade de fotografar o espólio do escultor Alberto Giacometti, na Fundação do artista em Paris. O MMIPO –Museu da Misericórdia do Porto mostra o resultado desse encontro: uma exposição conjunta, das esculturas de Giacometti e as fotografias de Lindbergh. Pedro Nunes, Diretor do MMIPO, recorda o momento em que recebeu Peter Lindbergh no Porto: “Ele estava muito interessado em perceber todos os detalhes do espaço e na interação entre a exposição e o edifício. Mas fez também questão de conhecer a cidade e as pessoas. Esta exposição é uma homenagem ao seu legado. A sua arte permanecerá.” A mostra “Alberto Giacometti – Peter Lindbergh. Capturar o Invisível” esteve apenas exposta no Instituto Giacometti em Paris, no ano passado, e poderá ser vista até 24


espacio de ocio

de setembro de 2020, no MMIPO – Museu da Misericórdia do Porto. Alberto Giacometti é um dos mais aclamados escultores do séc. XX, tal como Peter Lindbergh é um dos mais notáveis fotógrafos contemporâneos e desde sempre fascinado pela arte de Giacometti. A mostra evidencia “uma notória similitude na forma como representam a realidade”. A exposição acolhe cerca de 110 obras, incluindo esculturas em bronze e desenhos de Alberto Giacometti, bem como fotografias de Peter Lindbergh à coleção. Numa sala exclusiva, estarão em exibição alguns dos mais icónicos retratos da carreira do fotógrafo de moda, entre os quais os protagonizados por Naomi Campbell, Uma Thurman e Julianne Moore. No

espaço de lazer

final da exposição, os visitantes são convidados a provar um cálice de vinho do Porto Taylor’s no bar do jardim do museu. Esta iniciativa resulta de uma nova parceria entre o MMIPO, a marca de vinho do Porto Taylor’s e a Comissária Charlotte Crapts e é inserida no âmbito das comemorações do 5º aniversário do Museu, “é também um tributo ao lendário fotógrafo de moda que morreu prematuramente em setembro de 2019 e que esteve totalmente envolvido no processo de trazer a exposição para o Porto”, explica o comunicado do MMIPO.

Até 24 de setembro de 2020, no MMIPO – Museu da Misericórdia do Porto. Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

Em casa, cultura online Com concertos cancelados, festivais adiados, museus, teatros e salas de cinema encerrados, o setor cultural reinventa a sua forma de chegar às pessoas. Exemplo disso é a UNESCO ao disponibilizar acesso à sua biblioteca digital mundial. Na mesma linha, museus de todo o mundo proporcionam visitas virtuais gratuitas: o espanhol museu do Prado (pinturas dos séculos XVI a XIX, com obras de pintores como Velázquez, El Greco, Rubens, Hieronymus Bosch e Goya); o português Museu Nacional de Arte Antiga, onde está a mais importante coleção pública de arte em Portugal e o maior número de peças consideradas tesouro nacional, disponibiliza visita virtual a quase 40 mil obras de arte; o primeiro museu de arte em Portugal, o portuense Museu Nacional Soares dos Reis, inclui boa parte da obra do escultor com o mesmo nome, agora visitável online; a Pinacoteca di Brera (catálogo online com 669 peças de arte italiana, incluindo obras de artistas como Raphael, Bellini e Titia); Galeria dos Ofícios (um dos museus mais visitados de Itália, disponibiliza visitas online a salas ou temas específicos, bem como ao seu arquivo digital); Museus do Vaticano (guia online detalhado para as coleções dos museus, com visitas em 360 graus e vídeos de muitas das salas); Museu Arqueológico Nacional de Atenas (uma viagem online à Antiguidade Clássica, com artefactos e obras de arte da civilização grega desde os seus primórdios até o fim da romanização); Museu do Louvre (visitas online gratuitas de algumas de suas exposições mais relevantes e visitadas como Antiguidade Egípcia e obras de Michelangelo); também o parisiense Museu D’Orsay permite visita online a obras de Monet, Cézanne, Gauguin, entre outros; Museu Britânico (fundado em 1753, foi o primeiro museu nacional

público do mundo, convidando a entrar, gratuitamente, todas “as pessoas estudiosas e curiosas” para ver máscaras astecas, moedas do período helenístico, esculturas egípcias e gregas, além da Pedra de Roseta e partes do Partenon de Atenas); Metropolitan Museum of Art (o The Met permite explorar a sua coleção de obras de arte da Antiguidade clássica e do Antigo Egito, pinturas e esculturas de mestres europeus, bem como de uma ampla coleção de arte moderna americana); Museu Hermitage (fundado em 1764 pela imperatriz Catarina, a Grande, este é um dos maiores museus do mundo, pelo que a sua visita online permite conhecer obras de quase todas as épocas da história da Arte); Galeria Nacional de Arte (localizada em Washington, abriga obras de arte europeias desde a Idade Média até o século XIX, bem como arte americana anterior ao século XX com obras de Vermeer, Rembrandt, Monet, Van Gogh, Leonardo da Vinci, Picasso, Andy Warhol, Matisse, Jackson Pollock e Alexander Calder). Quem quiser conhecer melhor a arte espanhola, poderá também aceder online aos museus Picasso, ao Museu Dalí, Museu Sorolla, à Fundação Joan Miró, entre outros, que disponibilizam também visitas virtuais. abril de 2020

ac t ua l i da d € 65


espaço de lazer

espacio de ocio

últimas

últimas

Statements Para pensar

“Saúdo a importante decisão anunciada pelo BCE. A UE está a mostrar-se à altura da ocasião no combate a esta pandemia, com ação coordenada” Mário Centeno , Ministro das Finanças, depois de o Banco Central Europeu ter anunciado no dia 18 de março à noite um novo programa de compra de dívida, no valor de 750 mil milhões de euros, para aliviar a situação no mercado da dívida e o impacto económico do surto de Covid-19. Expresso, 19/3/2020

Também os Estados-membros estão a tomar ações duras [devendo ser tomadas mais medidas a nível conjunto para debelar a crise] Idem , ibidem

“Do lado orçamental, tratando-se de um desafio comum, o financiamento do esforço necessário para a resposta sanitária e para as políticas de apoio à economia em cada um dos estados membros deve, por isso, beneficiar de medidas inovadoras e de caráter excecional, como seja a emissão de títulos de dívida comunitários, as denominadas Eurobonds. Trata-se de uma situação claramente talhada para o financiamento no plano comunitário, na medida em que não existe risco moral e o interesse é comum”, defende o governador, partilhando assim uma ideia que tem sido defendida por vários líderes europeus, originando uma nova palavra: “coronabonds”. Carlos Costa , Governador do Banco de Portugal, “Jornal Económico”, 20/3/2020

[Economia portuguesa pode cair este ano até 5% e o desemprego crescer até 10%, se não forem tomadas medidas] Augusto Mateus , economista, adiantando que os setores mais afetados serão o turismo, os transportes, o petrolífero, a banca e o comércio a retalho não alimentar, “Observador.pt”, 19/3/2020

66 ACT UALIDAD€

ABRIL DE 2020




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.