Actualidad
Economia ibérica junho 2020 ( mensal ) | N.º 276 | 2,5 € (cont.)
Gestores
afinam estratégias para retoma da atividade PÁG. 32
Nutea procura novas soluções para tornar o setor agroindustrial português mais competitivo pág. 14
E-coordina: gestão e monitorização de riscos no trabalho ganham importância pág. 16
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Índice
Foto Capa
índice
DR
Nº 276 - junho de 2020
Actualidad
Economia ibérica
Diretora (interina) Belén Rodrigo
Grande Tema 32.
Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca, María de Maintenant (estagiária) e Susana Marques
Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Cecilio Oviedo, Filipe Lobo d’Avila, Luís Filipe Garcia, Manuel Bruschy Martins e Nuno Almeida Ramos Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém
04.
A preparação para o regresso
06.
44.
Portugal depois da emergência e do confinamento - Filipe Lobo d’Avila (Tele)Governo das Sociedades Comerciais: como compatibilizar vida societária e distanciamento social? - Manuel Bruschy Martins
46.
A proteção no desemprego em tempos de pandemia - Luís Filipe Garcia
54.
España y Portugal codo con codo - Cecilio Oviedo
Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong
Calendário Fiscal de junho
Opinião
Nº de Registo na ERC: 117787
As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor.
62.
Editorial
Nº de Depósito Legal: 33152/89
Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org
Gestores afinam estratégias para retoma da atividade
Atualidade 20. Setores com ligação ao turismo são os que mais
sofrem
E mais... 08. Apontamentos de Economia 14. Atualidade 24. Marketing 28. Fazer Bem 44. Advocacia e Fiscalidade 48. Ciência e Tecnologia 52. Vinhos & Gourmet 56. Setor Automóvel 58. Intercâmbio Comercial 60. Oportunidades de Negócio 63. Bolsa de Trabalho 64. Espaço de Lazer 66. Statements
Câmara de Comércio e Indústria
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A preparação para o regresso
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ntre o medo de regressar à Durante o mês de maio, o exercínormalidade e a vontade de cio profissional deverá realizar-se fazer coisas novas, os por- ainda sob o regime de teletrabalho tugueses têm estado caute- sempre que possível. losos e atentos ao evoluir da Em junho, começa uma nova situação sanitária. No entanto, à fase de desconfinamento, em que medida que o mês de maio avança, o regime de teletrabalho pode ser a confiança sobre o controlo da opcional, por parte do trabalhador situação parece estar a regressar à e até estarem garantidas todas as comunidade, que tem procurado questões de segurança por parte avidamente recuperar os seus cos- da empresa para o regresso físico tumes em matéria de consumo, em ao local de trabalho. coisas tão simples como beber um Muitas atividades sociais e ecocafé na rua ou comer uma refeição nómicas poderão ser retomadas, num restaurante. mas só se estiverem garantidas as Mesmo com o estado de calami- questões de segurança para evidade decretado até final de maio tar contágios. Ou seja, a ativida– que mantém, nomeadamente, de económica continuará a estar um dever cívico de recolhimento muito condicionada, nos próximos domiciliário, sendo permitidas as tempos, pela prevenção máxima,
atividades, decisões e deslocações que não impliquem um contacto social alargado–, as autoridades portuguesas procuram incentivar os cidadãos a retomar a sua vida fora de casa aos poucos, por forma a fomentar a economia local. O setor da restauração agradece e promete assegurar todas as normas de segurança para que os clientes se sintam seguros, ao nível da higiene e distância física recomendadas para esta atividade. 4 ACT UALIDAD€
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quer por parte das empresas quer pelo lado dos consumidores. Neste cenário, é de esperar que as atividades que impliquem deslocações físicas a estabelecimentos comerciais sejam evitadas, privilegiando-se os canais online , como salientam os especialistas em marketing e consumo. A tendência veio para ficar e as empresas que ainda não têm um front office digital têm de se adaptar rapidamente a esta nova
realidade. Esta é uma das muitas conclusões e tendências apontadas pelos gestores e economistas ouvidos pela Actualidad durante os webinars promovidos pela Câmara de Comércio e Indústria LusoEspanhola no último mês, curiosamente o mês em que esta Câmara completou 50 anos de existência, meio século de atividade de promoção das relações luso-espanholas. Algumas dessas apresentações encontram-se resumidas no “Grande Tema” deste mês. Para as empresas exportadoras, há ainda que aproveitar oportunidades para fornecer os produtos que deixaram de ser fabricados em muitos outros Estados europeus. Ou que deixaram de ser importados de outros continentes, nesta travagem global. Outra certeza manifestada por estes responsáveis e pelas principais instituições oficiais internacionais, como a Comissão Europeia ou o FMI, sobre a economia portuguesa é que a queda da atividade económica será bastante significativa, devido à travagem verificada no segundo trimestre, mas a partir deste mês já se espera uma melhoria gradual do PIB gerado no país. E, de um modo geral, espera-se que aconteça o mesmo no resto da Europa. Mas mesmo com alguma recuperação, a recessão desencadeada por esta crise sanitária em termos dos rendimentos de famílias e empresas irá perdurar por mais alguns anos. O arco-íris económico terá de esperar, mas a preparação das empresas para os próximos tempos será determinante para o melhor regresso possível. E-mail: cfonseca@ccile.org
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opinião opinión
Portugal depois
da emergência e do confinamento
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mundo, tal como o conhecemos ao longo dos últimos 50 anos, mudou. Hoje, enfrentamos uma crise global com repercussões em praticamente todos os setores da economia mundial. Prevêse uma crise no setor empresarial. Antecipa-se uma crise no mercado de trabalho. Pressentem-se alterações significativas num mercado efetivamente globalizado. Estimase o colapso de algumas áreas que recentemente estavam em expansão. Tudo mudou. Sem que para isso estivéssemos preparados. Esta crise não se resume apenas aos efeitos que inevitavelmente as nossas economias terão de superar. As crises económicas obrigatoriamente provocam danos nas nossas vidas. É, por isso, fundamental responder da forma mais célere e eficaz possível. Ainda que, pelo caminho, as nossas liberdades, direitos e garantias possam sofrer algumas limitações. É verdade que já enfrentámos crises, recessões e depressões no passado, mas também é verdade que nada se aproxima do que estamos a viver. O medo está presente em cada atividade do nosso dia a dia. As nossas rotinas foram alteradas de forma drástica. De tal forma, que uma mera saída particamente obedece a um plano previamente preparado. É neste contexto que temos que voltar a por a economia a funcionar, procurando um equilíbrio entre critérios de saúde pública e critérios e normalização económica e social. No que
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respeita à economia, são já públicas algumas análises e projeções. Nenhuma entusiasma. Pior, todos os indicadores económicos vão em sentido contrário ao que se previa no inicio do presente ano. Vem isto ao caso da seguinte premissa: sabemos o que nos aconteceu. Só não conseguimos antecipar o que pode vir ainda a acontecer. Mais do que um sentimento de esperança, por mais válido que seja, é preciso começar a preparar o futuro. É urgente recuperar a economia. É imprescindível restabelecer a confiança das pessoas. A par do que foi seguido por praticamente todos os países europeus, o Governo português assumiu como prioridade a defesa intransigente da saúde pública. Tivémos o tempo como vantagem, o que nos permitiu perceber o que acontecia noutras geografias onde o inimigo chegou primeiro. Essa vantagem permitiu também perceber a importância de adoptar medidas preventivas. E, sobretudo, ficámos compreensivelmente assustados com os relatos que entretanto nos chegavam de locais não tão distantes como à primeira vista poderiam parecer. A frase mirabolante dos responsáveis da nossa saúde de que o vírus não chegaria a Portugal foi rapidamente ridicularizada pelos acontecimentos. É justo reconhecer que os portugueses foram exemplares na resposta dada. A reabertura da economia com um vírus ainda presente vai seguramente colocar à prova a nossa capacidade de resiliência e de
Por Filipe Lobo d’Avila*
adaptação. Nos próximos meses, dif icilmente abdicaremos de alguns cuidados de saúde pública no regresso ao trabalho (e mantendo, quando possível, o teletrabalho) e no regresso a uma nova normalidade social. O contexto e as circunstâncias levantam naturalmente um conjunto de questões de âmbito jurídico, que, primeiro, é preciso identificar e, segundo, apresentar propostas que sejam claras e que respondam às naturais preocupações que afetam os agentes económicos. Organização do trabalho, métodos de trabalho, transformações digitais, controlos sanitários em local de trabalho ou mesmo cuidados contratuais a reter numa qualquer negociação contratual, só para referir alguns exemplos. Tudo isto implicará soluções obrigatoriamente multidisciplinares e inovadoras, uma vez que os problemas que agora começam a ser identificados atravessam várias, se não todas, as áreas operacionais das empresas. São estes os novos tempos e os novos desafios. Se aos agentes económicos é pedido que olhem para novas oportunidades de mercado e que regressem gradualmente às suas atividades sem descurar cuidados de saúde pública, ao mundo jurídico será seguramente pedido que consiga produzir soluções inovadoras e f lexíveis para tempos tão exigentes como desafiantes. * Country manager da Rödl & Partner E-mail: filipe.avila@roedl.com
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apontamentos de economia apuntes de economÍa
Lucros da EDP sobem 45% no primeiro trimestre do ano em comunicado emitido à Comissão da empresa executada no período (-45 do Mercado de Valores Mobiliários. A milhões de euros)”. Excluindo este efeito empresa sublinha que os resultados em e o pagamento da contribuição extraoranálise tiverem “um impacto reduzido dinária sobre o setor energético (CESE) do período de confinamento associado – no valor de 61 milhões de euros–, à pandemia covid-19, que teve início o resultado líquido recorrente registou nos nossos principais mercados em uma subida de 51%, para os 252 milhões meados de março”. de euros. O EBITDA seguiu a mesma tendência, Por outro lado, a operadora elétrica crescendo 6%, para os 980 milhões de destaca que os resultados traduzem euros. também o “impacto positivo da gestão No mesmo comunicado, a EDP lembra proativa da dívida nos últimos trimestres, que estes resultados comparam com num contexto de taxas de juro baixas e um período que tinha sido fortemente trajetória descendente das mesmas no penalizado por um volume de produção Brasil no último ano, que contribuiu para de energia hídrica anormalmente baixo. uma redução do custo médio de dívida Em Portugal, atingiu níveis 48% inferio- para 3,4%. No final de março, a dívida A EDP obteve no primeiro trimestre res à média histórica. liquidada EDP situava-se em 12,7 mil de 2020 um resultado líquido de 146 A empresa adianta que os lucros no milhões de euros, “o valor absoluto mais milhões de euros, o que representa um trimestre em análise foram afetados baixo dos últimos 13 anos (desde 2007)”. aumento de 45% face ao mesmo perío- “pelo impacto negativo não recorren- O investimento consolidado aumentou do do ano anterior, informou a elétrica te da recompra da obrigação híbrida 24%, para os 425 milhões de euros.
PIB pode recuar 8% este ano e economia só deve voltar ao normal em 2021
As medidas tomadas para conter a propagação do novo coronavírus poderão resultar numa recessão de -8% em 2020, estima a Euler Hermes, acionista da COSECCompanhia de Seguro de Créditos, que antecipa ainda que a economia portuguesa só deverá regressar à normalidade em 2021, depois de existir no mercado uma vacina. No cenário mais otimista, no próximo ano, o PIB pode crescer 9%. De acordo com o cenário-base elaborado pela líder mundial em seguro de créditos para a economia portuguesa, num quadro de recuperação em “U”, este ano o PIB deverá ficar nos -8% (face a uma média de -9,3% nos membros da Zona Euro) e deverá, em 2021, atingir os 9% (em linha com a média dos países da Zona Euro, de 9,3%). A inflação prevista para Portugal este ano neste cenário é de -0,2%, e de 1,5% para 2021. “Portugal teve menos casos de infeção e menos mortes do que outros países europeus, mas também implementou medidas que vão pesar na atividade eco-
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nómica este ano. A par disso, a economia portuguesa depende muito do turismo (esta atividade vale entre 18 e 20% do PIB) e tem aumentado a sua integração no comércio mundial, tendo as exportações a representar 44% da riqueza produzida pelo país (contra 31% em 2010). Isto significa que Portugal sofrerá um impacto significativo da forte quebra no volume de trocas internacionais (-15% esperado este ano). Embora o comércio de mercadorias deva regressar progressivamente após o levantamento das medidas de contenção, o país será ainda mais impactado pela diminuição das viagens no longo prazo, que afetará as suas receitas turísticas”, afirma Georges Dib, economista da Euler Hermes para a América Latina, Espanha e Portugal, e um dos autores do estudo. De acordo com o estudo “Reopening the world: Beware of false steps”, recentemente publicado pela Euler Hermes, a economia mundial vai enfrentar a pior recessão desde a Segunda Guerra
Mundial, podendo o PIB atingir os -3,3% em 2020, equivalente a uma perda de mais de 8,3 biliões de euros, ou à soma do PIB da Alemanha e do Japão. O cenário, antecipam os economistas, será mais de duas vezes pior do que o da crise financeira global de 2009. Neste sentido, lê-se na mesma análise, só em 2020, as perdas com o abrandamento do comércio mundial podem chegar aos 3,2 biliões de euros. Apesar de os Estados estarem a tomar medidas sem precedentes de apoio às empresas, as insolvências vão crescer pelo quarto ano consecutivo, e na ordem dos 20% (+25% nos EUA, +15% na China e +19% na Europa) e o volume de negócios das empresas terá quebras de entre -30% e -40% no segundo trimestre de 2020, em relação ao período homólogo, nomeadamente na Zona Euro. A análise revela ainda que, só na Zona Euro, existem cerca de 70 milhões de trabalhadores abrangidos por medidas de desemprego parcial.
Breves BPI e FEI vão apoiar a agricultura com 95 milhões de euros O BPI e o Fundo Europeu de Investimento (FEI) estreitaram a sua cooperação, através da assinatura de um acordo de garantia para fomentar o crédito a empresas e empresários do setor agrícola e agroindustrial, com um montante global financiamento de até 95 milhões de euros. Com base neste acordo, o BPI disponibiliza a Linha BPI/FEI Agricultura, para apoiar os investimentos na exploração agrícola, incluindo jovens agricultores, e na transformação e comercialização de produtos agrícolas, beneficiando de garantia do Fundo Europeu de Investimento, ao abrigo do ESIF EAFRD Portugal FoF . O FEI concede, assim, ao BPI uma garantia para cobrir 70% do risco de crédito de uma carteira de até 95 milhões de euros de novos empréstimos para financiar investimentos em ativos tangíveis e/ou intangíveis, fundo
de maneio e despesas gerais associadas ao projeto de investimento, realizados por empresas e empresários do setor agrícola e agroindustrial, residentes e a operar em Portugal Continental. A operação permitirá ao BPI disponibilizar financiamento, em condições competitivas, de montantes e prazos alargados (até 15 anos), ajustados às necessidades do setor agrícola e sem consumo de auxílios de minimis. Nos últimos anos, o BPI e o Fundo Europeu de Investimento celebraram vários acordos de garantia, para apoiar empresas de diferentes setores da economia. A linha BPI/ FEI Agricultura vem complementar a vasta oferta do BPI para apoio à tesouraria e ao investimento, de empresas agrícolas e agroindústrias. O banco aposta igualmente na simplificação do processo de contratação das operações.
Santander atinge lucros de 118,9 milhões até março Os lucros do Santander em Portugal e competitivo, caracterizado por uma totalizaram 118,9 milhões de euros nos elevada pressão concorrencial sobre primeiros três meses do ano, o que os preços num quadro de baixas taxas representa uma queda de 13,4% em de juro e procura moderada de crédito”, comparação com o mesmo período do nota o Santander. ano passado. Já as comissões líquidas cresceram “O mês de março já foi afetado pelos 0,9% face ao primeiro trimestre de 2019, efeitos da pandemia e pela suspensão “com destaque para as comissões de de um conjunto de comissões, no âmbito gestão de conta, bem como de fundos das medidas de apoio”, refere o banco e seguros comercializados pelo banco”. liderado por Pedro Castro e Almeida, em Quanto aos custos operacionais, estes comunicado, adiantando que registou um caíram 3,7% para 147 milhões de euros, reforço das provisões “antecipando o pró- “refletindo a redução nos custos com ximo ciclo de incremento de NPE (non- pessoal (-2,9%) e sobretudo a redução -perfoming exposure)”. O reforço das pro- em gastos gerais (-6,8%)”, refere ainda visões, para fazer face a perdas futuras, o Santander. foi de 30 milhões de euros, neste período. O banco registou ainda uma melhoria No primeiro trimestre, o banco registou da qualidade dos ativos. “O rácio de uma queda da margem financeira de NPE situou- se em 3,25%”, o que revela 6,3%, para 202 milhões de euros, “justi- uma queda de 0,74 pontos percentuais ficada pelo enquadramento económico face ao período homólogo.
El Corte Inglés reforça serviços online O El Corte Inglés disponibiliza dois serviços que asseguram a comodidade de comprar online e recolher o produto em loja: Click & Car e Click & Collect. O serviço Click & Collect está disponível para milhares de artigos de moda, acessórios de moda, perfumaria, desporto, casa e decoração, eletrónica, informática, pequenos eletrodomésticos, etc. Paralelamente, o Click & Car disponibiliza mais de 20 mil produtos de alimentação, limpeza e higiene pessoal, ou Club del Gourmet, bem como produtos de alimentação e acessórios para animais de estimação. Na utilização destes dois serviços, após a compra online, o cliente recebe informação detalhada do estado do seu pedido por e-mail ou SMS, e pode recolher o produto na loja. Centro de Produção de Mangualde do Groupe PSA anuncia retoma total da atividade Mantendo como prioridades proteger os seus colaboradores e preservar a sustentabilidade da empresa, o Centro de Produção de Mangualde do Groupe PSA já tem previsto o arranque da segunda e terceira fases do regresso à atividade industrial, criando as condições para o retomar da laboração a 100%. O processo de recuperação gradual e seguro da atividade neste Centro de Produção tinha iniciado no dia 7 de maio com a entrada em laboração da primeira equipa, tendo por base a implementação de um protocolo de medidas sanitárias reforçadas para proteger a saúde dos colaboradores. Nesse dia, voltaram a sair das linhas de produção os modelos Peugeot Partner, Citroën Berlingo e Opel Combo, após a paragem da fábrica originada pela crise Covid-19. Depois de uma bem-sucedida primeira fase de laboração de mais de uma semana, e graças à implicação e ao envolvimento dos trabalhadores e dos seus representantes, o centro de produção preparou-se para o restabelecimento completo da sua atividade até 25 de maio. Até chegar a esta fase de retoma gradual das suas atividades fabris, o Groupe PSA desenvolveu, implementou e fez auditar o protocolo de proteção sanitária mais completo da sua história, que foi partilhado com os seus parceiros sociais. Integra mais de 100 medidas, fornecendo um elevado nível de prote-
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Breves ção dos seus mil trabalhadores, e está agora plenamente testado em cenário de atividade normal, assegura a companhia. A título de exemplo, o protocolo desenvolvido para as instalações industriais prevê o controlo de temperatura em complemento da automonitorização de sintomas, aprovisionamento de equipamentos de proteção individual (EPI) e kits de proteção e higiene sanitária para colaboradores, motoristas e visitantes essenciais, elaboração de plano de contingência partilhado com os representantes dos trabalhadores, autoridade sanitária e ACT, redefinição de fluxos de atividade e de circulação, marcações no solo para manutenção de distâncias de segurança, reforço dos perímetros de higiene, formação e conselhos essenciais de higiene e saúde, constituição de sala de isolamento, e formação de pilotos para acompanhamento do protocolo de segurança e de saúde em cada área de produção e gestão da fábrica, etc. Normetal cria linha de equipamentos de prevenção e descontaminação do covid-19 Face ao atual cenário pandémico, a UEM–Unidade de Estruturas Metálicas (grupo Normetal), em conjunto com a Wikibuild e a Fullquest, aliaram-se com o objetivo de criar soluções otimizadas de prevenção e contenção desta pandemia. Assim, as três entidades desenvolveram uma linha de equipamentos de prevenção e descontaminação do covid-19, da qual fazem parte produtos como um túnel de descontaminação, um mupi de prevenção ativa e uma box das emoções. O primeiro consiste num equipamento de combate ativo ao covid-19, através da redução da carga viral. Com uma utilização adequada deste túnel, é possivel “eliminar de forma muito substancial as potenciais fontes de contágio presentes no vestuário, calçado e equipamentos de proteção individual”, refere a UEM, exemplificando que esta estrutura modular pode ser instalada no exterior de um lar, estabelecimento prisional, ou outra instituição. Quanto aos mupis, são cartazes a sinalizar pontos de desinfeção, onde se encontram equipamentos de proteção individual, tais como gel desinfetante, máscaras e luvas de modo a promover a segurança e a prevenção, de acordo com as normas da Direção Geral de Saúde. Já a box das emoções consiste numa estrutura modular instalada no exterior de um lar, estabelecimento prisional, ou outra instituição. A interação entre o interior e o exterior da instituição é feita através de um vidro e de um intercomunicador, que permite a comunicação oral e visual, impedindo qualquer contacto físico e anulando deste modo o distanciamento social em total segurança.
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Millennium bcp constitui provisões de 78,8 milhões de euros O Millennium bcp obteve lucros de 35,3 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, o que representou uma queda, face aos 153,8 milhões de resultados líquidos obtidos no mesmo período do ano passado. Para este resultado, contribuiu a constituição de 78,8 milhões de euros em provisões para fazer face à pandemia, revelou o banco liderado por Miguel Maya. O resultado foi ainda influenciado “pelo ganho de 13,5 milhões de euros, que havia sido reconhecido em fevereiro daquele ano, na sequência da alienação
do grupo Planfipsa, refletido como resultados de operações descontinuadas ou em descontinuação”. Até março, a margem financeira cresceu 6,3% face aos 362,7 milhões de euros registados nos primeiros três meses de 2019, ascendendo a 385,5 milhões de euros em igual período de 2020. “O contributo da atividade internacional foi determinante para esta evolução, embora tenha sido parcialmente contrariado pelo desempenho da atividade em Portugal”, adianta o banco.
Schindler reforça segurança de clientes e destaca trabalhadores da manutenção Com o objetivo do regresso à normalidade da forma mais segura possível, a empresa de mobilidade vertical Schindler Ibéria lançou kits de desinfeção para os equipamentos dos seus clientes. O setor do transporte vertical movimenta um grande volume de pessoas, o que pode aumentar riscos de contágio associados ao novo coronavírus. Tanto em instalações públicas– escritórios, centros comerciais, aeroportos, etc.– como em locais residenciais, onde existe maior tráfego de pessoas, pode ocorrer contágio ao tocar nas botoneiras ou ao apoiar-se na cabina do elevador, tocar no corrimão da escada rolante ou não cumprir a distância de segurança recomendada pelas autoridades. Por este motivo, a Schindler lançou kits de desinfeção, com base nas recomendações da OMS, e que contam com tecnologia eficaz para a eliminação do vírus (lâmpadas ultravioleta e
ozonizadores). Desta forma, incluem um dispositivo para higienização e purificação do ar em espaços fechados; um doseador de desinfetante para as mãos; um sistema de desinfeção de cabina com luz ultravioleta; possibilidade de configurar o elevador para limitação de carga; um dispositivo de higienização de corrimões para escadas rolantes com luz UV; etc. Fundamentais para o bom desempenho dos equipamentos da Schindler são também os colaboradores da área da manutenção, que durante a pandemia têm estado a assegurar as suas funções como um serviço essencial. A empresa tem vindo internamente a “reconhecer o trabalho destes colaboradores, através de comunicações internas de motivação a todos os colaboradores, valorizando o seu trabalho e agradecendo o seu compromisso”, sublinha a empresa.
Gestores
Novo Banco atinge mil milhões de euros aprovados nas linhas de crédito com garantia do Estado O Novo Banco atingiu, no início de maio, os mil milhões de euros de linhas de crédito com garantia do Estado aprovadas, o que corresponde a satisfazer as necessidades de 2.870 empresas. “Desde montante, 300 milhões de euros estão já do lado do cliente, entre montantes já desembolsados ou em processo de assinatura final pelos clientes. Cerca de 200 milhões de euros serão operacionalizados ainda esta semana, sendo o restante valor aprovado operacionalizado, na sua maioria, na semana seguinte”, infromou o banco no dia 5 de maio. “De salientar que o Novo Banco liderou com uma quota de 48%, e cerca de 191 milhões de euros aprovados, a linha de 400 milhões de euros Crédito
Capitalizar 2018 | Covid-19 para “Fundo de Maneio” e “Plafond Tesouraria” a primeira linha lançada pelo Governo em associação com o Sistema Nacional de Garantia Mútua, com vista a apoiar as empresas e negócios cuja atividade se encontra afetada pelos efeitos económicos resultantes do surto, que entretanto já encerrou”. O Novo Banco tem ainda disponível a linha de 6.200 milhões de euros para o apoio a determinados setores da economia. Deste valor, 4.500 milhões de euros estão destinados a micro, pequenas e médias empresas (PME) dos vários setores, 900 milhões a empreendimentos turísticos, 200 milhões de euros ao turismo e 600 milhões à restauração e similares, adianta o Novo Banco.
Coviran inaugura dois novos supermercados em Portugal
A Coviran inaugurou recentemente dois novos supermercados em Portugal, um modelo de proximidade adaptado aos seus clientes e virado para a sustentabilidade. A primeira abertura teve lugar em Quarteira, uma freguesia portuguesa no distrito de Faro. Esta nova unidade conta com uma sala de vendas de 400 metros quadrados, três caixas de saída e reúne as melhores condições para que os clientes realizem comodamente a sua compra diária e, além disso, próxima de casa, sem deslocações nem perdas de tempo.
A segunda abertura, que se realizou em Reguengo do Fetal, no distrito de Leiria (na foto), tem uma sala de vendas de 80 metros quadrados e uma caixa de saída. Um estabelecimento de proximidade com as secções de charcutaria, frutaria e padaria em livre serviço. Os clientes deste supermercado podem realizar a sua compra comodamente e próxima de casa, fazendo a compra a pé. Estes dois supermercados criaram 17 novos postos de trabalho e somaram 480 metros quadrados de sala de vendas à sua rede comercial. A Coviran está presente em todo o território nacional, destacando-se como a segunda cadeia no modelo de proximidade (supermercados de menos de 300 metros quadrados de sala de vendas), com 6,4% de quota de mercado.
em Foco
José Carlos Sítima (na foto) é o novo presidente do conselho de administração do Banco Santander Totta. Licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa, José Carlos Sítima foi desde 1995 administrador dos bancos Sottomayor, Totta, Crédito Predial e Chemical, os quais integraram o grupo Santander em 2000. Esteve na administração do Santander Portugal até 2019, ano em que foi nomeado primeiro vice-presidente do banco, passando agora a exercer o cargo de chairman. Foi recentemente também designado vice-presidente da Junta Diretiva da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, em representação do Banco Santander Totta. João Oliveira e Costa (na foto) foi indigitado no início de maio para substituir Pablo Forero como presidente da comissão executiva do BPI. O atual presidente do banco, de 64 anos, comunicou ao conselho de administração (CA) do BPI a sua decisão de se reformar no final do seu mandato, tendo este órgão decidido indigitar para o mandato 2020-2022 João Oliveira e Costa, 54 anos, atual vogal do CA e da comissão executiva. A eleição do indigitado presidente só se concretizará depois da necessária aprovação das autoridades de supervisão. Durante o seu mandato, Pablo Forero concluiu o processo de integração do Banco BPI no grupo CaixaBank e assegurou ainda uma melhoria de todos os indicadores de solidez, rentabilidade e força comercial do banco. Pedro António (na foto) assumiu o cargo de chief future officer do grupo Ageas Portugal, funções que acumulará com as de membro do conselho de administração e da comissão executiva de todas as sociedades que compõem o grupo Ageas Portugal (Ageas Portugal Holdings, Millenniumbcp Ageas, Ageas Seguros, Ocidental, Médis, Ocidental e Ageas Pensões). O novo responsável conta com 26 anos de experiência no setor financeiro e de seguros, além do setor da consultoria, integrado em diversas empresas em Portugal e em Espanha.
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Breves Siemens Gamesa desarrolla un proyecto de energía híbrida en Filipinas Siemens Gamesa desarrolla un proyecto innovador de energía híbrida, que combina un parque eólico ya existente de 16 megavatios (MW) con baterías para almacenar energía en la isla de Mindoro (Filipinas). En concreto, el proyecto, denominado Puerto Galera, ayudará a proporcionar un suministro estable de electricidad en una zona con conexión débil a la red, lo que a su vez reducirá su dependencia del gasóleo. El fabricante controlado por el grupo alemán Siemens se encargará del suministro y la puesta en marcha del proyecto, mientras que la construcción la llevará a cabo una filial de Berkeley Energy, el promotor de la planta. El proyecto está previsto que entre en funcionamiento en la segunda mitad de este año, tras la firma de un acuerdo con Berkeley Energy para el mantenimiento durante cinco años del proyecto, que incluye el sistema de Siemens Gamesa para controlar proyectos híbridos (HPC Berkeley invertirá 87 millones en Salamanca este año si recibe los permisos para su mina Berkeley Energía está lista para invertir los 87 millones de euros iniciales en el proyecto minero Retortillo (Salamanca), que generarían 500 puestos de trabajo en 2020 gracias a la construcción de la mina, siempre que reciba la concesión de los permisos que aún tiene pendientes. Para llevar a cabo dicha inversión, la empresa indicó que está únicamente a la espera de la autorización de construcción que ha de informar el Consejo de Seguridad Nuclear (CSN) y de la licencia urbanística del Ayuntamiento de Retortillo para poner en marcha su proyecto minero. El grupo ha invertido ya más de 86 millones de euros desde que comenzó el proyecto en 2012 y prevé destinar casi 400 millones de euros durante la vida inicial de la mina si recibe la autorización para iniciar las obras. Además de esta cantidad, el proyecto se ha comprometido a promocionar el empleo local, donde ya se ha convertido en el máximo empleador. Mutua Madrileña completa la compra del 20% del negocio de gestión de Alantra Mutua Madrileña ha completado la compra del 20% de Alantra Asset Management por 45 millones de euros, una vez cumplida la condición suspensiva de “no oposición” de la Comisión Nacional del Mercado de Valores. De esta forma se ha completado la operación por la que grupo Mutua se incorpora como socio de referencia de Alantra Asset Management,
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Iberdrola compra AAlto Power y agita el mercado europeo
La eléctrica española irrumpe en el mercado francés de generación con la primera compra europea en la ‘etapa Covid’. Iberdrola ha cerrado la compra por 100 millones de euros del grupo francés de energías renovables AAlto Power, que dispone de una capacidad ya instalada y operativa de 118 megavatios
(MW) eólicos y una cartera de proyectos de cerca de más de 630 MW, según ha comunicado la compañía a la Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV). Fundada en 2005 y con sede en Marsella, AAlto Power es propiedad del grupo Aiolos y Caisse des Dépôts. A comienzos de año, Iberdrola ya dio un salto en Francia al aumentar su peso en el proyecto de energía eólica marina Saint-Brieuc, haciéndose con la totalidad del capital de Ailes Mariles, que desarrolla esa infraestructura frente a las costas de la Bretaña francesa.
Repsol realiza dos grandes descubrimientos de petróleo en México
Repsol ha realizado dos importantes descubrimientos de petróleo en aguas profundas de México en los pozos denominados “Polok-1” y “Chinwol-1”, ubicados en el bloque 29 de la Cuenca Salina, en la zona Sureste del Golfo de México y frente a las costas de los estados de Veracruz y Tabasco. En un comunicado, el grupo señaló que ambos pozos exploratorios confirman “un área de gran potencial y con excelentes propiedades”, al encontrar una columna neta de petróleo de más de 200 y 150 metros, respectivamente. Con estos hallazgos, la compañía presidida por Antonio Brufau suma este año seis descubrimientos de hidrocarburos en otros tantos pozos
en todo el mundo (México, Estados Unidos y Colombia) que suponen recursos totales de más de 650 millo-
nes de barriles equivalentes de petróleo. Repsol es operador de estos pozos, con una participación del 30%, y cuenta con Carigali Mexico Operations (28,33%), Wintershall DEA (25%) y PTTEP México E&P Limited (16,67%) como socios.
Breves Telefónica y Liberty se unen y crean un gigante que será la mayor teleco de Reino Unido Telefónica y Liberty Global han acordado la fusión de sus negocios en Reino Unido creando así un nuevo gigante de las telecomunicaciones. La unión a partes iguales sirve para fusionar Virgin Media, que aporta servicios de fijo y banda ancha, y O2, la filial de Telefónica que ofrece móvil. La combinación de ambas compañías dará lugar a un grupo integrado de servicios convergentes que reta a BT, el único gran grupo del mercado británico con fijo y móvil, y que supone un desafío para Vodafone y Hutchinson, que siguen volcados en servicios de
móvil. La unión de Virgin Media y O2 da lugar a la mayor teleco británica con más de 46 millones de suscriptores de vídeo, banda ancha y conectividad móvil y unos ingresos de 12.600 millones de euros. “Somos tremendamente complementarios. Creamos un campeón de la conectividad en Reino Unido”, afirma el presidente de Telefónica, José María Álvarez-Pallete.
El Corte Inglés desembarca en Kuwait El Corte Inglés sigue ampliando su presencia internacional a través de su negocio de alimentación, una estrategia liderada por el consejero delegado de la empresa, Víctor del Pozo. El último destino es Kuwait, donde el grupo de grandes almacenes acaba de aterrizar de la mano de uno de los principales retailers locales: Oncost. La alianza, en la que se venía trabajando desde hace meses, se ha ejecutado hace apenas unas semanas, cuando ya había estallado la crisis del Covid-19 en España. La fórmula elegida replica la desarrollada antes en otros mercados: buscar una alian-
za con un potente socio local, vender en sus establecimientos las marcas propias de alimentación del grupo (El Corte Inglés y Aliada), utilizar la marca España y el portafolio bio para posicionar los productos y servir de plataforma para que artículos de otros socios españoles del grupo también aterricen en el mercado.
la división de gestión de activos alternativos de Alantra. Dicha empresa, en su búsqueda de una estrategia que le permita hacer crecer esta división, escogió a Mutua Madrileña como “socio estratégico” y prevé un pago adicional aplazado vinculado a resultados futuros de hasta 11,2 millones de euros. Además, el acuerdo contempla la creación de un vehículo común para invertir en fondos y productos gestionados por la división de gestión de activos alternativos de Alantra, a través del cual ambas partes comprometerán de forma conjunta 100 millones de euros, en una proporción del 50,1% (Alantra) y 49,9% (Mutua Madrileña). Dia reduce sus pérdidas un 5,7% y empieza la segunda fase de su plan de transformación El grupo Dia redujo sus pérdidas durante el primer trimestre del año un 5,7%, hasta los -143 millones de euros. Este pequeño alivio en las cuentas se produce a pesar de que la cadena de supermercados tuvo una facturación de 1.696 millones, un 2,1% menos hasta marzo. Además, también redujo su número de tiendas un 11,7%. Como anunció hace un mes, las ventas en España sí que subieron durante el primer trimestre. En concreto, la facturación fue de 1.059 millones de euros, un 1,9% más. También crecieron en Portugal y Argentina un 4,3 y un 5,6%, respectivamente. En el caso de Brasil, las ventas se hundieron un 23,1% por el efecto divisa comentado arriba. Además, las ventas comparables, es decir, de aquellas tiendas que llevan más de un año en funcionamiento, aumentaron un 2,6% y según ha explicado DuCharme en los primeros meses del segundo trimestre continúan mejorando. LaLiga y Mediapro crean una joint-venture en China LaLiga y su socio de referencia en el ámbito audiovisual, Mediapro, han anunciado la creación de una joint venture para la “explotación de activos comerciales” de la mano de la compañía china Super Sports Media, propietaria de los derechos televisivos de la competición en el gigante asiático. La asociación entre las tres partes tendrá una vigencia de 15 años prorrogables, y cubrirá los territorios de China continental, Hong Kong, Macao y Taiwán, para “aumentar las capacidades de promoción y activación que signifiquen un mayor beneficio para clubes y patrocinadores a nivel local con activos diversos como paquetes exclusivos de publicidad, creación de torneos de eSports y explotación de otros activos relacionados con la competición española”. El acuerdo no incluye la venta de los derechos audiovisuales de la competición liguera. Mediapro es quien se encarga de la explotación de los mismos a nivel internacional, funcionando como agente seleccionado por LaLiga.
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Nutea procura novas soluções para tornar o setor agroindustrial português mais competitivo
A Nutea, empresa portuguesa líder no setor da conservação dos frutos pós-colheita, quer trazer ao mercado hortofrutícola produtos, métodos e tecnologias mais avançadas e espera fazê-lo com os seus parceiros espanhóis e italianos.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
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“Devido a solicitações dos nossos clientes e pela dinâmica do setor hortofrutícola português surgiu a possibilidade de desenvolver o setor das embalagens para frutas e
Foto Renato Ferreira - Estúdios Delfim Ferreira
utea de Portugal Agroindústria e Alimentação foi fundada em 1991 pelo engenheiro agrónomo espanhol Ángel Casas (na foto), que também criou anteriormente Nutea em Espanha. Mas desde há mais de 25 anos as duas empresas não têm nada em comum, nem capital social, nem os sócios nem o desenvolvimento da sua atividade do setor agrário. Desde a sua constituição, Nutea de Portugal sempre teve com atividade principal o setor dos tratamentos pós colheita. Contudo, este setor que representa 50% do volume de negócios da empresa, está concentrado em cerca de quatro meses o que levou a que houvesse a necessidade de complementar com outros setores de atividade.
hortaliças, que representa 30% do nosso negócio, posteriormente surgiu o setor dos agronutrientes que representa 15% e os equipamentos de medição e controlo com instrumentos específ icos para o setor agroindustrial com 5%”, explica Miguel Sainhas, sócio-gerente da Nutea. Estes quatro setores de atividade permitiu à empresa diversificar a sua atividade e prestar um melhor e mais completo serviço aos seus clientes e ao mesmo tempo desenvolver a sua atividade em todo o país. A empresa portuguesa sempre foi, desde os seus inícios, líder no setor da conservação dos frutos pós colheita. “Neste momento tem uma quota de mercado no setor das pós-colheita que rondará os 60% continuando a ser a
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única empresa portuguesa com o foco no mercado dos tratamentos pós-colheita”, sublinha Miguel Sainhas. Estes tratamentos são muito importantes para as empresas portuguesas exportadoras de frutas e legumes “por forma a que as suas produções cheguem em excelentes condições aos mercados mais longínquos”, acrescenta. Nos restantes setores têm uma quota de mercado baixa, devido a serem setores predominantemente controlados por multinacionais mas nos quais existem nichos de mercado que estão a tentar aproveitar ao máximo.. Expansão do negócio O plano de expansão da Nutea consiste na consolidação dos quatro setores de atividade da empresa que em conjunto com os seus parceiros, predominantemente espanhóis e italianos, querem trazer ao mercado hortofrutícola português produtos, métodos e tecnologias mais avançadas para o setor com o objetivo de tornar o setor agroindustrial português também mais competitivo. “Com o investimento em I+D dos nossos parceiros, a Nutea está sempre em constante mutação, por forma a adaptar e introduzir esses desenvolvimentos no mercado luso”, afirma o sócio-gerente. Outro dos objetivos fundamentais é aumentar o volume de fatu-
ração no setor das embalagens e da nutrição vegetal para não haver um peso tão grande do setor da pós-colheita na nossa faturação. Os produtos com maior saída são todos aqueles que servem para a
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Na política da empresa, está o desenvolvimento das novas tecnologias nas áreas onde opera. O seu fundador, Ángel Casas, lembra que Nutea foi a primeira empresa portuguesa que, em colaboração com o Centro de Investigação Outro dos objetivos Vieira da Natividade, desenvolveu um estudo sobre a conservação da fundamentais pera rocha e as formas de controlo da Nutea é da sua deterioração, bem como da incidência das doenças próprias aumentar o do campo que podem afetar a boa volume de conservação. “Temos que expressar o nosso agradecimento aos faturação no setor engenheiros Teixeira de Sousa e das embalagens e Amado da Silva e à doutora Luísa da nutrição vegetal Avelar”, sublinha Ángel Casas. Tendo em conta a importância económica para Portugal, o setor da pera rocha é o que precisa de mais conservação. A equipa atual da Nutea é composta por sete colaboradores. O volume de faturação no ano de 2019 ultrapassou ligeiramente os 1,8 milhões de euros. Para este ano, “tendo em conta a conjuntura atual e sendo realistas, manter o valor conseguido no ano conservação das frutas e legu- anterior seria um bom objetivo e mes. Entre os mais inovadores se acreditamos que seja alcançado”, encontram “os produtos para o garante o sócio-gerente. O covidcontrolo da podre e escaldado de 19 pode vir a beneficiar o negócio peras e maçãs, com a aplicação de da empresa, tendo em conta que a novas técnicas que melhoram sua limpeza e a desinfeção são fundaeficácia e os agronutrientes que mentais para os setores agrário e agroalimentar. melhoram sua eficácia. JUNHO DE 2020
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E-coordina: gestão e monitorização de riscos no trabalho ganham cada vez maior importância Especializada em saúde e segurança no trabalho e em gestão de recursos humanos, a consultora E-coordina frisa que a pandemia obriga as empresas a cuidados reforçados nestas áreas. A empresa de origem espanhola abriu em 2018 uma sucursal em Bragança, onde contam com a parceria do Instituto Politécnico da cidade. O CEO da empresa, Íñigo Martínez, informa que a operação em Portugal está a evoluir de forma positiva e que planeia abrir outras sucursais.
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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
oluções eficientes de gestão, através de ferramentas e serviços da web é o que promete a E-coordina, que está entre as duas primeiras empresas de referência em Espanha, neste setor, assegura Íñigo Martínez, CEO da empresa, acrescentando que essa posição no mercado assenta “numa clara aposta na inovação e na evolução ativa das aplicações que desenvolvem”. O gestor informa que na carteira de clientes da E-coordina estão “grandes empresas multinacionais e representativas do mercado espanhol, que também estão presentes no mercado português”. A E-coordina define-se como uma consultora de base tecnológica especializada em software de gestão de saúde e segurança no trabalho, bem como em recursos humanos: “Dentro de nossa área de atividade, as relações com empresas subcontratadas e recursos humanos, estamos em constante evolução, tanto em aplicações que já são funcionais como em projetos de nova geração. Acreditamos que, no momento em que vivemos, as pessoas são a base das organizações e queremos gerar aplicações que sirvam para medir e promover o bem-estar nas empresas, que melhoram o ambiente de trabalho e consequentemente a produtividade.” A pandemia que o mundo enfrenta atualmente sublinha a necessidade de cuidar estas 16 ACT UALIDAD€
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áreas, observa o gestor: “Entretanto, volume de documentos necessários como especialistas em saúde e segu- e às dificuldades de os controlar”. rança laboral, acreditamos que é Enquanto especialistas em seguranneste momento que devemos fazer ça e saúde no trabalho, focaram um esforço especial na gestão e as suas soluções tecnológicas no monitorização de riscos e, especial- controlo da documentação trocada mente, no que diz respeito às empre- entre as empresas e as suas contrasas subcontratadas, pelo que a nossa tadas para o cumprimento do que aplicação pode ser importante para em Espanha se designa de coordereforçar esses processos.” nação de atividades empresariais A empresa nasceu em 2007, tem (gestão documental, coordenação a sua sede social em San Sebastian de empresas contratadas, controlo (País Basco) e a sua sede opera- de fornecedores). “Vimos que no cional funciona em Madrid. Íñigo mercado havia uma necessidade de Martínez conta que “a E-coordina ferramentas de gestão deste tipo e surgiu de uma necessidade da sua assim iniciámos o nosso percurso, antecessora, a Einber Prevenalia, primeiro no âmbito da segurança e que prestava serviços de prevenção a saúde no trabalho, mas logo depois outras empresas e que tinha grandes com um foco mais abrangente, no problemas com a gestão documen- âmbito da gestão de recursos humatal dos clientes, devido ao grande nos”, adianta o gestor.
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Atualmente, o catálogo de serviços da E-coordina disponibiliza soluções para o controlo de acessos a centros de trabalho, para o registo da jornada de trabalho dos trabalhadores, ferramentas para a avaliação das empresas contratadas, bem como, em matéria de recursos humanos, a aplicação Human Pull para a medição do ambiente laboral. “As nossas soluções são completamente transversais, encaixando perfeitamente em qualquer setor de atividade, industrial, serviços, administração pública… O nosso cliente tipo são empresas de tamanho médio (a partir de cem trabalhadores), ainda que o nosso cliente habitual seja a grande empresa nacional e multinacional”, aponta Iñigo Martínez, indicando que o software e os serviços da E-coordina “têm uma vocação internacional já que cumprem as expectativas dos sistemas de gestão dos fornecedores de serviços de todas as grandes empresas”. Além do mercado espanhol, a empresa está presente em vários outros mercados, nomeadamente em Inglaterra, na Colômbia (com escritórios), em França, Itália ou Uruguai (clientes) e em Portugal, onde abriu uma sucursal em 2018. Bragança foi a morada escolhida, recorda o CEO da E-coordina: “As soluções fornecidas pela nossa aplicação não se limitam a um único país, até porque a legislação da CEE se aplica a toda o espaço europeu e as necessidades das empresas nesta área são as mesmas em Portugal e em Espanha. Isso levou-nos a tomar a decisão de criar uma empresa em Portugal para atender o mercado português e, em setembro de 2018, criamos a E-coordina Portugal Gestão Documental Unipessoal, Ltda., sediada em Bragança. Sendo uma empresa de base tecnológica, Bragança foi uma boa opção, já que o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) foi considerado nos últimos
“Quadruplicámos a faturação... Esse crescimento gerou ótimos resultados económicos, que estamos a reinvestir na empresa” cinco anos como o melhor Instituto Politécnico português e foi com este instituto que formalizamos um acordo de colaboração (foto nesta página). Também fomos atraídos pelas instalações em que estamos, no Parque de Ciência e Tecnologia Brigantia Ecopark, membro da Associação Internacional de Parques Tecnológicos (IASP), que nos deu todo o seu apoio desde o início. O arranque é sempre lento, mas sem dúvida, as nossas expectativas são otimistas e acreditamos que, no futuro próximo, a E-coordina terá filiais noutras partes do país.” O CEO frisa que a evolução da empresa tem sido expressiva: “Felizmente, o nosso crescimento nos últimos quatro anos traduz-se numa progressão geométrica, já que quadruplicámos a faturação e há
possibilidades que de que assim se mantenha. Esse crescimento gerou ótimos resultados económicos, que estamos a reinvestir na empresa para criar uma forte equipa de desenvolvimento, que nos permita inovar em soluções para melhorar os processos de gestão dos nossos clientes, assim como fazer frente a novos desafios de internacionalização e que nos fazem enfrentar o futuro com ambição e perspetivas de crescimento. Dentro da estratégia de internacionalização da E-coordina, a nossa empresa de Portugal encarregar-se-á também da introdução da aplicação no mercado francês. ” Nos últimos dez anos, em Espanha, surgiram numerosas aplicações de gestão de coordenação de atividades empresariais, “por ser uma atividade emergente”, observa Iñigo Martinez, acrescentando que “como costuma acontecer com todos os setores emergentes, é o tempo que está a regular o número de operadores do mercado”. O CEO acredita que a E-coordina tem vantagens face à concorrência: “Creio que uma das maiores vantagens que temos face à concorrência consiste no facto de as soluções que fornecemos partirem da nossa própria experiência, por termos tido que dar respostas práticas a probleJUNHO DE 2020
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mas que nós mesmos tínhamos. A tivas das empresas, a nossa taxa de isto soma-se o facto de estarmos crescimento será menor para este em contínua evolução, em função ano. Tendo isso em conta, o nosso das solicitações dos nossos clientes, objetivo como grupo para este ano que pertencem a todos os setores de de 2020 é faturar cinco milhões de atividade, o que nos dá uma visão euros. As consequências económicas global, que nos permite propor soluções às múltiplas e distintas situações que possam surgir, capazes de se adaptarem a qualquer necessidade. A aplicação E-coordina permite organização, controlo, segurança jurídica A e-coordina é uma aplicação na nuvem que pode ser usada a e poupança em tempo de gestão aos partir de qualquer parte do munnossos clientes. A E-coordina está do com acesso à internet, sem certificada com a ISO 9001 de gesa necessidade de instalação no tão da qualidade e com a ISO 27001 computador. A aplicação está de gestão da segurança da infordisponível 24 horas por dia, 365 mação, pelo que fornecemos uma dias por ano. É a solução para garantia suplementar de segurança a gerir a documentação de uma dos dados dos nossos clientes.”
da pandemia covid 19 vão supor, a curto prazo, uma desaceleração da atividade e, portanto, produzirá um parêntesis no crescimento dos negócios e as expectativas de crescimento terão que ser adiadas.” Os maiores desafios da atividade são sempre os que os clientes colocam, sublinha o responsável pela E-coordina: “Empenhamo-nos em satisfazer as suas necessidades e apresentar soluções baseadas nas pessoas para converter as organizações em organizações mais produtivas. Os nossos clientes apresentam-nos diariamente novos desafios e novas áreas onde desenvolver a nossa capacidade de inovação pelo que o nosso objetivo é a melhoria continua para continuar a ser uma empresa de referência no nosso setor de atividade. Sendo este um setor emergente está muito atomizado e em período de maturação e, provavelmente, o maior desafio que enfrenta é o da concentração.
Aplicação vocacionada para médias e grandes empresas
Faturação deverá rondar os cinco milhões de euros em 2020 O gestor admite, no entanto, que o abrandamento económico provocado pela pandemia, trave a evolução da E-coordina: “Apesar do nosso crescimento nos últimos quatro anos ter sido muito importante em Espanha e das nossas expectativas em Portugal serem otimistas, uma vez que a aplicação se está a encaixar bem e cumpre as expecta18 ACT UALIDAD€
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empresa (trabalhadores, máquinas e equipamentos de trabalho, veículos e produtos químicos,…) bem como a documentação relativa aos seus fornecedores. Cada empresa cliente poderá gerir a documentação, de acordo com os requisitos dos seus sistemas internos de gestão, para que sejam os documentos possam ser preenchidos e depositados na aplicação pelas empresas
que contratada ou subcontrata. Além disso, a conformidade documental está vinculada ao controlo de acessos de tal forma que o acesso dos trabalhadores de empresas contratadas e subcontratadas às instalações da empresa será condicionado pelo cumprimento das suas exigências documentais. O software e-coordina permite cumprir as obrigações de gestão documental estabelecidas em qualquer regulamento e, especialmente, na Lei nº102/2009 que regula o Regime jurídico da promoção e prevenção da Segurança e da Saúde no trabalho, assim como, as da norma ISO 45001 Sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho.
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Setores com ligação ao turismo são os que mais sofrem
Mais de 100 mil companhias portuguesas têm uma forte exposição ao impacto da covid-19, estando a sua grande maioria muito concentradas em quatro setores: alojamento e restauração, retalho, transportes e serviços gerais. De acordo com o retrato do tecido empresarial elaborado pela Informa D&B, o Algarve e a Madeira são as regiões com maior número de empresas em setores com alto impacto.
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Texto Actualidade actualidade@ccile.org Fotos DR
um cenário de elevado grau de incerteza sobre a evolução, efeitos e duração da crise atual é difícil fazer previsões sobre o impacto que o covid-19 poderá ter em 2020 nos diferentes setores de atividade da economia portuguesa. Mas tendo em conta esta premissa, a Informa D&B realizou uma análise qualitativa dos diferentes acontecimentos macroeconómicos e setoriais que foram acontecendo nas últimas semanas assim como da informação gerada pelo observatório setorial DBK nos seus distintos programas de estudo. “Desde o início desta crise, procurámos desenvolver novos indicadores e recalibrar os nossos modelos de avaliação do risco 853 atividades económicas da CAE comercial com o objetivo de ajudar com o objetivo de fornecer aos vários as empresas e os decisores públicos a decisores, informação que lhes permita atuarem e a tomarem decisões mais avi- gerir melhor os riscos associados à atual sadas; a avaliação dos impactos setoriais situação das empresas, numa altura em permite rapidamente quantificar e dire- que a pandemia do novo coronavírus cionar as medidas adotadas”, sublinha atingiu de forma tão contundente o Teresa Cardoso de Menezes, diretora tecido económico. Destas 853 atividades económicas, 204 registam impacto geral da Informa D&B. Foram analisados os impactos nas alto, 195 impacto médio e 454 impacto
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baixo. Porém, estas 204 atividades com impacto alto concentram cerca de um terço de todas as empresas portuguesas. São seis os agrupamentos setoriais os mais afetados em Portugal pela epidemia. As atividades associadas ao turismo foram particularmente penalizadas nos meses de março e de abril de 2020, após a forte contração da procura, o cancelamento de numerosos trajetos programados no ramo do transporte de passageiros e o encerramento temporário da maioria dos estabelecimentos decretados em março. O transporte aéreo e as suas atividades anexas, hotéis e alojamentos similares, bares e restaurantes, aluguer
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atualidade actualidad algumas indústrias, as consequências serão positivas a muito curto prazo, embora a acentuada deterioração da economia, vá provavelmente penalizar a sua atividade nos próximos meses.
Outros setores menos afetados
A análise de Informa D&B fala também dos setores com impacto médio. Algum deles poderão sofrer este ano uma reversão na tendência ascendente da sua atividade, destacando-se, pelo seu elevado peso no PIB, os da construção e materiais de construção e as atividades imobiliárias que estavam a evoluir positivamente desde 2014/2015. “É de esperar uma quebra da procura nos vários segmentos do mercado imobiliário, que se refletirá na atividade da edificação residencial e não residencial, estimando-se igualmente uma incidência negativa na engede automóveis, agências de viagens e fornecedores de bens de consumo dura- nharia civil”, sublinha o estudo. O setor financeiro enfrentará o duplo operadores turísticos, organização de douro, como móveis, eletrodomésticos feiras e convenções são algumas das ati- ou produtos eletrónicos, bem como em impacto de uma quebra significativa do vidades mais relevantes que compõem outros de consumo imediato como o do negócio na atividade de crédito e um aumento previsível das taxas de incumeste setor. “É expectável que a paralisa- têxtil/ vestuário ou calçado. primento. Espera-se ainda uma redução ção da atividade se prolongue nos próximos meses. O impacto destas tendências Setores exportadores com impac- de receitas e maior pressão nos preços em outros grandes setores de serviços, no conjunto da economia portuguesa to alto será muito significativo, tendo em conta O efeito da crise nas cadeias logísticas como os de serviços a empresas (subsetor o peso do turismo no Produto Interno afetará também a indústria automóvel com muitas entidades), meios de comuBruto, que depois de ter crescido nos e de componentes, que deverá agravar a nicação e publicações, educação privada, últimos anos, ultrapassa hoje os 14%”, tendência negativa que já tinha demons- transporte de mercadorias e logística. pode-se ler no documento. trado em janeiro e fevereiro de 2020 e Os ramos da química industrial, metaO setor do comércio a retalho de pro- que tem um peso muito significativo nas lurgia e produtos metálicos, produtos dutos não alimentares será afetado pela exportações nacionais. No que respeita elétricos e eletrónicos, maquinaria e crise em duplo sentido. Por um lado, a às exportações, perto de um quarto das equipamentos, assim como as indústrias sua atividade foi em grande medida exportadoras e mais de um terço das extrativas são outros dos incluídos no suspensa com a declaração do Estado exportações pertencem a setores forte- grupo de impacto médio. de emergência. Por outro, “a deterioração mente afetados pela atual conjuntura Em relação aos setores com baixo prevista da conjuntura económica e o económica. impacto, destaca-se a distribuição de aumento do desemprego, com a conse- A suspensão de abertura ao público de produtos alimentares, impulsionada quente incidência no rendimento dispo- outros espaços como museus, bibliotecas pela quebra do consumo fora de casa, nível das famílias, permitem antever um e monumentos, assim como de recintos bem como os produtos de higiene pescomportamento desfavorável das vendas onde se realizam espetáculos públicos, soal e doméstica, o setor primário e a do setor nos próximos meses”, afirma-se terá também um forte impacto negativo saúde, incluindo os serviços de saúde e no relatório. É esperado igualmente um a curto prazo na atividade do setor de o fabrico e comercialização de produtos comportamento desfavorável em setores outras atividades culturais e de lazer. Em farmacêuticos. 22 ACT UALIDAD€
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Zippy trabalha proximidade com os consumidores
A marca de vestuário infantil do grupo Sonae pretende estar mais próxima e atenta às necessidades das famílias portuguesas, pelo que vai seguir e contactar com os seus seguidores no Instagram. A Zippy já começou a reabrir as suas lojas de rua e criou novos modelos de atendimento nas lojas de centro comercial.
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
esde o dia 22 de abril, a marca connosco aquilo que querem e precisam de vestuário e calçado infantil de forma mais direta”, afirma Zippy começou a seguir graA iniciativa foi anunciada em abril, dualmente os seus seguidores mas este é um processo gradual, assino Instagram. A marca do nala Filipa Bello: “a estratégia de seguir grupo Sonae contabilizava no fim de massivamente os nossos seguidores maio perto de 100 mil seguidores e quer mantém-se, contudo, está a ser um proconhecê-los melhor, esclarece Filipa cesso gradual pois, mais do que querer Bello, head of brand & creative.“Esta seguir rapidamente os nossos seguidores, iniciativa nasce do propósito da Zippy– queremos ter a certeza que lhes damos facilitar o dia a dia das famílias, tornan- a devida atenção. Por isso, além de do-o mais positivo e simples. Achamos estarmos gradualmente a seguir quem que a melhor forma de sermos fiéis à nos segue, estamos também a falar missão da marca é estando próximos individualmente com o nosso público, dos nossos clientes. Esta iniciativa nasce, de forma a estabelecermos uma relação tendo por objetivo conhecer melhor o próxima e única, para, desta forma, nosso consumidor, criando uma relação ajudarmos de maneira personalizada única que permita um apoio e atendi- cada um.” mento tailor made a cada um e tendo A assinatura da marca “We go togeem conta as necessidades e característi- ther” (vamos juntos) é adaptada para cas individuais dos clientes. Tudo isto só “We stay together” (ficamos juntos) a é possível dando voz aos consumidores, que se junta agora o logo “com a permitindo que sejam eles a partilhar porta aberta”, já que começam a abrir
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ao público as lojas de rua e as lojas da Madeira, como explica a responsável pela marca: “Temos tentado acompanhar os nossos clientes sempre de uma forma próxima, para que possamos relacionar-nos e para que confiem em nós. Como tal, temos sempre assumido uma postura que reflete esse valor de proximidade da marca. Se há dois meses nos fechámos dentro de casa e assumimos uma nova forma de estar, agora, com todos os cuidados e devidas regras de segurança, é hora de começar a abrir portas e começar a sair de casa. Neste sentido, adotámos (na segunda semana de maio) uma nova atitude através do #westay__together, da adaptação do logo da marca com a porta aberta e do nosso claim “Juntos!? Sempre estivemos!”. Estes pretendem refletir a proximidade que a Zippy manteve e continua a manter com os seus clien-
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tes, agora com mais liberdade, mas sempre em segurança.” Filipa Bello sublinha que mesmo em confinamento, a proximidade da marca com os seus clientes manteve-se: “A distância que todos sentem perante uma marca, por nós (pelo menos), nunca foi sentida. A Zippy é uma marca próxima das famílias que surgiu com o propósito de facilitar e fazer parte do dia a dia de todos. É, por isso, que a reabertura de algumas lojas e a oferta de novos serviços em determinadas lojas, como o atendimento via Whatsapp ou telefone, com levantamento drive in (encomenda realizada a partir de casa com entrega feita no parque de estacionamento do centro comercial), ou o atendimento express (atendimento à porta da loja, em que o cliente não pode entrar, mas pode contar com o apoio e aconselhamento da equipa de loja para fazer as suas compras) fazem sentido. Vem reforçar a nossa postura e a nossa atitude, porque “Juntos!? Sempre estivemos!”. A Zippy reabriu a 4 de maio quatro lojas: Bragança e Póvoa do Varzim (lojas de rua) e Madeira Shopping e La Vie Funchal. A marca garante que estão a ser respeitadas as medidas de segurança que a situação exige: “O uso de máscara é obrigatório, tanto para clientes como colaboradores, assim como é necessário manter uma distância de segurança de dois metros. Disponibilizamos ainda, na entrada da loja e nos balcões de pagamento, gel desinfetante para que todos possam manter as suas mãos limpas. É também vivamente aconselhado que se recorra a formas de pagamento alternativas ao dinheiro, como o cartão multibanco, MBWay ou contactless. A par e em complemento às lojas acima referidas atualmente abertas, temos também várias outras lojas com atendimento à porta e com atendimento por telefone e recolha das encomendas no parque de estacionamento das lojas – nos próximos tempos, mais lojas começarão a abrir, gradualmente e de acordo com as medidas necessárias para assegurar a segurança de todos.”
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A pandemia veio quebrar um ano que estava a registar bons resultados, comenta Filipa Bello: “Efetivamente, o canal online tem sido o único disponível até agora, por isso, naturalmente foi a este que as pessoas mais recorreram. Mas claro aproveitar ao máximo cada momento e que sentimos um impacto face ao ano oportunidade”. anterior, no entanto, se avaliarmos os Os produtos Zippy estão disponíprimeiros quatro meses do ano, tivemos veis em 40 países por todo o mundo. um crescimento face ao período homó- Espanha é um dos destinos da marca, logo do ano anterior. Uma situação presente em quatro lojas: Espacio como a que estamos a viver atualmen- Mediterraneo em Cartagena, Metromar te provoca sempre um impacto nos em Sevilha, Los Alfares em Talavera, e o negócios e respetivas vendas, dado que Centro Comercial Arena, em Valência. muda muitas coisas e nem tudo corre A marca admite quebras de encomencomo esperado. Mas, mais do que um das nesta altura, como observa Filipa impacto nas vendas, creio ter havido Bello: “Temos vários fornecedores em um impacto no crescimento da marca diferentes partes do mundo, bem como a nível conceptual e do respetivo con- coleções que são 100% concebidas em teúdo de comunicação. Desafiámo-nos Portugal – desde o seu design à produa experimentar e enveredámos por áreas ção–, assim como artigos específicos da que nunca tínhamos experimentado e coleção que são made in Portugal. Com acho que fomos muito bem-sucedidos, tudo o que temos vivido, é natural que porque reforçamos ainda mais aquele ocorram quebras nas encomendas, mas que é o nosso propósito, o que alimen- temos sempre uma estratégia associada a tou esta nossa vontade de fazer mais estas situações.” e melhor pelos nossos consumidores. Filipa Bello considera que o segmento Penso que este é um momento de de roupa e calçado infantil revela uma avaliar o nosso valor como marca, e evolução positiva em Portugal: “É verdasinto-me orgulhosa do percurso que a de que o mercado de marcas portuguesas Zippy tem feito.” para crianças tem crescido e têm surgido A Zippy foi fundada em 1996, no novas marcas com ofertas diferentes, o Porto, integrada no grupo Sonae, e que é sempre positivo! Devemos acom“beneficia do reconhecido know-how panhar o mercado nacional e apoiá-lo, especializado da indústria têxtil portu- principalmente numa altura como esta. guesa, no norte de Portugal”. Destinada É fundamental privilegiar o que é nosso ao público infantil, “o seu ADN é oti- e apoiar-nos de forma a ultrapassarmos mista” e “vê a vida de forma descontraí- esta fase.” Quanto a possíveis sinergias da e descomplicada”. A marca procura com outras marcas, a gestora realça aliar “um espírito prático a um design que não fecha portas a nenhuma ideia. funcional e acessível para roupa de “Sempre gostámos de colaborar com o bebés e crianças que veem os dias reple- mercado nacional e isso faz parte do tos de possibilidades e que procuram nosso dia a dia”, remata. JUNHO DE 2020
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Galp amplía su oferta online a través de una alianza con Glovo
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ebido a la situación originada por el covid-19, Galp y Glovo se han unido con el objetivo de ayudar a aquellos colectivos más vulnerables para que puedan adquirir los productos de primera necesidad sin salir de casa. Galp es una compañía ener-
gética que apuesta por el desarrollo de soluciones eficientes y sostenibles en sus operaciones y en su relación con los clientes y ayuda activamente con el desarrollo económico de los once países en los que opera. La compañía es líder del sector en los principales índices de sostenibilidad global y emplea de forma directa a 6.360 personas. Debido a la situación actual se ha unido con Glovo, una empresa de
comida a domicilio que recoge y envía al momento cualquier producto dentro de una ciudad. A partir de ahora y a través de su aplicación, los usuarios de diferentes localidades de España podrán pedir y recibir en sus casas diferentes tipos de productos. De esta manera, no tendrán que desplazarse a los supermercados y se garantizará su seguridad y protección; estos pedidos podrán hacerse en un horario de 24h durante todos los días de la semana y el acuerdo cubre las siguientes provincias: Alicante, Badajoz, Barcelona, Córdoba, Madrid, Málaga, Palma de Mallorca, Valencia y Zaragoza. Cabe destacar que el proceso es seguro y que garantiza la protección de todas las personas implicadas evitando el contacto directo.
Inditex comienza la reapertura de algunas tiendas I nditex ha decidido abrir algunas de sus tiendas con cita previa en España desde el 11 de mayo y el grupo incluirá a todas sus marcas. El objetivo principal, más que impulsar las ventas, es prepararse para la vuelta a la nueva normalidad. El grupo textil ha decidido abrir siguiendo todos los
protocolos y medidas de seguridad necesarias; se trata de locales con menos de 400 metros cuadrados y, además, se atenderá con cita previa. El grupo Inditex cuenta con 1.600 establecimientos en toda España, aunque serán sólo algunas las tiendas que abran con cita previa. La reapertura
implicará a todas las marcas del grupo, aunque algunas como Zara, por ejemplo, tendrán menos protagonismo, ya que la mayoría de los establecimientos de la marca tienen más de 400 metros cuadrados. En el caso de Uterqüe, Zara Home o Massimo Dutti, abrirán más tiendas.
AEMAVE premia las mejores iniciativas del marketing B2B L a Asociación Española de Marketing B2B ha organizado un certamen para compartir el conocimiento B2B a través de diferentes artículos. Se trata de una asociación que fue fundada en el año 2018 por Oscar Torres junto con otros siete socios y permite a los profesionales del sector de marketing y de las ventas participar en un foro de conocimiento
y especializarse en el sector B2B, con los desafíos y retos que éste conlleva. El objetivo de este certamen, dirigido tanto a socios como a personas que no forman parte de AEMAVE B2B, es escribir un caso de éxito de la empresa; los participantes deberán enviar un artículo sobre una acción de marketing que haya llevado a cabo y tendrán de plazo hasta el 15 de julio. Además,
los tres casos que más éxito tengan serán seleccionados y presentado en las redes sociales en el B2B Day, que se celebrará en noviembre. Los organizadores afirman que se trata de un momento que invita a la reflexión y al análisis sobre la forma de entender los mercados y las necesidades actuales, y la finalidad es ayudar a los empresarios a afrontar los retos que surgen después del covid-19.
Textos María de Maintenant maria@ccile.org Foto DR
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fazer bem Hacer bien
Endesa Portugal colabora com o ensino à distância e doa equipamentos informáticos A Endesa Portugal está a apoiar várias escolas em Portugal, para acompanhar as aulas à distância, com a doação de equipamentos informáticos. Os destinatários dos equipamentos são alunos carenciados de várias escolas, no atual sistema de ensino à distância, motivado pelo covid-19. Com a suspensão das aulas presenciais, devido à pandemia de covid19, as escolas adotaram um sistema de ensino à distância, mas nem todas as crianças dispõem de meios tecnológicos nos seus lares (seja um computador ou acesso à internet), para acompanharem as atividades
escolares, propostas pelos professores. As escolas foram encerradas em Portugal, por causa da pandemia de Covid-19, e a solução passou pelo ensino à distância. No entanto a decisão não é de acesso universal: muitos alunos não têm computadores e internet para acompanhar este tipo de aulas. Para ajudar, a empresa liderada por Nuno Ribeiro da Silva (na foto) resolveu doar computadores que já não estão a ser usados pela Endesa, mas que ainda têm todas as condições para ser utilizados pelos alunos no ensino à distância. Em total, foram entregues sete
portáteis. Os destinatários são alunos das Escolas de Vila Nova de Poiares (no nistrito de Coimbra) e Salesianos de Manique (Cascais). Os equipamentos entregues provêm do departamento ICT da Endesa, que procura dar também um uso social aos dispositivos, depois de terem sido utilizados pelos colaboradores da companhia. Estas doações estão enquadradas dentro do plano de atividades e do compromisso da Endesa com a educação inovadora e inclusiva, fomentando o talento inclusivo e a igualdade de oportunidades entre os jovens.
MAPFRE disponibiliza 200 mil euros para combater a covid-19 em Portugal A
Fundação MAPFRE vai doar cerca de 200 mil euros para ajudar no combate à covid-19, pondo em marcha várias ações a nível nacional que arrancaram com a entrega de quase duas toneladas de material de proteção individual para o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central, entre máscaras, luvas, viseiras e fatos de proteção. Segundo o CEO da MAPFRE em Portugal, Luis Anula, “vivemos um momento em que todos devemos contribuir de forma clara e transparente, num apoio relevante para a sociedade, por isso, é fundamental participar ativamente no combate a esta pandemia. Estamos muito orgulhosos de poder participar e ajudar nesta luta que o mundo está a travar”. Anabela Ferreira da Costa, administradora adjunta do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, acrescenta “o Hospital de Santa Marta (um dos seis hospitais do CHULC), organizou-se para dar resposta no combate aos efeitos das medidas de 28 ACT UALIDAD€
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contenção, que se refletem no facto dos doentes com necessidades reais de assistência não estarem a vir ao hospital, por isso foi criada uma task force para reforçar a oferta de cuidados e impulsionar o regresso dos nossos doentes. Fazemos um agradecimento sincero a todos os que nos têm ajudado a cumprir este objetivo”. Em Portugal, a seguradora continua a seguir a estratégia internacional do grupo MAPFRE e a sua atuação perante o covid-19, que se baseia em três linhas de ação: proteger as pessoas, salvaguardar a atividade económica, especialmente o emprego, e ajudar a sociedade a superar o impacto que esta crise mundial irá provocar a curto e médio prazo. Simultaneamente, a seguradora tomou medidas para apoiar as PME e empresários, alargando os prazos de pagamentos, permitindo fracionamentos sem encargos, e flexibilizou os procedimentos de subscrição à distância para particulares e empresas. A nível mundial, o grupo MAPFRE,
através da Fundação MAPFRE, destinou 35 milhões de euros para apoiar vários projetos de combate à pandemia como, por exemplo, a doação de 20 milhões para compra de ventiladores, material médico e de proteção em 27 países; cinco milhões de euros doados ao Conselho Superior de Investigações Cientificas para acelerar a investigação de uma vacina para o covid-19 e 10 milhões de euros para assistência psicológica, suprir bens de primeira necessidade, ajudar a recuperar o emprego em Espanha, um dos países mais afetados por esta pandemia. Participou ainda no financiamento do fabrico de um protótipo de ventilador, projetado pela The Open Ventilator, uma equipa de investigadores espanhóis, que graças ao apoio da Universidade Rey Juan Carlos, está prestes a obter autorização da Agência Espanhola de Medicamentos, que permitirá a produção em massa de ventiladores funcionais, a baixo custo e sem fins lucrativos.
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Hotéis e unidades de alojamento local acolhem pessoal da saúde V ários hotéis disponibilizaram mais de dois mil quartos em Portugal, para acolher médicos e outros profissionais de saúde a trabalhar e que estão isolados da família para evitar contágios. Outros tipos de alojamentos também deram ou estão a dar apoio a estes profissionais ou a doentes, numa altura em que não registam estadias turísticas. Um dos hotéis que abriu as suas portas aos médicos do maior hospital do país, foi o hotel Marriott em Lisboa (na foto), que está a receber pessoal do hospital de Santa Maria. “Tomámos a decisão difícil de encerrar o hotel no mês de abril, devido às circunstâncias sem precedentes que enfrentamos com a pandemia global do covid-19. Sabemos que neste momento os profissionais de saúde estão a travar uma incansável batalha contra o novo coronavirus, pelo que é com um sentimento de solidariedade e contribuição social que disponibilizamos quartos para que possam descansar e evi-
tar riscos de possível contágio das suas famílias”, frisou ao “Expresso” Elmar Derkitsch, diretor do hotel Marriott em Lisboa. Segundo a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), há dois mil quartos disponibilizados de momento a profissionais de saúde por mais de quatro dezenas de hotéis em todo o país, revelou o “Expresso”. Em associação com o movimen-
to #tech4covid19 e a plataforma RoomsAgainstCovid, a AHP é a entidade que interliga as necessidades entre os profissionais de saúde e as unidades de alojamento. De acordo com a mesma associação, o número de alojamentos disponibilizados ultrapassou a procura por parte do pessoal médico, elementos da proteção civil, entre outros.
MSC Foundation faz doação de dez mil máscaras respiratórias ao Estado português A
MSC Foundation, que faz parte do MSC Group, doou dez mil Máscaras Respiratórias FFP2 ao Ministério da Saúde, entregues diretamente à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, para ajudar na luta contra o surto de coronavírus em Portugal. O MSC Fantasia está em Lisboa a concluir a complexa operação conjunta entre a MSC Cruises e o Governo Português, para desembarcar com sucesso os passageiros e os membros da tripulação a bordo do navio. Na sequência desta cooperação, a
companhia utilizou os seus próprios meios para trazer dez mil máscaras respiratórias FFP2, provenientes da China, que foram disponibilizadas diretamente ao diretor de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, como ajuda médica ao Governo português no combate ao surto. “As máscaras respiratórias FFP 2 são fabricadas a partir de materiais de polipropileno de elevada qualidade, em cor branca, e suaves para a pele, proporcionando um elevado conforto e respirabilidade aos uti-
lizadores”, garante a mesma fonte. “O MSC Group tem já uma parceria de longa data com o governo português. Como parte desta parceria, no início do mês a MSC Cruises tornou possível, também através dos seus próprios meios, uma operação de repatriamento de cidadãos portugueses, espanhóis e outras nacionalidades da União Europeia, através de um voo charter para Lisboa e Madrid que não estava previamente disponível”, informou o grupo, numa nota de imprensa no passado dia 5 de maio. junho de 2020
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Fundação La Caixa, BPI e TEAK Capital doam mais de 400 tablets para facilitar comunicação de doentes e famílias A
Fundação La Caixa e o BPI, em parceria com a TEAK Capital ( holding da família de Carlos Moreira da Silva), e em articulação com o Ministério da Saúde e as Secretarias Regionais da Saúde dos Açores e da Madeira, doam 418 tablets para facilitar a comunicação entre doentes internados e os seus familiares. A doação destina-se a 260 entidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e das Redes Regionais de Cuidados Continuados Integrados (RRCCI) dos Açores e da Madeira, entre as quais as Misericórdias, a Cruz Vermelha e dezenas de instituições de solidariedade. É assim reforçado o apoio da Fundação La Caixa e do BPI, que em abril passado doaram 108 tablets às equipas hospitalares de
cuidados paliativos de todo o país. Pretende-se com esta iniciativa, à semelhança da anterior, que os doentes internados com limitação ou sem possibilidade de receber visitas possam comunicar com a sua família e amigos. A população alvo é os doentes internados em unidades de convalescença, média e longa duração e cuidados paliativos das RNCCI e RRCCI (num total de quase 9.500 camas). Em linha com as orientações da Direção Geral da Saúde, decorrentes do atual contexto da covid-19, esta doação aumenta os meios para que a comunicação de doentes com familiares e amigos se faça através de videochamada, numa fase em que se retomam as visitas nas estruturas com idosos e unidades de cuidados continuados, sendo ainda
reduzida a um visitante por doente uma vez por semana, mediante agendamento prévio e adoção de medidas de proteção, mantendo-se a recomendação da importância da comunicação por visitas virtuais. A Fundação La Caixa impulsiona desde 2018 em Portugal o Programa Humaniza - Apoio Integral a Pessoas com Doenças Avançadas, no âmbito do qual criou 10 Equipas de Apoio Psicossocial (EAPS) especificamente formadas para atender as necessidades psicossociais e espirituais de pessoas com doenças avançadas e das suas famílias. Desde outubro de 2018, as 10 EAPS já prestaram apoio a mais de 12 mil pessoas (doentes e familiares), integradas e em articulação com as equipas de cuidados paliativos do SNS.
Condi oferece mais de 62 mil gelatinas prontas a comer ao SNS e Banco Alimentar A Condi Alimentar acaba de doar cem mil unidades de gelatinas prontas a comer ao Banco Alimentar Contra a Fome e a vários hospitais do norte e centro do país. Este contributo surge para apoiar os profissionais de saúde que se mostram incansáveis na luta contra o covid-19 e ajudar as comunidades mais desfavorecidas, que também estão a ser bastante afetadas com as consequências da pandemia, frisa a empresa. O donativo realizado pela Condi concretizou-se em 51.768 unidades entregues ao Banco Alimentar, 10.790 aos centros hospitalares e hospitais de todo o país, incluindo, por exemplo, o Hospital de Santa Maria, Hospital de São José, IPO de Coimbra Francisco Gentil ou Centro Hospitalar do Baixo Vouga.
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Para além das doações mencionadas, a Condi associou-se também à iniciativa “Food for Heroes”, plataforma que faz a distribuição diária e gratuita de refeições de restaurantes a hospitais portugueses, oferecendo até à data 1.744 gelatinas. “Num momento tão sensível como este é importante reforçar que apoiamos quem mais precisa e este é o nosso gesto de agradecimento a todos os profissionais de saúde que continuam a batalhar diariamente para ultrapassar, ou pelo menos atenuar, esta situação. É sabido que fazem longos turnos de trabalho e as refeições têm de ser rápidas, por isso, oferecemos um alimento que ajuda a recuperar a energia”, refere João Pires, administradores da Condi Alimentar. “Enquanto marca portu-
guesa e familiar, a Condi pretende estar presente em todos os momentos da vida dos portugueses e não ficamos indiferentes às dificuldades de muitas famílias e população sem-abrigo. Por isso, voltámos a apoiar o Banco alimentar na sua missão de ajudar quem não tem recursos”, conclui o responsável. Para levar os produtos, a marca contou com a colaboração da empresa de logística Integra2, que fez a distribuição e entrega nos hospitais. Por outro lado, além de produto alimentar, a Condi ofereceu 300 caixas ao movimento SOS Covid, para poderem transportar viseiras de proteção individual às entidades de saúde, segurança pública e lares de terceira idade.
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Sul em Ação angariou 10 mil euros para fabrico de material de proteção hospitalar A rede de voluntariado Sul em Ação, constituída por pessoas da região de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, conseguiu angariar, desde o início de abril, mais de 10 mil euros em donativos, que permitiram a aquisição de cerca de 5.500 metros de tecido TNT, 2.500 metros de elástico e dezenas de cones de linhas. Além da doação em dinheiro, por parte de particulares, foram ainda doados 14 rolos de TNT da Fundação Joana Vasconcelos, Hospital de Santa Maria, Hospital Beatriz Ângelo, UCF Oriente e Hospitais do Grupo Central de Lisboa. Da união de esforços de um grupo de cidadãos, pequenas empresas e entidades, a trabalhar de forma voluntária no sentido de dar resposta ao problema da escassez de equipamento de proteção individual nos hospitais, surgiu a rede de entreajuda para produção de material hospitalar, Sul em Ação. O núcleo central da Sul em Ação é
constituído atualmente por seis pessoas, às quais se juntaram mais de 100 voluntários, para colaborarem nas diferentes fases, tais como, corte das peças em TNT, corte do elástico, separação de lotes, costureiras, logística, comunicação e marketing. Na primeira fase, no núcleo de Lisboa foram cortadas 650 tapa-botas, 150 batas, 2.500 cógulas e 100 viseiras. Estes equipamentos foram entregues de acordo com as necessidades aos seguintes hospitais: Hospital Curry Cabral, Maternidade Alfredo da Costa, Hospital São José, Hospital D. Estefânia, Hospital Beatriz Ângelo e USF Oriente. Está já a decorrer uma segunda fase de atuação, com o corte e confeção de mais algumas centenas de batas, cógulas e tapa-botas. “A ação da rede continua a ser necessária e, por isso, todo o apoio será bem-vindo. Fazendo jus às palavras da equipa da Fundação Joana Vasconcelos “Pela saúde
de todos, junte-se a esta causa”’, incentivam os promotores da iniciativa. Este movimento destina-se a todos os cidadãos que possam contribuir na ajuda do fabrico de material hospitalar de proteção – viseiras, máscaras, batas, cogulas, toucas, botas entre outros, que sejam necessários nos hospitais, centros de saúde e outras entidades da zona sul do país. Através do grupo no Facebook e da rede de contactos pessoais do núcleo central da rede Sul em Ação, foram captados voluntários para apoiar a rede, hospitais com escassez de material e doadores. O apoio à rede é feito sob a forma de donativo financeiro, material e de mão de obra.
Investigação, inovação e informação são motores para melhorar a reciclagem I nvestigação e inovação de embalagens para melhores resultados de reciclagem e mais informação para os consumidores são caminho para atingir objetivos da economia circular. Estas foram algumas das conclusões do webinar “Talk4Recycling”, organizado pela Sociedade Ponto Verde (SPV), que decorreu no passado dia 19, e que reuniu empresas, academia e especialistas em torno da reciclabilidade. Na sessão de abertura, Ana Isabel Trigo Morais, CEO da SPV, deixou um alerta: “Temos perante nós
um consumidor que irá cada vez mais pedir às marcas que reflitam os seus ideais e as suas preocupações, em temas como o consumo sustentável e a embalagem”, tendo assegurado que que este é um desafio “para o qual podem contar com a SPV”. A mesa-redonda “Importância da redução e de uma maior reciclabilidade”, que juntou empresas como a Sonae, a L’Oréal e a Sumol+Compal e a investigadora Ana Pires, foi um dos pontos mais marcantes do debate. “O balanço da reciclabilidade é positivo embora se mantenha a ressalva de que muito ainda pode ser
feito em termos de ecodesign, embalagens e educação ao consumidor”, adianta a SPV. A necessidade de uma colaboração constante entre as marcas que colocam embalagens no mercado e a sua entidade gestora de resíduos de embalagens, a Sociedade Ponto Verde ficou, mais uma vez, evidente nesta apresentação, um dos vários eventos virtuais promovido por esta empresa no mês passado. No final, foi apresentada a Nova Iconografia de Reciclagem, um projeto da Sociedade Ponto Verde, desencadeado por uma colaboração com a Sonae para as suas embalagens de marcas próprias, que vem ajudar as marcas nas suas embalagens a esclarecer, de forma clara e simples, os consumidores sobre as práticas corretas de separação e reciclagem.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR JUNHO DE 2020
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Gestores afinam estratégias
para retoma da atividade Face à desafiante e grave situação que vivem as empresas e a economia perante a atual crise de saúde pública mundial, a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE) promoveu junto de gestores e economistas um ciclo de webinars dedicados à temática “Impacto do covid-19 nas relações comerciais e empresariais luso-espanholas e perspetivas pós-crise sanitária”. Foram vários os especialistas que nas últimas semanas transmitiram neste formato de comunicação os seus exemplos e testemunhos pessoais sobre a forma como nas suas organizações se está a tentar ultrapassar esta fase tão negativa para a grande maioria das empresas e da sociedade em geral. Por sua vez, a Direção da CCILE participou também numa iniciativa idêntica promovida pelo ISCTE, com uma apresentação que se encontra resumida mais à frente. Os cenários traçados pelos gestores são negros, mas não totalmente pessimistas. Há perspetivas e visões, nas páginas seguintes, que podem ajudar nomeadamente as PME a reposicionar-se e a fortalecer-se para se relançarem depois desta travagem abrupta da atividade económica, sentida a nível mundial. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org
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Fotos DR
gran tema grande tema
"Partilhar a riqueza gerada é a melhor forma de ter um projeto empresarial" Elena Aldana, diretora-geral Internacional de Relações Externas da Mercadona, deixou bem claro na intervenção durante o webinar realizado no passado dia 4 de maio que “partilhar a riqueza gerada é a melhor forma de ter um projeto empresarial que as pessoas desejam que exista”. Da evolução do maior grupo de supermercados de Espanha, de destacar o lançamento, em 2018, do projeto da Mercadona Online em Portugal, sendo só depois no ano seguinte que começaram a abrir as primeiras lojas físicas. As 10 lojas abertas em Portugal faturaram em 2019 (e apenas em seis meses) cerca de 32 milhões de euros, operando com 300 fornecedores nacionais, Elena Aldana confirmou que a cadeia irá continuar a abrir, ainda no norte em Portugal, mais uma dezena de lojas este ano. Frisando que a empresa “aposta num modelo de qualidade total”, baseado em cinco pilares– o cliente, os colaboradores, os fornecedores, a sociedade e os acionistas–, a responsável sublinhou que a cadeia procura sempre garantir a satisfação do cliente e dos seus colaboradores e que essas são etapas fundamentais para alcançar o sucesso que tem tido. Os fornecedores são muito importantes: “queremos trabalhar com os nossos fornecedores para a vida toda”, comentou. Quanto ao pessoal, o grupo conta com 900 colaboradores em Portugal e no total do grupo 90 mil”, enquadrou a gestora. Quanto à inserção na comunidade, o objetivo principal é “criar riqueza e colaborar com a sociedade”. Com a situação atual do covid-19, esta componente da cadeia ganhou importância”, admitiu a responsável, que
elogiou todo o empenho demonstrado não só pelos colaboradores, como pela resposta colaborativa da comunidade local. Elena Aldana abordou ainda o modelo comercial da Mercadona, assente numa forma mais moderna de relacionamento e comunicação com o cliente, garante. “Passamos, assim de um modelo tradicional, onde o fornecedor disponibiliza os produtos e o distribuidor os coloca ”à venda, para outro “modelo mais moderno, o modelo da Mercadona, onde é o cliente, juntamente connosco e o nosso Centro de Co-Inovação, quem define o sortido, e isso é comunicado assim aos fornecedores”, garantindo maior procura por parte dos clientes, refere a gestora espanhola. “Isto também leva a que apostemos em produtos novos, que não existiam no mercado”, adianta. Com 1.400 fornecedores, a empresa realizou compras no montante de 20.187 milhões de euros em 2019, adiantou a gestora. A nível global, o grupo tem mais de 1.600 lojas e aumentou o seu volume de negócios, para os 25.500 milhões de euros. Os lucros ascenderam, em 2019, a 623 milhões de euros.
O plano de investimentos do grupo entre 2019 e 2023 ascende a cerca de dez mil milhões de euros, onde se prevê maior aposta na “digitalização da empresa”. A empresa tem sempre presente a partilha dos seus lucros, distribuindo cerca de 25% em prémios de desempenho pelos colaboradores. 40% dos lucros são para reinvestimento e 10% para distribuição de dividendos. “Partilhar a riqueza gerada é a melhor forma de ter um projeto empresarial que as pessoas desejam que exista”, resume a responsável. Gestão da crise: Em março, com a crise sanitária, a Mercadona procurou atuar rapidamente, adotando diversas medidas de proteção dos colaboradores e clientes das suas lojas. A comunicação das medidas implementadas – através de canais internos e das redes sociais – foi essencial, para tranquilizar ambos e permitir o funcionamento normal das lojas, em Portugal, explicou Elena Aldana, Por outro lado, a cadeia tem reforçado a sua política de responsabilidade social e feito doações, de mais de 200 toneladas de produtos, a diversas instituições sociais. Embora as vendas tenham aumentado, os lucros da atividade em Portugal irão cair cerca de 95%, admitiu a mesma responsável. A Mercadona anunciou entretanto ter atribuído cerca de 44 milhões de euros em prémios aos seus 90 mil colaboradores, como "reconhecimento pelo esforço e o compromisso" mantidos durante a pandemia. Este valor acumula com os 340 milhões de euros de prémio anual, concedido em fevereiro a todos os colaboradores da companhia. Texto María de Maintenant
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“A Cepsa manteve sempre garantia de fornecimento” Ruth Breitenfeld, vice-presidente da Cepsa Portuguesa, foi uma das oradoras do ciclo de webinars lançado pela CCILE sobre o “Impacto do covid-19 nas relações económicas luso-espanholas e perspetivas pós-crise sanitária”. Na sua apresentação, a gestora começou por elogiar os colaboradores da Cepsa Portuguesa, para “agradecer por continuarem a dar o seu melhor contributo, sempre, diariamente, para que possamos continuar a garantir a nossa atividade e a poder disponibilizar, a cada momento– em circunstâncias extremas, como as que estamos a viver– a energia de que necessitamos para as nossas vidas”. Entre estes, alguns dos profissionais que se mantêm a trabalhar nos seus locais habituais de operação, como é o caso das estações de serviço, estando ainda uma parte dos funcionários em teletrabalho. Salientando que a sua apresentação tinha uma tónica mais pessoal do que institucional, Ruth Breitenfeld enquadrou também desde logo a questão da “interconexão económica, social e cultural incontornáveis” entre os dois países ibéricos. Para Portugal, Espanha é o seu maior cliente, absorvendo mais de 20% das exportações de bens portugueses, o que torna esta ligação essencial para as empresas nacionais. E, naturalmente, considera que o impacto da pandemia vai ser “grande”, “Nesta situação sem precedentes que é esta pandemia, é difícil saber quais os efeitos que o covid-19 vai ter nas relações económicas a nível bilateral” ou nas relações com o
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resto do mundo. Apenas se sabe que “nada vai voltar a ser o que era”, comentou. Mas a Cepsa, através do seu ADN, “vai continuar a abastecer com energia toda a cadeia de valor desta indústria". O grupo opera, com mais de 10 mil profissionais em todo o mundo, em áreas tão diversas, como a exploração e produção petrolífera, a petroquímica, o fornecimento de gás, eletricidade, trading de combustíveis, até às energias renováveis. E salientou a liderança mundial do grupo na petroquímica, com aplicações desde o têxtil à construção, farmacêutica, dispositivos médicos ou de proteção individual, a produtos de higiene e detergente, duas áreas que estão em foco atualmente nesta crise sanitária. O grupo, que mantém uma forte aposta na tecnologia e na inovação. conta em Espanha com cerca de 1.500 postos de combustível para veículos terrestres, para a navegação marítima e tem área de distribuição e rede comercial. São líderes no fornecimento aos aviões, que é atualmente um dos setores mais afetados pela crise.
Em Espanha, têm a área de operação no mercado de eletricidade, gás natural e estão também, mais recentemente, nas energias renováveis (com um novo parque eólico em Jerez de la Frontera). Em Portugal, a companhia tem mais de 260 postos de abastecimento e cerca de 600 profissionais ao serviço. Tem ainda uma unidade industrial de produtos betuminosos. Por outro lado, estabeleceu acordos de colaboração com a Ionity e a Masdar para a instalação de pontos de carregamento elétricos nos seus postos de abastecimento na Península Ibérica. Através de uma nova joint-venture, poderão ainda desenvolver projetos eólicos e de solar fotovoltaico em ambos os países. A Cepsa Portuguesa está já presente também na comercialização de eletricidade para clientes industriais, revelou Ruth Breitenfeld. Constrangimentos: “A origem deste confinamento mundial é comum: é o covid-19”. No entanto, “as circunstâncias de cada país são distintas”, como enquadrou. "A procura [de combustíveis e outros produtos petrolíferos] sofreu uma queda a nível mundial sem precedentes”, com um excesso da oferta, por causa das restrições à mobilidade de pelo menos um terço da população mundial, destacou a gestora. “Em Portugal, a queda foi na ordem de mais de 50%”, em termos médios, mas muito superior no tráfego aéreo e de cruzeiros, por exemplo. Gestão da crise: Desde o início da crise, a companhia assegu-
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rou sempre a “garantia de fornecimento energético”. “As indústrias energética e química desempenham um papel fundamental na luta contra o covid-19", frisou, mais uma vez, a responsável. “Somos considerados serviços essenciais”, tendo-se os postos de abastecimento mantido abertos, fornecendo combustíveis e gás engarrafado, “apesar da queda drástica na procura”. De destacar que a empresa, que mantém uma atividade integrada a nível ibérico (centralizada em Espanha), criou ainda um Comité de Resposta, para a monitorização das suas atividades e abastecimento de produtos. Além do Plano de Contingência para garantir a atividade e segurança de colaboradores– fomentando o teletrabalho e implementando normas de segurança–, assim como a segurança dos distribuidores e dos clientes. Ruth Breitenfeld salientou ainda que a sua companhia se colocou à disposição das entidades públicas portuguesas para garantir o fornecimento energético e o cumprimento de medidas para a saúde pública. A área social também não foi esquecida, tendo a Fundação Cepsa apoiado nesta fase as instituições Comunidade Vida e Paz e a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Leixões, com uma doação de combustível no valor de 10 mil euros. Perspetivas: Sobre o futuro, Ruth Breitenfeld sublinhou que “continuamos a manter-nos preparados para os diversos cenários de retoma da atividade”, seja gradual ou de outra forma, estando atenta ao evoluir da abertura gradual da atividade no país. Questionada sobre a transição energética, disse apenas que a estratégia se mantinha e que “a Cepsa é uma parte ativa integrante dessa transição energética. A solução do futuro está num mix de produtos oriundos de diversas fontes de energia”, apostando na sustentabilidade. Quanto ao facto do preço do crude estar em forte queda nos mercados mundiais, a gestora sublinha que além das cotações internacionais, os preços dos combustíveis incorporam outros custos e impostos.
"Não cortámos nenhum investimento" previsto para os próximos três anos António Portela, CEO da Bial, salienta que apesar deste grupo ter já 9 6 anos de existência, foi só em 2009 quando começou a comercializar os seus medicamentos de investigação própria, que catapultou a atividade. Assim, em 2019, faturou mais de 300 milhões de euros, dos quais 55% provêm precisamente dos dois medicamentos patenteados pela Bial (para a epilepsia e para a doença de Parkinson). Desde 1997 que estão em Espanha, sendo mesmo a filial mais relevante, com um volume de negócios de 90 milhões de euros. A Bial em Espanha conta com 170 colaboradores. O grupo investe mais de 20% do volume de negócios em I&D. "a inovação é absolutamente fundamental para nós", para "termos um crescimento importante e para chegarmos a novos mercados", onde comercializam os seus medicamentos ou através das suas filiais próprias ou, fora da Europa, através de parceiros em cada país. Gestão da crise: O grupo conta com mil colaboradores, repartidos por Portugal, Espanha
e outras filiais europeias. "A covid-19 apanhou-nos a todos, de alguma forma, de surpresa". Todavia, desde muito cedo, a empresa adaptou o seu plano de "Business Continuity" ao novo cenário do covid-19 e conseguiu manter as suas operações a funcionar quase a 100%, adianta António Portela. A preocupação foi assegurar a segurança dos colaboradores, que na sua maioria foram enviados para casa, sendo nomeadamente suspensas as visitas dos seus profissionais de saúde a unidades de saúde. Nem todos os colaboradores ficaram em teletrabalho, pois a parte ligada à produção, qualidade, logística e a mais algumas áreas de suporte tiveram de garantir o aumento da procura de medicamentos que se registou nesse período. Só no primeiro trimes-
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tre deste ano, a empresa produziu mais 50% face ao trimestre homólogo de 2019, conseguindo assim responder quer às necessidades de stock quer ao aumento da procura de medicamentos em toda a Europa. O processo de comunicação interno foi muito importante para transmitir confiança aos colaboradores para continuarem o seu trabalho e responder ao aumento da procura do mercado, adiantou António Portela. Uma das áreas que não conseguiram continuar a desenvolver foi a dos ensaios clíinicos dos medicamentos, de resto, os projetos mantiveram-se em ação. A interação parte digital com os clientes foi acelerada e tem corrido bem, adianta. De salientar ainda que a Bial criou um fundo de 500 mil euros para apoiar centros de investigação e profissionais de saúde no combate ao covid-19. Perspetivas: Deste modo, a Bial espera terminar o ano dentro dos objetivos previstos. "Nós não cortámos nenhum investimento, quer seja ao nível da I&D, quer sejam investimentos industriais" que tinhamos planeado para os próximos três anos. "Estamos a continuar a trabalhar para que os mesmos possam continuar, e sentimos que este problema terminará em qualquer momento e
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nós temos de continuar a investir e continuar a crescer". Com o arranque do desconfinamento em Portugal, a Bial está a preparar a retoma da atividade normal dos colaboradores, com algumas medidas extra de segurança. Ao nível global, considera que as anteriores perspetivas de normalização a partir de junho/ julho poderão realmente acontecer, mas ainda com muitas restrições e cuidados para evitar novos surtos da doença. É possível haver novos cenários de confinamento para o final do ano e para 2021, relembra, e a empresa vai acautelar todas as possibilidades, para garantir stocks dos medicamentos. Quanto ao relacionamento com outros mercados e à recuperação europeia, defende "um plano de competitividade, de reindustralização muito forte nos diversos países", através de um forte apoio público às empresas e à sua recapitalização, mais até do que o próprio investimento público. Só assim se poderão recuperar o emprego e o consumo privado, frisa. Quanto à descoberta e colocação no mercado de uma vacina ou de um tratamento para o covid-19, apesar de todos os esforços sem precedentes e com investimentos "colossais" que têm sido feitos pelos investigadores, não serão processos fáceis ou tão céleres como o desejado, alerta o gestor.
Empresas devem aproveitar
Luís Castro e Almeida revela que o BBVA em Por tugal espera não ser tão afetado pela crise sanitária como outros concorrentes, devido ao plano de restruturação que implementou há cinco anos. Um plano que pretendia consolidar a instituição, para fazer face à anterior crise financeira e antecipar novas recessões, e que consistiu num extenso plano de encerramento de balcões, na concentração nos segmentos de clientes com rendimentos mais elevados e no abandono do crédito à habitação, demarcando-se mesmo de potenciais negócios de promoção imobiliária, atividade que tem estado em alta, sobretudo em Lisboa e no Por to. “Foram decisões difíceis que tomámos, foi um risco, mas que se vieram a mostrar essenciais nesta altura que estamos a atravessar", comentou o gestor num webinar recentemente promovido pela CCILE. Paralelamente, foi feita uma aposta na digitalização da atividade bancária, como o serviço BBVA Consigo, que chega a 80% dos clientes e que "é uma referência em Por tugal". Deste modo, com estas restruturações, o volume de moratórias concedidas a par ticulares e empresas
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novas oportunidades com as quebras de fornecimentos acabou por atingir um valor da ordem dos 420 milhões de euros, um valor que "é baixo", e que tem a ver com as decisões estratégicas tomadas anteriormente, como sublinhou. Gestão da crise: Perante a crise inesperada, o BBVA em Portugal teve como grandes preocupações a segurança quer dos seus 400 colaboradores (tendo 9 0% entrado em regime de teletrabalho, enquanto os restantes 10% se repartiram entre a sede e os balcões), como o apoio aos clientes e à sociedade, revelou Luís Castro e Almeida. Para apoiar os seus clientes, o banco "avançou rapidamente com linhas de linhas de apoio e moratórias, quer para os particulares, quer para as empresas". Para as empresas, concederam já empréstimos no valor de 500 milhões de euros e aumentaram as linhas de liquidez em 200 mllhões de euros. Do total de 1.700 milhões de euros em linhas de liquidez, o banco ainda tem disponíveis para conceder mais de 500 milhões, enquadrou o country manager do BBVA em Portugal, na apresentação feita no passado dia 7 de maio. "Não temos nenhum cliente a dizer que o dinheiro ainda não chegou à sua empresa", destacou. Frisando que a instituição não recorreu a apoios do Estado na anterior crise de 2008 e que também agora não irá aderir a linhas com garantia do Estado, Luís Castro e Al-
meida destacou, assim, que as eventuais perdas decorrentes dos novos financiamentos não recairão sobre os contribuintes portugueses. Uma responsabilidade que revela a sua preocupação em relação à sociedade onde se insere, como sublinhou Luís Castro e Almeida. Ainda dentro das responsabilidades sociais assumidas pelo banco, destaque para a campanha de solidariedade interna envolvendo os colaboradores para apoiar o Banco Alimentar contra a Fome. O valor das doações feitas pelos colaboradores foi duplicado pelo BBVA Portugal. Perspetivas: Ainda sem saber como evoluirá a economia portuguesa perante este “nevoeiro cerrado”, o gestor procura dar uma visão pessoal positiva sobre o futuro a curto e médio prazo, nomeadamente para as empresas a operar em Portugal e Espanha, já que considera que nem todos os setores de atividade serão afetados da mesma forma. Mas além do papel dos empresários, serão também fundamentais para a saída da crise as decisões governamentais e europeias que venham a ser adotadas para travar o impacto de uma recessão sem precedentes no espaço europeu. E lança um repto às empresas portuguesas e espanholas para que aproveitem para preencher nichos de mercado onde se verifiquem disrupções nas cadeias de fornecimento quando a ativi-
dade retomar. "Muitos países europeus não vão querer estar dependentes de fornecedores de outros lugares do mundo" e há que começar a produzir a nível europeu esses componentes ou produtos finais, incentiva. "As empresas deviam já estar a pensar nisso e a contactar potenciais clientes" a nivel nacional ou europeu para propor novos produtos. Fundamental ainda é que as empresas apostem na “digitalização do seu negócio” e no e-commerce , mesmo pós-pandemia, devendo recorrer sempre que possível ao teletrabalho, alerta o responsável. As previsões do BBVA para a economia portuguesa seguem as de outras instituições internacionais. Assim, o BBVA estima para este ano uma queda do PIB nacional até aos 6,5% e uma taxa de desemprego de 10%. Quanto ao impacto de uma recessão desta dimensão sobre a atividade dos bancos, Luís Castro e Almeida reconhece que ela afetará os resultados da banca, mas, mesmo assim, considera, há que ver como reagirão alguns setores, menos prejudicados pela crise sanitária. Neste sentido, e tendo em conta que as empresas poderão aproveitar esta altura para apostar na diversificação dos seus portefólios de produtos e mercados, o PIB nacional deverá voltar a recuperar, podendo registar um crescimento de 4,9% em 2021, antecipa ainda.
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Assegurar apoios até ao fim da pandemia será fundamental para relançar as economias Nuno Alves, diretor do Departamento de Estudos Económicos do Banco de Portugal, apresentou, num webinar realizado no passado dia 11 de maio, uma visão sobre o impacto macroeconómico global da crise pandémica, apontando igualmente algumas perspetivas sobre o caso concreto da economia portuguesa. "A pandemia tem um impacto em termos de saúde pública de primeira ordem", embora "também tenha um impacto económico muito forte", pois corresponde a "um choque simultâneo do lado da oferta e do lado da procura". Com as medidas de confinamento adotadas em vários países e a interrupção de produções industriais e de serviços, a oferta acabou por "ter um choque negativo muito acentuado", que coexiste com o choque do lado da procura – quer por parte das famílias, que devido à incerteza optaram por poupar os seus rendimentos ou tiveram mesmo uma quebra acentuada de rendimentos (por desemprego, lay-off, etc.), quer por parte das empresas, que adiam o investimento. Por outro lado, "este choque coloca-nos num contexto de incerteza, que alguns autores classificam de incerteza radical". "São mesmo tempos sem precedente histórico recente". Deste modo, é muito difícil para os economistas calcularem a profundidade e extensão da crise económica, pois dependem muito da duração da própria pandemia e das medidas de contenção. "Sabemos que esta crise vai ser muito profunda" e que vai afetar significativamente os sistemas fi-
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nanceiros mundiais. "Portugal e Espanha não serão exceção". A globalização da crise e o arrastar de uma crise económica em simultâneo com uma crise financeira, também pode afetar ainda mais o nível da recessão. As medidas de política económica a seguir pelos vários países, e que subsistirão nos próximos trimestres, também condicionarão a crise. E dá como exemplo as medidas de apoio ao mercado de trabalho, que são fundamentais para a solvência das famílias. As políticas orçamentais seguidas têm uma abrangência mais nacional e de efeitos menos duradouros, defendendo antes alguns uma "resposta monetária para este choque, que é assimétrico, em toda a Europa, e mesmo a nível global". Esta pode passar por instrumentos pouco convencionais, como a provisão de uma grade liquidez a baixo custo, a compra de ativos de diversos tipos, em diversos mercados. "Assegurar esta ponte", entre o momento atual e o fim da pandemia será fundamental para re-
lançar as economias, defendeu ainda o mesmo especialista. Mas "fazer esta ponte tem um custo orçamental enorme e é muito complicado garantir para todos os segmentos da população, para todos os segmentos de empresa, que todas continuarão a ter um viabilidade após a crise. Certamente, muitas empresas entrarão em insolvência durante a crise". Um inquérito do Banco de Portugal e do INE às empresas conclui que a continuação do atual cenário de paragem da atividade além de 40 dias úteis afetaria 17% das empresas, em termos de défice de liquidez. Embora as medidas de lay-off tenham mitigado estes efeitos. Contudo, a situação das microempresas é ainda mais precária. Perspetivas: O impacto do confinamento neste segundo trimestre "será muito severo", com o BCE a antecipar uma forte queda para vários países, seguindo-se alguma recuperação. Mas, mesmo assim, "não vamos recuperar o nível do PIB de 2019 mesmo no final de 2022". "É uma crise profunda" e que tem problemas graves como a travagem do investimento, do desemprego permanecer elevado por muito tempo e da inovação e I&D ficarem adiadas. Quanto à inflação, a tendência será para os preços diminuirem nos próximos anos. A política de contenção da escalada do vírus é preferível à abertura total da economia, garantem os economistas, defendendo que a criação de bases de confiança para os consumidores, através, por exemplo, da
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monitorização da doença e da realização de testes de despiste em larga escala para evitar novo surto. No caso de Portugal, a recessão foi transversal a todos os setores. "Entre março e maio, temos uma queda quase generalizada e transversal a quase toda a economia. São poucas as exceções". Nos serviços, a queda foi ainda mais acentuada, devido ao bom momento que atravessavam e que sofreu uma travagem demasiado abrupta. Mas a indústria também caíu de forma generalizada.
Para o futuro a médio prazo, Nuno Alves alerta que "a economia portuguesa tem fragilidades que irão condicionar" a recuperação. A questão do elevado endividamento do setor público, que deverá ainda agravar-se com esta pandemia, o facto de haver muitas pessoas no limiar da pobreza, o que condicionará a procura, e ainda a própria fragilidade financeira das empresas, bem como a elevada exposição ao setor do turismo, que pode sofrer quedas da ordem de 80% no atual trimestre (o setor representa cerca de 6% do
PIB). Mas, conclui, "a capacidade de resposta das empresas e a coesão social são cruciais para minimizar os efeitos desta crise". O FMI aponta para uma queda do PIB nacional de 8%, enquanto a Comissão Europeia estima uma descida de 7%. Quanto ao desemprego, deverá manter-se elevado durante muitos anos. Já relativamente à relação económica com Espanha, Nuno Alves considera que esta "continuará a ser imparável" após o retomar das atividades normais.
Espanha vai ter uma abertura gradual e progressiva, por região Luís Moura, delegado da AICEP em Espanha, enquadrou a situação económica e regulamentar em Espanha desde o início da crise sanitária e até à data (13 de maio), enquanto vigora o estado de alerta decretado pelo Governo espanhol há 10 semanas e que duraria pelo menos até 23 de maio [o qual, entretanto, foi prolongado por mais 14 dias]. "É uma situação nova, que está a causar grande impacto económico e social sobre esta sociedade. A crise que se avizinha é uma crise sem precedentes" para o país, com estimativas de queda da economia recordes em termos das últimas décadas – o Governo espanhol prevê uma queda do PIB de 9,2% em 2020. A travagem da economia espanhola foi total, "um choque semelhante ao de um desastre natural", "a atividade parou em seco", pararam as exportações, tendo o confinamento sido muito mais restritivo do que em Portugal. Do lado da procura, houve igualmente um choque, derivado de situações de
lay-off, desemprego, perda de remunerações, aumento de incerteza e diminuição do consumo, com exceção dos bens alimentares e produtos farmacêuticos. Gestão da crise: Terá de haver recursos públicos para ajudar a retomar o consumo e ajudar as empresas a voltarem a operar e a exportar. No início da crise, o Govenon espanhol implementou medidas como o lay-off simplificado, avais do Estado (três tranches de avais de 20 mil milhões de euros
cada, de um total de cem mil milhões), além da garantia pública de 80% dos empréstimos, através do Instituto de Crédito Oficial (ICO), essencialmente destinada a PME e trabalhadores independentes. Foi ainda decretada a flexibilização do pagamento das contribuições para a segurança social por parte de trabalhadores independentes e empresas, bem como a flexibilização do pagamento de impostos. A proibição temporária de despedimentos por causa da pandemia foi outra das medidas adotadas em Espanha, que está em vias de lançar também o rendimento mínimo garantido para famílias vulneráveis. Quantos aos setores mais afetados, Luís Moura salienta em primeiro lugar o turismo, que valia cerca de 12% do PIB, e que poderá ter perdas da ordem dos 124 mil milhões de euros. Também o setor automóvel e aeronáutico, com 17 fábricas em Espanha e um peso de 12% do PIB do país, é outro dos mais prejudicados com a suspen-
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são da atividade. A hotelaria, restauração, calçado e moda estão também entre os que mais sofreram. Do lado contrário, os produtos alimentares, a tecnologia, a saúde e o setor da construção estão entre os que reagiram melhor e não foram tão prejudicados. Para já, uma boa notícia: "embora seja uma crise severa, não se transmitiu ao setor financeiro como em 2008 ou como a recessão de 1929", frisa Luís Moura. A estratégia do "desconfinamento em Espanha será gradual, progressiva e assimétrica por regiões e setores". Esta decorrerá em quatro fases, divididas em oito semanas, a implementar consoante as províncias, começou no passado dia 4 de maio, mas Madrid é, por exemplo, uma das regiões que ainda está na fase zero, de preparação para a retoma da atividade, comentou o responsável, durante o webinar que se realizou no passado dia 13 de maio. Madrid e a Catalunha estão entre as regiões mais afetadas
por casos de contaminação, num país que está no topo da tabela de casos na Europa. Só na fase 3 (última fase) é que está prevista a mobilidade entre províncias, pelo que a abertura das fronteiras com Portugal não deverá acontecer muito antes disso, esclarece o mesmo responsável. Relações ibéricas: No passado recente, as relações ibéricas cresceram de forma acentuada, representando em 2019 cerca de 46 mil milhões de euros de trocas comerciais, relembra Luís Moura. De destacar que mais de seis mil empresas portuguesas exportam para Espanha. Com a evolução da tendência, nos últimos anos, de aproximação às unidades produtivas mais próximas dos centros urbanos vs. as produções em países longínquos, os dois países alcançaram uma crescente complementaridade dos tecidos produtivos e um elevado grau de integração das cadeias de produção, enquadra Luís Moura.
Perspetivas: A pandemia irá colocar muitas dificuldades às empresas, com pressão sobre os preços e a logística, com muita concorrência dos canais online. As empresas portuguesas podem agora, perante a travagem em Espanha e noutros países europeus, ter espaço para aumentar a sua capacidade exportadora para o resto da Europa, Portugal e os produtos portugueses têm uma boa imagem exterior, que é necessário aproveitar, sublinha o responsável. Do lado do consumidor, é de esperar um consumidor emotivo e frágil, sensibilizado para contribuir para o bem estar e esforço coletivo, que adote um comportamento de consumo mais prático, que seja menos consumista, privilegiando a economia circular e os aspetos ambientais. Por outro lado, por razões económicas, estará mais sensibilizado ao preço e menos fiel a marcas. As lojas online ou de proximidade serão privilegiadas por este consumidor.
Reabertura de fronteiras depende de evolução da crise sanitária "Que reabertura possível do comércio com Espanha, o nosso principal mercado?" foi o tema tratado por Eduardo Serra Jorge, tesoureiro da Junta Diretiva da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, orador de um webinar realizado no passado dia 6 de maio, inserido num ciclo promovido pelo ISCTE.-Executive Education, durante o mês passado e que contou com oradores de diversos setores. Para Eduardo Serra Jorge, o confinamento imposto em diversos países pretendeu não só prevenir a extensão do covid-19, como também travar um agravamento da própria
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atividade económica, neste período de incerteza. Abordando a situação concreta em Espanha, que é o principal mercado externo de Portugal, Eduardo Serra Jorge referiu a forma como este país está em vias de fazer o desconfinamento social, que continua a ser enquadrado pelo estado de emergência, mas com uma progressiva abertura de atividades e de mobilidade. Nesta "fase 1" do desconfinamento, será permitida a abertura de algum pequeno comércio, lugares de culto e atividades sociais, mas com diversas limitações.
Só para meados de junho, se as condições sanitárias o permitirem, é que Espanha deverá entrar na fase 2, com maior normalização das atividades da população e de âmbito económico, adianta o mesmo responsável. Com uma abertura que se espera gradual também em Portugal, terá de haver uma concertação entre os dois países para o reabrir das fronteiras terrestres, o que permitirá maior mobilidade para os cidadãos, comenta o mesmo responsável. Perspetivas: Eduardo Serra Jorge resume que tudo dependerá do evoluir da crise sanitária. "A reaber-
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tura das relações bilaterais estará altamente condicionada à normalização da própria situação sanitária e à abertura das fronteiras". Recorde-se que ainda não há data para o reabrir das fronteiras terrestres entre os países ibéricos, que foram encerradas a 16 de março. Quanto à queda da economia espanhola, que se calcula que vá ser mais grave do que em Portugal, Eduardo Serra Jorge estima que no final deste ano poderá situar-se entre os oito a 12%, "uma quebra brutal, a que nunca se assistiu". Também o desemprego em Espanha, este ano, poderá atingir taxas de 20 a 30%, adianta. O consumo privado e as exportações também deverão sofrer fortes impactos, acredita o responsável. "Queremos acreditar que este desconfinamento gradual vá trazer boas novidades". Para o diretor da CCILE, que é advogado e ainda empresário do setor do turismo, este último será o que
demorará mais tempo a recuperar. No seu entender, tudo aponta para que o ano atual, e provavelmente o próximo, "sejam anos perdidos", pelo que há que "preparar o ano 2022", adverte. Existem já estimativas de que os prejuízos em Espanha para o setor do turismo, caso o mesmo não reabra completamente até ao final deste ano, possam ascender a algo como "125 mil milhões de euros", lança o orador. "Isto são más notícias para Portu-
gal", face à grande ligação comercial entre ambos os países, frisa. Embora as mudanças que esta pandemia veio impor nos hábitos dos consumidores, também, possam criar "boas oportunidades de negócio que as empresas não deixarão de aproveitar”, acredita o gestor. Ainda assim, enumera alguns setores em Espanha que têm conseguido manter ou mesmo melhorar a sua atividade, apesar da pandemia, como o setor tecnológico, o agroalimentar e distribuição, a indústria química, transportes e logística ou ainda a indústria farmacêutica e de produtos de higiene e limpeza. Sobre Portugal, e tendo em conta a sua experiência e conhecimento mais direto da realidade das empresas, lamenta a paragem da economia e o elevado número de empresas em lay-off e refere que os "empresários estão com muita expetativa sobre o que irá acontecer" nos próximos tempos.
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Setor energético vai retomar a atividade normal e os seus investimentos Nuno Ribeiro da Silva, diretor-geral da Endesa Portugal, dedicou grande parte da sua intervenção à política energética europeia, salientando que quer o “Green Deal” aprovado pela Comissão Europeia, quer a Lei do Clima recentemente enviada pelo Conselho Europeu ao Parlamento Europeu para discussão, ou ainda os planos nacionais de energia dos Estados-membros devem avançar sem limitações, e sem alterações significativas que ponham em causa as “metas ambiciosas” definidas. O Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) de Portugal acabou de ser aprovado em Conselho de Ministros. Estes projetos implicam “centenas de biliões de euros só na Europa” –para a descarbonização até 2050, através da aposta em energias renováveis, redes inteligentes, eficiência energética – e são essenciais “para melhorar a nossa qualidade de vida, para tornar as nossas cidades – e em última análise, o planeta – sustentável”, defendeu. Mas ainda há “cuidados a ter”, quer em termos regulatórios, quer em termos de fiscalidade, alerta. Tem de haver flexibilidade administrativa e ainda incentivos financeiros e fiscais para que as empresas do setor invistam nestas vertentes. No webinar realizado no passado dia 22 de maio, o responsável falou ainda do impacto ambiental decorrente do menor consumo dos produtos energéticos neste tempo de confinamento, considerando que é temporário e que não se trata de uma tendência de longo prazo. “Vamos voltar a uma situação normal,
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em que os consumos de energia e os consequentes efeitos ambientais voltarão à tendência que tinhamos antes do confinamento. Mas também é verdade que apesar de muitas críticas”, tem-se estado, nos últimos anos, a seguir “um caminho positivo no sentido de diminuir os impactos sobre o ambiente, com adoção de energias mais “limpas”, e de melhorar a eficiência energética, salientou. Sobre a situação inédita ocorrida em 16 de março, com uma queda abrupta e histórica do preço do crude, aquela decorreu de uma “tempestade perfeita” sobre a produção, mas os preços já recuperaram para cerca de 30 dólares por barril, comentou o mesmo gestor. Ainda assim, a tendência a médio prazo é para um “equilíbrio do mercado” e para “preços baixos” do petróleo e do gás, com as reservas atuais existentes e com a estabilização da procura devido à descarbonização. Mas o petróleo continuará com procura a nível mundial até cerca de 2040.
De salientar ainda a nova regulamentação em que os preços do gás natural e do gás de petróleo liquefeito deixarão de ser indexados ao preço do petróleo, nos mercados mundiais. Nuno Ribeiro da Silva salientou, por outro lado, que os preços da energia negociada no Mibel-Mercado Ibérico de Eletricidade têm estado a baixar e que a Endesa tem feito repercutir essa diminuição junto dos seus clientes. “É uma boa conjuntura para os consumidores reverem os seus contratos”, mas os operadores têm feito um esforço para atualizar preços, considera o gestor. Nuno Ribeiro da Silva aponta ainda para a questão de Portugal e Espanha terem uma situação privilegiada em termos de variedade de fontes de produção energética – desde o solar fotovoltaico, à produção hidroelétrica através de barragens, à energia eólica e à biomassa – um mix de fontes renováveis pouco vulgar a nível mundial, considera. Assim, a produção do sistema elétrico tem apostado na descarbonização e geração por fontes renováveis e na eficiência energética. O objetivo até 2030 é de que 37% de todo o consumo energético nacional tenha origem em fontes renováveis. Relativamente à mobilidade elétrica, Nuno Ribeiro da Silva considera que esta tendência se irá manter nos próximos tempos. Mas as medidas legislativas e fiscais de governos e municípios nesta matéria serão fundamentais para intensificar este processo e contribuir para um ambiente nas cidades mais sustentável, adianta.
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opinião opinión
(Tele)Governo das Sociedades Comerciais: como
Por Manuel Bruschy Martins *
compatibilizar vida societária e distanciamento social?
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ivemos tempos de desafio e de mudança. O que começou como uma resposta à crise sanitária, económica e social provocada pela pandemia de covid-19 está a tornar-se, a cada dia que passa, a nova realidade com que a nossa sociedade tem de lidar. A crise coronavírus trouxe consigo uma alteração paradigmática na forma como nos relacionamos socialmente e na forma como conduzimos os negócios. Se o distanciamento social está na ordem do dia, como conduzirão as sociedades comerciais os negócios sociais? Sem prejuízo da possibilidade de surgimento de novas regras – como é o caso das assembleias gerais (“AG”) anuais, que o Governo fixou poderem ser extraordinariamente realizadas até 30 de junho de 2020 – a verdade é que a maioria dos mecanismos e instrumentos, quer jurídicos quer tecnológicos já existiam. Vejamos: 1) Reuniões por videoconferência – As reuniões por meios telemáticos, designadamente por videoconferência, permitem a adoção das deliberações sociais que se revelem necessárias ou convenientes sem que as pessoas careçam de estar fisicamente reunidas. O uso de meios telemáticos é possível desde que os estatutos não o proíbam e desde que a sociedade assegure a autenticidade das declarações e a segurança das comunicações, procedendo ao registo do conteúdo da reunião e dos respetivos intervenientes, 44 ACT UALIDAD€
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sendo admissível para reuniões de AG e de órgãos de administração e fiscalização. 2) Deliberações unânimes por escrito – O texto das deliberações circula pelos acionistas/sócios, sendo as mesmas adotadas mediante a aposição da assinatura de todos os acionistas/ sócios, com referência à data em que for aposta a última assinatura. As assinaturas podem ser apostas separadamente em exemplares distintos (por exemplo, se cada sócio/acionista imprimir o seu documento), caso em que apenas com a junção de todas as vias assinadas há verdadeira deliberação. À administração/ gerência da sociedade incumbe transcrever para o livro de atas da AG a menção à existência das deliberações aprovadas. Os estatutos da sociedade também podem permitir que os órgãos de administração ou fiscalização deliberem nesses termos. 3) Deliberações por voto escrito – As deliberações por voto escrito são admissíveis relativamente a deliberações dos sócios de sociedades por quotas (a menos que a lei ou os estatutos as proíbam), mediante consulta remetida aos sócios pelos gerentes, por meio de carta registada, os quais podem aprovar ou rejeitar que a deliberação seja tomada por voto escrito. Se os sócios nada disserem no prazo de 15 dias considera-se prestado o consentimento para o voto escrito e dispensa da AG. Salvo quando previamente admitida a votação por escrito pelos estatutos, só é possível a votação escrita em caso de acordo unânime dos sócios. Caso
se verifique impedimento de voto de algum dos sócios é proibida a deliberação por voto escrito. O texto das deliberações circula pelos sócios, devendo estes no exercício do seu voto identificar cada proposta levada a votação e o sentido do seu voto: aprovação ou rejeição. Em caso de aprovação, a deliberação considera-se tomada no dia em que for recebida a última resposta ou, na falta de alguma das respostas, no último dia do prazo fixado para exercer o voto. 4) Voto por correspondência – O voto por correspondência (diferente do voto por escrito por dizer respeito à participação numa reunião sem nela estar presente ou representado) é admissível nas reuniões de AG de sociedades anónimas, se os estatutos não o proibirem. No caso das sociedades abertas, o voto por correspondência é sempre admitido. Relativamente às reuniões do conselho de administração, e sempre que os estatutos prevejam esta possibilidade, os administradores podem também votar por correspondência. O recurso a meios telemáticos e de formação de decisões à distância para zelar pelo governo societário afigura-se como o novo paradigma, seja por opção ou por necessidade dos decisores societários (sócios e membros de órgãos sociais). Todos esperamos que a pandemia cesse em breve, mas o telegoverno societário, esse, parece mesmo que veio para ficar! *Advogado da Belzuz Abogados E-mail: mbm@belzuz.com.pt
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A proteção no desemprego
Por Luís Filipe Garcia*
em tempos de pandemia
À
medida que a pandemia da covid-19 se alastra pela economia mundial, a principal resposta a nível de políticas de mitigação e contenção tem consistido na adoção de medidas de incentivo ao isolamento e distanciamento social. Este tipo de medidas envolve, necessariamente, o fecho de setores inteiros da economia e esta desaceleração implica, inevitavelmente, custos económicos e sociais, sendo o desemprego uma das suas principais manifestações. Os primeiros impactos começaram a surgir logo em março, primeiro mês de confinamento social – ainda que parcial, pois as primeiras medidas (como o encerramento de escolas e outras atividades) só foram adotadas a partir de 16 de março –, com 52.999 novos inscritos nos centros de emprego, o que representa um crescimento de 34% face ao mês homólogo de 2019, fazendo aumentar o desemprego registado nesse mês em quase 9% face a fevereiro deste ano, conforme resulta do recente estudo “Novo Desemprego: as fragilidades de uma opção produtiva”, publicado no Barómetro do Observatório sobre Crises e Alternativas. O referido estudo tornou ainda visível um problema social que está a acentuar-se com a pandemia: a situação dos cidadãos que se encontram sem trabalho e desprotegidos. Segundo as conclusões apresentadas naquele estudo, o aumento do desemprego não está a ser acompanhado na sua totalidade por uma proteção dos desempregados através do subsídio de desemprego, pelo 46 ACT UALIDAD€
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que, o Governo tem vindo a implementar sucessivas medidas temporárias de proteção no desemprego, procurando facilitar e alargar o acesso ao apoio social por parte dos trabalhadores desempregados. Numa primeira fase, o Governo procurou proteger as pessoas que já não se encontravam no ativo aquando do início da crise, implementando, desde logo, a prorrogação extraordinária das prestações por desemprego e de todas as prestações do sistema de segurança social que garantissem mínimos de subsistência e cujo período de concessão ou prazo de renovação terminasse antes de 30 de junho de 2020, bem como a suspensão das reavaliações das condições de manutenção das prestações do sistema de segurança social. Mais recentemente, o Governo procedeu à adaptação do subsídio social de desemprego às necessidades emergentes, reduzindo para metade os prazos de garantia existentes. Desta forma, trabalhadores que ficam sem emprego e que não reúnam os descontos necessários para ter acesso ao subsídio de desemprego, poderão ter direito a esta prestação social alternativa de uma forma mais fácil, na medida em que, desde o dia 08 de maio, os prazos de garantia de acesso ao subsídio social de desemprego inicial ficaram reduzidos para metade, nos seguintes termos: • redução do período de garantia de 180 para 90 dias de trabalho por conta de outrém, com o correspondente registo de remunerações, num período de 12 meses imediatamente
anterior à data do desemprego; • redução de 120 dias para 60 dias de trabalho por conta de outrem, com o correspondente registo de remunerações, num período de 12 meses imediatamente anterior à data do desemprego, nos casos em que este tenha ocorrido por caducidade do contrato de trabalho a termo ou por denúncia do contrato de trabalho por iniciativa da entidade empregadora durante o período experimental. Para além disso, foi recentemente adotada uma outra medida de proteção no desemprego com um impacto significativo, a qual se consubstancia na simplificação do procedimento de atribuição do rendimento social de inserção, cujo acesso deixa de estar, excecional e temporariamente, dependente da celebração do contrato de inserção, sendo que, esta alteração produz efeitos relativamente aos requerimentos de rendimento social de inserção apresentados desde 1 de março de 2020. Apesar da boa vontade do Governo refletida nas medidas de combate ao desemprego anunciadas até à presente data, designadamente o apoio previsto no denominado “lay-off simplificado”, a verdade é que as previsões continuam a não ser animadoras, sendo expectável que tais medidas se revelem insuficientes a médio e longo prazo, uma vez que, as projeções do nível de desemprego para este ano em Portugal acompanham o crescimento abrupto previsto a nível mundial, estimando-se que a taxa de desemprego em 2020 possa vir a ultrapassar os 10%, face aos 6,5% atingidos em 2019 de acordo com dados
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fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Perante este cenário negativo, não será de todo suficiente combater o desemprego através da simples concessão temporária do apoio previsto no denominado “lay-off simplificado” e da simultânea proibição de despedimentos, na medida em que, esta proibição poderá ter algum alcance mediático, mas terá certamente uma efetividade muito reduzida, visto que, entre outros motivos, não se criam, nem se mantêm, postos de trabalho por decreto. Ao invés, o atual contexto exige medidas de fundo a curto prazo que assegurem a real sobrevivência das empresas a médio e longo prazo e, consequentemente, garantam a efetiva manutenção de postos de trabalho, como, por exemplo, a criação de novas linhas de financiamento que permitam criar liquidez nas empresas ou a atribuição
de novos estímulos fiscais, sob pena do lay-off simplificado acabar por representar uma antecâmara do desemprego para uma larga franja de trabalhadores abrangidos, caso as empresas onde os mesmos exercem as suas funções deixarem de ser sustentáveis. Por outro lado, os intervenientes da relação laboral –empregador e trabalhador – não se podem eximir das suas responsabilidades no combate ao desemprego, tornando-se premente que os mesmos sejam parte ativa na solução, tendo presente que a sobrevivência daquela relação é do interesse de ambas as partes e que a mesma dependerá sempre do entendimento e da confiança existente entre os seus intervenientes. Neste sentido, para que as empresas sobrevivam à crise atual e se mantenham postos de trabalho, será determinante que tanto empregador como
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trabalhador atuem de forma concertada e pautem os seus comportamentos de acordo com a regra do bom-senso, muitas vezes esquecida: se por um lado o empregador deve entender e reconhecer que os seus trabalhadores são o seu maior ativo, devendo, consequentemente, procurar, em primeiro lugar, preservar os respetivos postos de trabalho e salvaguardar a manutenção das equipas de trabalho – e do know-how – para o período pós-crise, por outro lado, o trabalhador deverá compreender e aceitar que o atual contexto excecional exige soluções excecionais que podem implicar mudanças na sua posição contratual, sem que isso tenha, necessariamente, que significar a renúncia aos seus direitos e garantias laborais. *Advogado da Azeredo Perdigão & Associados E-mail: luisfilipegarcia@azeredoperdigao.pt
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Ciencia y tecnología
Muvu Technologies lança plataforma Industrycare Até 31 de agosto, está disponível de forma gratuita para toda a indústria a Industrycare, uma plataforma que valida, monitoriza e avalia o nível de preparação das empresas face à pandemia covid-19, com informação atualizada em tempo real. Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR
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o âmbito do movimento #tech4covid19, nasceram várias iniciativas e aplicações, quer para as empresas quer para particulares. A Industrycare é uma delas e foi pensada para as empresas. Trata-se de “uma plataforma que analisa o nível de preparação das empresas e que gere a implementação dos planos de contingência, monitorizando-os em tempo real e medindo cada informação inserida no sistema, de forma a identificar os fatores de risco”, esclarece a Muvu Tecnologies, a empresa responsável pelo desenvolvimento deste software, que é acessível a partir de PC ou tablet e está disponível de forma gratuita na cloud, até 31 de agosto. Após a análise descrita, “o sistema divulga um conjunto de medidas preventivas, associando-lhes os recursos necessários e fazendo o respetivo acompanhamento, através de um dashboard interativo”, indicam os responsáveis pela plataforma, acrescentando que “esta ferramenta, desenvolvida em parceria com profissionais de saúde, é um módulo específi-
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co no seio da plataforma Railes, que aporta valor às empresas da indústria transformadora que mantêm a sua operação, facilitando a gestão dinâmica e autónoma de várias vertentes associadas a um plano de contingência, tanto no desenvolvimento de medidas preventivas como corretivas”. Tiago Peralta Santos, CEO da Muvu Technologies, sublinha a responsabilidade social da empresa: “Entendendo que o momento que estamos a viver é desafiante para todo o setor empresarial, considerámos que também tínhamos de contribuir com uma solução que ajudasse a indústria portuguesa a retomar a normalidade das operações de forma segura. Aproveitámos o nosso know-how em tecnologias de informação e comunicação aplicadas à indústria e criámos a Industrycare para podermos proporcionar, de forma rápida e eficiente, uma ferramenta que ajuda no combate à covid-19, protegendo os profissionais fabris e as próprias empresas do contágio.” A plataforma Industrycare permite “ajudar a empresa desde a validação
do plano até à sua monitorização”, já que “o sistema trabalha ainda na garantia da segurança dos colaboradores”. Para isso, “regista toda a informação sobre estes, permitindo o rastreio da doença e, numa situação de ocorrência de um caso suspeito, possibilita o arranque do plano de contingência da organização, de forma estruturada e monitorizada”. A Muvu Technologies é uma startup portuguesa, fundada em 2015, que desenvolve software de apoio à indústria para aumentar a produtividade e rentabilidade dos sistemas de produção, facilitando a transformação digital. Cofinanciada pelo Portugal 2020, a empresa tem como parceiros a Microsoft e a Universidade Nova de Lisboa e “está comprometida com a inovação tecnológica para automatizar empresas do setor industrial e melhorar, de forma significativa, a eficiência operacional, através de informação, em tempo real, e inteligência artificial”. Entre os seus projetos, destaque para “o Railes, software de análise e controlo da produção em tempo real, um MES (manufacturing execution system), que permite adquirir informação do shop floor, através de hardware e software próprios, desenvolvidos com tecnologia de ponta, usando essa informação para tornar os sistemas mais ágeis e rentáveis, garantindo uma melhor e mais rápida resposta às necessidades das empresas”. O software da Muvu é utilizado por setores como o automóvel, farmacêutico, agroalimentar, moldes e plásticos.
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ciência e tecnologia
Ciencia y tecnología
Minsait permite levantamentos sem contacto nas caixas automáticas A Minsait, uma empresa da Indra, aumentou a segurança e agilidade no levantamento de dinheiro em caixas automáticas, graças à TAPP, uma solução que combina os canais de banca e self-service para disponibilizar o dinheiro solicitado pelos clientes das entidades financeiras, em menos de cinco segundos e sem qualquer contacto físico com o dispositivo eletrónico. Trata-se de uma solução fundamental para ajudar a sociedade e empresas a reduzir o risco de contágio por doenças infeciosas e a aumentar os padrões de segurança nas operações diárias com os bancos. A operação é realizada mediante uma simples transação de banca móvel, muito antes do indivíduo se dirigir à caixa automática (é até possível fazer uma reserva de dinheiro num determinado TAPP). Uma vez registada a quantia
desejada e selecionada a TAPP mais próxima, o utilizador só tem de deslocar à caixa automática quando lhe for mais conveniente, aproximar o código QR ou NFC recebido no seu telemóvel, e receber rapidamente o dinheiro. A confirmação da transação e o respetivo recibo são enviados para o telemóvel. A segurança, tanto do ponto de vista do contato físico como para impedir o roubo de palavras-passe, é garantida a 100%. Todo o processo é realizado através da aplicação móvel, de forma a que o utilizador não precise de interagir com a caixa automática. Também não existem elementos hardware vulneráveis a ataques, como o leitor de cartões ou terminais PIN pad. Outras operações que podem ser realizadas através da TAPP são a compra de divisas e todas as operações relacionadas com a execução de transações
previamente autorizadas, como pagamento de pensões e subsídios, bolsas de estudos, microcréditos ou ordens bancárias. “A TAPP é a experiência de dispensa de dinheiro mais segura, rápida e fácil, mas também a mais económica do mercado, uma vez que o custo total de propriedade é até 50% menor que o de uma caixa automática tradicional”, assegura a Minsaiit. A eficiência energética é outra das grandes vantagens, uma vez que os elementos com maior consumo de energia e maior índice de avarias (leitores, impressora e tela) não existem na TAPP. Isto não só possibilita a redução em mais de 50% no consumo de eletricidade, como também representa uma diminuição de cerca de 60% na frequência de manutenção de caixas automáticas.
PHC apresenta novidades para maior conetividade A
PHC Software anunciou um conjunto de novidades para o seu software de gestão, com vista a aumentar a eficácia no controlo de gestão e na conectividade das empresas. Ao todo são mais de 60 novidades, criadas a pensar nas necessidades atuais dos gestores e que se adicionam ao já robusto software da PHC, que continua a crescer globalmente em funcionalidades para gerir a empresa a partir de qualquer lugar. Entre as principais novidades, destaca-se a possibilidade de enviar notificações via a app PHC Notify para clientes, que 50 ACT UALIDAD€
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permite às empresas uma comunicação direta sobre o estado de uma encomenda, a confirmação de receção de pagamento, ou qualquer outro tipo de informação que se pretenda enviar. Esta é uma funcionalidade relevante na atual conjuntura e que permite que as empresas mantenham sempre os clientes atualizados, em qualquer hora ou qualquer lugar. “O PHC Notify é a verdadeira extensão do sistema nervoso digital das empresas, e teve um grande upgrade neste lançamento. Já era possível receber avisos internos, como a aprovação de uma despesa, a receção de uma fatura, ou mesmo uma marcação de
férias. Tudo isto aumenta a produtividade, mas nesta versão quisémos trazer esta possibilidade também para a experiência de contato com os clientes. Esta é uma das mais de 60 novidades que trazemos e que vão tornar a gestão das empresas mais rápida, simples e com capacidade de gerar mais vendas”, afirma Rogério Canhoto, chief Business officer da PHC Software. Com um grande foco na inovação da gestão, é possível destacar ainda outras novidades como a settings update, que permite o acesso e download direto de alterações importantes, como mapas de gestão, monitores e dashboards; e o novo monitor de dívidas e cobranças, que permite ter a gestão de cobranças integrada num único local, melhorando a experiência de consulta dos saldos de clientes em aberto ou montantes em dívida.
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Soluções para aumentar nível de digitalização da empresa S endo cada vez mais importante para as empresas reinventar processos de trabalho, há ferramentas digitais que as podem ajudar a manter o seu funcionamento sem recurso ao papel como o seu principal suporte ao registo da sua atividade. A pensar nisso, a EAD-Empresa de Arquivo de Documentação, especializada em soluções de gestão documental, apresenta as soluções que as empresas devem implementar para se tornarem mais eficientes e entrarem definitivamente na economia digital. Começando desde logo pela gestão documental através da cloud. A libertação de espaço físico, a disponibilização da informação numa plataforma digital única, organização de tarefas, evitar perda de documentos, são estas as principais razões para implementar um sistema de gestão documental e workflow digital. Isto permitirá a colaboradores e
gestores de topo aceder aos documentos de forma imediata e tornar mais eficientes diferentes departamentos de uma empresa, como o financeiro, gestão de compras, apoio ao cliente, reservas, recursos humanos, suporte a operações logísticas, entre outras. A vantagem destas soluções passa não só pela personalização da mesma, adequada às necessidades de cada empresa, bem como a possibilidade de aceder à informação crítica a qualquer hora e em qualquer lugar, numa altura em que o recurso ao teletrabalho é já uma nova realidade das empresas. A proteção da informação e a conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), bem como a possibilidade de compartilhar documentos em equipa fazem das plataformas digitais de gestão documental as mais seguras para gerir a infor-
mação da sua empresa. Outras soluções propostas pela EAD passam pela gestão da correspondência por via digital, pele digitalização em massa dos documentos da empresa e respetiva conversão de dados para suporte digital, ou ainda pela captura de documentos on the move, ou seja, a digitalização de documentos de forma móvel, através de uma aplicação que permita fazer a captura de documentos e o upload direto na “nuvem”.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
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Vinhos & Gourmet
vinos & Gourmet
Onwine espera dobrar faturação de 2019 ainda este semestre
Durante a quarentena, as vendas de vinho online dispararam na Onwine Megastores de Bebidas, o que fará de 2020 um ano de faturação recorde para a garrafeira do grupo The Fladgate Partnership. Os vinhos do Douro e do Alentejo são os mais vendidos.
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Texto Susana Marques smarquees@ccile.org Fotos DR
ntre 16 de março a 10 de abril, a faturação da Onwine Megastores de Bebidas cresceu 540%, em comparação com as 10 semanas anteriores (1 de janeiro a 15 de março), informa a garrafeira do grupo The Fladgate Partnership, acrescentando que as vendas efetuadas até essa data ultrapassam o valor total de 2019. Além de 2020 ser já o melhor ano de vendas de sempre da garrafeira, que iniciou a sua atividade em 2011, é possível que a faturação até ao fim deste semestre corresponda ao dobro da do ano passado inteiro, avança Manuel Oliveira, diretor comercial da Onwine: “É difícil prever quanto iremos faturar até ao final do ano, pois
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o consumidor hoje vive num contexto muito favorável para o negócio online: está em casa disponível para receber a mercadoria. Sabemos que este contexto não durará para sempre. Porém, o que sabemos é que, dado o ritmo atual de vendas, poderemos dobrar a faturação de 2019 ainda este semestre.” O gestor explica à “Actualidade” como têm aproveitado essa predisposição do consumidor para comprar de forma virtual. “O momento atual tem-nos mostrado três fatores críticos para termos sucesso online: trazer as pessoas para o site, apresentar um leque rico e variado de bebidas e ser rápido na entrega. Temos sido bastante ativos nas redes sociais, convidando as pessoas a visitar-
-nos. Procuramos garantir uma diversidade alargada de produtos, apresentando tanto as marcas de referência, como projetos praticamente desconhecidos. Por outro lado, temos como objetivo garantir a entrega em 48 horas – algo que estamos a conseguir cumprir.” Para tal, contam com um parceiro logístico que garante as entregas. Manuel Oliveira frisa que é importante que o cliente tenha uma boa experiência de compra: “Esta experiência vai desde a diversidade de bebidas disponível no site até à facilidade (e segurança) que o cliente sente ao longo do processo de compra. Finalmente, a vertente logística da expedição é fundamental: termos uma qualidade do embalamen-
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to que evite quebras e sermos rápidos na entrega. Neste momento, conseguimos que uma encomenda feita até quarta-feira possa ser desfrutada no fim-de-semana.” A loja online da Onwine tem atualmente mais de 1500 referências disponíveis, entre vinhos portugueses e estrangeiros, destilados e azeites. A garrafeira disponibiliza ainda “serviços gratuitos para orientar os consumidores a fazerem as suas compras, como um serviço de apoio ao cliente em tempo real, através de um chat interativo que responde a dúvidas sobre todas as bebidas à venda, propostas gastronómicas elaboradas por chefes com combinações de pratos (receita incluída) e ainda pequenos vídeos feitos por enólogos e produtores com informações úteis sobre cada vinho, partilhados também nas redes sociais”. Entre as propostas da garrafeira estão também cabazes, que procuram mostrar a variedade da oferta da garrafeira e que têm registado uma boa procura, sublinha o diretor comercial. “Temos percebido que os clientes Onwine procuram diversidade (de região, de cores e de produtores). As nossas propostas vão nesse sentido: oferecer cabazes que permitam ao cliente viajar por
Portugal, conhecendo a sua riqueza vínica. Temos também diversificado os cabazes (e introduzindo novos) para continuar a estimular o espírito de descoberta dos clientes.” A garrafeira revela que “o Douro é a região mais procurada, seguida do Alentejo, totalizando juntas 70% de todas as vendas”. No topo das preferências estão os vinhos de mesa, em particular os tintos (2/3 do total), representando 90% das compras. A Onwine contabiliza, que “em média, cada encomenda é composta por nove garrafas, com uma das garrafas, no mínimo, de categorias como Vinho do Porto, espumantes ou bebidas espirituosas”. O valor médio das encomendas “ronda os 55 euros, o que equivale a um preço médio por garrafa superior a 6,20 euros”. Outro dado positivo para a Onwine consiste na angariação de novos clientes: “Temos registado muitos novos consumidores no site, a maior parte à procura de novas experiências, misturando regiões, marcas, categorias e até preços. As pessoas estão disponíveis para aprender mais, para provar vinhos novos e para arriscar em marcas que ainda não conhecem. É, por isso, uma excelente oportunidade para os
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produtores e temos feito um enorme esforço para criar campanhas direcionadas e apoiar estas novas relações que estão a nascer – e que queremos que perdurem no pós-pandemia”. Entre os clientes da garrafeira, a Onwine destaca “o aumento das vendas nos principais centros urbanos do país, como Grande Lisboa, Grande Porto e Algarve” e indica que “o mercado externo é residual no contexto online”. A garrafeira fez recentemente um inquérito de satisfação aos clientes, registando uma apreciação favorável: a experiência geral do serviço foi classificada com a nota de 4,8 (numa escada de 1 a 5) e 100% dos inquiridos aconselhariam a um amigo ou familiar a comprar vinho pela internet. A Onwine Megastore de Bebidas nasceu precisamente como garrafeira online, em 2011, abrindo loja física ao público, em Vila Nova de Gaia, em 2013. A garrafeira é propriedade do grupo The Fladgate Partnership que detém marcas de vinho do Porto como a Taylor’s, Croft e Fonseca, bem como o The Yeatman Hotel (Gaia), o hotel Infante de Sagres (Porto), o Vintage House Hotel (Pinhão – Douro) e o Hotel Estrela (Lisboa). JUNHO DE 2020
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España y Portugal
Por Cecilio Oviedo*
codo con codo
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nte la situación actual he dudado mucho antes de publicar un artículo más. Estamos saturados de ellos. Llevamos más de dos meses del confinamiento, con cientos de miles de muertos en el mundo y seis millones de contagiados, pero también es verdad que con millones de personas recuperadas, aunque aún no tengamos la vacuna. La clave está en nuestro sistema inmunológico, porque siempre hemos estado rodeados de bacterias durante siglos y hemos sobrevivido. Fina lmente, me ha animado a escribir el artículo la intervención del ministro de Asuntos Extranjeros de Portugal, Augusto Santos Silva, en el último almuerzo de la Cámara de Comercio y Industria LusoEspañola, celebrado el 19 de febrero. No podemos estar toda nuestra vida confinados, aunque hasta ahora fuera necesario. So far, so good . Pero ahora hay que recuperarse lo antes posible, con las 54 ACT UALIDAD€
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medidas de higiene necesarias. La economía tiene unas leyes sencillas para seguir funcionando: hay que producir, hay que consumir, hay que invertir, hay que exportar. Como un sistema circulatorio, si el f lujo se para, el sistema colapsa. Actualmente, para 2020 los expertos y las instituciones prevén escenarios de caídas en el entorno del 10% del PIB en la Península Ibérica, con recuperaciones cercanas al 7% en 2021. Cualquier em-
de los Estados (y de la UE) para ayudar a compensar las variables económicas en este momento de shock de oferta y caída de las demandas agregadas. El consumo y la inversión necesitan el máximo apoyo posible a nivel nacional, comunitario y mundial. Otro artículo lo dedicaré a la crisis del comercio internacional y el resurgir del nuevo proteccionismo. En la Península Ibérica, las dos economías tienen una gran
peoramiento hará que estas cifras se queden cortas. En el marco de la UE Portugal y España hemos vuelto a las olvidadas ideas keynesianas de la Gran Depresión, del intervencionismo
dependencia comercial y de inversiones mutuas. Miles de empleos dependen del comercio exterior y las inversiones recíprocas que son muy cuantiosas, siendo España el principal inversor extranjero en
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Portugal. Un mes antes de la crisis del coronavirus, el ministro Santos Silva hizo una propuesta de mayor integración entre España y Portugal, en el último acto oficial citado celebrado en la Cámara de Comercio Española en Lisboa. El ministro portugués propuso públicamente como prioridad la concertación entre los dos gobiernos con respecto a las políticas europeas, para defender los intereses europeos. La coordinación será principalmente en los siguientes campos, relacionados con los aspectos geopolíticos de la UE: la agenda económica y el marco presupuestario para el periodo 20122027, incluyendo las políticas de cohesión, la PAC con la nueva política Medioambiental, la política energética y el “Green Deal ”, el proceso de reforma de la unión económica y monetaria y otros (cambio climático, integración de la defensa, emigración, modelo
social, guerra comercial, unión bancaria y fiscalidad. El ministro se centró finalmente en un campo de especial interés para España y Portugal: el de la política comercial comunitaria. La coordinación comercial ibérica tendría como prioridad inmediata el finalizar el convenio con Mercosur, actualmente en la fase del acuerdo político. Santos Silva es partidario de la convergencia luso-española para sacar adelante el acuerdo final UE-Mercosur lo antes posible, que ha llevado décadas de negociación con un área comercial de primera magnitud. Es claro que España y Portugal podrían avanzar en la integración económica. Un paso adelante sería la constitución de un Secretariado Bilateral Permanente Conjunto de Coordinación, con sede en las dos cámaras de comercio CCILE y CHP, para realizar la coordinación de las propuestas económicas a las instituciones económicas de
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la UE, que trataría diariamente de los detalles de las propuestas y haría llegar las conclusiones a los dos Gobiernos, para su estudio conjunto previo y presentación a las instituciones comunitarias en Bruselas. “La legislación española sobre Cámaras de Comercio en el Exterior y fundamentalmente el Real Decreto 786/1979, en sus artículos 21 y 22, abre la posibilidad de una mayor colaboración con los ministerios españoles para el incremento de las relaciones comerciales entre España y el país donde radica la Cámara, en el caso de la CCILE Portugal, y poder conceder a las Cámaras Oficiales las competencias necesarias para aumentar las relaciones comerciales ibéricas y realizar todas aquellas funciones que le sean encomendadas para cumplir sus fines”. *Economista E-mail: oviedotudela50@gmail.com
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Setor automóvel sector automóvil
Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com
Honda E Honda entra na corrida dos elétricos O primeiro modelo 100% elétrico do construtor convence pelo estilo, a recordar o saudoso Honda 600. Todos os clientes que realizarem uma pré-compra, o importador da marca japonesa oferece um cabo de carregamento tipo 2.
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Honda E é o primeiro modelo da ofensiva de produto do fabricante japonês, que levará à eletrificação total da sua gama até 2025. O primeiro modelo 100% elétrico do construtor convence pelo estilo a recordar o saudoso Honda 600, e pode ser configurado em uma das seguintes cinco cores: Platinum White Pearl, Charge Yellow, Crystal Black Pearl, Crystal Blue Metallic e Modern Steel Metallic. Com visual inspirado na primeira geração do Civic, o E de produção manteve o estilo retro, mas perdeu algumas características em relação aos seus antecessores. Caso das portas suicidas, que abrem na direção contrária das convencionais, dos painéis de LED no exterior que exibiam mensagens para quem estava do lado de 56 ACT UALIDAD€
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fora e das óticas quadradas. Porém, duas inovações importantes foram mantidas. As câmaras no lugar dos retrovisores, a imagem é exibida em dois painéis no interior, e a ousada central multimédia com duas telas de 12,3 polegadas. Este sistema agora lançado pela Honda
permite uma interação em novos moldes com quase todas as funcionalidades do veículo, havendo a possibilidade de os ecrãs serem manuseados em separado, um para a navegação e outro para o áudio ou para os dados de consumo da viagem. Os dois podem ser trocados na sua ordem
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ou, quando estacionado, servem também para jogar consola ou para apresentarem wallpapers zen. O aquário com peixinhos é um favorito, mas, tal como a função de jogos ou vídeos, apenas pode ser apresentado nos ecrãs quando o veículo está parado. A ideia da marca foi fazer do Honda uma extensão do quarto, o que para qualquer aficionado das novas tecnologias é apelativo. O interior está composto por muitos plásticos duros no tabliê e portas, ainda que também existam revestimentos têxteis nas portas e construção cuidada. A nível de espaço no habitáculo, o facto de recorrer a uma plataforma completamente nova permite colocar o motor na traseira quase de forma oculta, com a bateria de iões de lítio de 35.5 kWh a ser colocada em posição central sob o piso para reduzir o centro de gravidade e melhorar
o dinamismo, sendo que este esquema permite acomodar de forma confortável quatro adultos de estatura média. O E mede 3895 mm de comprimento, 1750 mm de largura e 1510 mm de altura, com 2530 mm de distância entre eixos. Acaba por ser uma boa surpresa na habitabilidade, mas a bagageira não é particularmente ampla, variando entre os 171 litros e os 861 litros com as costas dos bancos traseiros rebatidos. Duas malas de viagem de cabine de avião cabem à justa. O motor elétrico, posicionado no eixo traseiro, oferece duas opções de potência. Uma com 137 cavalos e outra com 156 cavalos. Nos dois casos o torque é de 32,1 kgfm. Com distribuição de peso perfeita, 50% em cada eixo, o E elétrico é capaz de acelerar até os 100 km/h em menos de 8 segundos e atingir uma velocidade máxima de 145 kms/h.
A autonomia é de até 220 quilómetros e, segundo a Honda, 80% da carga total pode ser obtida em apenas 30 minutos. Disponível na pré-venda em boa parte da Europa, o Honda e começa a ser entregue em meados de 2020. A versão base do Honda terá um preço de 36 000 €, enquanto a versão Advance custará mais 2 500 euros, ou seja, 38 500 euros. Preços em linha com os das outras marcas que estão a seguir o mesmo caminho. A pré-reserva implica o pagamento de mil euros de caução, via multibanco ou mbway, que são posteriormente deduzidos do preço do Honda E. A bateria do Honda E tem garantia de oito anos, ou 160 mil quilómetros, e o veículo tem garantia geral de sete anos, sem limite de quilómetros. PUB
Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola
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intercâmbio comercial intercambio comercial
Intercambio comercial luso
español en enero-marzo de 2020
L
os datos estadísticos del comercio hispano portugués referentes al primer trimestre del año reflejan una ligera quiebra del -1,7% respecto al mismo periodo del año anterior. Las ventas españolas tuvieron una quiebra del -3,4% (5.261,6 millones de euros en 2019, frente a los actuales 5.085,2 millones) y las compras un ligero aumento del 0,1% (2.772 en 2019 frente a los 2.916,3 millones en este primer trimestre). En términos mensuales se detecta una quiebra, aunque ligera, en el comercio hispano portugués. Las ventas españolas a Portugal superaron los 1.581,8 millones de euros (-12,7 % menos respecto a marzo de 2019), y las compras también registraron una quiebra del -7,9% (pasando de los 984,2 millones en 2019 para los actuales 906,7 millones).
Se mantiene en este periodo un saldo positivo favorable a España de 2.168,9 millones de euros y un saldo de cobertura del 174,4%. En el mes de marzo coincidiendo con la declaración del estado de alarma del 14 de marzo de 2020, para la gestión de la situación de crisis sanitaria ocasionada por el covid-19 se inicia un periodo que se espera de fuertes quiebras en la actividad empresarial y que deberá afectar todos los sectores de la economía nacional e internacional. Respecto a la distribución geográfica del comercio exterior español, que se recoge en los cuadros 2 y 3, tampoco se detectan alteraciones significativas en cuanto a las principales posiciones. Portugal mantiene la cuarta posición entre los principales clientes de España con un peso relativo del 7,4% y la sétima posición entre los principa-
les proveedores del mercado español con un peso relativo del 3,8%. En este primer trimestre del año las exportaciones españolas superaron los 68.903,9 millones de euros (71.013,4 millones en 2019) y las importaciones los 76.564,8 millones (80.477 millones en 2019), que en comparación con igual periodo del año pasado representa una quiebra del -3% y del -4,8%, respectivamente. El mercado francés, con 10.315,7 millones de euros, fue el principal mercado cliente de España, seguido de Alemania, con 7.711,6 millones. A su vez, el mercado alemán ocupa la primera posición entre los principales proveedores del mercado español, con 9.526 millones de euros, seguido de Francia, con 8.181,6 millones. Se habrá de destacar que estos dos mercados representan el 25% del comercio exterior español. Tampoco se detectan alteraciones sig-
Balanza
1. Balanza comercial España - Portugal en enero-marzo de 2020 VENTAS ESPAÑOLAS 20
COMPRAS ESPAÑOLAS 20
VENTAS COMPRAS Cober 20 % ESPAÑOLAS 19 ESPAÑOLAS 19
Saldo 19
Cober 19 %
ene
1 778 762,75
1 003 845,34
774 917,41
177,19
1 742 735,34
913 960,29
828 775,04
190,68
feb
1 724 629,55
1 005 714,30
718 915,25
171,48
1 706 821,40
873 899,16
832 922,24
195,31
mar
1 581 766,04
906 741,35
675 024,69
174,45
1 812 053,31
984 166,48
827 886,83
184,12
abr
1 810 815,75
906 315,91
904 499,83
199,80
may
1 951 251,80
999 087,41
952 164,40
195,30
jun
1 894 918,30
892 750,62
1 002 167,69
212,26
jul
1 888 569,00
1 057 136,40
831 432,60
178,65
ago
1 572 644,63
694 691,19
877 953,44
226,38
sep
1 809 737,87
1 004 127,43
805 610,44
180,23
oct
2 077 533,09
1 104 109,06
973 424,03
188,16
nov
1 868 799,77
1 020 269,73
848 530,05
183,17
dic
1 769 405,43
973 285,64
796 119,79
181,80
21 905 285,70
11 423 799,32
10 481 486,38
191,75
Total
5 085 158,34
2 916 300,99
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
58 ACT UALIDAD€
JUNHO DE 2020
Saldo 20
2 168 857,35
174,37
Rankings 2.Ranking principales países clientes de España - marzo 2020
nificativas en la distribución sectorial del comercio hispano portugués, respecto a los periodos anteriores. La lista de principales productos vendidos a Portugal está encabezada por la partida 87-vehículos automóviles, tractor (533,6 millones de euros), seguido por la partida 84-máquinas y aparatos mecánicos (347,9 millones), y en la tercera posición la partida 85-aparatos y material eléctricos (344,2 millones). En el sentido contrario, es decir las compras españolas a Portugal, encabeza la lista la partida 87-vehículos automóviles, tractor (374,5 millones de euros), seguido de la partida 27-combustibles, aceites minerales (231,9 millones) y la partida 84-máquinas y aparatos mecánicos (220,5 millones). Este grupo de cuatro partidas que en conjunto suman 2.403,9 milones de euros, representan el 30% del comercio hispano portugués. Por lo que a la distribución por CC.AA. se refiere, Cataluña, Madrid y Galicia lideran tanto la oferta como la demanda española y por este mismo orden representan en términos globales el 52,5% de las ventas españolas y el 48,5% de las compras. Finalizamos este breve comentario haciendo referencia a una nota difundida por la Cámara de España, quien confirma que en este primer trimestre del año ha habido una caída de la demanda sin precedentes determinado por la propagación de la pandemia de covidd-19 y el parón económico derivado de la situación, justificada por la interrupción de las cadenas de suministro internacionales que provocó una ralentización o paralización de algunos procesos productivos en España y por las medidas de confinamiento decretadas tanto en España como en los principales países desarrollados.
Orden País
Importe
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal - marzo 2020 Orden Sector
Importe
1
001 Francia
10 315 742,17
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
374 543,87
2
004 Alemania
7 711 618,94
2
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
231 857,61 220 548,98
3
005 Italia
5 448 988,50
3
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
4
010 Portugal
5 085 158,34
4
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
203 809,21
5
006 Reino Unido
4 768 549,64
5
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
127 606,45
6
400 Estados Unidos
3 384 029,53
6
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
124 600,73
7
003 Países Bajos
2 463 065,88
7
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
102 055,94
94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS
8
204 Marruecos
2 141 765,78
8 9
9
017 Bélgica
1 887 632,05
10
720 China
1 643 991,57
11
060 Polonia
1 572 391,54
12
039 Suiza
1 336 779,64
13
052 Turquía
1 038 398,36
14
412 México
948 620,24
15
952 Avituallamiento terceros
918 695,00
97 635,59
61 PRENDAS DE VESTIR, DE PUNTO
96 351,37
TOTAL
2 916 300,99
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal - marzo 2020 Orden Sector
Importe
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
533 643,33
16
951 Avituall.y combust.intercambios comunitarios
801 256,53
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
347 909,77
17
732 Japón
663 896,01
3
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
344 224,70
18
030 Suecia
648 437,47
4
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
275 027,37
19
061 República Checa
647 146,07
5
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
226 532,08
20
508 Brasil
608 167,72
6
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
191 340,11
SUBTOTAL
54 034 330,98
7
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
174 701,97
TOTAL
68 903 896,40
8
03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS
133 939,66
9
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
132 919,11
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
3.Ranking principales países proveedores de España - marzo 2020 Orden País
TOTAL
5 085 158,34
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
Importe
1
004 Alemania
9 526 029,33
2
001 Francia
8 181 609,25
3
720 China
6 571 619,66
4
400 Estados Unidos
4 655 792,81
5
005 Italia
4 638 802,50
6
003 Países Bajos
3 322 543,92
7
010 Portugal
2 916 300,99
8
006 Reino Unido
2 612 880,75
9
204 Marruecos
1 935 973,70
10
017 Bélgica
1 831 321,53 1 822 035,62
11
052 Turquía
12
060 Polonia
1 527 491,78
13
288 Nigeria
1 454 201,32
14
664 India
1 057 773,17
15
061 República Checa
1 048 797,23
16
075 Rusia
970 640,75
6.Evolución del intercambio comercial de España - marzo 2020
7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal - marzo 2020 CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 19
COMPRAS ESPAÑOLAS 19
Cataluña
1 113 132,55
Cataluña
495 979,67
825 035,73
Madrid, Comunidad de
467 914,51
17
732 Japón
945 295,04
18
412 México
934 007,88
19
959 Países y territorios no determinados.Intraco. 208 Argelia
931 016,97
Galicia
729 841,21
Galicia
451 607,87
862 097,94
Andalucía
506 366,22
Andalucía
301 982,55
20
Madrid, Comunidad de
SUBTOTAL
57 746 232,15
Castilla-La Mancha
352 426,75
Castilla y León
246 202,44
TOTAL
76 564 773,90
Comunitat Valenciana
343 287,86
Comunitat Valenciana
216 079,42
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
JUNHO DE 2020
AC T UA L I DA D € 59
oportunidades de negócio
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
Oportunidades de
negócio à sua espera
BUSCAN
REFERENCIA
Empresas españolas de material agrícola
DP190801
Empresas de fabricación de productos rotomoldeados
DP190802
Empresas fabricantes de utensilios de jardinería domésticos
DP190901
Empresas españolas que aporten nueva tecnología al sector agrario
DP200501
Fabricantes de artículos para fiestas de niños
DP200201
Distribuidores de infusiones y tés
DP200301
Oferta de trabajo para el cargo Team Leader - Mercado español
OP200301
Empresas españolas de artículos hospitalarios de alta tecnología
DP200302
Empresas españolas de piscicultura (acuicultura)
DP200401
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Empresas portuguesas fabricantes de cosméticos Empresas portuguesas fabricantes de toalhas Empresas portuguesas de calçado Empresas portuguesas distribuidoras de cafés de Africa, Brasil e Timor Empresas que vendam roupa usada e também panos para limpeza Empresas portuguesas no sector industrial Agente comercial no mercado de artigos de cozinha para casa
DE190701 DE190702 DE190801 DE190802 DE191001 DE191002 DE191003
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
60 ACT UALIDAD€
JUNHO DE 2020
oportunidades de negocio
oportunidades de negĂłcio
JUNHO DE 2020
AC T UA L I DA D â‚Ź 61
calendário fiscal calendario fiscal >
Junho Declaração a enviar/Obrigação
Prazo Imposto Até
S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 F F 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Observações
10
IVA
Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em abril/2020
Contribuintes do regime normal mensal
No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o envio da declaração periódica pode ser feito até 18 de junho
10
Segurança Social
Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de maio/2020
Entidades empregadoras
No âmbito das medidas de apoio relativas ao Covid 19, são aplicáveis diversas especificidades declarativas tendo em conta os apoios excecionais concedidos
12
IRS
Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a maio/2020
Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)
12
IVA
Comunicação dos elementos das faturas emitidas em maio/2020
Sujeitos passivos do IVA
- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT
22
Segurança Social
Pagamento das contribuições relativas a maio/2020
Entidades empregadoras
No âmbito das medidas relativas ao covid-19, pode haver suspensão do pagamento de contribuições nas situações de lay-off
22
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em maio/2020
Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros quando tais operações se considerem aí localizadas.
25
IVA
Pagamento do IVA apurado Declaração periódica mensal de abril/2020
Contribuintes do regime normal mensal
No âmbito das medidas de flexibilização – covid-19, o pagamento do IVA poderá ser efetuado em 3 ou 6 prestações-sujeitos passivos que verifiquem as condições do artº 2º do DL 10-F/20, de 26.03
25
IRS/IRC/ Selo
Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em maio/2020
Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo
No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o pagamento das retenções na fonte poderá ser efetuado em em 3 ou 6 prestaçõessujeitos passivos que verifiquem as condições do artº 2º do DL 10-F/20, de 26.03.
30
IRS
Declaração anual de rendimentos mod. 3, do ano de 2019
Sujeitos passivos do IRS
30
IRC
Declaração periódica mod. 22, referente ao exercício de 2019
Sujeitos passivos do IRC
No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o envio da declaração mod 22 pode ser feito até 31 de julho de 2020
30
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em abril/2020
Entidades devedoras dos rendimentos
Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente
30
IVA
Pedido de restituição do IVA suportado em 2019 noutro Estado membro da EU
Sujeitos passivos do IVA
Pode ainda ser enviada até 30 de setembro
30
IRC/IVA
Envio da da declaração IES/DA -Informação Empresarial simplificada/ declaração anual
Sujeitos passivos de IRC/IVA
No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o envio da declaração IES/DA pode ser feito até 7 de agosto de 2020
62 ACT UALIDAD€
JUNHO DE 2020
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
BE190129
F
Data de Nascimento Línguas FRANCÊS/ ESPANHOL
Área de Atividade PROFESSORA DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA
BE190130
F
18/12/1992
ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS
LOGÍSTICA
BE190131
M
01/11/1982
ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS/ FRANCÊS
CONSULTOR DE NEGÓCIOS
16/11/1992
BE190132
F
ESPANHOL/ INGLÊS/PORTUGUÊS
ADMINISTRATIVA
BE190133
F
ESPANHOL/ INGLÊS
TÉCNICO DE RECURSOS HUMANOS
BE190134
F
ESPANHOL/ PORTUGUÊS/ INGLÊS
PEDAGOGA EM RECURSOS HUMANOS
BE190135
F
ESPANHOL/ CATALÃO/ PORTUGUÊS/ INGLÊS
JORNALISMO
BE190136
F
ESPANHOL/ CATALÃO/ PORTUGUÊS/ INGLÊS
MARKETING E COMUNICAÇÃO
BE190138
F
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS
SECRETÁRIA DE DIREÇÃO E ATENÇÃO AO CLIENTE
BE190139
F
17/03/1992
ESPANHOL/CATALÃO/VALENCIANO
SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS
BE190140
M
18/02/1977
ESPANHOL/ PORTUGUÊS / INGLÊS
ENGENHEIRO CIVIL
Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.
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novembro de 2014
ac t ua l i da d € 63
espaço de lazer
espacio de ocio
Agenda cultural Livro
“Duelos de Alimentos” de João Rodrigues
O café que bebemos em casa é equivalente ao que tomamos nos cafés? A pergunta assume maior relevância em tempos de confinamento. Será que deixámos de estar “viciados” em café? Que efeitos tem esta privação no nosso humor e na nossa saúde? Quais são, afinal, os benefícios e malefícios do café, e a quantidade ideal? Como podemos retomar a nossa relação com o café de forma mais saudável? Todas estas perguntas podem ter resposta no livro “Duelos de Alimentos”, da autoria do nutricionista João Rodrigues. “Definir o conceito de alimentação saudável não é tarefa fácil… São muitas as características que podem ser valorizadas, tais como as calorias, os nutrientes, a ausência de aditivos e contaminantes, o impacto no meio-ambiente, entre tantas outras. Independentemente de cada pessoa ter a sua opinião, há uma regra que deve estar sempre presente nessa definição: variar a alimentação”, sustenta o autor, na sinopse do livro, onde “irá encontrar duelos entre alimentos, que, de uma forma simples e objetiva, permitirão destacar quais são as características nutricionais mais interessantes de cada um dos alimentos envolvidos”. O nutricionista diz que “mais importante do que dizer que um alimento é melhor do que o outro, pretende-se fornecer ao leitor informação para o auxiliar a tomar a melhor decisão nas diversas escolhas alimentares que são efetuadas diariamente”. João Rodrigues é licenciado em Ciências da Nutrição, licenciado em Bioquímica, doutorado em Ciências Biomédicas e possui agregação em Medicina Dentária. Exerce prática clínica como nutricionista em Viana do Castelo, Ponte de Lima e Caminha e é professor universitário. Assume-se como um nutricionista apaixonado pelo mundo da alimentação e da nutrição.
64 act ualidad€
junho de 2020
Exposição
Galeria Underdogs apresenta “Right Now”
A exposição coletiva online “Right Now” junta obras de vários artistas, que podem ser vistas até 13 de junho nas redes sociais e página web da galeria Underdogs. As obras foram criadas durante este período de confinamento global, lê-se no press release da Underdogs: “Reflexo da criação artística no contexto atual, a mostra apresenta um conjunto diverso e multiforme de obras, cada qual criada exclusivamente com recurso a materiais e suportes disponíveis ao artista no seu local de isolamento. Procurando soluções alternativas para contextos expositivos após o fechar de portas da galeria, esta exposição virtual oferece uma experiência visual inovadora onde se exploram temáticas que ecoam junto da nossa condição coletiva presente.” O comunicado da galeria frisa que as obras apresentadas nesta mostra expressam a realidade de cada um dos artistas, nesta altura: “Se sempre acreditámos que a arte cumpre um papel fundamental em aproximar as pessoas, agora estamos seguros de que é crucial para manter o nosso sentido de comunidade, de proporcionar apoio e conforto durante este novo capítulo da nossa experiência humana conjunta. Esta exposição é a resposta a uma pergunta simples que colocámos aos artistas com quem temos trabalhado ao longo dos anos na galeria Underdogs: Produzir obras que falassem da sua realidade e circunstâncias presentes, onde quer que estivessem durante estes tempos incertos – obras criadas com quaisquer materiais que tivessem à mão enquanto afastados das suas zonas de conforto habituais. Alguns artistas estão habituados a estar confinados nos seus estúdios durante longos períodos. Outros estão habituados a viajar pelo mundo para trabalhar in situ em vários locais. Outros ainda encontram-se posicionados algures entre estes dois polos. Contudo, para todos eles, esta nova experiência de reclusão trouxe novos desafios. Como é que têm reagido a estes? Como é que se têm ocupado? Como é que têm criado? Como é que se estão a aguentar tanto física quanto emocionalmente? Como é que veem esta nova realidade? Os artistas são, antes de mais, pessoas. Têm necessidades e desejos, virtudes e defeitos como todos os outros. No entanto, seja de forma consciente ou inconsciente, direta ou indiretamente, os artistas também registam os tempos em que vivem. Refletem sobre, reagem a, e trabalham com aquilo que os rodeia. Como tal, mais do que uma mera reflexão sobre o tempo presente, esta exposição procura ser um reflexo do tempo presente conforme visto através dos olhares diversos e criativos dos nossos artistas. No seu todo, as suas respostas – estas obras aqui expostas – constituem um poema conjunto e multiforme sobre a criatividade humana à medida que esta se desenrola hoje, sobre esta nova e peculiar realidade que nos toca a todos, agora mesmo.” Os trabalhos são assinados pelos artistas ±MaisMenos±, Abdel Queta Tavares, Add Fuel & Halfstudio, AkaCorleone, Alex Fakso, André Da Loba, André Saraiva, Antonyo Marest, Bráulio Amado, Carlos Guerreiro, Cássio Markowski, Clemens Behr, Ernest Zacharevic, Filippo Minelli, Francisco Vidal, FUZI, Maria Imaginário, Mário Belém, Okuda San Miguel, Olivier Kosta-Théfaine, Pedrita Studio, Pedro Matos, PichiAvo, PixelPancho, Raquel Belli, Tamara Alves, Teresa Esgaio, Vasco Mourão, Vhils, Vitor Reis, Wasted Rita, WK Interact. Até 13 de junho de 2020, em www.under-dogs.net
espacio de ocio Museu Bordalo Pinheiro lança coleção online O espólio e o legado de Rafael Bordalo Pinheiro continua a inspirar artistas em Portugal e no resto do mundo. Essa tarefa tornou-se mais fácil agora, com o lançamento da coleção online do Museu Bordalo Pinheiro: “Um inventário com mais de 13.000 registos que visa constituir um instrumento de referência para consulta, estudo e difusão pública da obra de Rafael Bordalo Pinheiro e de outros artistas e autores que a coleção contempla. O museu possui uma notável coleção da obra artística de Rafael Bordalo Pinheiro e do seu filho Manuel Gustavo. A multiplicidade de conteúdos e de significações associadas à sua obra confere-lhe um duplo estatuto de objeto de arte e de documento. A partir da coleção de Cruz Magalhães, fundador do museu, o acervo tem vindo a ser enriquecido ao longo dos últimos 100 anos. A coleção conta atualmente com cerca de 13.200 objetos distribuídos pelas seguintes categorias: Azulejaria, Cerâmica, Desenho, Equipamentos e Utensílios, Escultura, Documentação, Fotografia, Gravura, Mobiliário, Pintura, Têxteis, entre outras.” Com este inventário online, realizado em parceria com a Sistemas do Futuro, pretende-se “estimular a fruição e o conhecimento da coleção”, facultando ao público o acesso
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a imagens e informação, a partir da ligação: http://colecao. museubordalopinheiro.pt/. Esta ferramenta junta-se, assim, a uma série de recursos digitais disponibilizados publicamente pelo museu, tais como os jornais ou livros bordalianos, que visam dar a conhecer ao público a obra de Rafael Bordalo Pinheiro. Recorde-se que o artista viveu entre 1846 e 1905 e foi desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor. É o autor
da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. Rafael Bordalo Pinheiro produziu louça artística na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha e ainda hoje dá nome a uma marca de louça decorativa e utilitária. Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
Magia no parque de estacionamento Se as salas de espetáculos estão, por enquanto, encerradas, os parques de estacionamento podem ser transformados em salas de espetáculos. Essa é a proposta do mágico português Luís de Matos, que criou um espetáculo para o parque de estacionamento do seu Estúdio 33, em Ansião. Chama-se “Luís de Matos Drive-in” e é um espetáculo de magia, fortemente interativo, especialmente desenhado para acontecer em formato “Drive In”. “Onde a estrada acaba e a magia acontece, em absoluta segurança, permitindo que a partir do interior de um veículo, e sem dele sair, os espetadores vivem algo único, especial e inesquecível”, frisa a equipa de Luís de Matos, na sinopse do espetáculo. Os espetadores compram um bilhete por carro, indicando a marca, o modelo e matrícula da viatura em que se deslocará ao Estúdiio33, bem como o nome da pessoa responsável e respetivo endereço de correio eletrónico (através do qual receberão instruções e esclarecimentos com vista à melhor experiência possível). Ao adquirir o ingresso, o comprador compromete-se a garantir que o seu autorrádio poderá sintonizar frequências de FM (rádio normal), sendo que o áudio do espetáculo será audível através do equipamento da própria viatura mediante frequência indicada à chegada
ao recinto. Luís Manuel Curcialeiro Godinho de Matos é um dos mais conceituados ilusionistas portugueses, reconhecido a nível nacional e internacional. Além de ser o mágico português mais premiado de sempre, é também o mais jovem até hoje a ser distinguido com o “The Devant Award”, considerado o mais relevante dos troféus atribuídos anualmente pelo clube centenário The Magic Circle (outubro de 2013). O espaço do Estúdio 33 será usado também por outros artistas para concertos e outros espetáculos. Para já, está agendado o espetáculo “Falta de Juízo”, do humorista Nilton, para o dia 6 de junho. Os bilhetes estão à venda na Ticketline. Dias 5, 13 e 20 de junho, no Estúdio 33, em Ansião junho de 2020
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Statements Para pensar
“É necessário dar prioridade a medidas económicas de curto prazo, para que o nosso tecido produtivo não seja danificado de forma estrutural, garantindo sempre que estas medidas são compatíveis com os objetivos de longo prazo” Antonio Brufau, chairman da Repsol, no seu discurso na assembleia geral da companhia, onde defendeu ainda um grande pacto a favor da indústria, um setor fundamental para fortalecer as economias dos diversos países, 10/5/20
“É o momento de nos focarmos no que podemos fazer para sair rapidamente da recessão que enfrentamos em quase todos os países, melhorando a nossa estrutura económica, para torná-la mais resistente às seguintes crises que certamente virão (...) é necessário recuperar uma economia saudável, que gere recursos para manter o bemestar da sociedade, capaz de manter e melhorar o sistema de saúde, o emprego e as condições de vida dos setores mais vulneráveis com recursos suficientes” Idem, ibidem
“Este é um momento em que as marcas devem comunicar e assumir-se como o principal ativo das organizações, como agentes de promoção da educação e do bem-estar de todos” Pedro Tavares, CEO & partner da OnStrategy, enquadrando como a pandemia está a interferir com o posicionamento das marcas e as estratégias comerciais das empresas, “Expresso.pt”, 4/5/20
“Não ver no momento atual uma oportunidade de vender, mas sim de ser relevante. Dar prioridade ao bemestar das pessoas e concentrar aí os esforços de inovação. O tema não é vender, mas sim oferecer, partilhar. Em vez de promover o produto, trata-se de promover o serviço, a cidadania” Idem, iibidem
66 ACT UALIDAD€
JUNHO DE 2020