Actualidade Economia Ibérica - nº 276

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editorial editorial

A preparação para o regresso

E

ntre o medo de regressar à Durante o mês de maio, o exercínormalidade e a vontade de cio profissional deverá realizar-se fazer coisas novas, os por- ainda sob o regime de teletrabalho tugueses têm estado caute- sempre que possível. losos e atentos ao evoluir da Em junho, começa uma nova situação sanitária. No entanto, à fase de desconfinamento, em que medida que o mês de maio avança, o regime de teletrabalho pode ser a confiança sobre o controlo da opcional, por parte do trabalhador situação parece estar a regressar à e até estarem garantidas todas as comunidade, que tem procurado questões de segurança por parte avidamente recuperar os seus cos- da empresa para o regresso físico tumes em matéria de consumo, em ao local de trabalho. coisas tão simples como beber um Muitas atividades sociais e ecocafé na rua ou comer uma refeição nómicas poderão ser retomadas, num restaurante. mas só se estiverem garantidas as Mesmo com o estado de calami- questões de segurança para evidade decretado até final de maio tar contágios. Ou seja, a ativida– que mantém, nomeadamente, de económica continuará a estar um dever cívico de recolhimento muito condicionada, nos próximos domiciliário, sendo permitidas as tempos, pela prevenção máxima,

atividades, decisões e deslocações que não impliquem um contacto social alargado–, as autoridades portuguesas procuram incentivar os cidadãos a retomar a sua vida fora de casa aos poucos, por forma a fomentar a economia local. O setor da restauração agradece e promete assegurar todas as normas de segurança para que os clientes se sintam seguros, ao nível da higiene e distância física recomendadas para esta atividade. 4 ACT UALIDAD€

JUNHO DE 2020

quer por parte das empresas quer pelo lado dos consumidores. Neste cenário, é de esperar que as atividades que impliquem deslocações físicas a estabelecimentos comerciais sejam evitadas, privilegiando-se os canais online , como salientam os especialistas em marketing e consumo. A tendência veio para ficar e as empresas que ainda não têm um front office digital têm de se adaptar rapidamente a esta nova

realidade. Esta é uma das muitas conclusões e tendências apontadas pelos gestores e economistas ouvidos pela Actualidad durante os webinars promovidos pela Câmara de Comércio e Indústria LusoEspanhola no último mês, curiosamente o mês em que esta Câmara completou 50 anos de existência, meio século de atividade de promoção das relações luso-espanholas. Algumas dessas apresentações encontram-se resumidas no “Grande Tema” deste mês. Para as empresas exportadoras, há ainda que aproveitar oportunidades para fornecer os produtos que deixaram de ser fabricados em muitos outros Estados europeus. Ou que deixaram de ser importados de outros continentes, nesta travagem global. Outra certeza manifestada por estes responsáveis e pelas principais instituições oficiais internacionais, como a Comissão Europeia ou o FMI, sobre a economia portuguesa é que a queda da atividade económica será bastante significativa, devido à travagem verificada no segundo trimestre, mas a partir deste mês já se espera uma melhoria gradual do PIB gerado no país. E, de um modo geral, espera-se que aconteça o mesmo no resto da Europa. Mas mesmo com alguma recuperação, a recessão desencadeada por esta crise sanitária em termos dos rendimentos de famílias e empresas irá perdurar por mais alguns anos. O arco-íris económico terá de esperar, mas a preparação das empresas para os próximos tempos será determinante para o melhor regresso possível.  E-mail: cfonseca@ccile.org


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