Introdução “Nunca possuímos tantas coisas como hoje, mesmo que as utilizemos cada vez menos” (SUDJIC, 2008, p.5) Estamos cercados por tantos objetos e artefatos, que não sabemos dizer tudo que temos dentro de nossas casas. Na contramão, vemos pessoas buscando construir peças e utensílios partindo de bases nunca antes vistas, novos artefatos que resultam de combinações e associações imprevistas. Objetos descartados, que não mais desempenham suas funções originais ou sofreram algum tipo de dano, estão sendo requalificados, ganhando novas funções, novas identidades, novos usos no contexto contemporâneo. Figuras 1 e 2 : Ambas a imagens são referentes a “Exposição Bahia” , na quinta Bienal. Setembro 1959, Ibirapuera São Paulo - SP. (imagens escaneadas do livro Tempos de Grossura: Design do Impasse).
No Brasil, cerca de 160 mil toneladas de resíduo sólidos são coletados diariamente, segundo dados do IPEA . Dessas 160 mil toneladas, 57,41%, aproximadamente 91,86 mil toneladas são de matéria orgânica e o restante, 42,59%, 68 mil toneladas, equivale a material que pode ser reciclado. Porém, apenas 13% deste material é reciclado e somente 14% da população é atendida pela coleta seletiva. Portanto, a utilização de material descartado como matéria prima para “invenção” de futuros objetos, além de ser uma prática antiga em comunidades menos abastadas ou menos habituadas ao convívio e ao consumo de produtos industriais, encontra, de certa forma, um estímulo ou incentivo diante de um cenário como esse apresentado pelos relatórios do IPEA acima citados.
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