Valéria Pisauro, natural de Campinas-SP, exerce intensa atividade na arte poética. O requinte de suas poesias prima pela pluralidade de recursos, fruto de pesquisas, onde a variação de gêneros traduz a força e a leveza de um trabalho sofisticamente inovador, transitando com naturalidade entre o rebuscamento e o coloquial. Participa de certames culturais e idôneas antologias poéticas, tendo a felicidade de ter sido premiada em muitos deles. Contato: https://www.facebook.com/valeriadecassia.lima/
BRAILE Chega de manhas, Artimanhas, aspas. Dispenso ladainhas, Lero-lero e interrogação. Quero o contato, o tato, O flashback e o olfato Da reticência em vão. Não venha com histórias, Memórias, nem exatidão. Busco o indiscreto, Infinitivo concreto, Que transforma Ardentes ais Em interjeição!
Quero o sujeito composto, Predicado do corpo, Objeto em transição. Locuções livres, De palavras mudas, Afogadas em salivas, De verbo de ligação. Busco o braile de suas mãos Cicatriz adverbial, Sem esquema, Algo que eu trema, Durma apaixonado, Acorde frase completa E com ponto final. Valéria Pisauro 128