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UMA MANHÃ DE OUTONO A névoa pálida da manhã Revela uma sombra Que se move silenciosamente Na mata anciã. Botas pisam nas folhas secas À procura de uma vítima. Fragrâncias almiscaradas Elevam-se entre os pinheiros ancestrais. O cervo pasta tranquilo Na clareira da aurora. Uma grande coroa orna-lhe a cabeça, Seu reino é infinito. O caçador aponta-lhe a arma Sua respiração é ofegante, O coração palpita, Pupilas dilatadas. Um silêncio profundo no vagar das horas.
O animal selvagem o encara. Pureza primordial do universo. Por um momento Já não há mais caçador nem cervo. Um estampido interrompe o silêncio Cai o corpo desfalecido. O homem atravessa o umbral inominável Enquanto espera pelos deuses. Filipe Oliveira
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