Julia de Campos Preto juliacpreto@icloud.com
…Se eu forçar a vista. "She wants to go home But nobody's home That's where she lies Broken inside" — Nobody’s home - Avril Lavigne Eu costumava viver num castelo. Havia um belo jardim. Ele era cuidado melindrosamente pela minha mãe antes e depois de eu ter nascido. Ela era assim. Cuidava de tudo que era vivo, tinha uma paixão pela vida que muitos invejavam. Ela foi a rainha do meu castelo, apesar de ela sempre discordar. Dizia que havia me criado rainha, não princesa. Nesse castelo, além do meu jardim, havia muitos súditos. Eram silenciosos, pareciam indefesos, por isso eu sempre cuidei deles antes de tudo. Minha mãe sempre disse que uma rainha deveria ser bem letrada, então nunca deixou minha educação de lado, pelo contrário, era exigente. “A arte da palavra e o conhecimento fazem de você um líder ou uma sobrevivente”, ela dizia. Sempre quis deixa-la orgulhosa, por isso sempre fui dedicada. Meu pai era meu rei, apesar de consideravelmente ausente. Era dono de um coração frio, mas eu achava que no fundo ele era bom. Tinha até uma cadeira real só dele. Ah, e faltam as paredes. Bem, as paredes eram como nos livros, feitas de rocha com alguns musgos bonitos. 77