28 PODER JOYCE PASCOWITCH
corria o risco do zagueirão dar um bico pra arquibancada. Deixei o jogo correr para o meio, esperei mais uns 30 segundos e quando o alemão foi passar eu me meti na frente.” O resto é história. A foto de Arnaldo Cezar Coelho, de uniforme preto, clássico, erguendo a bola com as duas mãos e o apito na boca é a mais icônica de toda a sua carreira. Ele se aposentou dos gramados em 1988. Meses depois estava na redação da TV Globo, a convite do saudoso Armando Nogueira, assinando contrato para ser consultor da emissora, posto que irá ocupar até 31 de dezembro e c’est fini. Sem comentários. Deixará de vez o apito, de forma infalível. Até porque erros, embora eles tenham existido, Arnaldo nega. “É como batom na cueca.” n
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decisão de Mundial, o brasileiro entrou em campo decidido a sair dele com um mimo debaixo do braço. Lembrou da Copa anterior, a de 1978, na Argentina, quando foi o quarto árbitro – “aquela que segura a plaqueta de substituição” – no Monumental de Núñez no primeiro título dos hermanos. Na ocasião, após o triunfo da Albiceleste sobre a Holanda, Arnaldo burlou os delegados da Fifa, esvaziou a pelota que consagrou Mario Kempes e a colocou na mala do juiz italiano Sergio Gonella, eternamente grato ao amigo brasileiro pelo suvenir. “Fiquei com isso na cabeça. Aí, na minha vez, em 1982, o jogo foi chegando perto do fim, a Itália vencia por 3 a 1 e eu só pensava em como ficar com a bola. Sabia que não podia encerrar a partida na lateral porque