Revista Poder | Edição 120

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UNIVERSO PARTICUL AR POR ALINE VESSONI

FOTOS BRUNA GUERRA; ISTOCKPHOTO.COM; GETTY IMAGES; DIVULGAÇÃO

Como curadora-chefe da Pinacoteca do Estado de São Paulo, a arquiteta formada pela FAU Valeria Piccoli empreende longas jornadas que só terminam em casa. Mas nos dias que precedem exposições faz imersão total na instituição Em um dia ordinário, Valeria Piccoli supervisiona a equipe de curadoria, de restauração e de documentação dos acervos bibliográfico e documental da Pinacoteca. “No museu, raramente consigo sentar para escrever.” Com isso quer dizer que todo trabalho intelectual de escrita ela acaba levando para casa e extrapola a jornada que começa por volta das 9h30 e vai até as 19h ou 20h. “Já nos dias que precedem uma exposição importante fico imersa 24 horas. Estou sempre por aqui para dar suporte aos convidados”, conta ela, que está no cargo desde 2012. Ainda não existia a graduação em história da arte quando Valeria entrou para o curso de arquitetura e urbanismo, na Universidade de São Paulo. “Fui percebendo que a curadoria era um campo possível dentro da faculdade.” E, logo depois de se formar, teve aquilo que chamou de “oportunidade rara”, ao se envolver com um projeto de pesquisa que se transformou numa exposição e livro. “Dessa forma,

acabei entrando nesse meio de museus”, relembra. Para um mero espectador fica difícil mensurar a labuta que existe por trás de cada criação, mas envolve desde pesquisar as obras e a vida do artista, contatar donos de acervos e, então, analisar o que cabe no orçamento, viajar para fazer levantamento de material, identificar obras e, “quando as pesquisas estão bem avançadas, isso é trabalho para, no mínimo, um ano”. Quando conversou com a reportagem, Valeria se encontrava “imersa”, por conta de Mulheres Radicais: Arte Latino-Americana, 1960-1985, que estava em plena abertura. Segundo a curadora, a Pinacoteca vem se dedicando a expor arte feminina. “É uma oportunidade para entender melhor o que é a produção brasileira. Por muito tempo ficou se comparando muito a Europa e Estados Unidos, sem pensar nesse contexto mais próximo, a América Latina, com quem dividimos muito mais proximidade política e histórica”, avalia. n

UM LIVRO: Meu Nome É Vermelho, Orhan Pamuk TRABALHO: prazer ARTE: desafio CIDADE: Lisboa LAZER: amigos PAÍS: Canadá BEBIDA: vinho tinto

UM VÍCIO: não dizer não POLÍTICA: jogo sujo BRASIL:

desencanto PINACOTECA:

alegria UM ARTISTA: William

Kentridge PODER JOYCE PASCOWITCH 77


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