CHECK-IN
– até 50 horas por ano. O modelo nquanto os números da aviação Marcos Amaro, herdeiro uso pretende atrair aqueles que necessicomercial estão nublados e os do fundador da TAM, tam pontualmente de uma aeronave, aeroportos seguem esvaziados mas não querem possuir o bem. Em devido à crise instaurada pela pandeaterrissa no mercado tempos de pandemia a opção tem se mia, uma parte específica do fluxo aéreo de aviação executiva mostrado também uma boa saída patem encontrado ventos mais favoráveis. Não que seja um céu de brigadeiro, mas com empresa focada no ra reduzir os gastos fixos, manter o a chamada aviação geral – que engloba patrimônio, permitir o tempo de uso segmento de propriedade adequado e ainda evitar contratemvoos particulares, executivos e táxi-aéreo – tem visto poucas nuvens da cabine pos da aviação regular e os temores compartilhada que e ganhou fôlego com um verdadeiro hode contágio da Covid-19. promete ser a maior rizonte de oportunidades. A Amaro Aviation nasce com E nesse cenário acaba de aterrissar a uma frota de três aviões: um turdo país Amaro Aviation, nova empreitada do boélice PC-12 (com cotas aproempresário Marcos Amaro, filho do coximadamente no valor de US$ 1 POR DADO ABREU mandante Rolim Amaro (1942-2001), milhão) e um jato PC-24 (cotas fundador da TAM Linhas Aéreas e miem US$ 2 milhões), da fabricanto da aviação comercial brasileira, que chega para atuar no te suíça Pilatus, conhecidos por sua robustez e casegmento de propriedade compartilhada e gerenciamento pacidade de operar em pistas de terra, além de um de aeronaves, setores que ainda engatinham por aqui. Gulfstream G550 para voos mais longos. Desde que a “A aviação nunca saiu de dentro de mim. Mas a decisão empresa passou a comercializar as cotas das aeronade voltar ao mercado aconteceu exclusivamente pela opor- ves, em janeiro, cerca de dez já foram vendidas. tunidade que se apresentou”, conta Marcos, que desde que “Esperamos chegar a uma dezena de aeronaves fracionavendeu sua participação na TAM para os irmãos (que se das ainda este ano e, futuramente, ter aeronaves próprias uniram à chilena LAN dando origem à Latam) se tornou na frota. Estamos em processo para obtermos as licenças investidor, colecionador de arte, galerista e artista plástico. necessárias para nos tornarmos uma empresa de táxi-aéEle revela que um encontro em especial, ocorrido em reo e, então, poderemos também vender horas de voo sem 2019, foi fundamental para apostar todas as suas fichas necessariamente fracionar as cotas da aeronave”, projeta no novo projeto. Amaro estava na Art Basel, a maior fei- Marcos, que tem entre os sócios no negócio o ex-CEO da ra de artes do mundo, na Suíça, e se deparou com um dos TAM e um dos fundadores da GOL, David Barioni, e Frandiretores da NetJets, a principal empresa de propriedade cisco Lyra, da CFly Aviation, uma empresa de gestão de aecompartilhada do planeta, com mais de 700 aeronaves e ronaves que atua há 45 anos e foi incorporada com todos os que tem o megainvestidor Warren Buffett como o maior seus clientes pela nova companhia. acionista. “Perguntei se eles pretendiam operar no mercaDuas mudanças regulatórias recentemente aprodo brasileiro e a resposta foi negativa”, lembra. “Foi nessa vadas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) hora que decidi entrar no negócio.” prometem destravar o mercado trazendo céus ainda O negócio em questão, comum no exterior, é a proprie- mais favoráveis. A primeira é a que responsabiliza indade fracionada de aeronaves, na qual até oito pessoas di- tegralmente o operador de fractional (empresas como videm cotas de um avião através de uma SPE (Sociedade a Amaro Aviation) pela operação, inclusive criminalde Propósito Específico) e compartilham o seu tempo de mente, e não os proprietários da aeronave, regra que
44 PODER JOYCE PASCOWITCH
FOTOS BRUNO SANTOS/DIVULGAÇÃO; PILATUS AIRCRAFT/DIVULGAÇÃO
E
DE VOLTA AOS ARES