REVISTA PODER | EDIÇÃO 152

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ESG

Head de responsabilidade social e eventos do BTG, Martha Leonardis atua para furar o bloqueio masculino do mercado financeiro, setor em que é comum estar “com dez homens numa sala”, e tenta fazer o banco manter em 2022 o mesmo patamar de investimento social dos primeiros anos da pandemia

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POR ALINE VESSONI

ead de responsabilidade social e eventos do banco BTG Pactual, a advogada formada pela Faap Martha Leonardis chegou à instituição há 11 anos, após carreira em escritórios de advocacia e entidades do Terceiro Setor. E é no mercado financeiro que ela trabalha “com o que ama”, como disse a PODER, a despeito de ter conhecido nesse setor, como em talvez nenhum outro, a verdadeira discrepância de gênero. “Quando cheguei aqui, eu era uma figura diferente para o banco, e ninguém me dava oi”, diz. “Mas com o tempo você se acostuma a estar com dez homens numa sala.” Hoje, daria até para dizer que em seu “job description” figura a missão de promover ações para atrair mulheres para o ecossistema do banco – colaboradoras e clientes – e diminuir a percepção dos stakeholders de que a Faria Lima não é o clube do Bolinha. Martha está à frente de uma série de iniciativas com essas finalidades, como programas de informação financeira para clientes – e suas filhas –, e ações afirmativas na captação de agentes autônomas atreladas ao BTG. O caminho é árduo e precisa de alguma proatividade. “Muitas universitárias nem enviam seus currículos porque acreditam que o ambiente aqui é muito masculino”, diz ela, que já foi mentora em programa do banco para atrair formandas e recém-formadas. “É possível ter mu-

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lheres em cargos de liderança do mercado financeiro”, resume, prescindindo de dar o exemplo óbvio que ela mesma incorpora. Mas a sub-representação feminina não é sua única questão, especialmente nestes tempos de pós-pandemia – “pós” talvez não seja o prefixo adequado. Em 2020 e 2021, o BTG aumentou seu investimento social, fazendo com que os aportes nesse “diretório” mais que triplicassem. O novo patamar, de R$ 7 bi, deve passar a ser o novo normal – Martha “tomou como responsabilidade” manter esse nível doravante. “Na pandemia, chamou a atenção da sociedade o impacto e a transformação que o setor privado pode e deve fazer”, diz. A executiva conta que o BTG “atacou muitas frentes”, incluindo o envio de um avião para fornecimento de oxigênio à rede hospitalar de Manaus, quando da explosão da variante gama no Amazonas, em janeiro de 2021. Além dos aportes financeiros, o BTG vem requalificando e refazendo sua curadoria de ONGs, visando profissionalizá-las para multiplicar seu alcance. A ideia é trocar aquelas dotadas apenas de “boa vontade” por entidades com maior dinamismo e capacidade de atuação. O programa, chamado BTG Soma, “analisa” o que falta às organizações e, por meio de mentorias, faz as capacitações necessárias. Ao fim desse processo, são realizados aportes financeiros e, ainda, a emissão de um “selo de qualidade” do programa, cuja função é auxiliar as ONGs em novas rodadas de captação de recursos junto ao mercado. Martha conta que o tema já não é visto pela sociedade como mera filantropia, tornando-se quase um novo “produto” dentro do BTG, na medida em que a preocupação com a responsabilidade social passou a ser uma demanda dos clientes, que podem preferir ou preterir o BTG exatamente por isso – num mercado marcado pela hiperconcorrência, trata-se de mais um componente na decisão de investimento. Além disso, fortalecer as ações em prol da sociedade ajuda na construção de uma cultura corporativa – e, portanto, no aumento da produtividade da tigrada. “Muitos colaboradores querem fazer

FOTO PAULO FREITAS

MULHER MODO ON


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