ENS - Carta Mensal 541 - Junho/Julho 2021

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Ano LXI junho/julho - 2021 - 541

CARTA EQ U I P E S D E N O S S A S E N H O R A

MENSAL

“A Ascensão de Cristo marca a entrada definitiva da humanidade de Jesus no domínio de Deus” (CIC)

A intercessão dos santos página 11

Disponibilidade de servir página 4


Índice EDITORIAL

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SUPER-REGIÃO

ACESSE CARTA MENSAL SONORA:

Nas situações difíceis sempre devemos ter o olhar da fé, da esperança e do amor.... 2 A disponibilidade de servir a quem precisa é o que conta......................................4 Tema do ano: Capítulo IV................................................................................6 Colocar os meus desejos diante do Santíssímo Sacramento................................. 7 Tema do ano: Capítulo V.................................................................................9 Pentecostes: breve reflexão à luz da Bíblia........................................................10 A intercessão dos santos................................................................................ 11

IGREJA CATÓLICA

Palavra do Papa ............................................................................................ 12 40 anos da Familiaris Consortio: a resposta ambígua ao projeto de Deus............... 13

DATAS RELIGIOSAS

Ascensão do Senhor......................................................................................14 Santos Juninos: servidores do Reino................................................................. 15

DATAS DO MOVIMENTO

Nancy e Pedro Moncau, memorial, testemunho e gratidão.................................16 Nascimento do Pe. Caffarel (30/7).................................................................. 17

RAÍZES DO MOVIMENTO

“Sufoca-se...”..............................................................................................18

TESTEMUNHO

É preciso cuidar da semente plantada ............................................................. 20 E o semeador saiu a semear... Tudo começa pequeno e Deus é sempre fiel!........... 21 Um “sim” fortalecido na pandemia.................................................................22 O poder da oração.........................................................................................23 Casal equipista, coração ouvinte .................................................................... 24

O Retiro em nossa vida..................................................................................25 Meditação da Palavra.................................................................................... 26 A Oração Conjugal na vida de um “novo casal” no Movimento.......................... 27

FORMAÇÃO

Uma família feliz é um paraíso antecipado....................................................... 28

REFLEXÃO

Consciência divina....................................................................................... 29

CONTOS E REFLEXÃO

Amor maduro.............................................................................................. 30

CORDEL DAS ENS

O profeta Caffarel ....................................................................................... 31

CAÇA-PALAVRAS

Caça-Palavras ENS........................................................................................32

no 541 edição junho/julho 2021

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 144, Perdizes - 05005-000 São Paulo SP - Fone: 11 98201-8282 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. R ­ ejowski - Imagens: (Freeimagens / Depositphotos); Tiragem desta edição: 25.260 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar instruções, antes do envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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PARTILHA E PCE


EDITORIAL

Caros equipistas! Mais uma oportunidade para falar-lhes! Esta edição está recheada com lindos artigos e testemunhos que nos fazem olhar adiante e caminharmos, pois sabemos que quem nos criou nos guarda e guia sempre. Assim, com essa certeza, vamos contemplar e refletir as belas coisas que elevam nossos pensamentos a Deus, cultivando as virtudes da fé, esperança e amor, como nos propõe D. Moacir. Lu e Nelson nos orientam sobre a quantidade de informações que recebemos e diante das quais devemos fazer escolhas. Como equipistas, nossa opção deve ser buscar as coisas que agradem a Deus, ou seja, servir a quem necessita, especialmente neste momento de tantas dores e sofrimentos em que vivemos. Os artigos do tema de estudo são referentes aos capítulos 4 e 5, que tratam respectivamente da missão do casal em relação às crianças e da hospitalidade, aqui apontada como ministério e virtude. Graças a Deus, nas ENS este exercício de amor (hospitalidade), inúmeras vezes, é testemunhado em cada canto do nosso imenso país, não é verdade? Queremos também fazer referência ao artigo do Pe. Vanzella, que diz da necessidade de pedir ao Espírito Santo o dom do discernimento evangélico e da sabedoria, para não sermos tendenciosos, diante da realidade apresentada, e assim transformarmos a cidade dos homens em cidade de Deus. Esta é uma reflexão CM 541

belíssima!! Nossa missão no editorial é sempre animá-los à leitura. Confessamos que é uma tarefa fácil, diante da riqueza que dispomos. Nos escritos de Pe. Caffarel, recordado aqui na bandeira Raízes, vimos que a moral foi inventada pelos fracos, e a vida cristã foi inventada por Jesus Cristo, onde a lógica é: fé no criador, caridade e o amor. Portanto, o cristianismo é uma vida com Deus... Seguindo, o artigo do Pe. Antônio Júnior menciona que uma família será capaz de construir felicidade plena e verdadeira, se estiver fundada em Cristo, sendo assim é capaz de construir aqui na terra esse “paraíso antecipado”. Os testemunhos mostram a providência divina mesmo quando não esperamos... A ação do Espírito é assim, sopra onde quer, ninguém o detém. Nesta edição, trazemos também a vivência dos PCEs de vários irmãos sobre: retiro, meditação, escuta da Palavra e oração conjugal. Finalizando, Pe. Franciel nos chama a refletir sobre o dia do nosso casamento, em que recebemos a missão de “crescer e multiplicar”, ou seja, recebemos o dom da fecundidade, quer seja na geração de filhos ou na multiplicação do amor. Desejamos a todos uma leitura abençoada!

Débora e Marquinho CR Carta Mensal

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Nas situações difíceis sempre devemos ter o olhar da fé, da esperança e do amor Gostaríamos de contemplar e refletir apenas as belas coisas que elevam nosso pensamento a Deus. Porém, vivemos nossa fé com os pés fincados no chão - com flores e espinhos - que pisamos. Precisamos entender que os momentos desafiadores, as desolações que experimentamos também podem, e devem, se tornar uma via de elevação a Nosso Senhor, de contemplação da sua bondade e de resposta ao seu chamado que pede algo de cada um de nós e de nossas equipes. Não há como ignorarmos o tema da pandemia envolvendo omissões e empenhos, bem como suas consequências: nossos lutos e angústias; nossos medos e ansiedades. Mas os discípulos e discípulas missionários de Jesus Cristo, e de forma especial aqueles que são equipistas, devem sempre olhar para as situações sombrias e difíceis com os olhos da fé, da esperança e do amor. A fé nos faz enxergar para além do que temos diante de nós,e perceber,mesmo nestas tragédias, a ação de Deus inspirando, atraindo, convertendo, reconciliando e salvando muitas pessoas.A esperança nos faz desejar sempre mais e o melhor, não nos permitindo desanimar perante as dificuldades e nem ficarmos paralisados pelo medo.São inspiradoras as palavras do Papa Francisco: “Não tenham medo do compromisso, do sacrifício e não olhem com medo para o futuro; mantenham viva a esperança, sempre existe uma luz no horizonte”. O amor nos faz vencer as fraquezas e

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nos encoraja para encontrarmos algo que possamos realizar – materialmente ou espiritualmente – em favor de um mundo melhor e do bem das pessoas que conseguimos alcançar com nossas mãos,corações e pensamento.Lembremos que o discípulo amado correu mais rápido na força de sua fé,sua esperança e seu amor que suspeitavam a verdade sobre o túmulo vazio (cf. Jo. 20,4). Que estas três virtudes sejam três luzes a nos iluminar e mostrar o caminho. Que sob estas luzes enxerguemos e reconheçamos na convivência mais próxima e mais intensa, dentro dos lares, a oportunidade de construir CM 541


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uma intimidade e proximidade maior através da oração conjugal e familiar, da partilha e conhecimento oriundos do dever de sentar-se; nos desafios cotidianos de viver o projeto de santidade matrimonial vejamos as conversões pequenas e diárias propostas pelas regras de vida como auxílios necessários. Construamos uma intimidade maior com Deus através do diálogo pessoal na escuta diária da Palavra, na oração e meditações diárias. E não cessemos de desejar, de aspirar e buscar a realização daqueles projetos - mutirões e retiros - que, protelados devido à pandemia, não podem ser cancelados. CM 541

É tempo de sacrífico, pois tudo na pandemia parece exigir de nós um esforço maior. Lembra-nos Santa Teresa de Calcutá: “Um sacrifício, para ser real, deve custar, deve doer, deve esvaziar-nos”. Com a certeza de que Deus nos conduz e nos encaminha para dias melhores continuemos sempre em frente. Vamos juntos! Deus é Bom sempre! D. Moacir Arantes SCE Super-Região

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A disponibilidade de servir a quem precisa é o que conta

Somos continuamente questionados em nossas aspirações e desejos. Por vezes, caímos na angústia por não saber qual escolha fazer, ou qual caminho seguir, pois são muitas e variadas as ocasiões dessas escolhas. No campo da comunicação são muitas as organizações ou formas de solicitar a atenção e o seguimento, hoje em dia tão em alta devido ao momento que estamos vivendo. São muitas as maneiras de influenciar a opinião das pessoas para determinar uma forma de vida. Tudo quanto apresentam vem com a marca de melhor e mais eficiente. Podemos analisar a realidade a partir das necessidades, não apenas sociais e econômicas, mas a partir da vivência religiosa e espiritual. Nesse campo, as propostas são bem outras, ou seja, a partir da vontade de ser feliz e

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merecer as bênçãos de Deus. Assim, somos solicitados a buscar, acima de tudo, o que verdadeiramente agrade a Deus e não as conquistas, diplomas e riquezas... Hoje, diante de tantas perdas, o que conta é a disponibilidade para servir a quem necessita e dar uma palavra de esperança e conforto para amenizar a dor de quem sofre. Na Bíblia destacamos a atitude de Jesus Cristo diante da multidão que o seguia ansiosa em receber uma palavra de apoio e de esclarecimento, pois andava cansada de ser enganada e explorada pelos tantos líderes religiosos da época, aos quais cabia a missão de pastoreá-la. Surge, então, Jesus Cristo e, corajosamente, se declara: “Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor e as ovelhas não são suas, quando CM 541


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Nós membros das ENS temos um grande e valioso privilégio que são os Pontos Concretos de Esforço que nos permitem essa escuta diária da Palavra de Deus vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e sai correndo. O mercenário foge porque trabalha por dinheiro, e não se importa com as ovelhas” (Jo.10,11-13). Eu sou o Bom Pastor! Uma revelação audaciosa e sincera. Demonstra o amor e a solidariedade que dedica a todos quantos estejam se dispondo a segui-lo. Ele sabe o nome de cada uma, e trata cada uma com todo o carinho. Se alguma se perder, deixa em lugar seguro as demais e vai à procura até encontrar. Carinhosamente a põe em seus ombros e volta celebrando a saúde e a vida. Convida as demais a se alegrarem e fazerem festa. Pois o Pastor tem coração bom e acolhedor. Cura as feridas das doentes, alimenta as famintas e reúne a todas com o objetivo de constituir um só rebanho e um só Pastor. E vai além com seu desejo. Deseja implantar um novo céu e uma nova terra, onde toda a humanidade partilharia os mesmos dons e os mesmos bens. E celebraria a alegria de, a partir da Palavra de Deus, caminhar livremente rumo à glória celeste (reflexão de Frei Venildo Trevizan). Mas, para que isso aconteça, será necessário ouvir e acolher a Palavra de CM 541

Deus; nós membros das ENS temos um grande e valioso privilégio que são os pontos concretos de esforço, que nos permitem essa escuta diária da Palavra de Deus, a possibilidade de discernir sua vontade através da meditação e nos encontramos na oração pessoal e conjugal. Infelizmente, são muitos os que fecham os ouvidos a essa Palavra e os abrem para as redes socias, para grupos econômicos interessados em desmoralizar as instituições religiosas, criando um mal-estar na opinião pública. E nós não podemos nos omitir, somos seus apóstolos. Como dizia nosso fundador Padre Caffarel: Não podemos deixar à beira do caminho nenhum dos companheiros que estão cansados. Abandoná-lo seria talvez perdê-lo... Precisamos defender a verdade e purificar os corações. Lu e Nelson CR Super-Região

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Tema do ano: Capítulo IV A missão do casal em relação às crianças Então, e como tudo começa? Com o amor. O amor entre o casal e o desejo de formar uma família. Desta manifestação divina do amor começa a missão dos pais, de amar, criar e educar os filhos. É no convívio familiar que a criança forma interiormente a imagem de Deus, como um Pai que ama, protege e guia. A criação de um filho envolve o compromisso, desde o batismo seguido da comunhão e da confirmação — as três riquezas que Deus nos concede. E é por meio destes sacramentos que acolhemos a vocação de sermos pais cristãos.Somos chamados a servir e ser Igreja em todos os ambientes que estamos presentes,na família,com os amigos,no trabalho...enfim,ser um testemunho desta Graça de Deus que nos deixamos inundar e nos tornamos sal e luz para o mundo. Além dos ensinamentos básicos a uma criança ao longo da infância, também as primeiras orações, Pai Nosso e Ave Maria, a ida à Igreja, participar da missa, simples atitudes que despertarão na criança o interesse de conhecer um pouco mais seus significados e contribuirão para a sua formação.Um casal que reza junto e vive a fé naturalmente a passará para seus filhos. - Deus nos confiou a tarefa de sermos,junto dos nossos filhos,testemunhas e profetas de Seu amor.A família é o meio onde se alimenta a fé.É lá que os filhos têm o primeiro contato com a fé. (Pe. Caffarel - Guia ENS – edição 2018 – Vocação e Missão,p.181). Os progressos econômico e tecnológico permitem dar melhores condições de vida,mas atrapalham,por vezes,as relações

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humanas,causam desvios e desequilíbrios, que acabam por afetar as famílias em todos os âmbitos. As ENS recebem com entusiasmo este apelo sempre renovado a deixar-se evangelizar pelo Espírito Santo para, por sua vez, se tornarem evangelizadoras. Deus colocou a sua Criação nas mãos de um casal, nós somos assim herdeiros e responsáveis pela resposta desta casa comum ao projeto de beleza e de plenitude que Ele tinha sonhado. Queridos Casais Jovens,sejam incansáveis na educação de seus filhos seguindo os ensinamentos de nossa fé, não deixem que empecilhos atrapalhem esta caminhada, que de início começa suave, mas, com o passar dos anos, se tornará mais exigente com o crescimento deles,seus questionamentos e influências externas.Por isso,não esmoreçam na caminhada, é importante prepará-los para o mundo, quanto mais fortes forem as raízes, mais vigorosas serão as asas para voar e buscar seus sonhos. Papa Francisco afirma que um dos melhores patrimônios que se pode oferecer ao filho é a “atitude de sentir e agir, de falar e julgar com sabedoria e retidão”, despertando neles “as melhores potencialidades, para que sejam sujeitos do próprio amanhã e corresponsáveis do destino de todos” (Eduque seus filhos bem alicerçados em valores – 2012 Brasil). Leila e Fernando CRP Leste I CM 541


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Colocar os meus desejos diante do Santíssímo Sacramento A vivência espiritual do Corpus ­Christi é colocada para os católicos como a possibilidade do encontro real com Deus na Eucaristia. Esse gesto presente na Igreja, desde os seus primórdios, reatualiza o desejo de Deus em permanecer no nosso meio. Primeiramente, realizado na encarnação de Jesus (João 1,14), seguida pelo desejo dos seus discípulos em ter o Mestre em seu caminho pelo mundo (Lucas 24, 29). Em todos os casos, o Santíssimo Sacramento é a presença real de Deus e a certeza de que o ser humano é um ser do desejo, principalmente de auxílio no cotidiano da vida, pessoal e familiar. De fato, ao lermos as Confissões de Santo Agostinho, o desejo pode ser uma das chaves de leitura dessa bela herança espiritual. Para esse homem de Hipona, o desejo desordenado o afastou da bela verdade manifestada em Deus na humanidade. Ao voltar para si mesmo, percebe que o seu desejo deveria ser orientado a Deus, princípio e fim de todas as coisas que existem em sua vida. “Senhor, por diante de ti meu coração, minha memória e meus desejos, tu que me guias pelos caminhos da providência já me lançava em meu rosto os meus erros, a fim de que eu os enxergasse e os detestasse.” Confissões de Santo Agostinho, Livro V, 11. O desejo e a conversão se encontram em sintonia no caminho que leva à construção de uma conversão em Deus. CM 541

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Nesse processo, Deus se utiliza de sentimentos humanos para que possamos nos voltar para Ele. A inquietude é uma dessas ferramentas que Deus permite que nós tenhamos para que, corretamente direcionada a Deus, possamos encontrá-la como premissa importante para o nosso crescimento pessoal. Como dizem as Confissões de Santo Agostinho no Livro VII, 12: “Com um aguilhão secreto provocavas em mim a inquietude, para que eu me mantivesse insatisfeito,até que te tornasses uma certeza ao meu olhar interior.” Deus, em sua lógica da misericórdia, permite que passemos por algumas

situações em nossas vidas que são próprias da fragilidade humana. Contudo, a presença de Deus é a garantia que não vamos sucumbir frente a cada um desses movimentos. “Senhor, conduz os pequenos na justiça e ensina os seus caminhos aos mansos, já que conhece bem a nossa miséria e a nossa dor, e nos perdoa todos os pecados.” Confissões de Santo Agostinho, Livro VII, 14. O desejo e a inquietude são relações importantes a serem estabelecidas como parte do nosso processo de conversão, pessoal e comunitária, que nos leve a uma vivência plena da graça divina dentro de uma realidade social que clama uma postura de misericórdia, justiça e solidariedade. “Em tua presença, Senhor, estão todos os meus anseios.” Confissões de Santo Agostinho Livro VII, 11. Com essa certeza, colocamos o nosso coração e alma na presença desse Deus Eucarístico. Ele conhece os nossos desejos e inquietudes. Por isso, Ele nos ajuda em nossos processos de conversão cotidianos. Como casais equipistas estejamos dispostos a nos abrir para esse encontro com o Santíssimo Sacramento da Eucaristia de maneira a convertermos os nossos desejos em encontros de ação de graças a um Deus que permanece no meio de nós. Hoje e Sempre.

Frei Arthur Vianna Ferreira SCE Província Leste I

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Tema do ano: Capítulo V O ministério da hospitalidade A hospitalidade é um dom concedido por Deus e deve ser desenvolvida em profundidade por todos os cristãos manifestando seu amor ao próximo através de um acolhimento caloroso em sua convivência. A hospitalidade requer do cristão o esvaziamento de si mesmo abrindo espaço em seu coração,em sua vida e em sua morada para o encontro,muitas vezes,com o diferente através das relações sociais e cristãs. Ao praticar a hospitalidade manifestamos o nosso agradecimento à hospitalidade divina recebida pelo Batismo,que nos liberta do pecado e nos regenera como filhos de Deus, nos fazendo renascer para Cristo e nos incorporando na Igreja. Na Bíblia, a hospitalidade é apresentada como uma virtude dos cristãos e são muitos os momentos em que exorta a todos a exercerem,manifestando o amor de Cristo em todas as suas ações e possibilitando uma verdadeira e profunda evangelização daqueles que são convidados a dela participarem, como anfitriões ou convidados. O ministério da hospitalidade permite carinhosamente recepcionar as pessoas, especialmente as que ainda não conhecemos, de forma que elas se sintam bem-vindas e acolhidas com generosidade e amor cristão, num clima de fraternidade que conviveremos, seja em nossos lares, em nossas equipes, na Igreja e em tantos outros ambientes. Assim, como Pe. Caffarel nos ensina, o casal,através da prática da hospitalidade, contribui para a vida e para o crescimento CM 541

do Corpo Místico de Cristo, sendo um aspecto essencial, específico e insubstituível da missão apostólica do casal. E como é especial sentir este dom nos casais equipistas que acolhem o convidado no coração de sua família, compartilhando suas alegrias e sofrimentos, seus pensamentos e sentimentos. Dentre os diversos testemunhos bíblicos, podemos ressaltar a hospitalidade e a amizade entre Jesus, Lázaro, Marta e Maria (João 12,1-11), em que aprendemos que a vida neste mundo é o tempo favorável para que também proporcionemos ao convidado,um ser sagrado, o que temos de mais precioso: o perfume do cuidado, da generosidade, da amizade, da bondade e da misericórdia àqueles que necessitam de nossas mãos estendidas.A hospitalidade nos permite abrirmos às riquezas do outro! Lembremos, também, do Antigo Testamento (Gênesis 18,1-10), em que Abraão, modelo de virtude, está atento a quem passa e acolhe o próprio Deus em sua tenda e em sua vida. Esse Deus amado e misericordioso recompensa-o com a descendência desejada. O Senhor nos convida, todos os dias, a exalar no mundo o perfume do Seu Amor! Lu e Marcelo CR Província Leste II

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Pentecostes: breve reflexão à luz da Bíblia

Para refletir a Vinda do Espírito podemos meditar brevemente duas leituras bíblicas propostas para a missa do dia de Pentecostes: At 2,1-11; Jo 20,19-23.Segue breve pensamento sobre estes textos sagrados. A primeira leitura da missa do dia de Pentecostes é o texto dos Atos, que descreve a chegada do Espírito em forma de línguas de fogo sobre Maria e os Apóstolos reunidos. Pessoas das mais variadas culturas e raças,presentes em Jerusalém,entendem, em sua própria língua, as maravilhas de Deus anunciadas pela boca dos seguidores do Senhor. Põe-se a pergunta: que linguagem é essa que grupos tão diferentes podem entender? A resposta é simples: a única “língua” capaz de se tornar compreensível entre pessoas tão diferentes é a linguagem da fé. A fé católica está presente em muitas culturas, é professada em diversas línguas.Assim, fica clara a mensagem: Pentecostes é festa da unidade! O Espírito conduz à unidade.Quem se diz guiado pelo Espírito Santo vive a unidade. Deste modo,a Solenidade de Pentecostes interroga cristãos que têm preconceitos de outros pelas diferenças que possuem em relação ao nosso “padrão”. Questiona rixas entre grupos pastorais dentro da própria Igreja. Interroga equipes que não se “misturam”, pois se acham mais “santas” e melhores que outras. Que unidade é essa quando há ódio,divisão,separações, quebra da comunhão, entre nós, que nos dizemos guiados pelo Espírito?

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A descrição do Evangelho de João é diferente da que faz Lucas. Este fala da vinda do Espírito cinquenta dias depois da Páscoa (por isso, “pen”-tecostes). São João, diversamente, apresenta a vinda do Espírito já nas primeiras aparições do Cristo Ressuscitado. O Senhor insufla nos discípulos a força do Espírito no mesmo dia da Ressurreição. São maneiras diferentes de explicar o mesmo Mistério. O sopro de Jesus sobre os Apóstolos faz lembrar o sopro de vida a partir do qual Deus torna Adão um ser vivente. Mas este pecou (como nós pecamos), teve fraquezas e tropeços (como nós temos). Então, veio um novo sopro de Deus. Sopro renovador, que opera uma “Nova Criação”. Este é o sentido da vinda do Espírito no Evangelho de João. Notemos também que o sopro de Deus em Adão se dá no primeiro dia da semana da criação, o mesmo em que Jesus ressuscita e sopra sobre os Apóstolos. Assim, fica claro que se trata da “Nova Criação”. Podemos nos sentir fracos, mas há recomeço na força de Deus que nos é “soprada”; acontece de cairmos e pecarmos, mas há sopro restaurador divino em nossas vidas. Então, não façamos de nossas fraquezas justificativas para não seguir em frente. Às vezes, nosso argumento para desistir ou deixar de lutar são as nossas fragilidades. Nós as temos, mas temos também, e sobretudo, a força do Senhor soprada em nossas almas.

Pe. Eder Carlos de Oliveira SCE Província Leste II CM 541


SUPER-REGIÃO

A intercessão dos santos Segundo o Catecismo da Igreja Católica (§ 956), pelo fato de os habitantes do céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja e não deixam de interceder por nós ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Pela fraterna solicitude deles, nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio. A intercessão deles é o mais alto serviço que prestam ao plano de Deus, por isso podemos e devemos pedir-lhes que intercedam por nós e pelo mundo inteiro (§ 2683). Já no Antigo Testamento (2Mac 15, 11-15) se encontra uma base bíblica com referência à intercessão dos que já estão na glória de Deus. O povo judeu estava em guerra contra os gentios na época em que era liderado por Judas Macabeus. Para levantar o ânimo dos guerreiros, Judas contou-lhes a visão que teve de Onias, sumo sacerdote, homem nobre e bom, desde menino praticava todas as virtudes,já falecido, com as mãos levantadas, orava por todo o povo judeu e Jeremias, o profeta de Deus,estendendo a mão,entregou-lhe uma espada de ouro e disse: “Toma esta santa espada que Deus te concede e com a qual esmagarás os inimigos”. São Domingos de Gusmão e Santa Teresinha do Menino Jesus afirmam que ajudaram a humanidade após a morte. São Jerônimo (340-420), doutor *

da Igreja, declara: “Se os apóstolos e mártires, enquanto estavam em vida, e cuidando de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos”. No Concílio de Trento (1545-1563), em sua 25ª Sessão, confirmou: “Os santos que reinam agora com Cristo, oram a Deus pelos homens”. A tradição da Igreja está repleta de confirmações sobre a intercessão dos santos, especialmente a de Nossa Senhora, que é a mais poderosa de todas as intercessoras, porém todas as mediações são feitas através de Jesus Cristo. Por isso, a Igreja não teme invocar os santos e suas preces por nós diante de Deus. Neste tempo de tantas provações juntemo-nos à intercessão dos santos para aliviar o sofrimento da humanidade. Sônia e Eiyti CR Intercessores

Fonte: Professor Felipe Aquino (site:https://formacao.cancaonova.com/)

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IGREJA CATÓLICA

PALAVRA DO PAPA

“A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo” No dia 22 de julho de 2013, na cerimônia de boas-vindas na JMJ, no Rio de Janeiro, o Papa Francisco disse: “Os pais usam dizer por aqui: os filhos são a menina dos nossos olhos. Que bela expressão da sabedoria brasileira que aplica aos jovens a imagem da pupila dos olhos, janela pela qual entra a luz regalando-nos o milagre da visão! O que vai ser de nós, se não tomarmos conta dos nossos olhos”?. Na Encíclica Fratelli Tutti, – 114, o Papa Francisco nos fala: “Penso, em primeiro lugar,nas famílias,chamadas a uma missão educativa primária e imprescindível. Constituem o primeiro lugar onde se vivem e transmitem os valores do amor e da fraternidade, da convivência e da partilha, da atenção e do cuidado pelo outro. São também o espaço privilegiado para transmissão da fé, a começar por aqueles primeiros gestos simples de devoção que as mães ensinam aos filhos”. Cada família é uma pequena Igreja em miniatura; nossa casa é, por isso, o centro de todas as atividades familiares, sobretudo no tocante à partilha da vida interior do lar (hospitalidade), mais do que do pão (cf. TE, 2021, p. 64-65). “Desde o primeiro instante em que toquei as terras brasileiras, e também aqui junto de vocês, me sinto acolhido. E é importante saber acolher; é algo mais bonito que qualquer enfeite ou decoração. Isso é assim porque, quando somos generosos, acolhemos uma pessoa e partilhamos algo com ela. Sei bem que, quando alguém que precisa comer bate na sua porta, vocês sempre dão um jeito

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de compartilhar a comida: como diz o ditado, “sempre se pode colocar mais água no feijão”! E vocês fazem isto com amor, mostrando que a verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração! E o povo brasileiro, sobretudo as pessoas mais simples, pode dar para o mundo uma grande lição de solidariedade, mais que uma palavra - solidariedade – que é uma palavra frequentemente esquecida ou silenciada” (discurso do Santo Papa, JMJ, 25 de julho de 2013). “Desejo ardentemente que, neste tempo que nos cabe viver, reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana, possamos fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade. Ninguém pode enfrentar a vida isoladamente; precisamos de uma comunidade que nos apoie, que nos auxilie e dentro da qual nos ajudemos mutuamente” (Fratelli Tutti, 8). Por isso, assim como Cristo “bota fé” nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria causa, assim também a família, considerando a força e influência deles no futuro do mundo, deve abrir-lhes espaço, acolhendo-os com amor e despertando neles as melhores potencialidades para que seja sujeito do próprio amanhã e corresponsável do destino de todos (cf. Papa Francisco). Bete e Carlos Alberto Eq. Nossa Senhora Rainha da Paz Setor B - Minas II - Província Leste II CM 541


IGREJA CATÓLICA

40 anos da Familiaris Consortio: a resposta ambígua ao projeto de Deus O ponto de partida da ação pastoral é o conhecimento da realidade para que esta ação responda às reais necessidades e não se perca em questões fúteis e desnecessárias. Para que a Pastoral possa atuar de forma pertinente, precisa conhecer os desafios que lhe são impostos. Mas a realidade não tem a última palavra quando falamos em evangelização. A última palavra é do Evangelho. Por isso, é necessário que olhemos a realidade pedindo ao Espírito Santo o dom do discernimento evangélico, para não termos uma posição socializante, ideológica,fundamentalista ou relativista, mas evangélica, e a nossa proposta seja um caminho para transformar a cidade dos homens em cidade de Deus, substituir trevas por luz, erro por verdade, morte por vida e pecado por graça. A Igreja precisa conhecer a realidade da família, tanto a sua fidelidade ao projeto de Deus como seus problemas, dificuldades e pecados. Fala-se das diferentes situações que negam o projeto de Deus como as uniões entre cristãos sem o sacramento do matrimônio que acontecem por negligência ou por impedimento de uniões anteriores, uniões não estáveis, a questão da bigamia ou poligamia, o divórcio e as uniões homoafetivas. Mas precisamos falar do outro lado da moeda, de famílias que correspondem ao projeto de Deus, de situações problemáticas 1

que foram superadas como,por exemplo, de casais em segunda união que resolveram o problema através de declaração de nulidade matrimonial dada por Tribunal Eclesiástico, de famílias verdadeiramente missionárias, verdadeiras Igrejas Domésticas, etc. A sociedade só divulga os problemas e apresenta propostas contrárias ao projeto de Deus e as pessoas são influenciadas pelos meios de comunicação social e isso atua de forma perniciosa na consciência das pessoas. Precisamos mostrar o outro lado da moeda. Isso exige que além do discernimento que nos é dado pelo Espírito Santo, precisamos de outro dom do mesmo Espírito: a sabedoria. Precisamos submeter propostas culturais e modismos de época a valores éticos e evangélicos que considerem a dignidade humana em todas as suas dimensões.Precisamos apresentar isso de forma convincente mostrando as consequências nefastas dos diferentes modelos familiares propostos pela sociedade, como o descaminho de adolescentes e jovens,o aumento da criminalidade,a irresponsabilidade social e o aumento assustador de suicídios. Somente assim iremos gerar um processo de conversão que transforme a cidade dos homens em cidade de Deus. Padre José Adalberto Vanzella1 SCE Região Leste IV Província Sul I

Doutor em Teologia, Administrador de São Maximiliano Kolbe - Ubatuba-SP.

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DATAS RELIGIOSAS

Ascensão do Senhor

A Ascensão inspira-se nos textos bíblicos, que relatam a subida de Jesus aos céus quarenta dias depois de sua Ressurreição: “Depois que o Senhor Jesus lhes falou, foi levado ao céu e está sentado à direita de Deus” (Mc 16,19). Aqui está o centro do mistério desta solenidade – a subida de Jesus aos céus. Para as Sagradas Escrituras, “céu” deve ser entendido como lugar da morada de Deus. É mais um estado ou uma condição do que um lugar. Então, “ir para o céu” significa “ir para estar com Cristo”, visto que o nosso “céu” é o Cristo Ressuscitado! Como, também, o “inferno” consiste na ausência de Cristo. No entanto, para entrar na vida plena de Deus no céu, precisamos da “chave certa”. Que tipo de chave estamos confeccionando nesse mundo? Modelar a chave correta para o céu exige de nós esforço, conversão e decisão. Os PCEs, dentro das ENS, existem para ajudar cada casal no caminho para o céu: “O engajamento nos seis PCEs vai transformando, pouco a pouco, os esposos, desenvolvendo uma vida espiritual conjugal que os aproximará de Deus, de seu cônjuge e dos outros” (Guia das ENS, p. 23). A subida de Jesus aos céus não significa sua ausência na terra. Assim como

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Jesus não deixou o céu quando nasceu no meio de nós, Ele também não deixou a terra quando subiu aos céus. Sua presença entre nós não se dará mais de forma física e limitada a um lugar, e sim de forma espiritual e universal. E tal presença será garantida por meio do dom do Espírito Santo. Desse modo, a Ascensão está relacionada com Pentecostes. Jesus sobe aos céus prometendo enviar o Espírito Santo para sustentar os discípulos na missão eclesial: “Recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas” (At 1,8). A Ascensão marca dois fatos: conclui a missão de Cristo e inaugura a missão da Igreja: “E Jesus disse: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Nesse sentido, a missão das ENS se desdobra em duas direções: para dentro e para fora do Movimento. Para dentro, consiste em ajudar cada casal equipista na vivência do matrimônio; e para fora, em anunciar ao mundo os valores do casamento cristão, mediante a palavra e o testemunho de vida (Guia das ENS, p. 46). Queridos equipistas, alegremo-nos! Pois a Ascensão do Senhor também é a nossa festa, já que Aquele que entrou nos céus redimiu a nossa humanidade pecadora e nos deixou o caminho aberto, para que também possamos subir com Ele à morada do Altíssimo. Pe. Adriano Corrêa da Silva SCE Setor Três Corações A Região Minas IV Província Leste II CM 541


DATAS RELIGIOSAS

Santos Juninos: servidores do Reino O mês de junho se destaca pelas diversas celebrações religiosas e culturais que unem nossas comunidades e vizinhanças. Nas tradicionais festividades temos a oportunidade de conviver e prosear sobre diversos assuntos da vida. Fazemos a memória de tantos fatos e pessoas e até alinhamos futuras atividades. Atualmente, a pandemia mudou o percurso do rio, mas a beleza da comunicação permanece, e nela sempre recordamos tantos exemplos de vida que deixaram sinais de amor, doação e serviço como legados. Nossas comunidades abrem suas portas para celebrarem com fé as virtudes de santidade daqueles que, inspirados por Deus, viveram a perfeição da caridade: Santo Antônio (dia 13), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). S. Antônio marcou a quem conheceu devido ao imenso amor à Bíblia e aos pobres, partilhando o conhecimento e o pão material com os mais necessitados. São João Batista, veio ao mundo com uma missão especial: anunciar a chegada do Messias. Numa vida austera, de oração e meditação, conduziu as pessoas à conversão. S. Pedro, chamado por Cristo juntamente com seu irmão S. André, abraçou incondicionalmente a missão e foi o primeiro a professar sua fé em Jesus Cristo. A sua fé foi revelada no seu ardor missionário e na sua liderança junto aos demais apóstolos. Sobre CM 541

Pedro, Cristo edificou sua Igreja. O apóstolo foi dono de um coração caridoso, capaz de entregar a sua vida na cruz por Jesus. Foram homens que colocaram as suas melhores forças para o serviço do Reino de Deus. “Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servidor de todos” (Mc 9, 35). Pequenos aos olhos da sociedade, tornaram-se grandes quando se deixaram modelar pela graça de Deus. Observando a tradição da festa junina, o mastro com as figuras dos Santos recorda a grandeza do testemunho que alcança o céu. A simplicidade da fogueira que nos congrega retrata a luz que S. João Batista apontou para todos que é o Cristo, cordeiro de Deus; e também a força de S. Pedro, que com coração ardente anunciava nas periferias do mundo o Cristo, caminho, verdade e vida. A partilha dos alimentos, recorda o pão que S. Antônio distribuía aos pobres. Celebrar os Santos Juninos recorda do dom do nosso Batismo e o despertar da nossa missão na Igreja: “O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos” (LG 40). Chamados por Deus, contemplemos os exemplos desses Santos e, sob a intercessão deles, sejamos servidores do Reino e aspiremos uma vida Santa! Padre Tiago Nigro SCE Região Rio VI Província Leste I

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DATAS DO MOVIMENTO

Nancy e Pedro Moncau, memorial, testemunho e gratidão Com imensa alegria, gratidão e preocupação, recebemos o honroso convite para falarmos da importância do dia 27/6 nas vidas dos casais equipistas do Brasil. Nos idos de 1936, nesse dia,Nancy e Pedro Moncau se uniram pelo Sacramento do Matrimônio,trazendo para suas vidas a presença viva do Cristo Ressuscitado.Graças a esse Sacramento,D. Nancy e Pedro Moncau,que já tinham uma caminhada individual na Igreja,impulsionados pelo Cristo, sentiram a necessidade de algo que lhes permitissem continuar seu engajamento na Igreja, em casal. Nessa busca, graças ao Sacramento recebido, condição indispensável para participarem do Movimento que buscavam, as ENS, não só nelas ingressaram, como criaram, em 13 de maio de 1950, a primeira equipe em solo brasileiro, preciosíssimo tesouro para nossas vidas. A partir daí, milhares de casais buscaram as Equipes de Nossa Senhora, objetivando sua santificação. Também nós trilhamos esse caminho descobrindo o amor de Deus em nossas vidas; nos aprofundando, cada vez mais, em sua pedagogia, e nos espelhando nos testemunhos de inúmeros santos casais. Assim como eles, afirmamos, sem sombra de dúvida, que o Matrimônio vale a pena. As equipes e a presença viva do Cristo em nossas vidas nos ajudaram, e vêm nos ajudando, a superar as dificuldades de um relacionamento de 51 anos.

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A vida sacramental de Nancy e Pedro Moncau se resume em dois termos bíblicos: Memorial: movidos pelo Espírito Santo, Nancy e Pedro Moncau trouxeram, com a pedagogia das ENS, a encarnação do Evangelho em nossas vidas. Testemunho: pela coerência de suas vidas – praticavam aquilo que pregavam–, por suas obras e família que constituíram, são hoje, para nós, modelo de vida a ser seguido. Por tudo isso é que nós, casais equipistas, devemos “in memoriam” desse santo casal, sermos fiéis ao Movimento, comemorar e rememorar essa data, com carinho, emoção e, sobretudo, gratidão. Nesse sentido, e ao tempo em que deixamos aqui a proposta de nos unirmos em oração, elevando a Deus súplicas pela santificação desse casal, encerramos com o texto que nos dedicamos em nossas Bodas de Ouro: “Nos apaixonarmos foi destino, continuarmos apaixonados uma escolha; nós dois nos escolhemos e continuamos a nos escolher pelo resto de nossas vidas, fazendo todo o possível pela felicidade um do outro. Nosso relacionamento nasceu para durar por todo o sempre.” Amém. Nancy e Pedro Moncau: Intercedei por nós. Sandra e Bento Eq. N. S. Rosa Mística Setor Friburgo - Região RIO VI CM 541


DATAS DO MOVIMENTO

Nascimento do Pe. Caffarel (30/7) Henri Caffarel - Um homem arrebatado por Deus Em 30 de julho de 1903, nascia em Lyon, na França, Henri Auguste Marie Caffarel, que alguns anos mais tarde se tornaria Pe. Henri Caffarel.

1939, e pensa, idealiza e cria o Movimento das ENS, que está presente hoje em 92 países no mundo todo, e no Brasil, desde 13 de maio de 1950.

Foi um sacerdote que se consagrou ao apostolado dos casais e à sua formação para a oração, era um homem à frente de seu tempo, um profeta! Sua vida foi voltada à contemplação e à oração.

Em 3 de maio de 1987, na cidade de Chantilly – França, Pe. Caffarel fala aos Casais Responsáveis de Regiões e Setores europeus. Definiu o “Carisma Fundador” de um Movimento da Igreja como uma intuição, que não é somente humana, mas que vem de uma inspiração do Espírito. Existem grupos que, em princípio, têm um carisma fundador, mas o perdem ao longo dos anos. Pe. Caffarel percebe que era o que acontecia com as Equipes de Nossa Senhora, imediatamente, ele pensa em um “aggiornamiento” (que foi chamado de “Segunda Inspiração”), ou seja, uma renovação, uma atualização, um renascimento, a partir de uma reflexão e uma formulação das necessidades do Movimento, visando responder melhor as exigências do tempo atual (Extraído do livro Padre Caffarel – Centelhas de sua Mensagem”).

Para nosso Movimento esta data é muito significativa, pois é o nascimento do homem que se dispôs a ajudar os casais a descobrirem na vocação matrimonial um caminho de santidade! O jovem padre, que em suas próprias palavras, descobriu sua vocação aos 20 anos: “Aos vinte anos, Jesus Cristo, em um instante, torna-se Alguém para mim. Oh! Nada de espetacular. Neste longínquo dia de março, eu soube que era amado e que eu amava, e que a partir daquele momento entre Ele e eu seria para toda vida. Tudo estava definido” (Extraído do livro O Padre Caffarel — Das Equipes de Nossa Senhora à Casa de Oração. 1903-1996). Padre Caffarel foi verdadeiramente um “sedento” de Deus, e essa sede do Deus vivo era sua obsessão transmiti-la a todos. Tinha uma preocupação permanente: ajudar as pessoas a realizar o “encontro” que ele mesmo tinha feito, e que transformara sua vida. Para nossa alegria, ele se reúne com os primeiros casais em 25 de fevereiro de CM 541

Nosso Movimento se sente muito feliz em comemorar esta data tão importante para todos os equipistas. Agradecemos a Deus pela vida do Padre Henri Caffarel, que nos fez valorizar o Sacramento do Matrimônio como caminho de santidade. Sônia e Luiz Carlos Eq. N. S. Auxiliadora Setor Pouso Alegre A - Região Minas III

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RAÍZES DO MOVIMENTO

“Sufoca-se...” 1 “Sufoca-se nas famílias cristãs! E, quanto mais cristãs, mais irrespirável é o ambiente!” Quantas vezes tenho ouvido estas palavras, vindas de pessoas que não creem ou que creem pouco. - A quem o dizeis!... Repliquei certa vez. Olharam para mim admirados, pois julgavam que me iam escandalizar. - Mais, não acrescentem: ”Quanto mais cristãos...” Tantas famílias, com efeito, julgam ser autenticamente cristãs, quando na realidade vivem apenas um cristianismo mutilado.A sua religião toda limita-se à prática das virtudes. Os próprios sacramentos nada mais são para eles do que um meio para o conseguir. Quanta energia despendida para adquirir e salvaguardar suas virtudes! São dedicados, imperturbavelmente dedicados. Mas, acima de tudo, é bem verdade, são tremendamente enfadonhos. E se é certo que ninguém deixa de admirá-los - pois há grandeza nessas vidas - ninguém, contado, tem vontade de os imitar. Em sua presença, vem irresistivelmente à minha mente a palavra de Peguy: “A moral foi inventada pelos fracos. A vida cristã foi inventada por Jesus Cristo”. Toda vida religiosa, com efeito, se não se tomar cuidado, sofre a lei da degradação. Dentro em pouco, da vida cristã só restará a moral. E a própria moral cristã não tarda em se 1

degradar numa espécie de moral natural que só faz puritanos austeros e inflexíveis. Nessa atmosfera de moralismo, sufoca-se, literalmente. Mas o cristianismo não é primeiramente uma moral; não é o culto do deus Dever, esta divindade sem rosto, mas sim uma religião. Não uma religião qualquer, o simples serviço de um Deus distante, mas uma vida com Deus, uma comunidade de amor com Ele. “Estou à porta e bato. Se alguém ouve a minha voz e abre, entrarei em sua casa: cearei com ele e ele comigo”. Mais ainda, a vida cristã é comunhão. Pela fé - uma fé viva, bem entendido - o cristão entra em comunhão com o pensamento divino; participa, dizem os teólogos, no conhecimento que Deus tem de si mesmo. E, pela caridade, ama Deus com o próprio Coração de Deus, associa-se vitalmente ao ato pelo qual Deus se ama. Estamos longe do moralismo espartano de uns ou do burguesismo de outros. Mas estamos de tal modo “habituados” a todas estas fórmulas aprendidas no catecismo... que as grandes realidades que encerram não mais nos maravilham. No entanto, há cristãos que levam a sério estas realidades sobrenaturais e delas vivem. Sua fé é ardente aspiração de conhecer Deus e seus pensamentos. Esforçam-se por mantê-la viva e progressiva, já pela meditação

Carta Mensal Equipes Novas, nº 13, março 1966.

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RAÍZES DO MOVIMENTO

da Palavra divina, já pela atenção ao que Deus lhes quer dizer através dos eventos cotidianos. Jovem, disposta, penetra cada vez mais nas “inesgotáveis riquezas de Cristo”. Sua alegria revela-se nestas palavras de São João que bem traduzem o seu pensamento: “Quanto a nós, conhecemos o amor que Deus tem por nós, e acreditamos nele”. Esforçam-se por amar a Deus - todo amor é labor antes de ser posse. Este amor torna-se pouco a pouco a fonte de todos os seus atos, a razão de ser de sua vida. “Quem nos poderá separar do amor de Cristo, escrevia São Paulo: a tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo?... Em tudo isto somos mais que vencedores, graças Àquele que nos amou”. CM 541

A moral destes cristãos - porquanto eles têm uma moral, mas não a dos “fracos” - é a irradiação da vida divina... “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso”. São Paulo definiu-a nestas palavras: “Sede os imitadores do Pai, como filhos muito amados!” Em casa destes cristãos, não há o risco de sufocar. Não são prisioneiros de um moralismo, de um legalismo. São livres, livres da liberdade dos filhos de Deus. Ali respiramos o ar de alto-mar, o ar puro de Deus. Eles nos fazem aspirar a Deus. Pe. Henri Caffarel Colaboração: Ma. Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. Mãe de Deus e Nossa Piracicaba-SP

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TESTEMUNHO

É preciso cuidar da semente plantada...

“O Poderoso faz em nós maravilhas...” e nos reuniu no Encontro Internacional de Fátima em 2018. Padre Odair Nogueira, atualmente SCE da Região SP Centro I,acompanhou nas reuniões interequipes o grupo de 7 casais brasileiros : Vanda e Roberto – Cabo Frio-RJ, Socorro e Marcio – Fortaleza-CE, Sonia e Antonio Carlos – Guaratinguetá-SP,Lourdes e Maeda – Brasilia-DF,Maria José e Beto – Pesqueira-PE, Rejane e Ivaldo – Olinda-PE, Lourdes e Augusto – Indaiatuba-SP e 1 casal português,Fátima e Vasco – Açores -Portugal, nossos coordenadores no Centro de Espiritualidade Francisco e Jacinta Marto,onde nos hospedamos durante o Encontro. Vivemos dias inesquecíveis de espiritualidade, formação e comunhão e, logo após o Encontro, padre Odair criou um grupo no WhatsApp, através do qual um irmão nos envia o evangelho diário e recebemos notícias de todos, alimentando nosso vínculo formado lá em Fátima. E não deixamos a semente plantada morrer... Com este pensamento e um desejo muito forte de reencontrarmos os amigos e irmãos equipistas, nos

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reunimos num encontro virtual no dia 3 de março de 2021, o nosso Primeiro Encontro pós-Fátima! Iniciamos participando virtualmente da Celebração Eucarística presidida pelo padre Odair,que também foi nosso anfitrião neste dia e, em seguida, o nosso reencontro virtual, que, para nós, pareceu presencial, tal a alegria com que recebíamos cada casal, que, vestindo a camisa com a cor de sua Província, entrava na sala e conosco permanecia. Montamos um roteiro como de costume fazemos em nossas reuniões,nos saudamos,rezamos,meditamos a palavra,partilhamos nossas alegrias e tristezas desde Fátima e nossas experiências em tempos de pandemia e,com a graça de Deus,pudemos perceber que,mesmo com as tribulações vividas,as alegrias foram muito maiores e marcantes,principalmente por estarmos TODOS saudáveis e juntos! Enfim, com gostinho de quero mais, já estamos agendando um segundo encontro para nutrirmos esta semente que germinou com força! Deixamos aqui a saudação inicial do casal Fátima e Vasco feita no momento do reencontro, que traduz nosso sentimento de gratidão a Deus: “É para nós uma bênção do Céu podermos partilhar convosco, na presença de Deus, a Sua palavra e a amizade que essa vivência permitiu concretizar nas nossas vidas!” Lourdes e Augusto Eq. 05 N. S. das Graças Setor Campinas B - Região SP Centro I CM 541


TESTEMUNHO

E o semeador saiu a semear... Tudo começa pequeno e Deus é sempre fiel! Há algum tempo atrás fomos convidados pelo CRR da época para conduzir a primeira experiência comunitária em Ipatinga. Era o primeiro passo para a expansão do Movimento na região do Vale do Aço. Ficamos muitíssimos felizes porque somos de Ipatinga e meus pais e alguns irmãos residem lá. Seria uma oportunidade de unir missão e família. Naquele tempo residíamos em Lagoa Santa, hoje setor Norte Metropolitano, e, junto conosco, outro casal do setor Belo Horizonte B nos acompanhou nesta missão na condução de outra experiência comunitária, ou seja, tudo começou com dois grupos. Nesta época estávamos passando por grandes desafios, inclusive financeiro. Como todos sabem, toda missão envolve custos e nosso Movimento, pela providência divina e pelas contribuições mensais de todos nós, permite, independentemente da condição pessoal do casal, que a Boa Nova do matrimônio e da espiritualidade conjugal possam chegar aonde o sopro de Deus suscitar. E, no nosso caso, ainda nos permitiu ficar na casa de meus pais. Meses de idas e vindas, relacionamentos renovados e construídos, oportunidade de ver a seiva do Movimento circular entre sacerdotes, casais, família e comunidade, sentindo que a vontade de Deus era fazer as sementes germinarem 30 por 1, 60 por 1, 100 por 1... A fidelidade eterna de Deus nos proporcionou receber frutos, ainda nesta vida, como ver florescer as equipes, retornando para fazer as duas primeiras Pilotagens junto com outro casal de CM 541

nossa equipe, ver meus pais aos 50 anos de matrimônio se tornarem equipistas, participarem do primeiro Retiro das ENS do Vale do Aço e poder agora, como casal apoio da Região Minas II, vivenciar com alegria o Movimento nos setores Vale do Aço A e B, hoje com 24 equipes. Não temos outras palavras que não sejam “gratidão eterna a Deus” por olhar para seus servos e dar coragem para se lançarem na missão que é d’Ele e quis usar da nossa liberdade de aceitar participar ativamente e receber amor e bênçãos, além do que podemos imaginar em todas as áreas da nossa vida. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo. Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã: o dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado” (Mateus 6, 33-34). Luciana e Farley Eq. N. S. do Loreto Região Minas II Província Leste II

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TESTEMUNHO

Um “sim” fortalecido na pandemia Em meio a uma grave pandemia, fomos convidados para ser CRS. Que desafio! O que o Senhor espera de nós? Por que nós? Estes foram os nossos sentimentos. Demos o nosso SIM! Preferimos deixar a insegurança de lado e seguir olhando para frente, na certeza de dias melhores, com a esperança sempre presente. Neste SIM incondicional ao nosso Movimento estava nosso amor e nossa gratidão por tudo o que recebemos nestes 23 anos de caminhada. Mas, logo após a nossa resposta ao serviço, fomos surpreendidos pela covid-19. Inez estava na linha de frente. Nós dois contaminados! Não vamos negar que foram dias de receios, inseguranças e medo do que podia vir pela frente. Os dias eram longos, para nós as horas não passavam e a incerteza sempre presente. Inez com a fé de Abrão, e Fernando com o comportamento de Pedro, mas seguíamos um apoiado ao outro. As orações eram presentes o tempo todo, os amigos unidos, o colegiado da Região Minas I, os irmãos de equipe, o nosso Movimento. Várias pessoas uniram-se em um único clamor: nossa cura. Nossos amados filhos fizeram toda a diferença nestes momentos difíceis. Deus nos sustentou, ouviu as nossas preces e fez em nós maravilhas. Jamais podemos nos esquecer, os

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PCEs vieram ao nosso encontro, nos reerguiam e nos fortaleciam a cada dia. Fomos lapidados a fogo para esta linda missão, e a partir destes momentos vividos temos a absoluta certeza de que o nosso SIM valeu a pena. Fazendo uma retrospectiva não iríamos nos perdoar se o NÃO fosse a nossa resposta ao chamado. Ao escrevermos, as folhas recebem nossas lágrimas, lágrimas da certeza de que estamos compreendendo a cada dia os caminhos que o Senhor coloca diante de nós, certos de que Ele também percorrerá conosco. Isso nos faz lembrar as palavras do nosso saudoso Padre Caffarel: “Na origem da Espiritualidade Conjugal há um apelo de Cristo: para nós esposos, a nossa vocação é irmos juntos para Cristo, um e outro, um com o outro, um pelo outro.” Os dias e noites traiçoeiras foram iluminados por nosso amado Deus e hoje temos a certeza de que Ele conta conosco para a obra que estamos construindo a cada dia e somente terminará quando nos encontrarmos face a face, na plenitude. Por enquanto, lágrimas enxugadas, mangas arregaçadas e mãos à obra para a construção do Reino, para que Seu amor aconteça aqui e agora. Deus conta conosco e, é claro, com todos vocês! Inez e Fernando CRS Juiz de Fora C - Região Minas I Província Leste II CM 541


TESTEMUNHO

O poder da oração Casados há 21 anos, temos uma história de vitória pela oração. Após 25 anos casada, fiquei viúva em 4 de maio de 1997, com três filhas de 11, 17 e 21 anos. Trazia sempre em meu criado da cama a imagem de N.S. das Graças e, também, as orações diárias, mas, mesmo assim, sentia-me muito fragilizada. Então decidi fazer um pedido por escrito e o coloquei aos pés da santa, pedindo sua intercessão por minha vida familiar e afetiva. Eu,Nilceu,fiquei viúvo em 11 de abril de 1997, após 23 anos casado, com dois filhos de 17 e 21 anos. Vivi este meu primeiro casamento no espiritismo,nos botecos, nas bebidas, no futebol e nos pagodes. Em junho de 1998, a convite de algumas amigas viúvas,fomos a uma pizzaria,onde conheci Nilza,que estava acompanhando-as.Com toda a minha arrogância e entusiasmo,na despedida, convidei Nilza, ironicamente, para um velório. Este foi meu primeiro convite; com certeza, recusado. Após este tropeço, depois de algumas insistências, seguimos em frente, namorando. Em menos de vinte dias de namoro, Nilza me convida para rezarmos um terço. Certamente, recusei. Na minha cabeça, isso seria uma tortura. Depois, pacientemente, ela me propôs rezarmos uma Ave Maria diariamente. Assim, a obra foi acontecendo.Após alguns dias, passamos a rezar um mistério, depois dois... com a ação do Espírito Santo, o terço. Aproximadamente após dois meses,veio mais um convite: rezarmos o Rosário. Quando fiquei sabendo do CM 541

que se tratava, achei que ela queria terminar o namoro. Nilza, então, explica-me: “podemos ir além”. Enfrentei muitas críticas de antigos amigos e discordância do namoro na família, porém, com o poder da oração, superamos tudo. Casamo-nos no dia 2 de março de 2000,cuja união foi celebrada pelo meu cunhado, Padre Neider. A partir daí, vivenciamos problemas,mas experimentamos também a bondade e as graças que nos foram concedidas por Deus, através de seu filho Jesus,sob a proteção de Nossa Senhora, nossa querida mãe. Ingressamos no Movimento em 2009. Em nossa equipe, fomos os primeiros CRE, CL e CRS. Hoje, com a graça de Deus, estamos como casal formador. E, ainda, para nossa maior alegria, temos uma filha equipista: Cristiane e seu marido Wellington. O Movimento tem sido, em nossa vida, uma graça, pois nos proporciona caminhar com Deus, buscando a santidade, como pessoa e como casal, permitindo, assim, enfrentar com fé e amor os desafios que vão surgindo. Nilza e Nilceu CRS Itaúna - Região Minas V Província Leste II

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TESTEMUNHO

Casal equipista, coração ouvinte Ingressamos nas ENS há 25 anos, onde vivemos experiências transformadoras na equipe de base N. Sra. do Amor. Em dezembro de 2021 celebraremos bodas de ouro e ordenação no Diaconato Permanente. A missão se intensificou nos nossos serviços de: CRR, CP e atualmente CFEEN, Ministério da Eucaristia, Catequese Batismal, Pastoral Familiar - casais de segunda união. Um dos desejos mais espontâneos do ser humano é encontrar eco no coração, fruto de afetividade e compreensão dos tormentos e alegrias. Deus capacita o missionário para levar esperança e conforto. O coração ouvinte procura dar, aprender, acolher e servir. Como se dá esse processo? Ele nasce das confidências capazes de transformar o coração ouvinte. O Senhor duas vezes acordou seus apóstolos durante sua agonia (Mt 26, 40) à procura de apoio nas amizades compadecidas. No MESC1 visitamos enfermos, levando a Sagrada Comunhão a um casal e a um viúvo... O casal revela uma vida matrimonial com amor e espiritualidade. Ela com Alzheimer, ele demonstra paciência e amor ao lidar com as instabilidades da doença, encontrando alegria no sofrimento como oferenda de amor. O amor eterno na juventude, agora, amor transfigurado de Cristo! O outro é equipista viúvo, após uma vida matrimonial de 1

57 anos. Demonstra uma fé inabalável vivida nas limitações, pela perda da visão, e é exemplo de fortaleza na equipe nos fazendo entender essa experiência frutuosa. Deus nos chama a escutar os gemidos, mergulharmos no mar de nossa interioridade, a fim de trazer-nos ao essencial da vida. Jesus ensina que a alegria elimina a tristeza, não suprime o sofrimento, transfigura-o. Assim como S. Paulo, exemplo de coragem nas tribulações: “Estou cheio de consolação e transbordo de alegria,em todas as aflições” (2Cor 7,4). Olhamos nossa história, conscientizamos que o fluxo do amor misericordioso ativa em nós uma maneira cristificada de ser e estar com outro. Encontros são celebrações de amor e aprendizado. Nesta pandemia, fazemos presença junto aos idosos por telefone, encorajando-os a superar a ausência da Eucaristia, e aos casais de segunda união, reunimo-nos virtualmente, para fortalecer a espiritualidade. O coração ouvinte escuta o outro, como na oração conjugal e dever de sentar-se. Ser casal missionário faz abandonar a estreiteza de nossos projetos e deixar o coração bater no ritmo do coração do outro, indicando os caminhos de santidade conjugal. Vera e Messias Setor Varginha IV Região Minas IV Província Leste II

MESC - Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão

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PARTILHA E PCE

O Retiro em nossa vida Fomos convidados a pertencer ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora no dia de nosso casamento. Envoltos pela atmosfera da festa e já participantes das Equipes Jovens de Nossa Senhora, demos nosso sim espontaneamente, sem dimensionar o que as equipes significariam em nossas vidas. Menos de um ano depois daquele inusitado convite, reunimo-nos pela primeira vez com aqueles que seriam nossos primeiros companheiros de caminhada. Aos poucos, fomos nos familiarizando com a Mística e o Carisma do Movimento e buscando viver os PCEs como nossa marca para o crescimento de nossa espiritualidade conjugal e nosso caminho para a santidade. Em 33 anos de equipe, tivemos muitos progressos, mas também dificuldades, períodos de aridez no coração em que sentíamos o desânimo e o peso do dia a dia nos sufocando. Apesar disso, sabíamos e confiávamos no chamado de Deus e no grande presente que nos fora dado, de viver todos os anos um período de intensa disponibilidade e abertura a Deus, a nós mesmos e ao outro durante a vivência do Retiro anual, que nos é proposto. Não sabemos responder: Qual foi o melhor? Qual o pior? Qual o melhor facilitador (pregador)? Em equipe ou sozinhos? O que podemos dizer CM 541

é que, apesar de todo o esforço e dificuldades em sair de casa, de deixar filhos pequenos, das preocupações de trabalho, ao final de cada Retiro nos sentíamos renovados, repletos da presença de Deus e certos de que aquele fora o melhor Retiro de nossas vidas, porque sabíamos que era daquela forma que Deus queria nos falar naquele momento de vida. No desafiador ano de 2020, assolados pela pandemia da covid-19, mais uma vez Cristo nos chamou. Não poderíamos participar de um Retiro, mas nem por isso deixamos de viver um tempo de maior dedicação em ouvir e sentir a presença do Senhor nos transformando. Vivemos um forte Momento de Espiritualidade, feito de forma virtual, em que pudemos, de nossas casas, estarmos disponíveis e em sintonia para ouvir o que Deus nos dizia naquela hora. Pe. Caffarel nos alertava: “O nosso principal pecado é não termos bastante fome Dele. Sejamos ávidos Dele!”. Não sabemos o que nos aguarda em 2021, se poderemos realizar esse PCE ou se viveremos apenas virtualmente outro Momento de Espiritualidade. No entanto, da maneira que for, estejamos sempre ávidos da Palavra, para que Ele venha e faça maravilhas em nós. Lilian e Jamyr CRS Juiz de Fora F - Região Minas I Província Leste II

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PARTILHA E PCE

Meditação da Palavra

Ao entrarmos para a as Equipes de Nossa Senhora nos deparamos com os PCEs. Todos eles, ao longo destes 10 anos,têm sido sustento para nosso crescimento espiritual, pessoal e em casal. Hoje queremos partilhar com vocês um pouco da nossa caminhada pela meditação da Palavra. O amor que sentimos desde o início pelas ENS nos fez realmente procurar viver este esforço sugerido.A Escuta da Palavra e a Meditação para nós são os PCEs que mais impactaram em nossas vidas. Com quase 25 anos de casados, quando entramos nas equipes, não tínhamos o costume da leitura diária do Evangelho, e muito menos de meditar sobre a Palavra de Deus. No início, este compromisso diário nos levou a um longo processo de amadurecimento, o qual ainda estamos, mas nos marca muito os primeiros dias de busca a esta intimidade com a Palavra de Deus, reservávamos o horário da noite para este momento. Percebemos uma enorme dificuldade, pois além do cansaço do dia com os filhos e trabalho, tínhamos pouca intimidade com esta novidade para nós. Apesar do nosso esforço, era tudo muito raso, sem muito entendimento e de maneira quase mecânica. Decidimos, então, especificar um horário na parte da manhã e reservamos um local em nossa casa que fosse agradável para este momento. Nossa equipe de base partilhava conosco as

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liturgias diárias e, com a ajuda de alguns aplicativos católicos, íamos pouco a pouco aprendendo a escutar e meditar. Uma caminhada que fizemos de maneira tão intensa que muitas vezes nossas meditações viravam um Dever de Sentar-se. Estamos na busca da perfeição, mas hoje entendemos que Deus nos fala, e para que possamos escutar é necessário esvaziarmos nossos corações para este momento que nos dedicamos. Porque para escutar precisamos do silêncio, tanto do ambiente quanto do nosso coração. A meditação é a resposta a esta Palavra, que vem nos alimentando diariamente, e que tanto temos que agradecer as ENS por nos direcionar a este momento que procuramos viver em casal desde o início de nossa caminhada equipista. Aprendemos a fazer nossa oração pessoal sem medo de “rasgar” nosso coração, este abrir-se nos traz cada dia mais uma intimidade com o Senhor e com nosso cônjuge. Temos sede de sua Palavra diária, temos sede de orar ao acordar e viver bem o dia com o “conselho” diário que temos. É muito visível para nós o quanto crescemos através deste PCE, o quanto nos aproximamos mais de Deus, o quanto mudamos nossos hábitos. Deus nos fala a cada dia em suas palavras de forma tão profunda e atual que nos trouxe esta intimidade de oração. E a oração nos trouxe a intimidade maior da sede diária da Eucaristia. Simone e Luiz Eq. 08 N. S. dos Anjos Setor Teresópolis B Província Leste I CM 541


PARTILHA E PCE

A Oração Conjugal na vida de um “novo casal” no Movimento A Oração Conjugal é um tempo forte do casal, é um prolongamento do Sacramento do Matrimônio. A oração conjugal torna-se uma expressão comum de duas orações individuais, ela muda tudo. Ela infunde no casal, tornando o perdão suportável, o crescimento possível e a unidade alcançável. Tudo isso é possível, mas só se convidá-la a entrar na vida da família. Nós não somos um casal novo – temos 47 anos de matrimônio –, mas somos um “novo casal” nas Equipes de Nossa Senhora. Após passar por todas as formações iniciais propostas pelas ENS e em uma equipe com três anos, testemunhamos que, mesmo conhecendo o valor da oração na vida do casal, dificilmente a realizávamos de modo conjugal, apesar de possuirmos uma longa caminhada de vida cristã católica. Com a nossa entrada no Movimento,conhecendo os PCEs – e sabendo da sua importância para a nossa vida diária – aprendemos o valor de rezarmos juntos como cônjuges. Desde que foram inseridos nas nossas vidas, em especial a Oração Conjugal, vieram nos mostrar que a família cristã é uma “pequena Igreja” e, através da oração em casal, Deus se faz presente, operando maravilhas e mostrando a família cristã como “casa” de Deus entre os homens. A Oração Conjugal faz parte das nossas vidas e tem nos ajudado muito em nosso crescimento espiritual, como casal, na família e em nossos trabalhos pastorais na Igreja. Da CM 541

mesma forma, ajuda-nos na compreensão da pedagogia do Movimento e em nossas reuniões de equipe. Como equipistas acreditamos que não pode haver uma vida cristã sem uma fé viva. Assim como não existe também uma fé viva sem oração, reflexão e meditação da Palavra de Deus. Partimos da mesma preocupação do Padre Caffarel que nos brindou com esse PCE. “O Pe. Caffarel observava que havia uma grande preocupação de forma individual,marido e mulher,mas não de forma conjunta. Era preciso aprofundar a vida do casal, fonte de graças”. A oração conjugal é para nós essa fonte de graças! Enfim, esse “novo casal” no Movimento tem muito que crescer na fé e nas ENS. Por isso nos preocupamos em fazer bem todos os PCEs.A oração conjugal é o ponto forte que nos sustenta no nosso cotidiano trazendo frutos de uma melhor convivência e nos direciona como um casal “buscadores de Deus”. Hoje, somos muito gratos às ENS, que fez “nascer” essa realidade e que, ao nos apresentar a Oração Conjugal como exercício de casal, nos “rejuvenesceu” como casal cristão em busca de Deus (da santidade). Edina e Ferreira Eq. 08 N. S. de Fátima - Setor Rio III

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FORMAÇÃO

Uma família feliz é um paraíso antecipado A Familiaris Consortio n. 86 nos diz: “Compete aos cristãos anunciar com alegria e convicção a Boa Nova sobre a família, que tem absoluta necessidade de escutar sempre, renovadas vezes, e de entender cada vez melhor as palavras autênticas que revelam sua identidade”. Nossas famílias são chamadas a antecipar as coisas dos céus, a serem, como nos diz Dom José Tolentino, “Artesãs de afetos”,a cultivarem em si a capacidade de nos educar para o amor, fé, alegria, gentileza, respeito, esperança e tantos outros valores e sentimentos que fazem a vida já nesse mundo ser antecipação do que virá. “A missão apostólica da comunidade conjugal e familiar transborda do lar. Essa comunidade se sente pressionada a instaurar em torno dela a caridade que lhe dá vida, a comunhão em Cristo que ela realiza em seus membros. Pelo simples fato de sua presença ela já o faz, à maneira de um fermento, no ambiente onde ela existe” (A Missão do Casal Cristão, Henri Caffarel). Prestam um grande serviço à humanidade as famílias que educam para a alegria. Não se pode testemunhar o Cristo sem a alegria que nasce na aurora do Domingo de Páscoa, uma família será capaz de construir felicidade plena e verdadeira, desde que esteja fundada em Cristo. Lemos no livro Crescer a Dois,de Ricardo E. Facci, “Uma família que constrói a felicidade ajusta permanentemente uma dívida com as novas gerações que ela própria gerou.Definitivamente,uma criança,

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um jovem, um filho desejam chegar à casa e respirar de algum modo esse “paraíso antecipado”.A alegria não é fruto do improviso,mas é um dom concreto recebido por aqueles que vivem com Cristo. Certa vez, visitando o Santuário de São Pio de Pietrelcina na Itália, tive a graça de ouvir uma profunda homilia ministrada por um sacerdote italiano na festa da Sagrada Família e entre tantas coisas lindas que ouvi daquele idoso e sábio sacerdote,ouvi também algumas perguntas dirigidas à assembleia: “Na sua casa, alguma vez você já perguntou aos que vivem lá com você, se eles são felizes? Vocês pais já perguntaram a seus filhos se eles são felizes em casa? Você esposa ou esposo já perguntou ao seu cônjuge se ele ou ela é feliz em vossa casa?” Perguntem,dizia aquele sacerdote,pois cada família é feliz a seu modo, mas é preciso saber se há alegria em nossas casas, em nossas famílias, em nossos relacionamentos, pois corremos o risco de sermos boas duplas ou bons grupos vivendo debaixo do mesmo teto achando que somos uma família. E volto ao livro Crescer a Dois quando nos diz que “seria muito bom se todos os filhos do mundo jamais dissessem: Minha casa é uma selva! Possam, ao contrário, dizer: Minha família é feliz! E, porque minha família é feliz, vivo num paraíso antecipado!”. Pe. Antonio da Silva Miguel Jr. SCE Eqs. N. S. Boa Mãe e N. S. Aparecida - Setor A Criciúma-SC CM 541


REFLEXÃO

Consciência divina

O que é a consciência divina, senão a voz de DEUS. Por isso que a minha saudosa mãezinha, toda a noite me interpelava dizendo: Você já fez o seu exame de consciência hoje?! DEUS está sempre de braços abertos para nos acolher e dialogar conosco. Diálogo porém é uma via de mão dupla, DEUS nos fala e depende de nós querermos escutar. DEUS está a todo momento nos dando um toque, mas infelizmente só atendemos o toque do celular, aí não sabemos por que estamos com TOC. Essa desconexão do meu Eu (consciência humana) com a consciência Divina nos acarreta perdas talvez incomensuráveis. Essa pandemia, com toda a certeza, não é obra de DEUS. ELE não quer isso! Até nesse acontecimento podemos ver a perfeição de DEUS. Como?! Não adianta um país imunizar toda a sua população, se não cuidar também do país vizinho, menos favorecido. O vírus se modifica no país menos favorecido, e volta a contaminar o país mais abastado. CM 541

O aprendizado é que não adianta cuidar somente do meu umbigo, se não tivermos visão holística, visão fraterna. Vivemos em sociedade, e como tal temos que partilhar. DEUS É FANTÁSTICO! A filosofia Ubuntu diz: Sou quem sou, porque somos todos nós. Ser humano é ser como os outros. DEUS nos deu o que ele tinha de mais precioso, seu filho JESUS. JESUS é partilha e compaixão total. JESUS quando nos ensinou o PAI Nosso, orou: O PAI é nosso, o pão é nosso, o perdão é para todos, o livramento é para todos também. JESUS deu a sua vida para a salvação de todos indistintamente. A vida é feita de nós, são os nós que nos unem. Portanto, ouçamos a consciência divina que nos diz: “Eu neles, e Tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade” (João 17,23). Silvia Regina e Donizeti Eq. N. S. Madre de Deus Setor Mogi C - Região SP Leste III Província Sul I

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CONTOS E REFLEXÃO

Amor maduro

O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas silencioso. Não é menor em extensão. É mais definido, colorido e poetizado. Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento. Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes. O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo. Mas vive dos problemas da felicidade. Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer. Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro.

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Na felicidade estão o encontro de peles, o ficar com o gosto da boca e do cheiro, estão a compreensão antecipada, a adivinhação, o presente de valor interior, a emoção vivida em conjunto, os discursos silenciosos da percepção, o prazer de conviver, o equilíbrio de carne e de espírito. O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa.Ele vive do que não morreu mesmo tendo ficado para depois. Vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos,jardins abandonados, cheios de sementes. Ele não pede... tem. Não reivindica... consegue. Não percebe... recebe. Não exige... dá. Não pergunta... adivinha. Existe para fazer feliz. O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada autoilusão. Basta-se com o todo do pouco. Não precisa e nem quer nada do muito. Está relacionado com a vida e sua incompletude, por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso. É feito de compreensão, música e mistério. É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança. É o sol de outono: nítido, mas doce... luminoso, sem ofuscar... suave, mas definido... discreto, mas certo. Um sol que aquece até queimar. (Artur da Távola) Colaboração Lázara e Edilson Eq. 2A - Goiânia - Região Goiás Centro Província Centro-Oeste CM 541


CORDEL DAS ENS

O profeta Caffarel Ainda cedo foi à procura de Cristo, E encontrou a resposta como previsto. Ser sacerdote não foi obra do destino, E sim a vontade do Pai num sopro Divino. Após receber o dom e a graça da missão, Buscou persistentemente a inspiração. Achou campo fértil junto aos casais da era, Apesar da provação da guerra. Assim, ouviu o pedido de quatro casais, Desejosos de encontrar algo a mais. Humildemente, aceitou o papel, “Procuremos juntos, disse o Padre Caffarel!” Com inteligência e sem demora, Fundou as Equipes de Nossa Senhora. “Para a época e para a Igreja, uma revolução, Hoje, um dom de Deus, em plena missão.” Fundou a revista L’Anneau d’Or, Que difundia o Movimento e o amor, Despertando a espiritualidade conjugal, Logo ganhou conceituação internacional. O Movimento se organiza, surgem os “Estatutos”, Contendo os pontos essenciais e seus atributos. A ideia frutificou e se espalhou rapidamente, Inserindo-se em países do oriente e do ocidente. Após longos anos à frente do Movimento, CM 541

Deixa-o em boas mãos para prosseguimento. Em Troussures cria um “centro intercessor”, Reafirmando ao mundo seu talento precursor. Por fim, a vida do profeta se encerra, O grão maduro foi lançado à terra, Num ato de restrita intimidade, E a alma ascendeu à eternidade. Além dos movimentos que fundou, Um legado de obras escritas nos deixou, Agradando a Deus a quem deu o coração, Amou e serviu com obediência e paixão. Este poema foi baseado na literatura das ENS. Fátima e Marques Eq. N. S. Auxiliadora Setor C - Fortaleza-CE Província Sul I

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CAÇA-PALAVRAS

Caça Palavras ENS

S S R C R I A N Ç A M P B Í B L I A L A S D I W S U F O C A S E L U I C J N M E M O R I A L M R A H C M O O U T F S M F I L H O S A C I B E E R V O A A R E T I R O V Í R O O D S A E A M F R I A M E S O S I W M I A Ç N N Í I S E A D R H G O F S P T M Ã T T L O I D A L O P R I Í O A A I O U O I A U D D D N R D T C I S Ç S Y D N A R E O V T S Ã O P I O T Ã S K E I O C A A E G S Ã O J O Ã O O Ã R T O S E M E N T E E I I O Y R Y O Y

AMOR MADURO MISSÃO

PASTOR • BÍBLIA • CORAÇÃO • CRIANÇA • DESAFIO • FAMÍLIA • FILHOS • JUVENTUDE • MEDITAÇÃO • MEMORIAL • BOM • PARAÍSO • RETIRO • SACRIFÍCIO • SANTO ANTONIO • SEMEADOR • SEMENTE • SUFOCA SE • SÃO JOÃO • SÃO PIO

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NOTÍCIAS

BODAS de PRATA

19

Aline e Milton

25

Creusa e Simão

25

Ane e Márcio

Eq. N.S. da Natividade Belém – PA

abril 2021

Eq. N.S. de Lourdes Castanhal – PA

maio 2021

Eq. N.S. da Conceição São Miguel do Guamá – PA

maio 2021

BODAS de DIAMANTE

06 maio

17

2021 Ina e Pingarilho

dezembro 2020 Erenita e Attanázio

Eq. N.S. da Confiança - Belém – PA

Eq. N.S. das Vitórias - Brasília – DF

JUBILEU DE OURO

01 julho 2021

CM 541

Eq. N.S. Imaculada Conceição Mogi das Cruzes – SP

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NOTÍCIAS

VOLTA AO PAI PROVÍNCIA LESTE I Zinho da Helô 25.04.2021 Eq. N.S. da Divina Providência Piabetá - RJ Dirley da Cláudia 08.03.2021 Eq. N.S. da Glória Teresópolis - RJ Maria José do Juvenil 09.04.2021 Eq. N.S. Aparecida Rio de Janeiro - RJ

Maria Isabel do Sidmar 04.04.2021 Eq. N.S. das Graças Rio de Janeiro - RJ Edinéia do Cícero 05.04.2020 Eq. N.S. das Graças Niterói - RJ Rita do Oscar 15.03.2021 N.S. Rainha da Paz Rio de Janeiro - RJ Aylton da Célia 06.03.2021 N.S. da Ajuda Rio de Janeiro - RJ

PROVÍNCIA LESTE II

Luiz Antônio da Luciene 26.03.2021 Eq. N.S. Mãe Rainha Juiz de Fora - MG

Ana Cláudia do Alair Júnior 08.04.2021 Eq. N.S. Mãe da Divina Providencia Divinópolis - MG

Márcia Regina do Washington 08.04.2021 Eq. N.S. do Divino Pranto Belo Horizonte - MG

Alberto da Gláucia 27.04.2021 Eq. N.S. Rainha da Paz Itaúna - MG

PROVÍNCIA NORTE Graça do Procópio 14.04.2021 Eq. N.S. da Glória Belém - PA

Gil da Lúcia 18.04.2021 Eq. N.S. do Perpétuo Socorro São Miguel do Guamá - PA

José Luiz da Jôse 22.03.2021 Eq. N.S. do Desterro Parintins - AM 34

CM 541


NOTÍCIAS

VOLTA AO PAI PROVÍNCIA NORDESTE I Adriana do André 15.03.2021 Eq. N.S. da Conceição Ceará Mirim - RN

Ma. das Graças do João Vicente 06.03.2021 Eq. N.S. Aparecida Parelhas - RN

Francisco Alfredo da Dalila 22.03.2021 Eq. N.S. da Paz Fortaleza - CE

Raimundo (Mundico) da Maria Cidália 10.03.2021 Eq. N.S. de Fátima Barra do Corda - MA

José Varela da Verônica 29.03.2021 Eq. N.S. de Fátima Fortaleza - CE Francina do Wilson 14.04.2021 Eq. N.S. de Fátima Fortaleza - CE Francisco (Fransquim) da Regina 23.04.2021 Eq. N.S. de Guadalupe Teresina - PI

Manoel Justino da Aneline 12.03.2021 Eq. N.S. da Pietá Campina Grande - PB José Maria da Socorro 14.03.2021 Eq. N.S. da Apresentação Parnamirim - RN

PROVÍNCIA NORDESTE II Ibechá do Custódio 25.03.2021 Eq. N.S. de Guadalupe – Setor A Jaboatão - PE

Firmino da Aninha 01.04.2021 Eq. N.S. da Divina Providencia Paulista - PE

Laudeci do João Paes 04.03.2021 Eq. N. S. das Graças Palmares - PE

André da Michele 16.04.2021 Eq. N.S. Rainha da Paz Aracaju - SE

Raimundo da Lina 25.03.2021 Eq. N. S. de Fátima – Setor A Salvador - BA

Márcia do Geraldo 15.02.2021 Eq. N.S. de Lourdes Palmares - PE

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NOTÍCIAS

VOLTA AO PAI PROVÍNCIA SUL I Maria Valéria do Osmar 20.03.2021 Eq. N.S. da Paz da Granja Viana São Paulo - SP

Ma. do Carmo do José Henrique 18.04.2021 Eq. N.S. da Harmonia Rio Claro - SP

Eduardo da Regina Helena 17.03.2021 Eq. N.S. das Rosas São Paulo - SP

Mariselma do Gabriel 06.04.2021 Eq. N.S. Auxiliadora Jacarei - SP

Pe. Cleiton Jorge Evang 03/03/2021 Eq. Nossa Senhora de Fátima São Paulo - SP

Ma. Ivanete do Marcos 01.04.2021 Eq. N.S. Rosa Mística Arujá - SP

Mário da Neula Aparecida 22.03.2021 Eq. N.S. do Natal Guarulhos - SP

Nilton Caetano da Odila Aparecida 07.04.2021 Eq. N.S. de Guadalupe Mogi das Cruzes - SP

Luiz Carlos da Alice 02.04.2021 Eq. N.S. do Natal Guarulhos - SP

Zulmira Maria do José Francisco 03.03.2021 Eq. N.S. dos Navegantes Santos - SP

José Francisco da Neusa 30.04.2021 Eq. N.S. de Fátima Valinhos - SP

Marcos Antônio da Francicleide 21.03.2021 Eq. N.S. das Famílias São Caetano do Sul - SP

Alex Sandro da Vanessa Cristina 03.04.2021 Eq. N.S. do Carmo Araras - SP

Maria Geni do Cícero 02.03.2021 Eq. N.S. de Fátima Sorocaba - SP

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VOLTA AO PAI PROVÍNCIA SUL III José Ribeiro da Vânia 08.04.2021 Eq. N.S. de Salete Curitiba - PR Paulo Rogério da Keli 13.02.2021 Eq. N.S. Auxiliadora Cascavel - PR Márcia Anita do Humberto 30.03.2021 Eq. N.S. da Glória Criciúma - SC Clori Zenatti da Sueli 29.03.2021 Eq. N.S. Caravaggio Brusque - Itajaí - SC Noemia Regina do Moacir 18.03.2021 Eq. N.S. Aparecida Brusque - Itajaí - SC

Gilson da Petty 08.03.2021 Eq. N.S. das Graças Porto Alegre - RS

Estevão da Eliane 16.03.2021 Eq. N.S. de Lourdes Porto Alegre - RS

Sara do Aloísio 14.03.2021 Eq. N.S. Aparecida Porto Alegre - RS

Adelmo da Raquel 25.04.2021 Eq. N.S. Conquistadora Porto Alegre - RS

PROVÍNCIA CENTRO OESTE Júlio César da Maria Elena 18.03.2021 Eq. N.S. do Perpétuo Socorro Anápolis - GO

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MEDITANDO EM EQUIPE

O amor é essencialmente um dom

A Palavra de Deus

“E vós, pais, não provoqueis a ira em vos- ensinamento do Senhor.” Ef 6,4 sos filhos, mas educai-os na disciplina e no

Reflexão O sim do casal é também o sim à vida, recebendo com amor os filhos que Deus lhes confiar. Naquele dia tão belo em que vocês deram o sim um ao outro, também aceitaram a missão de “crescer e multiplicar”. Os pais acolhem esse presente, que são os filhos, comprometidos em educá-los na lei de Cristo e de sua Igreja. Os filhos gerados, tornam ainda mais os casais fecundos na arte de amar, pois a partir deste momento suas vidas mudam. Os filhos amadurecem seus pais, despertam neles sentimentos que jamais poderiam imaginar, os aproximam ainda mais da caridade divina. É maravilhoso perceber que a fecundidade do casal manifesta ainda mais o amor de Deus que é fecundo. O Catecismo da Igreja ensina que “A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende a ser fecundo. O filho não vem

de fora acrescentar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e realização. A Igreja está ao lado da vida, e ensina que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida” (CIC, 2366 ). O amor é essencialmente dom. São Tomás de Aquino dizia que “O bem é difusivo” (Suma Teológica, I, q. 5, a.4, ad 1). Em outras palavras: ou o amor se doa ou então morre. E, para o casal, a maior doação é a da vida do filho. Quanto mais o amor do casal se multiplica, mais cresce o seu amor. Temos experimentado realmente em nossas vidas o amor como dom? Como temos feito o amor se difundir e crescer? Os filhos têm sido expressão concreta do quanto Deus nos ama e do quanto somos chamados a amar?

Oração espontânea Quero convidá-los a realizar um momento de oração com seus filhos. Nesta ocasião, procure expressar para eles o quanto são amados, queridos e sonhados por vocês. Concretizemos nossa oração ajudando

alguma criança que não tem os pais ou ajudando os pais que não podem oferecer o mínimo necessário aos seus filhos. Faça algo concreto que expresse o quanto amamos as crianças.

Oração Litúrgica Oração dos pais pelos filhos “(Nome), eu te abençoo Tu és filho(a) de Deus. Tu és capaz, tu és forte, tu és inteligente, tu és bondoso(a), tu consegues tudo, pois a vida de Deus está dentro de ti. Meu filho/Minha filha, eu te vejo com os olhos de Deus, eu te amo com o amor de Deus, eu te abençoo com a bênção de Deus. Obrigado, filho(a),

tu és a luz da nossa vida, tu és a alegria do nosso lar, tu és uma grande dádiva que recebemos de Deus. Tu terás um futuro brilhante! Pois nasceste abençoado por Deus e estás crescendo abençoado por nós.” Pe. Franciel Lopes SCE Carta Mensal


Mais amor nos lares Mais caridade nas ENS Mais dinamismo missionário Guia das ENS Edição atualiz

ada Chegou o momento das Equipes de Nossa Senhora se sentirem capazes de aceitar e de responder as grandes interpelações do mundo, dando um sentido à sua existência, graças à sua identidade e à sua especificidade missionária que conduzem cada casal a comprometer-se com toda a responsabilidade na Missão. A Missão do Movimento é formar e motivar os casais a serem agentes da Boa Nova no mundo em que vivemos, para anunciar os valores do Evangelho no seio do casal e da família, pilares que suportam a ponte que temos de atravessar e que nos impõem cada vez mais um empenho baseado na estabilidade do amor. Devemos estar empenhados este ano através do testemunho de vida e das sugestões citadas no documento

Vocação e Missão

parte integrante do Guia das ENS edição atualizada Disponível na Livraria do site ENS (www.ens.org.br) – R$ 16,00 frete incluído

Av. Paulista, 352 • cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fones: (11) 3256.1212 • 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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Articles inside

Caça-Palavras ENS

8min
pages 34-41

O profeta Caffarel

1min
page 33

Amor maduro

1min
page 32

Consciência divina

1min
page 31

A Oração Conjugal na vida de um “novo casal” no Movimento

2min
page 29

Uma família feliz é um paraíso antecipado

2min
page 30

O Retiro em nossa vida

2min
page 27

Meditação da Palavra

2min
page 28

Casal equipista, coração ouvinte

1min
page 26

O poder da oração

2min
page 25

Um “sim” fortalecido na pandemia

2min
page 24

E o semeador saiu a semear... Tudo começa pequeno e Deus é sempre fiel

2min
page 23

É preciso cuidar da semente plantada

1min
page 22

Nancy e Pedro Moncau, memorial, testemunho e gratidão

2min
page 18

Santos Juninos: servidores do Reino

2min
page 17

Sufoca-se

3min
pages 20-21

Nascimento do Pe. Caffarel (30/7

2min
page 19

Ascensão do Senhor

2min
page 16

40 anos da Familiaris Consortio: a resposta ambígua ao projeto de Deus

2min
page 15

Colocar os meus desejos diante do Santíssímo Sacramento

2min
pages 9-10

Palavra do Papa

2min
page 14

Tema do ano: Capítulo IV

2min
page 8

Pentecostes: breve reflexão à luz da Bíblia

2min
page 12

Tema do ano: Capítulo V

2min
page 11

A intercessão dos santos

1min
page 13

Nas situações difíceis sempre devemos ter o olhar da fé, da esperança e do amor

2min
pages 4-5

A disponibilidade de servir a quem precisa é o que conta

3min
pages 6-7
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