IGREJA CATÓLICA
40 anos da Familiaris Consortio: a resposta ambígua ao projeto de Deus O ponto de partida da ação pastoral é o conhecimento da realidade para que esta ação responda às reais necessidades e não se perca em questões fúteis e desnecessárias. Para que a Pastoral possa atuar de forma pertinente, precisa conhecer os desafios que lhe são impostos. Mas a realidade não tem a última palavra quando falamos em evangelização. A última palavra é do Evangelho. Por isso, é necessário que olhemos a realidade pedindo ao Espírito Santo o dom do discernimento evangélico, para não termos uma posição socializante, ideológica,fundamentalista ou relativista, mas evangélica, e a nossa proposta seja um caminho para transformar a cidade dos homens em cidade de Deus, substituir trevas por luz, erro por verdade, morte por vida e pecado por graça. A Igreja precisa conhecer a realidade da família, tanto a sua fidelidade ao projeto de Deus como seus problemas, dificuldades e pecados. Fala-se das diferentes situações que negam o projeto de Deus como as uniões entre cristãos sem o sacramento do matrimônio que acontecem por negligência ou por impedimento de uniões anteriores, uniões não estáveis, a questão da bigamia ou poligamia, o divórcio e as uniões homoafetivas. Mas precisamos falar do outro lado da moeda, de famílias que correspondem ao projeto de Deus, de situações problemáticas 1
que foram superadas como,por exemplo, de casais em segunda união que resolveram o problema através de declaração de nulidade matrimonial dada por Tribunal Eclesiástico, de famílias verdadeiramente missionárias, verdadeiras Igrejas Domésticas, etc. A sociedade só divulga os problemas e apresenta propostas contrárias ao projeto de Deus e as pessoas são influenciadas pelos meios de comunicação social e isso atua de forma perniciosa na consciência das pessoas. Precisamos mostrar o outro lado da moeda. Isso exige que além do discernimento que nos é dado pelo Espírito Santo, precisamos de outro dom do mesmo Espírito: a sabedoria. Precisamos submeter propostas culturais e modismos de época a valores éticos e evangélicos que considerem a dignidade humana em todas as suas dimensões.Precisamos apresentar isso de forma convincente mostrando as consequências nefastas dos diferentes modelos familiares propostos pela sociedade, como o descaminho de adolescentes e jovens,o aumento da criminalidade,a irresponsabilidade social e o aumento assustador de suicídios. Somente assim iremos gerar um processo de conversão que transforme a cidade dos homens em cidade de Deus. Padre José Adalberto Vanzella1 SCE Região Leste IV Província Sul I
Doutor em Teologia, Administrador de São Maximiliano Kolbe - Ubatuba-SP.
CM 541
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