Revista - 1º Período 2022/2023

Page 8

Pontes

de trabalho…
para o mundo
Revista Realizada por: 3º TAP 3ºTAS 3ºTEAC 2ºTAS-2ºTAP
Disciplina: Português Edição 25: Dezembro DDDDDDddDezembro
2022/2023
Professora: Isabel Maciel
Ano Letivo:
2
3 Desenho:
Rodrigues 3º TEAC
Tiago

Sejam bem-vindos à E.E.E.P

É com um imenso prazer, e uma grande alegria, que damos as boas vindas a todos os novos alunos e professores da Escola Europeia de Ensino Profissional! Que neste novo ano letivo possamos todos retornar com os ânimos renovados, e com a certeza de que será um ano maravilhoso, cheio de boas surpresas.

Desenho: Thayná

4
3º TAS

Sejam muito bem-vindos a essa jornada do conhecimento, na qual viajaremos todos juntos para descobrirmos o mundo, muito além do que vivemos até então.

Aqui, vocês aprenderão a sonhar cada vez mais alto, para que os vossos voos sejam gloriosos e a vossa trajetória repleta de sucessos e vitórias. Desejamos a todos que frequentam a escola, se sintam bem acolhidos por aqueles que já cá estavam, e que tenham a certeza de que na escola, vocês nunca estarão sozinhos, podendo sempre contar com o apoio de toda a comunidade escolar.

Na Escola Europeia de Ensino Profissional, vocês terão a oportunidade de aprender o verdadeiro significado das palavras união e força, uma vez que a nossa escola é, acima de tudo, uma família que se faz como um apoio, para aqueles que necessitam de ajuda.

Voltaremos a enfeitar os corredores e as salas de aula com os nossos risos e brincadeiras! Traremos connosco a alegria e a vontade de estudar, e esperamos que aproveitem este ano da melhor forma possível, e que seja um ano maravilhoso para todos, pois basta terem empatia e respeito, e podem apostar que tanto o vosso ano, quanto o ano das pessoas que vos rodeiam, será maravilhoso!

Desejamos a todos um incrível e próspero ano letivo, e que possamos conjuntamente, fazer da escola um sítio acolhedor e harmonioso.

Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani

5
3ºAno

Todos nós procuramos abrigo. Todos nós procuramos conforto. Todos nós fugimos de alguma coisa. Da dor, da desilusão. Da vergonha. De um adeus. Das noites em claro. Da rotina. Da banalidade. Todos nós sentimos nós na garganta e precisamos de desapertar o coração. Desatar o que nos magoa. Precisamos de encontrar paz. Dentro ou fora de nós. Num livro. Num diário. Numa música. Numa fotografia. Numa memória. Numa praia. Todos nós precisamos de um refúgio. Pode ser um abraço. Um sorriso. Uma carta. Uma conversa. Todos nós estamos agrilhoados a algo que nos prende e de que nos queremos libertar. Somos prisioneiros do que nos magoa. Todos nós queremos um lugar seguro. Um coração onde possamos morar. Um olhar que entenda o nosso. Uma resposta. Todos nós somos refugiados do que nos fere.

ElisabeteBárbara,inlado.a.lado

6

O meu porto de abrigo

O texto que eu li, deixa-me apreensiva, tão apreensiva ao ponto de questionar o sentido da vida, o que nos faz levantar todos os dias, o que nos faz superar as más experiências, os maus episódios esporádicos.

A vida nem sempre é fácil, todos fugimos de algo, todos nós temos sentimentos que não gostamos, e se não estivermos em paz vamos continuar a fugir. Todos nós precisamos de nos encontrar, de saber quem verdadeiramente somos, precisamos de nos libertar, pois somos prisioneiros dos nossos pensamentos e mágoas. Procuramos encontrar uma segunda oportunidade, uma melhor versão de nós, porque todos nós precisamos de atingir a perfeição. Mas será que precisamos dessa perfeição? Talvez nós não possamos ser perfeitos, nem ter a vida perfeita, e talvez seja esse o sentido da vida. Quando cometemos um erro, queremos apagá-lo, pois não queremos ter de o carregar para o resto da vida. E se a solução não for fugir, e sim enfrentar? Nem sempre o conseguimos, e muitas vezes a angústia de pensar que não temos solução toma conta de nós. Daí a importância do nosso porto de abrigo, tornando-se essencial para evitar essa fuga. O meu porto de abrigo é o ombro amigo da minha cara-metade, é a essência de lavanda que me acalma, é a brisa que me arrepia, a pele e a melodia que me inspira.

Cheguei à conclusão de que o meu verdadeiro refúgio, porto de abrigo é ouvir um “amo-te” quando mais preciso.

2ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Luísa Oliveira

7

O meu refúgio

Creio que todos nós procuramos um abrigo que nos acolha e nos proteja, de tudo o que nos magoa, mas nem sempre conseguimos isso.

Ninguém gosta de sentir dor, por isso, tentamos sempre fugir dela e muitas vezes nem saímos da nossa zona de conforto, porque isso pode causar-nos algum pesar e tirar-nos a paz. Quando sentimos dor necessitamos expeli-la de alguma forma, e, quando não temos ninguém para nos ouvir, usamos papel e caneta, música ou alguma coisa que nos faça sentir algo, além da dor.

O texto fala-nos exatamente disso, sobre a necessidade que sentimos em procurar o nosso refúgio. Um refúgio que nos dê as respostas a todas as nossas perguntas, um refúgio que nos acaricie com um abraço quente e reconfortante, um refúgio que nos deixe ficar e que queira ficar.

Eu já tive um refúgio, mas apercebi-me que eles não duram para sempre, e que em algum momento temos que enfrentar tudo, o que até então, deixamos para depois.

Talvez não precisemos de um refúgio ou de fugir, talvez só precisemos de lidar com o que nos atormenta e seguir em frente. Por mais que tentemos não vamos conseguir resolver tudo, muito menos ter a vida perfeita ou sermos perfeitos, e nós só precisamos aceitar isso e continuar. E talvez assim, nós possamos ser o nosso próprio refúgio!

2ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Ana Vedor

8

A felicidade vem sem avisar

Somos seres solitários com necessidades de convivência. Desejamos a solidão ao mesmo tempo que necessitamos de muitas pessoas ao nosso redor.

O silêncio ensurdecedor, melancólico e vazio nos enlouquece da mesma forma que o falatório, a gritaria e o barulho nos agonizam lentamente.

Por vezes escolhemos fazer da solidão um aliado ao invés de um inimigo. Erramos quando tentamos preencher o papel dela, com pessoas fúteis, banais e passageiras. Erramos quando tentamos fugir daquilo que é a natureza de todo ser humano: ficar sozinho, erramos porque nesse medo que nos leva ao desespero de não termos ninguém ao nosso lado, procuramos refúgio em pessoas e coisas que nos destroem mais ainda.

Temos medo da solidão porque não queremos passar despercebidos, temos a necessidade, que é por vezes quase vital, de sermos notados. Esquecemos que a paz vem exclusivamente daquilo que sentimos e não daquilo que fazemos ou demonstramos para os outros. Esquecemos que o conforto e a felicidade são sentimentos que transcendem a dimensão física, e são totalmente independentes das pessoas que nos rodeiam, sendo NÓS os únicos responsáveis por sentirmos aquilo que desejamos sentir.

O que eu quero dizer, é que sermos rodeados de pessoas e de amigos, nem sempre nos torna felizes. A felicidade vem de forma muito mais subtil e ampla, quando vem com naturalidade e sem planejamento, quando ouvimos uma música boa ou lemos um livro tão magnífico que é capaz de mudar a nossa perceção sobre algumas coisas. Porque na verdade a felicidade é assim: vai e vem sem avisar.

3ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani

9

Às vezes vivemos de procuras…

Às vezes vivemos de procuras!

Procurar conforto, quer em algo, quer em alguém Procurar estabilidade em lugares que nos sentimos bem Procurar motivos para continuar em momentos em que nos sentimos deslocados, Procurar viver ao máximo, mesmo estando cansados

Talvez os nossos maiores inimigos, sejam os nossos próprios pensamentos.

Nos sentirmos despreparados em todos os momentos,

O pensar demais causa exaustão

O pensar de menos falta motivação

Todos queremos alguém que nos ame em todos os efeitos, Que entenda os nossos limites e remita nossos defeitos, E que releve os maus momentos, mesmo sabendo que nunca nada será perfeito

Muitas vezes também fugimos de algo, Seja do amor, seja da dor

Por pensar que lidarmos com os desafios seja desesperador Fugir por sentir culpa

E achar que ninguém se preocupa

Sentir a voz gasta e simplesmente continuar a falar, Por puro e insensato desejo, de que algo ainda possa mudar.

3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico Louísa Gabriella

10

Nasci para ser livre

Valeria, Valeria tem origem a partir do latim Valeria, que deriva da raiz Valere, que quer dizer “ter saúde”. Significa “valente”, “forte”, “saudável”, “livre”.

Sou livre para ser quem quero, sou livre para escolher os meus trilhos, sou livre para ir beber um copo de vinho com as minhas amigas, sou livre para ter noites casuais ou relacionamentos de sentimentos intensos.

Nasci para ser livre, mas preciso de saber para onde voltar. Preciso daquele abraço com aperto suave, abraço que não pode ser rápido senão é empurrão. Daquele beijo que me conta segredos sem falar. Preciso do mar para me acalmar. Foi ele que me acolheu quando me senti pirata, pois também o pirata foi abandonado para os mares navegar. Preciso do vento para soprar o barulho que me atormenta.

Hoje, abrigo-me em sentimentos sem perigo, e pessoas que me dão abrigo.

3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico Valéria Yuzinkevych

11

O meu lar

Todos estamos constantemente procurando abrigo. Na minha opinião o abrigo é um lugar onde nos sentimos bem, ou uma pessoa que nos traz conforto. Na minha realidade, os meus abrigos são pessoas, principalmente a minha família.

O meu abrigo é estar na cozinha fazendo algum tipo de comida e conversar com o meu pai; quando estou brincando com os meus irmãos e aleatoriamente o Isaac grita “te amo dada” e corre sorrindo para mim; meu abrigo é andar de patins com a minha irmã ou fazer compras conversando com a minha mãe; meu abrigo é muitas das vezes abraçar o Artur, contar os meus medos e os meus maiores segredos. Abrigo é isso, é quando você faz tudo errado, e ainda assim todos vão estar ali para te ajudar.

Abrigo é o amor que você recebe de cada pessoa que você chama de “lar”, abrigo é conforto, amizade e companheirismo.

3ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Maria Eduarda

12

“A metamorfose ambulante”

Como disse um grande sábio “sou uma metamorfose ambulante”. Sou uma pessoa com altos e baixos, talvez mais baixos do que qualquer outra coisa, mas acredito que esses momentos me transformam acho que mudo a cada vivência, a cada momento. É engraçado eu dizer isto, já que no fundo do meu âmago, serei aquele garoto brincalhão, extrovertido, que ama fazer o bem, pelo menos eu acredito nisso. Mesmo com a minha pequena experiência de vida, a mesma me deu outras visões talvez tenha ampliado a minha forma de pensar, sinceramente não sei. Sou uma pessoa do talvez, sou indeciso, por vezes conflituoso e caótico. Por vezes acredito que seja impossível entender o meu coração, e a minha mente.

Acho que depois de tanto caos no meu coração, aprendi a rir para não chorar, abatendo os meus sentimentos, abafando-os no âmago do meu ser.

Em suma, sou uma pessoa com mágoas, problemas e feridas como qualquer outra pessoa. No final, só tento ser feliz.

É estranho pensar sobre mim, pois sou uma pessoa orgulhosa e extrovertida, sincero até demais, por vezes carinhoso, por vezes frio demais. Sou uma pessoa que deixa as coisas por dizer, amo procrastinar e sou realista para mim mesmo.

3ºAno

T.E.A.C

João Sousa

13

Outono

14

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.

15

A minha individualidade

O Eu lírico é uma pessoa por vezes muito racional. Está cada vez mais a tentar colocar a razão à frente de qualquer sentimento, obviamente, faz isso sem nunca perder a sua humanidade, faz parte dela, e é a característica que ela mais admira em alguém.

Tem uma necessidade quase que vital de amar ou admirar algo, ou alguém para estabelecer relações.

Não é uma pessoa muito dada à materialidade, embora necessite para ter conforto, não faz disto o essencial para viver.

Entende a individualidade de cada pessoa, mas às vezes se esgota, e olha separadamente.

Pensa muito, o tempo todo, pensa tanto que às vezes se esquece de viver o presente, estando centrada muito mais no imaginário, do que no real.

Não se considera uma pessoa feliz, embora entenda que a felicidade é um sentimento inconstante, passageiro. Num momento está feliz, e no outro pode não estar.

É constantemente moldada por fatores externos, pelas coisas que acontecem ao seu redor. Aquilo que é hoje, com absoluta certeza, não tem nenhuma semelhança com o que será amanhã.

16
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani

Borboleta que faz o casulo como asas

Mas não mostra o seu interior com brasas Esconde sua beleza por dentro Para a dor não fazer efeito

Oh borboleta, o que será dela? Aprendeu o que é o vento Mas não teve um voo pleno Quebrou suas asas tão belas

Quantas asas terá ela? Não importa, sempre terá novas Mas o medo a impediu, e se inunda com tristeza

Por que o vento não conhece, E nem há de conhecer, suas asas tão belas

O medo aparece, o vento é forte

O casulo se quebra e o leva como um corte Novas asas aparecem, de grande beleza A borboleta consegue voar com muita surpresa

Oh borboleta, às vezes como espinhos, às vezes como flores Muitos a veem com estranheza, outros com amores Mesmo assim segue voando E descobrindo além dos ventos e das dores

3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Thayná Gomes

17

Ser diferente é uma qualidade só por si. Só por ser diferente tem de ser defendido. Acontece, porém, que vivemos num tempo igualitário, unificador e racionalista em que as diferenças que ainda existem tendem a ser abolidas. Nota-se em tudo. Uniformizase, massifica-se, burocratiza-se como nunca antes. É muito benéfico, económico e democrático; traz muitas vantagens às populações e é também uma grandíssima chatice.

18
MiguelEstevesCardoso,em"ÚltimoVolume"
IlustraçãodeLeilaBrient

Ser diferente é ser rara, é ter coragem de ser. É ser única no mundo e nem perceber. Sou diferente nas coisas simples da vida, mesmo cansada, escolho a estrada mais comprida, porque é ela que me leva aos lugares mais especiais, sejam aos corações mais doces, ou aos mais vazios, às pessoas mais puras, ou às mais amargas. Foram essas estradas que me ensinaram a conduzir, foram essas viagens que me mostraram que nem sempre o sol vai brilhar, que no caminho, às vezes é preciso parar e esperar que passe a tempestade, tal como a vida. Se fossemos todos normais, exatamente iguais, que falta eu faria? Quantas vezes me perdi no vazio, a pensar como tudo poderia ser diferente, porque tive medo da estreia. Da estreia de criar uma nova personagem para o meu livro, de colocar uma fala e indignar o leitor.

É preciso querer ser diferente, arriscar, não só pela dor de não viver, mas pela certeza, de ue ainda há muito para ver.

Não me convidem a ser igual, quando sou excecional!

3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico Valéria Yuzinkevych

19
N
ão me convidem a ser igual, quando sou excecional!

meu pilar - eu mesma

Ser diferente, por vezes, pode ser desafiador. Não seguir um padrão, não ser como todos os outros, pensar diferente, agir diferente são coisas que podem custar o preço da rejeição, dos olhares estranhos, e, tudo isto custa caro!

Estamos o tempo todo à procura de parecermos cada vez mais iguais. Sapatilhas que estão na moda, roupas que estão em alta, são apenas exemplos de como estamos cada dia vivenciando um mundo de similaridades, que reprimem aqueles que escolhem não seguir um padrão. Cada vez mais preenchemos as nossas vidas vazias com conteúdos inúteis. Estamos o tempo todo a tentar calar a solidão, a mesma que nos consome por dentro. Nos autossabotámos criando grades imaginárias que nos aprisionam das nossas próprias vontades e desejos. Tiramos a nossa liberdade quando nos privamos de escolher pelos nossos próprios olhos, e passamos a ver o mundo pela opinião dos outros.

Não nos permitimos experimentar algo novo, diferente porque temos medo da rejeição, temos medo de sermos diferentes, o que significa, literalmente, que temos medo de sermos quem realmente somos.

Mas lembrem-se: Nós não vivemos para isto! Não nascemos para sermos reduzidos à ideia dos outros. Devemos aproveitar a nossa liberdade como se esta fosse o único pilar que nos sustenta neste mundo de pessoas vazias, porque na realidade é isso!

Vivemos numa sociedade feita de aparências sufocantes e altamente autodestrutivas. O maior ato de rebeldia que podemos cometer contra este sistema, é sermos quem realmente somos.

3º Ano

Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani

20
O

Ser cópia de alguém…

Ser diferente é ser único, ser diferente é ser inteligente. Infelizmente, vivemos em uma sociedade que está totalmente dedicada a condenar o diferente, seja pelas roupas, pessoas, cabelo entre diversas coisas que poderia passar dias citando aqui.

Vivemos padrões e somos padrões, vivemos ciclos e somos esses ciclos. Por exemplo, você concorda comigo quando eu afirmo que não fui criada da mesma forma que você foi?

E a forma como eu fui criada reflete muito nas minhas escolhas, sejam elas diferentes ou não, reflete como eu interpreto o mundo. Talvez algo que eu faça de diferente e esquisito seja mais diferente e esquisito para você do que para mim que fui criada de forma diferente e aprendi assim. O diferente não é ruim, o diferente é bom, o diferente mostra quem você realmente é, e aí sim conseguimos enxergar que você não é só mais uma cópia barata do que costumamos enxergar por aí.

Ser diferente, fá-lo ser único e ter personalidade própria. Ser diferente faz alguém olhar para você pelo que realmente você é. Ser cópia é só mostrar mais uma vez, que os padrões de tudo na nossa vida têm o poder de transformar o diferente e belo, em algo esquisito e banal de ser.

3ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Maria Eduarda

21

Ser diferente é uma qualidade?

O facto de haver diferenças é uma das maiores qualidades do ser humano, caso contrário seria tudo tão similar...

E se por momentos decidisse imaginar que estava a passar na rua e, para cada lado que olhasse, via um ser igual a mim, com atitudes iguais às minhas? Seria estranhíssimo, e não seria algo de que gostasse.

Saber aceitar as diferenças do outro é também uma qualidade incrível que se equipara à anterior descrita, entender que cada pessoa é livre para gostar do que lhe faz bem e respeitar que o outro pode gostar de um estilo de música diferente, ou de um estilo de roupa diferente é de louvar, uma vez que, cada vez mais vejo preconceitos. Talvez por ter outra noção e outra maturidade, vejo pessoas da minha idade que não sabem nada sobre direitos humanos, e é uma das circunstâncias em que mais perco a esperança no mundo!

2ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Luísa Oliveira

22

O diferente, esse termo gera alguns pensamentos e opiniões, pessoas veem o diferente como uma ameaça, ou como algo estranho e que não se enquadra naquilo que pensam. Outros pensam que é ser criativo, inovador, acreditam que podem mudar uma era ou uma geração, talvez seja verdade. essoas diferentes já revolucionaram, transformaram e inovaram, lutaram por aquilo que acreditaram, e subiram de patamar, mudaram os pensamentos e opiniões.

O que é um fato é que existem vários diferentes, diferentes que sempre serão diferentes, e diferentes que em algum momento serão copiados de uma tal forma, que se tornarão algo normal Por exemplo na moda, ou padrões de beleza, quando as pessoas encontram um diferente bonito e aceitável, querem no para elas, e assim gera mais uma moda comum. Mas, quando encontram um diferente, estranho, incompreendido, elas têm medo, medo do novo, medo do diferente.

Seja diferente à sua maneira, ser comum é muito chato. A verdade é que estamos carecas de ouvir isso, uma hipocrisia para ser exata, pessoas apoiam a diferença para serem aceites, mas na verdade têm medo ou inveja, ninguém sabe. O certo é, que até o comum tem suas diferenças, as nossas células não são totalmente iguais, então, porque é que os nossos pensamentos, personalidades e a forma como vemos o mundo serão iguais?

O mundo de hoje, está meio incompreensível, às vezes as pessoas focam tanto no ser diferente, e no debate que ele traz, que se esquecem que o normal, também tem sua beleza.

3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Thayná Gomes

23 Ser

O caminho solitário

Nos tempos que correm, ser diferente é um verdadeiro desafio: a globalização e a massificação parecem limitar a nossa forma de ser e de agir; impõe-nos ser algo que, muitas vezes, não queremos ser, impõe-nos tendências que não queremos seguir... tudo para sermos ovelhas do mesmo rebanho. Mas muitos de nós não queremos ser as ovelhas brancas, mas sim as negras pois gostamos de ser diferentes, pensar por nós próprios e agir segundo a nossa vontade.

No entanto, nem sempre é fácil ser aceite, pois, o caminho é quase sempre solitário. Corremos o risco de sermos incompreendidos, julgados e excluídos.

Pode-se afirmar que os grandes pensadores eram pessoas "fora da caixa" e consequentemente, revolucionaram a nossa maneira de pensar e de agir com as suas ideias brilhantes. Ser igual aos outros poderá ser o caminho mais fácil, mas sendo que será com certeza o mais aborrecido, pois não estamos a ser nós próprios.

3ºAno T.E.A.C Pedro Magalhães

24
25
26

Arte é o teu nome!

Arte, dizem eles, mas sabem lá eles do que falam. Eles não conhecem a arte que os meus olhos veem. Artistas, críticos, especialistas, ou até os turistas de museus. Arte, dizem eles enquanto olham para um quadro pintado por alguém que nunca sequer conheceram ou ouviram falar, num passado tão distante que por vezes não conseguimos compreender.

Dizem-se peritos, artistas incontestáveis, e falam de como os traços daquele quadro representam angústia, ou que as pinceladas de Van Gogh demonstram o seu estado emocional. Arte eu vejo nos teus olhos, em que o brilho dos anéis de saturno não se comparam ao brilho dos teus olhos. Alguns dizem que temos de compreender a arte de viver, sabem lá o que dizem, porque nunca te viram.

Nunca te tocaram, eu também nunca o fiz, mas sei que arte não está num museu, numa exposição. A arte anda nas ruas preocupada com os seus problemas, um quadro nunca pintado, estátua nunca erguida, não é observada por turistas ou avaliada em milhões por críticos especialistas.

A arte anda nas ruas. À procura do quê? Nunca sabe, nem saberá muito bem. Ela não quer saber quem a pinta, quem a estuda ou quem a aprecia. A arte anda à solta pelas ruas, às vezes, um pouco perdida nessas ruas vazias.

27

Eu só a reconheci quando te vi dançar naquela noite, ao som daquela música que nenhum de nós conhecia, não tínhamos nada melhor para fazer e algumas moedas para gastar, e tu dançaste, moveste-te de maneiras que nenhum Mestrado em Estudos de Arte, qualquer História da Arte ou Museologia saberia explicar. Eu vi arte. Aquela tela de estrelas por cima de nós, aquele frio que me queimava mais do que um gole daquele whiskey que me fazia companhia nas noites de solidão.

Tive arte nas minhas mãos, nos meus braços. Senti cada toque, contornei cada traço teu, saboreei os sabores mais apetecíveis; a tua beleza deve ser avaliada não pelas proporções do teu corpo, mas pelo efeito que elas me produzem. Arte nem sempre é aquela que está exposta nas galerias, observada por todos. Arte é aquela que está à minha frente, a única que eu vejo. Arte é o teu nome.

3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico Valéria Yuzinkevych

28

A forma mais bonita de ser julgada!

Hoje em dia as pessoas criticam obras de arte usando o argumento de que "tudo é arte", mas é verdade, tudo é arte, a arte não são apenas desenhos e pinturas, de formas bonitas em um quadro. A arte é também a música, a poesia, a dança, a escrita, o teatro.. A arte não é somente ver um quadro bem pintado e achar bonito, é sentir a emoção por trás da obra, ser tocado pelos sentimentos em que o autor quis manifestar.

Uma das minhas obras preferidas é uma tela em branco com somente um ponto preto no meio. Esta é uma obra um pouco polémica por haver diversas interpretações e inúmeras críticas de pessoas julgando aquilo como uma farsa, algo irracional, afinal, como esse tipo de obra faz tanto sucesso?!

O autor da obra era depressivo e autista, e com isso, o ponto preto expressava ele próprio, um único ponto numa imensidão branca, e era assim que ele se enxergava, com características únicas que o diferenciavam de todos. Esta obra pode ser interpretada por cada um de inúmeras formas. Há quem compare este ponto com a situação em que se encontra, o facto de se sentir deslocado, e diferente dos demais.

A arte é tristeza, alegria e sentimentos, mas acima de tudo, a arte é expressão, e esta é a forma mais bonita de ser julgada.

3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico Louisa Gabriella

29

[sobre os dias C - de Coragem]

Há dias em que escolhes uma vírgula porque queres dar uma nova oportunidade.

há dias em que escolhes reticências porque confias em dar tempo ao tempo. há dias em que escolhes um ponto e vírgula porque [ainda] é difícil aceitar que desistir não é uma coisa de gente fraca, é uma escolha de gente [bem] forte.

e há dias em que escolhes mesmo um ponto final, parágrafo. porque aprendes a virar a página. porque aprendes a dizer não aos lugares sem coração. e porque aprendes a repetir para ti mesma: gosto [muito] mais de mim.

"Às 9 no meu blogue"

30

Há dias, há dias e dias

E cada dia é um dia.

Até podia estar mal Mas fingia que não via.

Até podia estar bem Mas por vezes nem queria Mas, cada dia é um dia Cada dia é um dia Faça chuva ou faça sol

Até posso estar muito enérgico Ou até mesmo com o corpo mole. Cada dia é um dia E deveras nem parecia

Que cada pessoa tinha uma pessoa

E por vezes nem a queria Cada dia é um dia Cada pessoa é uma só. Quando partir não vai ser nada E a cada dia vai ser pó

E se a cada dia forem dois pontos

Em vez de apenas um? Enquanto eu espero por mais um dia Há quem não queira mais nenhum.

31
Técnico Auxiliar de Saúde Gonçalo Batista

Desistir não significa parar

Coragem, foi a palavra que escolhi para definir o que acabei de ler. Para cada passo que damos precisamos de coragem, seja para tentar parar, esperar, continuar ou até mesmo desistir. Todos os dias damos novos passos, fazemos escolhas e arcamos com as consequências das prévias decisões, sejam elas boas ou más. Tudo o que nós fazemos todas as quedas, todas as elevações, as subidas, as descidas, os sorrisos, as lágrimas, tudo conduz ao nosso momento final.

Tentamos fazer a coisa certa e seguir o caminho correto, mas há sempre vários pontos de vista, por isso, escolhemos cuidadosamente os nossos passos.

Uma necessidade de conforto, ou talvez medo da solidão, faz-nos pedir uma nova oportunidade e um sentimento de mudança, faz-nos dar uma nova chance.

Todos os cortes deixam cicatrizes, por isso desde cedo aprendemos a deixar o tempo decidir por nós. Apesar de não recebermos sempre o que queremos, sabemos que recebemos o que era necessário no momento, mesmo que doloroso. E começamos a deixar tantas decisões para o tempo, porque cremos que é mais fácil deixá-lo decidir, que acabamos por nos perder. É o tempo que nos deixa esquecer ou talvez reviver, mas também é o tempo que nos deixa numa espera, às vezes constante, que dia após dia vai nos corroendo.

32

É na altura da sobrecarga, da monotonia, da solidão com a junção da espera constante de dias melhores que pensamos em desistir. O sentimento de não querer continuar, deixar algo inacabado, às vezes tão necessário, às vezes tão perigoso. Às vezes desistimos de fazer um simples trabalho pelo cansaço, desistimos de um jogo pela vergonha de perder, desistimos de aprender algo por ser tão complexo que nos sentimos incapazes, às vezes desistimos de manter uma relação que um dia foi tão boa, e não é mais, e às vezes simplesmente desistimos de viver. Às vezes desistimos facilmente, às vezes desistimos depois de cair várias vezes, de qualquer forma desistimos e sentimo-nos fracos. Talvez sejamos fracos ao desistir facilmente, talvez sejamos fracos por não desistir antes, ou talvez sejamos fortes em qualquer das situações. Às vezes é necessário desistir para continuar, e às vezes desistir significa parar, de qualquer forma não é fácil fazê-lo, por isso, talvez seja uma escolha de gente forte.

Virar a página também é necessário para continuarmos a escrever a nossa história, mesmo que isso signifique escrevê-la sozinho, o que também é necessário. Pessoas vêm e pessoas vão, e é tão exaustivo ver toda a gente e ninguém te ver, mas é aí que percebes que tu te vês a ti mesma, e que sempre foi assim. Porque no final és tu por ti.

33
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Ana Vedor

A pontuação que equilibra a minha poesia!

Quando vamos para a escola, a primeira coisa que nos ensinam são as letras. Porquê as letras? Porque são elas que nos vão dar as bases para escrevermos a nossa história. É nelas que tudo começa. Assim como nós temos de aprender a andar ou a falar para podermos construir alguma coisa, ou ir a algum lugar. Aprendemos a juntar as letras, a formar as palavras. É aí que toda a magia começa. A construção das frases. Essas frases são as nossas pequenas memórias. Memórias essas, que vão determinar a nossa caminhada, a representação dos nossos sonhos, dos nossos valores, das nossas raízes. Todo um início de um texto, a junção das letras que os nossos avós nos ensinaram a desenhar com tanto carinho, os nossos desejos traduzidos em poemas, capítulo a capítulo.

Toda esta sede pela escrita, o fascínio por um novo capítulo, o êxtase pela estreia de uma folha de papel em branco, de poder começar de novo ou continuar algo que ainda não terminou, faz-nos esquecer a pontuação. Pontuação essa, criada para equilibrar a nossa poesia. Por entre pontos, vírgulas, reticências, pontos de interrogação ou exclamação, vou vivendo a minha vida, escrevendo o meu livro, a minha história. Até que ela chegue. A pontuação que determina o fim de tudo. O ponto final.

3º Ano

Técnico Auxiliar Protésico Valéria Yuzinkevych

34

O voo até à lua não é tão longe.

As distâncias maiores que devemos percorrer estão dentro de nós mesmos. CharlesdeGaulle

35

Há sempre a possibilidade de desenhar algumas nuvens!

Num céu raso, há sempre a possibilidade de desenhar algumas nuvens. Quando por ventura existe um vazio dentro de nós, temos sempre espaço para fazer dele um sítio acolhedor e reconfortante. Mas, para isso é primordial que prevaleça o mais importante, a força de vontade. Sem força de vontade nada é possível, a distância que temos de percorrer não é palmilhada, e os objetivos idealizados por nós próprios não são realizados uma vez que é fulcral que acreditemos em nós.

Por vezes, o nosso quotidiano equipara-se a um jardim colorido, e abundantemente florescido, mas em contraste a isto, o maior desafio e as maiores barreiras, estão dentro de nós, na nossa própria mente, O sítio mais brilhante e genial, mas também o local mais imundo e triste que possamos conhecer.

E se o voo até à lua não for assim tão difícil e atribulado? Então, porque razão a nave que controla o nosso consciente se despenha com tanta felicidade…?

2ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Gonçalo Batista

36

As minhas inquietudes

Distância. Espaço existente entre dois lugares, duas pessoas, dois pontos. Medida em quilómetros, metros, centímetros, mil e uma unidades, mas que eu meço em saudades. É o que faz o perto ficar longe. É o que me separa da imensidão de um céu estrelado, são os quilómetros de distância que percorremos para estar um com o outro. O que são essas longitudes comparadas com as minhas inquietudes? NADA. Vim sem um mapa. Distância entre a cabeça e o coração. Essa dura uma vida ou uma geração. Constante conflito e discussão. Coração pede emoção, cabeça pede razão. Coração pede química, cabeça pede física. Dois polos, um negativo e um positivo. Energia nula quando a ausência de uma. Distância entre sonho e realidade. Para muitos tempestade, para outros força de vontade.

Acredito em sonhos, não na utopia camuflada em miopia para me enganar ou me desviar. A necessidade de ser alguém nos distancia de sermos nós mesmos. Já tive de encenar tantas personagens que me esqueci de quem eu era. Hoje, ando perdida por ruas vazias dentro de mim, sem mim. Amor tirado, confiança roubada. Completamente vandalizada. Procuro memórias, recordações. Nada. Não te consigo encontrar. Tenho medo de te esquecer, de te perder. Mas sei que andas por aí, porque já te vi espreitar quando ele vem para perto de mim. A distância é saudade, a solidão que me contamina.

Uns viajam de lugares. Outros viajam de ideias. Eu viajo nas distâncias dentro de mim, que começam antes mesmo de embarcar. 3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico Valéria Yuzinkevych

37

A filha da Lua

Era uma vez uma menina que se dizia filha da Lua. Sim! Nem todas as meninas se podem gabar de serem filhas da lua.

Mas esta menina dizia-o com tanta convicção, que as pessoas acreditavam nela.

Até houve uns cientistas que a chamaram ao laboratório e lhe fizeram o teste da verdadeverdadinha. Querem ver como era?

– Diga-me lá menina quem é a sua mãe?

– A minha mãe, é a Senhora lua!

Enquanto a menina respondia, o cientista ia apontando os sinais que a máquina da verdadeverdadinha lhe ia dizendo.

-E o seu pai, menina, quem é?

– Um astronauta por quem a minha mãe se apaixonou - disse a menina com um sorriso de meia lua.

Como chegou à terra? Sendo filha da lua? – ria o cientista, achando que era agora que a menina iria chumbar no teste.

– Vim de foguetão com o meu pai, pois a vida na lua era muito difícil para uma menina como eu. Havia muito frio e muito calor, tinha uns buracos enormes, onde eu caia constantemente. E não havia um único menino para eu brincar. Foi assim, que a minha mãe decidiu falar com a tia terra para me receber.

– Tia terra? Mas a terra é sua tia? – dizia o cientista com os olhos muito arregalados.

– Vocês são cientistas, têm tanta inteligência, máquinas para responder a tudo e não sabem que a minha mãe é irmã da terra. Que totós!

Bom...Nesse dia foi considerado verdade científica que aquela menina era filha da lua. A menina passou de mentirosa, a estrela dos telejornais e dos programas de entretenimento. Imaginem só! Até já lhe achavam parecenças com a mãe. Uns diziam, que ela tinha um rosto de lua cheia, outros que ela era aluada como a mãe, e ainda outros que diziam já percebiam de onde vinha o seu ar lunático.

A menina só queria que a deixassem em paz, queria brincar com as outras crianças, correr pela terra, apanhar a brisa da manhã, cheirar as flores e rebolar na relva. Mas os crescidos eram mesmo chatos! Agora até havia um especialista em luas que queria ver se o ADN dela, era igual ao da mãe! Por favor!

Farta de tantos especialistas, cientistas e outros compliquistas decidiu telefonar ao pai para a levar a outra tia.

A Mãe Lua, o Pai astronauta pediram muitas desculpas à tia Terra, mas esta gente compliquista não a estavam a deixar a menina Lua ser feliz.

A Terra ainda chorou, pois também ela estava farta de aturar esta gente tonta que não conseguia ver a simplicidade e a pureza nos corações. As aparências e o Ter aindam enchiam os egos de algumas gentes de planeta azul.

As duas abraçaram-se, enquanto o pai aquecia os motores do foguetão espacial .

38

O pai ligou os motores e escreveu no destino: Tia esperança e vruuuuuuuuuuummmmmm voaram para o espaço.

Lá longe num planeta distante, a Tia Esperança já estava de braços abertos para acolher a menina Lua.

(...)

Passaram-se uns anos , já cresci, mantenho-me no Planeta Esperança .... Com uma luneta mágica vou espreitando a Tia Terra. Há dias que tenho vontade de voltar ... Amanhã talvez, ou num outro dia ....

39

Desacreditados da fantasia

Já virou costume sermos chatos. Parece que quanto mais velhos ficamos, mais impacientes e rabugentos estamos. Só sabemos reclamar, discutir e falar sério. Esquecemos que a diversão também é uma parte importante na nossa vida, e que temos que fazer isso por nós mesmos.

Conforme crescemos estamos cada vez mais desacreditados da fantasia e do lúdico. Só a realidade importa e só nos preocupamos em viver os problemas do dia a dia. Não deixamos espaço em nossas vidas para a imaginação.

Nem sempre vivemos como gostaríamos, temos que lidar com dificuldades e problemas todos os dias, por isso é que deveríamos abrir espaço para a imaginação e a fantasia entrarem.

Porque será que quando éramos crianças, éramos muito mais felizes? Porque acreditávamos em contos de fadas, em histórias com finais felizes. Acreditávamos que nada era impossível ou difícil demais de se concretizar. Sonhávamos em ser astronauta, piloto de F1, uma princesa, e até mesmo um avião...

Mas, o recado que eu quero deixar é que todos deixem a sua criança interior brilhar com força, que não se tornem adultos chatos e idosos insuportáveis, que sejam pessoas positivas, e que deixem sempre a sua imaginação jorrar com fertilidade.

3ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani

40

O hoje pode doer

Viva um dia de cada vez, já ouvi isso muitas vezes, e, realmente, aprendi o significado dessa frase e o peso que ela carrega. As pessoas vivem como se fossem imortais, ou como se fossem perfeitas, focando apenas no passar dos anos e naquilo que desejam tornar-se. Mas, e se eu te contar que a vida não é somente um plano para o futuro, ou arrependimentos do passado! Há um privilégio que se chama presente, o hoje. O hoje pode doer, pode forçar-te a encarar a pode fazer-te sair da zona de conforto Não dá para nos no agora, como no passado. Escondermo-nos em arrependimentos e nos, e se,

As pessoas tendem a buscar uma razão de viver, pode ser ela, uma pessoa, uma conquista, um status, buscam tanto que se esquecem do que aprendem hoje.

Para evoluirmos para o futuro devemos passar pelo processo do hoje, o hoje que te faz perceber se erraste, o hoje abre os teus olhos para mudar futuramente, e para compreender o passado, o hoje não é tarde demais, mas o amanhã pode ser!

41
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Thayná Gomes

A maior confidente da noite

A lua tem um brilho único e tão radiante que ao observar o sol a brilhar, durante o dia, pensa que nunca terá um brilho igual, sente-se ofuscada pelo seu próprio brilho, e não percebe que é ela quem ilumina as noites escuras e vagas. É ela quem traz a beleza da noite, a beleza do seu brilho refletido no mar, a sua beleza única dispersa em suas diferentes fases.

Às vezes sente-se sozinha, é claro, mal percebem quando surge ao céu e também não é tão notada quando desaparece. Mas, os momentos em que ali no céu permanece, é o momento de sentir-se esperançosa por mais uma noite bela e mais um sentimento de autorrealização, pela linda noite a que proporcionou, e, principalmente, pelos sentimentos ao qual passou com todos aqueles que observavam o seu brilho com tanta admiração.

A lua é única e ao mesmo tempo ela é várias, várias histórias, várias admirações, várias realizações... ela, com todo o seu brilho radiante, é a maior confidente da noite.

3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico Louisa Gabriella

42

A esperança é a última a morrer…

O presente texto retrata o olhar simples e inocente de uma menina que se dizia ser filha da lua; esta visão simples contrasta profundamente com a visão compliquista dos homens, que só se preocupam com as aparências e com os bens materiais. Tal como a menina, a tia Terra considerava que os homens não conseguiam ver a simplicidade e a pureza nos corações, daí a menina ter querido mudar-se para o planeta Esperança. Assim conclui-se que, apesar da incompreensão dos homens, a menina continua a ter fé de que algo poderá mudar no planeta Terra. Caso para dizer que a esperança é a última a morrer...

3ºAno T.E.A.C

Pedro Magalhães

43

Ler é sonhar pela mão de outrem

44

Dou valor às coisas, não por aquilo que valem, mas por aquilo que significam.

45

Deixei-me desvalorizar…

Valor | n. m. | n. m. pl. va·lor |ô| (latim valor, -oris) nome masculino: Aquilo que uma coisa vale; Preço elevado; Merecimento; talento; reputação; Coragem; valentia; Títulos de renda, ações, obrigações. Conhecemos o preço de tudo e o valor de nada. "valor".

Ironia, tantas definições, designações e nenhuma se encaixa ao que tu não me deste. Nunca pensei ficar presa a ler uma definição de dicionário, a pensar naquilo que faltou para me fazeres ficar.

Não sou mercadoria para ser negociada; não sou posse nas tuas mãos; não sou exposição. Não sou moeda, título de renda ou câmbio. Não tinhas a obrigação de me dar nada, aliás, nunca te pedi nada. O que poderia eu pedir a alguém tão vazio? O que poderia esperar eu de alguém que nunca teve nada?

Foram as flores que não recebi, os aniversários que esqueceste, as saídas e descaídas, os casos insignificantes que eu perdoei. Agora que penso, se calhar fui eu que não me dei aquilo que te acuso. Deixei-me desvalorizar como uma moeda qualquer que fica no fundo da carteira, e que ninguém repara nela, ou lhe chamam de trocos, uma obrigação. Certamente, ambos não soubemos como dar valor aquilo que tínhamos. Dizem que o valor não está nos materiais, e que não é possível tocar-lhe. Está sim, nas ações, mas infelizmente, nem isso nós tivemos.

3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico Valéria Yuzinkevych

46

A peça mais linda do museu…

Era a peça mais linda do museu, aquela que ao olhar de imediato causava um sentimento tão profundo e carismático, que todos que passavam para ver ficavam a admirar por horas. Era como se o tempo tivesse parado, o que parecia para muitos, meros instantes. Em pouco tempo a peça foi ficando cada vez mais famosa, cada vez mais visitada. Muitas pessoas ofereceram altos valores pela peça, outros, até tentaram roubá-la, queriamna a todo custo tê-la por perto, ter aquele sentimento sempre consigo.

Ninguém sabia explicar ao certo o que sentia, cada um sentia algo único, era como se os melhores sentimentos de suas vidas passassem em instantes no que parecia uma caixa de lembranças. Todos queriam saber o que tinha naquele pequeno cristal vermelho, que os inundava de incríveis sensações inexplicáveis. Mas, até onde sabemos, a peça era somente uma peça, O seu valor não era estimado pois os sentimentos que irradiava não tinham preço. Uma pequena peça de cristal vermelha que no seu interior era totalmente vazia, oca. Uma peça tão pequena, mas com um significado tão grande, tão intenso, tão viciante... o item físico, apesar de belo, parecia não ter tanto conteúdo a demonstrar, mas em poucos segundos você se sentia presa. Há emoções jamais sentidas, e às vezes, isto é tudo que precisamos, procurar sentir. Sentir o seu valor inestimável, e o seu significado memorável.

47

Magusto da E.E.E.P- Monte de S. Gonçalo

48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59

Nunca precisei sentir-me só…

Sempre que ouvimos falar em almas gémeas o que nos surge de imediato na mente é: pessoas destinadas a ficarem juntas, que nasceram uma para a outra, almas que se encontram por um propósito.

Minha Alma gémea sempre esteve comigo, seja nos maus momentos de abandono, perda ou mágoas, ou nos bons momentos de alegrias, vitórias e comemorações.

Nunca precisei sentir-me sozinha, pois ela sempre esteve ao meu lado, ela foi o meu pilar, meu apoio e minha luz. Era ela quem me dava a última faísca de brilho, em momentos que achei que nunca mais acenderia.

Ela é uma parte de mim, a parte na qual me sinto mais viva e alegre, mais brilhante e menos distante.

Minha alma gémea sempre esteve presente, e ela sempre será a minha maior confidente.

Quando estou com ela sinto a minha alma preenchida. Na verdade, ela é s uma das pessoas mais especiais da minha vida.

Digo tudo isto talvez em forma de agradecimento, de poema, de dedicatória, ou até mesmo de admiração, admiração do seu brilho único, e da sua presença marcante por toda a minha vida.

Minha alma gémea sempre esteve comigo, pois em toda a minha vida, a minha irmã estava ali, e por todos os momentos do mundo que passei com ela, sinto-me agradecida.

60
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico Louísa Gabriella

A pressa ofegante

Sempre admirei tudo o que viesse de você, toda a sua essência e desejo de manter tudo e todos por perto.

O seu carisma prendia-me a você e por um longo tempo achei que eu não existisse mais. E toda essa metamorfose fizeram-me esquecer que eu não pertencia a você, ao que eu idealizei de você, ou pelo menos inventei de mim...

Até perceber que não era eu quem estava procurando algo, perceber o quão vazio por dentro você estava, com uma necessidade intensa de ser preenchido.

E você procurou isso em mim, procurou correr até mim com uma pressa ofegante, logo eu, que ainda estava a aprender a andar

3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico Louisa Gabriella

62

A pessoa que vemos através do espelho

É comum constatarmos em nossas vidas, situações nas quais nos tenhamos lapidados a nós próprios, para cabermos em moldes alheios. Colocamos como meta padrões que pertencem exclusivamente a pessoas completamente diferentes de nós.

Nos importamos de forma desmedida com a opinião dos outros sobre nós. Nos sentimos insultados toda vez que falam inverdades sobre quem somos, mas esquecemos que a única pessoa que sabe tudo sobre nós, somos nós mesmos. Como diz o professor e filósofo Leandro Karnal "Eu só posso me ofender se eu não me conhecer". Se eu sei realmente quem eu sou, eu não me sinto insultado por mentiras e suposições sobre mim. A nossa vida sempre será sobre aquilo que nós somos em essência, afinal, é isso que decide o caminho por onde a nossa vida vai.

Devemos fazer do estoicismo a nossa filosofia de vida, viver um dia após o outro, aceitar que somos senhores da nossa vida, e que ninguém é tão importante para nós quanto nós mesmos. Devemos deixar de ficar ofendidos com o que pensam de nós, e vivermos única e exclusivamente para a pessoa que vemos através do espelho.

3ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani

63

"Um homem tinha um pássaro em casa. Sempre que estava mais triste ia até perto da gaiola e desabafava... sentia-se sempre melhor depois de o fazer. Um dia, ao fim de longos anos de convivência, disse ao pássaro:

- Meu querido amigo, tens sido um companheiro fiel da minha vida. Dos poucos que nunca me abandonaram... pede-me o que quiseres, eu dar-to-ei...

Ao fim de algum tempo, e de forma inesperada, eis que se fez ouvir uma voz:

- Se me amas, deixa sempre a porta aberta. Ao longo deste tempo já te esqueceste de a fechar algumas vezes e eu nunca fui embora. Confesso-te que gostei de dar um passeio pelas redondezas, mas voltei. Fechei sempre a porta com cuidado para que não te sentisses mal. Estou aqui e estarei... mas era tão bom que merecesse a tua confiança!

- Tenho medo de que se deixar a porta aberta, tu não voltes mais...

Sabes, se o fizer é porque não sou quem merece essa tua dedicação. Só com a porta se te estimo ou não. Não é uma porta fechada que garante que dois corações têm o mesmo destino. Sem liberdade, não há amor. Apenas uma aparência doentia disso. Quem fica só porque tem a porta fechada ou medo do que possa acontecer

O homem abriu a porta ao seu amigo e nunca mais a voltou a fechar... O pássaro por vezes voava para longe e voltava, sempre... tinha gosto em ser livre e em merecer a confiança lhe para voar, para ir e também para voltar. Gostava daquela casa, da gaiola, da companhia do seu amigo e da liberdade de ter o

64

A lembrança

Queria que você me amasse na mesma intensidade

Você nem ao menos demonstrou reciprocidade Talvez eu tenha cobrado demais

Em falar o que você nem sequer foi capaz

Eu o tenho somente na lembrança

Lembrança de algo que nunca conheci

E nem sequer pude vê-lo

Foi sua escolha não querer me conhecer

Queria que você não existisse na minha mente Talvez assim achasse mais fácil lidar com tudo

Mas percebo também que no final nunca precisei realmente de você Sempre que precisei, tinha pessoas ao meu lado para me reerguer Nunca sofri a dor de sentir sua falta e nem pude ter um momento de saudade

O principal motivo de ter criado barreiras é que nunca precisei sentir essa necessidade.

3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico

Louisa Gabriella

65

Deixa o próximo ser livre!

Em qualquer tipo de relação, seja ela de amizade, namoro ou até familiar, aquilo que deve obrigatoriamente predominar é a confiança, empatia, lealdade e afeto. Se subtrairmos uma delas à equação, o resultado nunca será o mesmo.

Trata as pessoas que gostas, e que realmente amas, como caninos de quatro patas. Leva essas tais pessoas a passear, deixa que elas conheçam novas pessoas, e até novas formas de lidar com elas, mas, não percas tempo a preocupar-te se elas voltarão ou não…pois, geralmente o canino, ama o seu dono e o sentimento costuma ser mútuo.

Em suma, demonstra amor pelo próximo, que o próximo fá-lo- à também Deixa o próximo ser livre, e liberta-te também!

2ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Gonçalo Batista

66

Bem-vindo dezembro

67

O Natal não é ornamento: é fermento

Dentro de nós recria, amplia, expande

O Natal não se confunde com o tráfico sonolento dos símbolos nem se deixa aprisionar ao consumismo sonoro de ocasião

O Natal não é ornamento: é movimento Teremos sempre de caminhar para o encontrar! Entre a noite e o dia Entre a tarefa e o dom Entre o nosso conhecimento e o nosso desejo Entre a palavra e o silêncio que buscamos Uma estrela nos guiará

68

Vivemos em um mundo acostumado com tradições que só fazem as pessoas se beneficiarem. O Natal, agora mais do que nunca, tornou-se uma data sinónimo de consumismo. Valores como a paz e a união, estão cada vez mais escassos.

Quem ainda se lembra do verdadeiro significado do natal? Quem ainda se lembra do verdadeiro menino Jesus e de Deus? Agora as crianças (e até mesmo os adultos) esperam ansiosamente pelo natal apenas para receberem prendas.

Temos que ressuscitar o espírito natalício, e relembrar às pessoas que devemos sempre priorizar o amor e a família acima dos bens materiais. Devemos começar por valorizar o bem mais precioso que temos: FamíliaeAmigos.

3ºAno

Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani

69
Quem ainda se lembra do verdadeiro significado do Natal?

No término do 1º período, solicitei à turma do 3º ano do curso Técnico Auxiliar de Saúde, que idealizassem um conto de natal, tendo como base a atualidade de algumas famílias no século XXI. E eis que elas me surpreenderam!

Este conto de natal tem como personagem principal, uma menina de seu nome Carlotta. Esta delicada Carlota, identifica-se com muitas meninas da atualidade do século XXI, que visualizam os pais discutirem por superficialidades, esquecendo-se que s suas grandes obras primas são na verdade, os filhos.

Carlotta via muitas vezes os pais concentrados nas redes sociais, descuidando-se da atenção que deveriam dar-lhe.

Com todas estas intempéries, o espírito natalício tinha desaparecido, e eis que Carlotta, depois de uma linda aventura ao redor do mundo, com o pai natal, impulsiona os seu pais a valorizarem o Ser, em detrimento do Ter.

Carlotta expressa o seu sincero amor pelos pais, e eles nostalgicamente declaram-se a ela, dando primazia aos valores que outrora tinham esquecido. Nesta época natalícia termos a capacidade de dizermos aos nossos que os amamos, é meio caminho para que a magia do natal habite em todos nós. Afinal, só o amor importa!

70
Professora Isabel Maciel

A Magia do Natal!

Num país longínquo, a família Adam`s estava reunida, mas tudo parecia diferente do habitual. Uma família que até agora era unida, já não mais se juntava à volta da lareira, a compartilhar sentimentos e vivências.

Carlotta, a única filha da família, era uma menina um pouco deprimida, mas muito sonhadora, adorava a época do natal, a sua data festiva favorita. A menina ficava o ano todo à espera do dia 25 de dezembro.

Com o avanço das tecnologias, ao longo dos anos, muitas famílias têm vindo a desunir-se. É raro encontrar pessoas que ainda olham nos olhos dos seus familiares, e, na casa de Carlotta não era diferente. A menina sentia uma indiferença de seus pais para com ela e, mesmo entre eles, como se a união da família não fosse mais um motivo de felicidade. Carlotta deu-se conta que o espírito natalício, em sua casa, estava a ficar esquecido e já não era o mesmo. Sabia que tinha de fazer algo para mudar essa situação. Mas o que poderia ela fazer?

Na véspera de natal Carlotta saiu para a rua a fim de desanuviar, quando repentinamente, reparou que as ruas estavam todas iluminadas. A sua casa, comparativamente às outras, estava triste por demais, mas sobretudo sem vida. Por estarem a passar por tempos difíceis, os pais de Carlotta discutiam o todo tempo e, quando não estavam a desentender-se, preferiam dispor do seu tempo precioso ao telemóvel!

71

Sendo assim, esqueciam-se do mais importante, a própria filha, a delicada Carlotta. A casa não tinha sequer um enfeite de natal, era como se só ali não existisse natal. Durante a sua caminhada, visualizou crianças no carrossel acompanhadas pelos pais, extasiadas de felicidade, atirando bolinhas de neve umas às outras, como que a fazer cócegas aos bonecos de neve.

Carlotta, ao chegar a casa, tinha um semblante que exprimia sentimentos de melancolia e apatia. A indiferença de seus pais em relação ao natal começava a invadir-lhe a mente. Naquela noite, Carlotta foi dormir com um sentimento de desesperança e rejeição instalado em sua alma.

A meio da madrugada, Carlotta acordou com um barulho apressado e muito desastrado vindo da sala de sua casa. A menina pensou que fossem os seus pais, então, tentou dormitar mais um pouco. Mas, o barulho insistia em continuar, então ela decidiu ir ver do que se tratava. Ao chegar à sala, deparou-se com um senhor muito velhinho, vestido com uma roupa vermelha e chapéu também desta mesma cor, que lhe faz a seguinte pergunta:

- Onde estão as luzes de natal, a árvore, os enfeites, onde está o espírito natalício? – Perguntou o velhinho desacreditado em sua sala.

- Nós não temos mais o costume de ter esse tipo de decoração cá em casa – disse a menina com um ar de tristeza – Mas afinal quem és tu?

- A sério? Não sabes quem eu sou? Eu sou o Pai Natal! – disse o mesmo surpreso.

- Pai o quê? Nunca ouvi falar de ti – disse Carlotta confusa.

- Não é possível… todas as crianças do mundo inteiro sabem quem eu sou, adoram-me, e ficam o ano todo à espera dos meus presentes. Escrevem-me cartas, pois sou o responsável por toda a logística natalícia! Em suma, o Natal é a minha vida!

72

- Então és tu de que todos falam quando chega a altura do natal? És tu o bom velhinho que aparece nas televisões, e nos deliciosos livros de contos de natal?

- Anda! Vou mostrar-te a verdadeira essência do natal – disse o senhor batendo palmas e fazendo, como que por magia, o trenó aparecer pelo lado de fora atrelado às renas.

Quando a menina se deparou com todas aquelas luzes que acompanhavam o enorme trenó, e suas lindas renas, os seus olhos brilharam como duas luas cheias. Ela quase não acreditava no que estava a ver.

O pai natal então convidou a menina para que fossem dar um passeio de trenó. Desta forma, Carlotta poderia percecionar como é festejado o natal ao redor do mundo. Juntamente, os dois passaram por Nova York, onde viram o Central Park todo enfeitado com luzes, e a neve a cair pela cidade.

- Eu nunca vi algo tão bonito em toda a minha vida – exclamou a menina encantada com tamanha beleza.

Os dois ainda continuaram a sua visita ao mundo, passando pelo magnífico espetáculo de luzes deslumbrantes nos Jardins Tivoli em Copenhague. A menina ficou encantada com tudo o que viu ao redor do mundo. O pai natal, vendo a expressão de surpresa e amor na qual Carlotta se encontrava disse:

- Minha querida Carlotta, o natal é muito mais do que apenas presentes. Não se trata de um mero feriado, é uma data para se estar ao lado de quem você ama e agradecer pelos bons momentos que viveram. Nesta época do ano devemos parar e refletir um pouco sobre a união, mas, principalmente, sobre o perdão.

73

Devemos valorizar cada segundo da nossa preciosa vida, e sermos gratos por coabitarmos com as pessoas que amamos, e que nos amam. Agora você sabe como o natal pode ser realmente importante para as pessoas que acreditam na sua magia. Nunca deixe o espírito natalício morrer dentro de si, afinal, a prenda mais preciosa que podemos ter é a verdadeira união familiar.

Os presentes servem apenas para relembrar às pessoas que habitam no nosso coração, o quanto elas são a essência e o fermento da nossa vida.

Quando chegou a casa, e depois de tudo aquilo que o pai natal lhe ensinou, Carlotta foi direta ao quarto dos seus pais, e começou a pular na cama. Os pais ficaram surpresos, sem entender o que realmente estava a acontecer.

- Acordem! Acordem! É natal! Acordem! Vamos decorar uma incrível árvore de natal!

Os pais de Carlotta levantaram-se ainda meio confusos, pois a menina dizia insistentemente e com entusiasmo:

- Vamos fazer a árvore de natal, vamos enfeitar a casa!!!

- Minha filha Carlotta, o que se passa contigo? De onde exala tanto entusiasmo?

- É natal, época para refletirmos sobre as nossas atitudes, e sobre o que estamos a fazer para agradar aqueles que amamos. Agora, mais do que nunca, devemos fazer o possível e o impossível para tornar a nossa casa o lugar mais lindo, mais harmonioso e mais feliz. Queridos pais, quero agradecer-vos por sempre serem o meu alicerce. Vocês são as pessoas mais importantes da minha vida, e não me canso de repetir que vos adoro, e que a vossa genuína companhia é o meu maior presente.

O pai de Carlotta, emocionado já com as lágrimas nos olhos, respondeu sensibilizado:

- Tens toda a razão minha filha. Eu e a tua mãe, nem sempre fomos para ti os melhores pais, nos últimos meses. Não estávamos a dar a atenção que necessitavas e precisavas.

74

Desculpa por toda a desatenção, desculpa por toda a nossa irritabilidade. Obrigada por nos fazeres entender que o Ser vem sempre em detrimento do Ter. Obrigada por transformares estes dias nublados, em dias solarengos, cuja magia do natal, nos enfeitiçou e perdurará ao longo dos tempos.

Afinal, a aprendizagem é mútua. Apesar da tua pequenez física, a tua grandiosidade interior é gigantesca. O amor que sentimos por ti é imensurável, minha doce Carlotta!

Este, foi sem dúvida alguma, o natal mais ternurento e aconchegante que a família Adam `s celebrou. A partir deste momento, todos os natais vindouros foram celebrados tendo por base, os incontestáveis valores intemporais. Afinal, só o Amor importa!

75
CONTO REALIZADO PELO 3º ANO- TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE

Natal na Escola Europeia de Ensino Profissional

76
77
78

Que a magia do Natal habite em vossos corações!

Um Santo e Feliz Natal a todos vós!

79

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook

Articles inside

A Magia do Natal!

5min
pages 71-75

Deixa o próximo ser livre!

2min
pages 66-70

A pessoa que vemos através do espelho

1min
pages 63-64

A pressa ofegante

0
page 62

Nunca precisei sentir-me só…

0
pages 60-61

A peça mais linda do museu…

1min
page 47

Deixei-me desvalorizar…

0
page 46

A esperança é a última a morrer…

0
page 43

A maior confidente da noite

0
page 42

O hoje pode doer

0
page 41

Desacreditados da fantasia

0
page 40

As minhas inquietudes

3min
pages 37-39

Há sempre a possibilidade de desenhar algumas nuvens!

0
page 36

A pontuação que equilibra a minha poesia!

1min
pages 34-35

Desistir não significa parar

1min
pages 32-33

A forma mais bonita de ser julgada!

1min
pages 29-31

Arte é o teu nome!

1min
pages 27-28

O caminho solitário

0
pages 24-25

Ser diferente é uma qualidade?

1min
pages 22-23

Ser cópia de alguém…

0
page 21

A minha individualidade

3min
pages 16-20

“A metamorfose ambulante”

0
page 13

O meu lar

0
page 12

Nasci para ser livre

0
page 11

Às vezes vivemos de procuras…

0
page 10

A felicidade vem sem avisar

1min
page 9

O meu refúgio

0
page 8

O meu porto de abrigo

1min
page 7

Sejam bem-vindos à E.E.E.P

1min
pages 4-6
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.