Revista Combustíveis & Conveniência - Ed. 180

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MERCADO

Agentes do segmento de biodiesel celebram o ingresso do B12 em março, durante a Conferência do BiodieselBR, e programam novos aumentos até o B15

Divulgação

B12 começa a valer em março Para o governo já está certo: a mistura de biodiesel no diesel deve ser elevada em 1% a partir de março de 2020, após elevação de 10% para 11% em setembro, ou seja, o aumento ocorre pela segunda vez em menos de um ano POR ADRIANA CARDOSO

A 12a fase do programa brasileiro de biodiesel entrará em vigor em março. Disso nem governo, nem autoridades do setor, têm dúvidas. Agora, produtores, indústria automotiva e órgãos governamentais estão de olho nas próximas fases do programa. E, no que depender deles, a mistura crescerá a um ritmo de 1% ao ano até 2023. Em menos de um ano, o biodiesel passará da fase 11 para a fase 12 em março, lembrando que, em setembro passado, o acréscimo da mistura já havia subido de 10% para 11%. Para autoridades e representantes da cadeia do biodiesel presentes na 15ª Conferência Biodiesel BR 2019, realizada em São Paulo em novembro, a entrada do B12 já é certa e é coisa do passado, ainda que o B11 tenha registrado alguns problemas na região Centro-Oeste do país. 14 • Combustíveis & Conveniência

Agora, os testes realizados por órgãos reguladores e indústria já vislumbram a mistura com percentuais de 15% de biodiesel no diesel, que deve começar a valer em 2023 e, por conseguinte, impulsionar a produção de soja. “Com o B11 e, em menos de quatro anos, com o B15, o setor vai registrar um crescimento de 100% em oito anos, trabalho que se deve às associações de biodiesel”, salientou Miguel Ângelo Vedana, diretor-executivo da BiodieselBR, agência de notícias e de análise do setor. O aumento da mistura, pela análise de Vedana, reduzirá as importações de óleo diesel, além de alavancar a demanda por soja, já que 80% do biodiesel brasileiro é produzido a partir do óleo desse grão. Fábio Vinhado, coordenador do Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas (CPT) da ANP, disse que o órgão regulador vem traba-

lhando para garantir a qualidade das misturas, a fim de solucionar problemas de formação de depósitos em filtros e injetores, que afetam o desempenho dos veículos. “O B15 é algo que vemos como certo. Estamos testando teores maiores agora”, disse, acrescentando que os testes estão sendo conduzidos com misturas de 20% e 30% de biodiesel. Segundo Vinhado, os estudos do CPT visam solucionar problemas de estabilidade à oxidação, ponto de entupimento, índice de acidez, teor de água, entre outros. Em fevereiro, sairá a conclusão deste relatório. Em princípio, os testes indicam uma estabilidade de 12h à oxidação, mas com o uso obrigatório de aditivos. Aurélio Amaral, diretor da ANP, alertou que é bastante importante que todas as diretrizes do B12 estejam previamente definidas, especialmente no que se refe-


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