Forum Estudante #337

Page 1

Ensino Superior Como vivem os estudantes do ensino superior em Portugal?

Revista Forum Estudante | Novembro 2021 | Edição n.º 337 | Mensal l Diretor: Gonçalo Gil l Disponível apenas por assinatura com o custo mensal de 1€

SABERES Por dentro do Ensino Artístico Especializado

edição comemorativa

aniversário

IEFP Tudo sobre a participação portuguesa no EuroSkills FAMA Bárbara Tinoco: «Não existem sonhos estúpidos»

1991

QUE FAZER?

Em novembro de 1991, saía a primeira revista Forum Estudante. 30 anos depois, a nossa missão continua a ser a mesma. Ajudar os estudantes a encontrar o seu caminho, acompanhando as causas que os movem. Se a pergunta “que fazer?” surgir no teu caminho, podes ter pelo menos uma certeza. A Forum estará cá para te ajudar a encontrar a resposta.



1 | Forum Estudante | nov’21 /Passatempos

PASSATEMPOS

CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO: Estes passatempos decorrem até 30 de novembro de 2021, salvo indicação em contrário no próprio passatempo. Apenas serão atribuídos prémios a residentes em Portugal e somente um prémio por pessoa e morada em cada passatempo. Só será aceite, de cada concorrente, uma participação por dia. O não preenchimento correto do formulário de participação em www.forum.pt/passatempos, leva à desclassificação do participante. Aos vencedores, os prémios serão enviados via CTT. Após notificação, os vencedores têm um prazo de 15 dias para reclamar o prémio. Os prémios devolvidos não serão reenviados. A idade máxima de participação é de 25 anos, inclusive, a confirmar por documento de identificação. OS PREMIADOS SÃO ANUNCIADOS EM FORUM.PT. NOTA: as cores e modelos apresentados podem não corresponder às imagens apresentadas.

www.forum.pt Telefone 218 854 730 E-mail geral@forum.pt DIREÇÃO Gonçalo Gil goncalo.gil@forum.pt FOTOGRAFIA Dreamstime, Freepik, Pexels, Unsplash DESIGN Miguel Rocha miguel.rocha@forum.pt REDAÇÃO Fábio Rodrigues fabio.rodrigues@forum.pt Joana Silvério joana.silvério@forum.pt Colaboração: José Maria Archer Rúben de Matos

Ganha bilhetes para a Comicon!

ASSINATURAS Paula Ribeiro Tel.: (218 854 730) pribeiro@forum.pt Anuidade: 10,00€ PUBLICIDADE Félix Edgar felix.edgar@forum.pt COMUNICAÇÃO&DISTRIBUIÇÃO Vítor Silva vitor.silva@forum.pt

Gostavas de ir ao maior evento de cultura pop do país? Temos bilhetes para te oferecer para todos os dias da Comicon. Sabe mais e participa no Instagram da Forum Estudante!

PROJETOS ESPECIAIS José Maria Archer josemaria.archer@forum.pt

Reserva o teu lugar na viagem de finalistas!

PRODUÇÃO Finepaper Tiragem: 20 mil exemplares

Se já estás fazer planos para as férias da Páscoa, habilita-te a ganhar packs de viagens de finalistas com a Forum e a Megafinalistas. Temos dois packs para o Sumol Snowtrip e seis para a Rebel Village. Sabe mais e participa no Instagram da Forum Estudante!

Propriedade e Edição de: Press Forum, Comunicação Social, Lda. Capital Social: 17.000,00€ NIF: 502 981 512 Composição do Capital da Entidade Proprietária: Detentores de 5% ou mais do capital social: Rui Manuel Pereira Marques 29,9%; Roberto Artur Da Luz Carneiro 26,7%; Maria Francisca Castelo Branco De Assis Teixeira 21,7%; Gonçalo Nuno Cavaca Gil 5,8%; Félix Edgar Alves Pinéu 5,8% Periodicidade Mensal Depósito Legal n.º 510787/91 Nº ERC: 114179 Sede da Redação e do Editor Tv. das Pedras Negras, nº 1 - 4.º 1100-404 Lisboa Tel.: 218 854 730 Estatuto Editorial Disponível em www.forum.pt

Gerência Rui Marques Gonçalo Gil Félix Pinéu

Ensino Superior Como vivem os estudantes do ensino superior em Portugal?

Revista Forum Estudante | Novembro 2021 | Edição n.º 337 | Mensal l Diretor: Gonçalo Gil l Disponível apenas por assinatura com o custo mensal de 1€

SABERES Por dentro do Ensino Artístico Especializado

edição comemorativa

aniversário

IEFP Tudo sobre a participação portuguesa no EuroSkills FAMA Bárbara Tinoco: «Não existem sonhos estúpidos»

1991

QUE FAZER?

Em novembro de 1991, saía a primeira revista Forum Estufante. 30 anos depois, a nossa missão continua a ser a mesma. Ajudar os estudantes a encontrar o seu caminho, acompanhando as causas que os movem. Se a pergunta “que fazer?” surgir no teu caminho, podes ter pelo menos uma certeza. A Forum estará cá para te ajudar a encontrar a resposta.

SUMÁRIO 02 Escolas A atualidade escolar do país 04 Ensino Superior Como vivem os estudantes em Portugal? 06 Entrevista Presidente da FNAJ fala sobre jovens e política 10 Cinema e TV Apanha a “onda coreana” 14 Saberes O que é o Ensino Artístico Especializado? 18 Fama Bárbara Tinoco em entrevista 32 IEFP Tudo sobre a participação no EuroSkills 34 Transforma Portugal Estudantes que fazem a diferença 44 Green Academy Uma semana de bom Ambiente 48 HorosCopos Professor Esótanga tem novidades

#21 30 anos de Forum. O passado e o futuro A FORUM ESTUDANTE passou a ser “trintona”! Sabe mais sobre a história da Forum, ao longo das últimas três décadas, conhecendo alguns dos principais marcos e o testemunho de estudantes de várias gerações. E fica a saber o que está reservado para o futuro.

Revista Forum Estudante #337 // Novembro de 2021 // e-mail: geral@forum.pt // www.forum.pt


2 | Forum Estudante | nov’21 /Escolas

Plano Nacional de Leitura apresenta nova plataforma para professores O Plano Nacional de Leitura (PNL2027) realizou, no dia 28 de outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a conferência final do PICCLE - Plano de Intervenção Cidadãos Competentes em Leitura e Escrita. Segundo avança o PNL, em comunicado, este evento serve para apresentação duma plataforma digital de curadoria e agregação de conteúdos, no âmbito das diferentes literacias, dirigida a professores do 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário. A plataforma é “capaz de ser aplicada em ambientes educativos formais e não formais”. O PNL destaca ainda “as potencialidades desta plataforma que, através das ferramentas atuais e desafiadoras, pode ser utilizada pelos professores para promover nos jovens competências, preparando-os para enfrentar muitos dos desafios que o século XXI nos lança”. Participaram no evento professores e investigadores interessados em conhecer esta plataforma e em refletir sobre a importância do desenvolvimento das competências de literacia - leitura; escrita; media; informação; digital; literatura, ciência e arte e ciência dos dados.

6 momentos em que os estudantes mudaram o mundo #1 Maio de 68, 1968 #2 Crise Académica, 1969 #3 Praça Tiananmen, 1989 #4 Revolução de Veludo, 1989 #5 Lusitânia Expresso, 1992 #6 Inverno Chileno, 2011 Lê o artigo completo em www.forum.pt

👉

Já estás a pensar nas férias de Natal? Este ano, a interrupção letiva natalícia começa a 20 de dezembro e vai até dia 31!

Números Até 2080, Portugal terá menos

400 mil

Escola Secundária Pinheiro e Rosa promove pequenoalmoço convívio Para celebrar o Dia Mundial da Alimentação, a Escola Secundária Pinheiro e Rosa, de Faro, realizou um pequeno-almoço equilibrado e sustentável para toda a comunidade escolar. Com o objetivo de aderir ao apelo global da Erradicação da Fome no Mundo, no dia 18 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, a Escola Secundária Pinheiro e Rosa disponibilizou um pequeno-almoço a toda a comunidade escolar.

alunos devido à natalidade ~ A taxa de abandono escolar caiu em fevereiro para os

8,9%

˜ Em 2030, o orçamento da Educação deve ser de 3,8% do Produto Interno Bruto e, em 2070, de

4,1%

Fonte: Relatório sobre Demografia e Educação do Tribunal de Contas (TdC)

Os alunos das turmas dos Cursos Profissionais de Cozinha/Pastelaria e Restaurante/ Bar da Escola, contando com o apoio da Direção do Agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa, com a dinâmica entre vários projetos ali existentes, como o Eco-Escolas e o Promoção da Educação para a Saúde (PES), através da doação de produtos alimentares de alguns fornecedores da Escola, como a Aviludo e a panificadora Malhada Velha, e ainda com contributos do Auchan, comemoram este dia com uma refeição equilibrada e sustentável. “A emergência climática que vivemos exige que sejamos cada vez mais eco-cidadãos, de forma a minimizar a ameaça à segurança alimentar, garantindo a sustentabilidade do nosso planeta e alimentos para todos”, afirmam os participantes, destacando que a adesão por parte dos alunos a esta atividade de cidadania ativa foi grande, e que é um reflexo de que os jovens também sabem fazer escolhas saudáveis e ecológicas para a sua alimentação, desde que essa oferta exista.


3 | Forum Estudante | nov’21 /Internet Segura Centro Nacional de Cibersegurança PORTUGAL

A Internet Segura nas páginas da Forum Desde fevereiro de 2014, o Centro Internet Segura tem sido uma presença constante nas páginas da FORUM ESTUDANTE, fazendo parte da sua história. Recorda alguns dos principais temas em destaque, ao longo destes anos. Fevereiro de 2014

Como acabar com o Cyberbullying?

O primeiro artigo Internet Segura na revista Forum Estudante deu a conhecer o fenómeno do cyberbullying aos estudantes portugueses, partilhando alguns exemplos e conselhos sobre como evitar ou reagir a estes ataques. Guardar registos, não responder ao ataque, mudar de conta de utilizador ou email, denunciar o comportamento e recorrer à justiça foram algumas das sugestões destacadas. “O cyberbullying é um crime”, destaca o artigo, aconselhando os leitores a “informar as autoridades, se a situação sair do controlo”. Novembro de 2014

Redes Sociais e Privacidade

Outro tema em destaque, durante os últimos anos, tem sido o das redes sociais. Um artigo de novembro de 2014 dá a conhecer aos estudantes a forma de “conquistar a sua privacidade”. Dicas para a otimização das definições

de privacidade ou criação de nomes de utilizador são alguns dos exemplos partilhados. O texto chamava ainda a atenção para fenómenos como notícias falsas e malware. Dezembro de 2016

Entrevista a João Pedro Damas

Em dezembro de 2016, a FORUM dava destaque ao estudante universitário João Pedro Damas. Através de uma entrevista ao embaixador português da Juventude para a Segurança da Internet da Rede Europeia Insafe, foi possível conhecer as aspirações, o trabalho e os conselhos deste estudante. Durante este ano, foram ainda publicadas entrevistas a personalidades como o apresentador Pedro Fernandes ou o ator Tiago Aldeia. Dezembro de 2018

Faz a tua Creepypasta

Em outubro de 2018, o Centro Internet Segura promoveu um concurso que desafiava os estudantes a escrever a

sua própria micro-história aterradora sobre comportamentos online, alertando os estudantes para os perigos que podem surgir neste meio. Na edição de dezembro de 2018, a FORUM ESTUDANTE partilhava uma edição dos textos que venceram os dois escalões a concurso (16 a 20 anos e 21 a 25 anos). Março de 2019

Ajuda à distância de um toque

A Linha Internet Segura disponibiliza atendimento telefónico e online sobre questões relacionadas com o uso de plataformas e tecnologias online. Este apoio anónimo e confidencial (prestado através do número 808 21 90 90, nos dias úteis das 8h00 às 22h00 ou do email linhainternetsegura@internetsegura.pt) pode ajudar todos os jovens a fazer uma utilização mais segura, responsável e saudável da Internet e tecnologias associadas. Em março de 2019, a FORUM deu destaque a esta linha, detalhando as suas funções, meios e contacto.


4 | Forum Estudante | nov’21 /Ensino Superior

Como vivem os estudantes de ensino superior em Portugal? Novo estudo da Eurostudent – uma rede de investigadores e representantes de ministérios europeus e outros agentes – analisou as condições sociais e económicas dos estudantes de ensino superior na Europa. Mais de 370 mil estudantes responderam em inquéritos, num total de 27 países. Conhece algumas das conclusões sobre Portugal. Menos trabalhadores-estudantes (mas com mais dificuldades)

Portugal tem uma das percentagens mais baixas de estudantes que trabalham (49%), muito abaixo da média global dos países que participam no estudo (80%). Destes, mais de metade dos estudantes que trabalham mais do que 20 horas por semana dizem ter dificuldades nos estudos devido ao seu emprego. Por outro lado, mesmo no caso dos estudantes com um trabalho que ocupa menos de 20 horas, é possível observar um padrão que sinaliza “vontade de desistir dos estudos”, de acordo com a Eurostudent.

Estudos financiados por famílias

No que diz respeito ao financiamento de estudos de nível superior, em Portugal, a grande maioria é proveniente de familiares. Cerca de 89% dos estudantes portugueses recorre a esse método de financiamento, um dos valores mais altos do estudo. Também a maioria (51%) dos períodos de mobilidade internacional são suportados pelas famílias. Tendo em conta este quadro, Portugal é um dos países onde existe uma correlação mais clara entre o menor conforto financeiro das famílias e a existência de problemas financeiros

“muito sérios”. Um dado relevante para a interpretação deste dado é o facto da idade média dos estudantes de ensino superior em Portugal estar abaixo da média dos países que participam no estudo (25 anos) – apenas 24% dos estudantes em Portugal têm mais de 25 anos.

Estudantes revelam dificuldades financeiras

No que diz respeito a dificuldades económicas sentidas pelos estudantes, a nível global dos países participantes, 72% dos inquiridos diz sentir algum tipo de dificuldade – seja ela leve (21%), moderada (27%), séria (16%) ou muito séria (8%). Portugal regista um dos menores números de estudantes que regista dificuldades “sérias “ou “muito sérias. Por outro lado, 73% dos estudantes em Portugal diz sentir algum tipo de dificuldade.

Estudantes com necessidades especiais insatisfeitos

Portugal encontra-se no grupo dos países onde grandes percentagens de estudantes com necessidades especiais se dizem insatisfeitos com os apoios existentes. Mais de 40% dos estudantes nestas condições afirmam não receber apoio suficiente. Em Por-

tugal, a limitação mais vezes elencada é “deficiência sensorial (visual ou auditiva)”, diz a Eurostudent.

Despesas com propinas

Em média, nos países participantes no estudo, 57% dos estudantes pagam propinas para frequentar instituições de ensino superior. Em Portugal, esse número ultrapassa os 90%, tal como na Suíça, Noruega ou Luxemburgo, por exemplo. Em contraste, na Suécia e na Finlândia, menos de 1% dos estudantes pagam propinas.

Despesas com alojamento

Mais de metade dos estudantes de ensino superior em Portugal vive com os pais. Apenas 6% vive sozinho ou sozinha. Para os estudantes que saíram de casa dos pais, Portugal está no grupo onde as despesas com rendas ocupam uma maior fatia do orçamento mensal (acima de 40%). Destaque ainda para o facto de Portugal está no grupo que regista uma das maiores diferenças entre o preço do alojamento na capital e noutras cidades a partir dos 100 mil habitantes (com um custo pelo menos 30% superior).


No que diz respeito ao financiamento de estudos de nível superior, em Portugal, a grande maioria é proveniente de familiares.

Mais de metade dos estudantes de ensino superior em Portugal vive com os pais.


6 | Forum Estudante | nov’21 /Entrevista

«Esta geração de jovens tem procurado um mundo mais justo e igual»


7 | Forum Estudante | nov’21 /Entrevista

Lê a entrevista completa em forum.pt

Numa altura em que se aproxima do final do seu mandato enquanto presidente da Federação Nacional das Associações Juvenis, Tiago Manuel Rego, fala à FORUM sobre os “25 Objetivos da Juventude Portuguesa” criados em 2021 e reflete sobre a ação política da atual geração de jovens e a sua ligação ao associativismo juvenil: “Uma das grandes riquezas do movimento associativo é oferecer-nos horizontes mais amplos”. Em junho deste ano, uma iniciativa da FNAJ resultou em “25 Objetivos da Juventude Portuguesa” que foram inclusivamente partilhados com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O que é que nos podes contar sobre este projeto? Tal como a Forum, a FNAJ também celebra em 2021 uma data redonda – neste caso, 25 anos de existência (risos). Foi essa razão pela qual escolhemos apresentar 25 medidas. Este projeto surge no seguimento de outras agendas internacionais, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Sobre a ação política dos jovens de hoje, pensas que os jovens estão especialmente despertos para questões como o ativismo digital? E que impacto tem essa ligação no associativismo juvenil? Há muito que percebemos que as formas de participação da minha geração e das próximas que virão serão muito diferentes das que já cá estão há mais tempo. Não só porque hoje temos o ativismo digital, mas também porque temos formas de estar e comunicar diferentes. Hoje em dia, vemos cada vez mais a arte como

ou os European Youth Goals. Quisemos perceber se, no caso dos jovens portugueses, o mapeamento de objetivos era semelhante ou muito desfasado dessas agendas. Estes objetivos foram criados através de um longo processo de maturação, com cimeiras e fóruns online, em que, no total, foram envolvidos mais de 1000 jovens. No final, foram selecionados 25 jovens, de todos os distritos e regiões autónomas, que deram a cara pelos 25 objetivos a propor.

forma de crítica social e intervenção política, seja através da música ou das artes plásticas, por exemplo. Vemos jovens que também fazem isso com a partilha de memes, que pode ser vista como uma forma de participação política. A questão que se coloca sempre – e esta deve ser uma preocupação dos jovens – é se estas novas formas de participação têm implicações nas ações políticas dos governantes.

E pensas que estas novas formas de participação têm implicações nas ações políticas dos governantes? Creio que não têm ainda na medida certa. Se esta participação digital não passar de uma indignação que não resulta em mudanças políticas, aí nós, jovens, tempos de perceber se teremos de adotar formas diferentes de participar e reivindicar os nossos direitos. Isto sob pena de essa reivindicação não se traduzir na melhoria da qualidade de vida dos jovens.

O associativismo juvenil pode ser um caminho para encontrar essa representação mais eficaz? Não tenho dúvidas nenhumas. O associativismo é a forma mais genuína e espontânea de uma sociedade Podes conhecer se expressar. os 25 Objetivos Seja através da participação da Juventude de jovens ou Portuguesa aqui: não jovens. É uma expressão objetiva, porque estamos a falar de organizações formais, constituídas, e que não representam um só indivíduo, mas também um coletivo. Portanto, têm uma força de expressão e reivindicação muito superior ao que pode ser a nossa inquietação pessoal numa rede social. É nesta medida que queremos que as associações juvenis e estudantis sejam determinantes na forma de participar na sociedade. Quais são as vantagens que um jovem pode retirar ao participar no movimento associativo? O primeiro ponto é que participar no associativismo juvenil aumenta o seu núcleo de amigos. É possível encontrar amigos que pensam de forma idêntica e de forma diferente. Em segundo lugar, existe o desenvolvimento pessoal, as competências pessoais adquiridas, em áreas como gestão de projeto, gestão de equipas ou falar em público, por exemplo. Há ainda um vetor


8 | Forum Estudante | nov’21 /Entrevista

muito importante que é a diferença que fazemos na sociedade. No associativismo, estamos a colocar parte do nosso tempo ao dispor de uma comunidade, seja numa associação ambientalista, cultural ou de voluntariado, por exemplo. Uma das grandes riquezas do movimento associativo é oferecer-nos horizontes mais amplos. Não tenho duvidas que marca quem por lá passa. Referiste que esta é uma geração marcadamente solidária. O que te leva a afirmá-lo? Eu penso que as causas que os jovens abraçam mostram isso. Atualmente, os jovens batem-se muito pelo ambiente. O ambiente não é uma causa individualista, estamos a falar da proteção da casa de todos nos que é o planeta. De igual forma, os jovens têm-se insurgido permanentemente contra abusos de direitos humanos, injustiças ou desigualdades. Os movimentos Black Lives Matter, nos Estados Unidos, bem como outros, noutros países, mostram isso. Esta é uma geração que tem procurado um mundo mais justo e igual, que

tem procurado estar na linha da frente destas batalhas e levar a sociedade a reboque. Outro exemplo é visível no papel dos jovens durante o confinamento resultante da pandemia da Covid-19, disponibilizando-se para apoiar as po-

O associativismo é a forma mais genuína e espontânea de uma sociedade se expressar pulações mais fragilizadas. Só espero e desejo que este ímpeto dos jovens seja um fator transformador da nossa sociedade. Eu acredito que seremos capazes de fazer isso mesmo. Acreditas que a pandemia pode ser uma oportunidade para levar os jovens a redescobrir a ação comunitária, associativa e de impacto direto na comunidade? Não tenho dúvidas disso. Penso que as nossas associações podem tirar partido disso e já estão a tirar, envol-

vendo uma nova geração que tem procurado ser uma nova solução para quando o país atravessa um problema. Apenas esperamos que esta veia solidária tenha um reverso da medalha, que a sociedade olhe para nós e tenha consciência de que precisamos de oportunidades para nos afirmarmos. Não estamos de mão estendida, não pedimos nada dado, nada que não seja justo. Só esperamos é que sejam geradas oportunidades para mostrarmos as nossas competências e potencialidades. Estamos cansados de ser uma geração de rótulos, como a “geração mais bem preparada” e “mais bem qualificada”, sem que isso se traduza em melhor qualidade de vida, melhores empregos e, acima de tudo, num futuro melhor. Basta de rótulos, queremos apenas concretizar os nossos sonhos e ser felizes. Se a sociedade não conseguir perceber isso, caberá a nós, jovens, ocupar lugares de decisão para que consigamos mudar essa realidade, sendo os agentes e protagonistas desta mudança, através de uma postura política ativa e de participação cidadã. Há alguma mensagem que queiras deixar aos estudantes portugueses? Sim. Acima de tudo, que nunca deixem de expressar as suas ideias e opiniões. Mesmo que pareçam disruptivas, pois é uma caraterística fundamental da juventude ter ideias fora do nosso tempo. É essa a missão que nós, jovens,

[Nós, jovens,] não estamos de mão estendida, não pedimos nada dado, nada que não seja justo. Só esperamos é que sejam geradas oportunidades para mostrarmos as nossas competências e potencialidades temos: desassossegar quem cá está. E apresentar sempre visões diferentes sobre a sociedade. A participação em associações de estudantes e em associações juvenis é um veículo fundamental para afirmarmos a nossa voz. A minha mensagem é essa. Não percam a vossa voz, pelo contrário, partilhem-na sempre. Há sempre espaço para as ideias, sejam elas mais disruptivas ou mais utópicas.


9 | Forum Estudante | nov’21 /Pancadas

Entrevista a São Martinho:

«Não gosto de castanhas. Prefiro um bom faisão» São Martinho de Tours, antigo soldado romano, é hoje santo padroeiro de várias profissões e figura indissociável de uma das épocas altas do outono. A FORUM encontrou um bem-disposto São Martinho, inevitavelmente, num magusto, e teve oportunidade de lhe colocar algumas perguntas. entre provar o vinho, beber jeropiga e água-pé, o Dia de São Martinho em Portugal pode ser uma coisa perigosa (risos). É melhor comer mais qualquer coisa do que só castanhas. Um faisão, por exemplo. Mas a verdade é que sou também santo padroeiro dos produtores de vinho, entre outras profissões. Portanto, faz sentido a associação. Entre outras profissões? De quantos ofícios é padroeiro? [entusiasmado] Ui! Portanto, sou padroeiro dos mendigos, por razões óbvias. Também por razões claras sou padroeiro dos cavaleiros e soldados. Não deixa de ser curioso que sou padroeiro dos curtidores, peleteiros e alfaiates. E esta? A verdade é que cortei o manto ao meio com uma técnica irrepreensível, devo dizer! E efetivamente vesti alguém (risos).

Pode explicar-nos a lenda associada ao seu nome? Claro que sim. No ano de 337, fazia-se sentir um outono duro e frio. Eu, que era cavaleiro à época, estava de regresso a casa quando encontrei um pedinte no caminho. Uma tempestade de neve fazia-se sentir à nossa volta. Foi então que, com a minha espada, cortei em dois o meu manto, oferecendo metade ao mendigo. Reza a lenda, lá está, que nesse momento um sol radioso começou a brilhar. Uma espécie de verão de São Martinho, modéstia à parte (risos). E o que é que isso tem a ver com castanhas? Bem, isso é uma excelente questão. É preciso ver que o Dia de São Martinho é festejado um pouco por toda a Europa e que as celebrações variam de país

para país. Na Suécia, por exemplo, come-se ganso assado, imaginem (risos). De facto, em Portugal, há a tradição da jeropiga, da água-pé e das castanhas – uma tradição que penso que já existia nas comemorações do Dia de Todos os Santos. Eu nem gosto muito de castanhas. Prefiro um bom faisão. É um gosto que ficou dos meus tempos de caçador, quando era soldado do império romano, antes de ter escolhido a vida eclesiástica. Há também vários ditados com o seu nome, em Portugal. Um deles tem a ver com vinho… Ah, sim. “No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”, não é? É um provérbio bastante ligado às características de Portugal, um país com muitas adegas, como sabemos. Aliás,

Outra das lendas associadas é o verão de São Martinho… [interrompe] Deixem-me interromper para dizer que estou algo farto de ser responsabilizado pelas ocasiões em que esse verão não se concretiza. Quer dizer, estamos em novembro, estão à espera de quê? E países como Portugal e Itália nem têm muitas razões de queixa. No Reino Unido, a expressão “verão de São Martinho” também existe. Agora tentem fazer com que não chova durante três dias em Londres. [silêncio] Pois, acho que está tudo dito.


10 | Forum Estudante | nov’21 /Cinema

A onda onde navega Squid Game Squid Game é o resultado mais recente de uma estratégia levada a cabo pela Coreia do Sul ao longo das últimas duas décadas. A “onda sul-coreana” ou “Hallyu” procurou afirmar o país como produtor global de cultura pop, através da música, de filmes e de séries. Conhece cinco exemplos de filmes recentes que ajudaram a construir este legado.

No final de 1996, o então presidente sul-coreano Kim Young-sam encontrou especial interesse num dado estatístico – os lucros do filme Jurassic Park tinham superado os do fabricante de automóveis Hyundai. O momento, descrito numa reportagem de 1996 do Los Angeles Times, é apontado como o início de uma estratégia cultural cujo expoente máximo terá acontecido em 2020, quando o filme sul-coreano Parasite, de Bong Joon-ho, foi o primeiro filme falado noutro idioma que não o inglês a vencer o Oscar de “Melhor Filme”. Ao abrigo desta estratégia, durante

as últimas duas décadas, a Coreia do Sul tem apostado na exportação de cultura pop. Os resultados chegaram, desde logo, pela música, com o surgimento de milhões de fãs de K-pop em todo o mundo, por exemplo. Em entrevista ao Diário de Notícias, em julho deste ano, o embaixador sul-coreano em Portugal, Song Oh, explicava que “Portugal não é exceção nesta tendência” que chamou de “onda coreana”, também apelidada de “Hallyu”: “Sempre que visito regiões do país, encontro muita gente que me diz que os filhos são fãs de K-pop”.

Para além do sucesso alcançado através da música – bastará recordar o sucesso global de Gangnam Style, em 2012, ou a popularidade atual dos BTS (Bangtan Boys) – o cinema e a televisão (ou, mais recentemente, as plataformas de streaming) são outro dos pilares desta “onda”. A série Squid Game (recomendada para maiores de 16 anos), por exemplo, já se tornou a série mais vista da história da Netflix. Por outro lado, vários filmes sul-coreanos têm alcançado protagonismo, ao longo dos últimos anos. Conhece, ao lado, alguns exemplos.


11 | Forum Estudante | nov’21 /Cinema

Parasite

Train to Busan

Burning

Depois de vencer a Palma de Ouro em Cannes, em 2019, Parasitas conquistaria os Óscares de 2020, arrecadando quatro estatuetas e tornando-se o primeiro filme de outra língua que não a inglesa a vencer a categoria de “Melhor Filme”. O obra de Bong Joon-ho é um retrato das desigualdades sociais e económicas, misturando registos como a comédia, o thriller, o terror, a sátira ou a tragédia. O enredo acompanha a história de duas famílias de Seoul que vivem em polos opostos do espectro socioeconómico e cujos destinos se tornam profundamente interligados.

Ideal para os fãs de ficção científica, Train to Busan acrescenta um elemento ao género “Apocalipse Zombie” – grande parte do filme passa-se num comboio de alta velocidade. A partir desta premissa, acompanhamos a história de um pai e de uma filha que procuram sobreviver. O filme (recomendado para maiores de 16 anos) foi recebido com boas críticas, que destacaram a forma como mistura elementos de ação mais convencionais com a exploração de temas como a realidade da orfandade ou os desafios da parentalidade.

Enquadrado na categoria de thriller psicológico, Burning (“Em Chamas”) acompanha a história de Jong-soo, um estafeta que reencontra uma antiga amiga do seu bairro. A partir daqui o enredo toma caminhos inesperados que levaram a que o filme fosse considerado um dos melhores de 2018, recebendo vários prémios internacionais. A forma como o filme constrói tensão lentamente, ao contrário de outras películas do género que adoptam um ritmo mais rápido, foi destacada como uma das suas principais riquezas.

Okja

House of Hummingbird

de Bong Joon-ho (2019)

de Bong Joon-ho (2017) O que acontece quando uma jovem tenta salvar uma porca gigante e geneticamente modificada das mãos de uma poderosa multinacional? O resultado é o filme de Bong Joonho – Okja – um filme que oferece um comentário satírico às práticas de crueldade animal tendo por base uma história de amizade e companheirismo. A película foi nomeada pelo The New York Times como um dos 10 filmes mais influentes da década.

Yde eon Sang-ho (2016)

de Bora Kim (2018)

Um drama que se passa em meados da década de 90, House of Hummingbird é centrado em Eun-Hee, uma jovem tímid de 14 anos que se prepara para entrar no liceu. A partir daqui, o filme explora várias complexidades da vida adolescente para ilustrar o crescimento de Eun-Hee. O enredo tem elementos autobiográficos da realizadora Bora Kim, que diz ter procurado, a partir dessa partilha, o retrato de “emoções humanas coletivas”.

de Lee Chang-dong (2018)

Outros filmes da “onda” + Old Boy (+18) + Snowpiercer + The Handmaiden + Memories of Murder + I Saw The Devil (+18) + Peppermint Candy + Take Care of My Cat


12 | Forum Estudante | nov’21 /Inside Job

A rubrica Inside Job vai dar-te a conhecer mais sobre profissões, durante os próximos meses. Conhece por dentro mais dos ofícios de áreas muito distintas.


13 | Forum Estudante | nov’21 /Inside Job

Profissões do teatro e cinema

o que faz…? …um/a cenógrafo/a? Que funções?

O cenógrafo recebe as indicações do diretor artístico e recria o ambiente adequado à ação, tanto em teatro e cinema como em televisão. Desenha esboços, maquetes e plantas. Orienta os trabalhos de adaptação dos cenários naturais e dirige as reparações e transformações bem como a restituição à forma primitiva dos cenários naturais adaptados.

Que requisitos?

Sensibilidade estética, grande criatividade e boa capacidade para trabalhar em equipa de forma a conseguir concretizar o cenário que foi idealizado.

Onde exercer?

O cenógrafo pode trabalhar em todas as áreas relacionadas com o espetáculo, ou seja, cinema, teatro, televisão ou meios digitais.

…um ator/atriz? Que funções?

O ator ou atriz começa por decorar o seu papel, ensaiando-o diariamente durante algum tempo. Cada ator tem o seu próprio estilo, decorrente da sua personalidade e da “escola” que segue ou até do tipo de trabalho, com diferenças vincadas entre teatro, cinema ou na televisão. No Teatro, é necessário o domínio de uma técnica específica de representação, sendo que o ator representa várias vezes, durante uma temporada, o mesmo papel. Já no Cinema o método implica a repetição de cenas, obedecendo a um plano de produção que inclui ensaios e gravações. Por fim, em televisão, o ator ou atriz pode trabalhar com profissionais da área de direção de atores, que orientam e trabalham a representação. Dependendo da longevidade da série ou telenovela, as gravações poderão estender-se por meses e até anos.

Que requisitos?

O ator tem que vestir muitas peles diferentes ao longo da sua carreira, com convicção e autenticidade, pelo

que deve estar muito bem informado sobre o mundo que o rodeia. Deve ter coragem suficiente para enfrentar o público e não se deixar afetar por sentimentos (poderá ter de atuar à hora marcada, independentemente de algum problema pessoal). É importante ter versatilidade e capacidade para vencer novos desafios, capacidade para trabalhar em equipa, além de muita criatividade e imaginação. Mas nada disto funciona sem muito treino e perseverança.

Onde exercer?

Os atores podem trabalhar em diferentes áreas. Para além de companhias de teatro, televisão e cinema, existem ainda oportunidades em agências de publicidade, por exemplo.

…um encenador/a? Que funções?

Um encenador ou encenadora coordena e faz a conceção total do espetáculo. Incentiva e estimula os atores. A partir do momento em que a ideia surge do encenador, trata-se de criar toda uma grande unidade no espetáculo que corporize a sua visão artística.

Que requisitos?

Ter sentido de liderança é uma característica essencial para exercer esta profissão. Isto, como é óbvio, para além de em elevado sentido estético e cénico. O encenador ou encenadora deve ser uma pessoa determinada e capaz de conceber e produzir projetos que envolvam muitos recursos, designadamente humanos, técnicos e financeiros. Deve ainda ser capaz de lidar com a pressão, nomeadamente resultante de prazos, bem como ter capacidade de resolver dificuldades inesperadas.

Onde exercer?

Os encenadores trabalham sobretudo com companhias de teatro e salas de espetáculos, criando e executando espetáculos e coordenando dimensões como a cenografia, a sonoplastia, o guarda-roupa, entre outras.


14 | Forum Estudante | nov’21 /Saberes

O que Ensino A Especia Sabe mais sobre os Cursos Artísticos Especializados, cursos do ensino básico e secundário ideais para quem “apresenta uma vocação nas áreas artísticas” de Música, Dança, Artes Visuais ou Audiovisuais.


15 | Forum Estudante | nov’21 /Saberes

O que são Cursos Artísticos Especializados?

Os Cursos Artísticos Especializados estão definidos pela Agência Nacional da Qualificação e Ensino Profissional (ANQEP) como um percurso de ensino que oferece uma formação especializada a jovens que “revelem aptidões ou talento para ingresso e progressão numa via de estudos artísticos”. Nestes cursos, é possível desenvolver competências sociais, científicas e artísticas enquanto se obtém “um nível básico e/ ou secundário de educação”, acrescentam. Existem três áreas artísticas abrangidas por estes cursos: Música, Dança e Artes Visuais e dos Audiovisuais. Os níveis de ensino existentes – entre básico e secundário – variam para cada uma destas áreas. Se os cursos nas áreas da Dança e Música são um percurso de ensino básico e secundário, já os cursos de Artes Visuais e dos Audiovisuais existem apenas no ensino secundário, com várias especializações: Design de Comunicação, Design de Produto, Produção Artística e Comunicação Audiovisual.

eéo Artístico alizado?

Que regimes de frequência existem?

Existem vários regimes de frequência nos Cursos Artísticos Especializados, no caso da área da Música e da Dança. Em ambos os casos o estudante pode optar por um regime integrado (frequentando todas as componentes do curso num único estabelecimento de ensino especializado) ou pelo regime articulado (as disciplinas são divididas entre uma escola de ensino artístico e uma de ensino geral). No caso da Música, que no ensino secundário inclui as especializações em Instrumento, Formação Musical e Composição, é ainda possível optar por um regime adicional – o supletivo –, quando a frequência se restringe às componentes de formação científica e técnica artística da matriz curricular correspondente.

Como se estruturam os currículos?

A ANQEP detalha que existem quatro pilares formativos na construção dos cursos de Ensino Artístico Especializado do ensino secundário (ver caixa): Formação Geral, Formação Científica,


16 | Forum Estudante | nov’21 /Saberes

Formação Técnica Artística e Formação em Contexto de trabalho (no caso das Artes Visuais e Audiovisuais e da Dança). No final do curso, os alunos realizam um projeto designado por Prova de Aptidão Artística (PAA), que é apresentado e defendido perante um júri. Este projeto deve demonstrar os conhecimentos e capacidades técnico-artísticas adquiridas ao longo do curso.

Quantos estudantes estão matriculados?

A opção por um curso do Ensino Artístico Especializado está longe de ser habitual, no panorama do ensino português. De acordo com os números disponibilizados pela Ministério da Educação, no ano letivo 2019/2020, a nível do ensino secundário, apenas 2740 estudantes se dividiam pelos três cursos existentes em Portugal, neste momento – menos de 1% do total de alunos matriculados. A grande maioria frequentava Artes Visuais e Audiovisuais (88%), seguindo-se Música (10%) e Dança (2%). No ensino básico, o cenário é semelhante. Um total de 2851 estudantes frequentavam estas opções, num total de quase um milhão de alunos matriculados. Destes, cerca de 55% eram estudantes de 3.º ciclo, enquanto 45% estavam matriculados em cursos artísticos especializados de 2.º ciclo. No que diz respeito ao ensino básico, é importante destacar que a Direção-Geral das Estatísticas da Educação e Ciência

(DGEEC) apenas contabiliza os alunos que frequentam os cursos em regime integrado.

E o prosseguimento de estudos?

Para além do Concurso Nacional de Acesso, existe, desde 2020, uma nova via de acesso específica para estudantes de vias profissionalizantes que inclui estudantes de cursos profissionais, cursos de aprendizagem ou cursos do ensino artístico especializado, entre outros. Graças a este concurso especial, existe um número de vagas definido pelas instituições de ensino superior universitárias e politécnicas, que assim passam a poder disponibilizar uma nova via de ingresso nas licenciaturas e mestrados integrados. A candidatura está depende de condições fixadas pelas próprias instituições de ensino superior, sendo que o processo de avaliação e seleção tem de incluir, obrigatoriamente, três elementos: a classificação obtida no final do curso (no mínimo 50%), a classificação na sua prova final, no caso dos Ensino Artístico Especializado, a PAA (no mínimo 20%) e a classificação obtida em provas teóricas ou práticas de avaliação de conhecimentos (no mínimo 30%). Para aceder a este concurso, os candidatos necessitam de ter classificações iguais ou superiores a 95 pontos (escala de 0 a 200) em cada um destes elementos. Podes saber mais sobre esta via de acesso ao ensino superior em forum.pt.

O currículo dos Cursos Artísticos Especializados do ensino secundário Formação Geral

Visa contribuir para a construção “da identidade pessoal, social e cultural” dos alunos. É comum a todos os cursos.

Formação Científica

Duas a quatro disciplinas que têm como objetivo oferecer conhecimentos científicos “consistentes no domínio do respetivo curso”.

Formação Técnica Artística

Duas a cinco disciplinas que visam a “aquisição e desenvolvimento de um conjunto de aprendizagens, conhecimentos, aptidões e competências” necessárias ao perfil profissional visado.

Formação em Contexto de Trabalho

no caso dos cursos das áreas de Artes Visuais e dos Audiovisuais e da Dança, é realizado um período em empresas ou outras organizações para “simulação de um conjunto de atividades profissionais relevantes para a qualificação profissional a adquirir”.

Novo Grupo de Trabalho para os Cursos Artísticos Especializados No início deste ano, o Governo criou o Grupo de Trabalho para os Cursos Artísticos Especializados. O grupo irá analisar a oferta destes cursos, propondo cenários alternativos de ordenação da rede e avaliando o funcionamento atual,

apresentando propostas de melhoria. É ainda objetivo deste grupo propor novos modelos de monitorização e integração, bem como eventuais alterações normativas. O diploma que regula o funcionamento deste novo corpo destaca como

“as medidas estabelecidas nas últimas duas décadas permitiram aumentar o número de alunos” nestas modalidades, promovendo uma “maior articulação entre as escolas do ensino geral e as escolas com Cursos Artísticos

Especializados”. “[Estes cursos] revelam-se hoje participantes ativos no desenvolvimento artístico e cultural da sociedade”, destaca o diploma, sublinhando o aumento significativo do número de estabelecimentos que os oferecem.


17 | Forum Estudante | nov’21 /Deco Jovem Publirreportagem

sitestar.pt 9

O Sitestar.pt está de volta! O concurso da DECOJovem que te dá oportunidade de criar um site numa área do teu interesse está de volta. Mostra a tua criatividade e ganha prémios! Sabe tudo aqui. Na sociedade de hoje os jovens devem ter uma participação mais ativa na Internet, não só como utilizadores, mas também como criadores de conteúdos. Neste sentido, o Sitestar.pt, uma iniciativa DECOJovem com a parceria do .PT, dá a oportunidade aos jovens para criarem sites com conteúdos digitais nas suas áreas de interesse, utilizando a Internet de uma forma criativa, inovadora e segura. Só por participarem, as equipas que apresentem a sua ideia de site podem ganhar um domínio .pt (grátis) durante um ano. O Sitestar.pt é uma excelente oportunidade para os jovens serem autores, criarem os seus próprios conteúdos e divulgarem ideias, atividades e projetos em que estão envolvidos. Por outro lado, as escolas também podem dar a conhecer o seu trabalho!

Quem pode participar?

O Sitestar.pt está aberto a todos estabelecimentos de ensino públicos e privados portugueses bem como organizações ou entidades que de-

senvolvam projetos em contexto de educação informal que envolvamos jovens, desde que aderentes à rede de escolas DECOJovem. Existem vários escalões em que podes concorrer (ver caixa) e diferentes categorias a concurso. Os participantes do Escalão 1 têm três categorias à disposição, podendo criar sites sobre os temas “Alimentação saudável para todos”, “Gerir bem o dinheiro”, “Para um consumo sustentável”, “Os meus direitos”. Já os alunos pertencentes ao Escalão 2 podem desenvolver sites sobre interesses, atividades, iniciativas e projetos em que estão envolvidos e que querem divulgar e dar a conhecer ao mundo, desde que se enquadrem em três categorias: “Escola mais digital” (sites sobre saberes, experiências e trabalhos realizados em contexto escolar), “Faz a diferença” (sites que divulguem iniciativas de voluntariado e inclusão social onde os jovens tenham uma participação ativa e se encontrem envolvidos a partir da escola ou na sua comunidade) e “Jovens com Talento” (sites dedicados

às expressões artísticas – como música, teatro, pintura, etc. – assim como atividades desportivas em que os jovens participem e que pretendem promover).

Atenção aos prazos!

Numa primeira fase, a inscrição da equipa e apresentação da proposta de site pode ser feita até dia 14 de dezembro de 2021. A lista das propostas selecionadas, que irão receber o voucher 3 em 1 (ferramentas para construção do site) será divulgada a 24 de janeiro de 2022. As equipas terão até 29 de abril para construir e apresentar os sites nomeados nas diferentes categorias. Os melhores sites serão premiados! Há 3 prémios para os melhores sites do Escalão 1 e para cada uma das categorias do Escalão 2. Computadores, drones, colunas de som são alguns exemplos. Os professores que acompanham as equipas também serão premiados. Para participar, devem ler atentamente o regulamento em www.sitestar.pt, acedendo à área do professor em www.decojovem.pt.

Que escalões existem no Sitestar? Escalão 1

Alunos com idades compreendidas entre os 13 e 15 anos e/ou a frequentar o 8º e 9º anos letivos.

Escalão 2

Alunos com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos e/ou a frequentar o ensino secundário regular, profissional e de aprendizagem e de projetos de competências de inclusão social.


18 | Forum Estudante | nov’21 /Fama

Bárbara Entrevista a

Tinoco

mulher «Gosto de pôr a

fora do papel da menina inocente»


19 | Forum Estudante | nov’21 /Fama

Aos 22 anos, Bárbara Tinoco prepara-se para pisar os palcos dos coliseus, com atuações em Lisboa, no Porto e em Ponta Delgada. Os concertos servem de apresentação de “Bárbara,” o seu primeiro álbum, lançado a 22 de outubro. Em entrevista à FORUM, a artista partilha o seu processo criativo e conta como este trabalho foi também uma autodescoberta: “[Este álbum] sou eu a descobrir-me [...] enquanto pessoa, compositora, mulher, artista”.

Entrevista por Joana Silvério

Estudaste Ciências Musicais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa, que saberes é que achas só encontras num curso no ensino superior? Eu acho que a faculdade é muito importante e quando era mais nova não

«As canções às vezes são só um desabafo [...] E depois há canções que surgem da vontade de falar sobre certas coisas, em que tens algo específico a dizer» percebia a importância de estudar. Eu não queria ir para o ensino superior e ainda bem que os meus pais me obrigaram a ir, porque são anos mesmo importantes na nossa formação. A faculdade dá muitas ferramentas, desenvolve o trabalho de equipa, a forma de estar com os outros e contigo – são os últimos anos antes de ser adulto.

Que memórias tens dos tempos em que estudavas? Eu sou uma pessoa muito pouco académica no espírito. Não bebo álcool, não saio à noite, não vou a discotecas. Não me identificava com a praxe, porque não sou boa em dinâmicas de grupo, mas acho que é um bom ambiente para fazer amigos. As minhas memórias são, sobretudo, dos meus amigos, de ficar à conversa no café. Lembro-me da comida do café, porque amava, e lembro-me das pessoas que trabalhavam lá, que eu adoro. Que tipo de aluna eras? Sempre fui uma aluna bastante medíocre, porque tenho uma aprendizagem muito seletiva, e só consigo concentrar-me naquilo que adoro, e não adoro estudar. Havia pessoas que diziam “quando começares a trabalhar, vais ter saudades de estudar”, e eu não tenho. Adoro trabalhar, adoro fazer coisas. Quem escolheu “Bárbara,” para nome do álbum? Foste tu ou o teu pai, que costuma dar nome a muitos dos teus projetos? O meu pai deu o nome à maior parte das canções do álbum, porque ele é

bom a fazer isso e eu não sou, mas o título fui eu que escolhi. Apesar de muitas pessoas dizerem que escolhi mal, eu acho que este é o título certo para este álbum. Este é um álbum que é muito de mim para mim, irrepetível, inocente, genuíno. É quase o início de uma carta, de uma mensagem, “Bárbara,”, e estou eu a falar comigo. Sou eu a descobrir-me, a descobrir a minha sonoridade, sou eu enquanto pessoa, compositora, mulher, artista, sou eu enquanto menina de 16 anos no meu quarto. O que descobriste sobre ti com o álbum? Eu costumava pensar que para ser compositor e artista é preciso ser corajoso, ter coragem para dizer coisas e falar sobre elas. Quando tive de cantar as canções à frente da minha banda, apercebi-me de que tinha vergonha de algumas, e pensava que podia ter guardado aquela canção para mim, porque o sentimento era feio. Mas ter vergonha de cantar significa que essa canção é importante e que é preciso ser corajoso e lançar na mesma. No álbum, há duas que acho que são as mais difíceis: uma chama-se “O teu namorado” e a outra “Tragédia”.


20 | Forum Estudante | nov’21 /Fama

Porque é que o álbum não tem parcerias? Quando comecei a juntar as músicas para o álbum, apercebi-me de que tinha muitas colaborações e de que já tinha escrito aquelas canções mais crescida, com mais maturidade e com outra visão sobre o que é a minha profissão. E não quis estragar a inocência e genuinidade deste álbum com coisas que criei nessa fase. Então, decidi que as colaborações ficavam todas no EP, que vou vender juntamente com o álbum. Como é o teu processo criativo? É uma cena um bocado difícil. Agora, mais crescida, as canções às vezes são só um desabafo, que precisas de escrever e nem sabes se vais lançar ou não. E depois há canções que surgem da vontade de falar sobre certas coisas, em que tens algo específico a dizer. Que mensagens queres transmitir? Gosto de pôr a mulher fora do papel da menina inocente, gosto de dizer asneiras porque eu digo muitas, assim como toda a gente na nossa geração. Lá fora, dizem imensas e as canções passam na rádio, os rappers dizem imensas e eu também digo. É genuíno em mim e há coisas que não substituem um palavrão.

Qual é a tua banda sonora neste momento? Eu ouço muito a música recente, mas ouço maioritariamente pop, que é o que me dá prazer. Ouço todas as músicas portuguesas que saem e todas as que saem lá fora. E depois ficam aquelas que me chamam mais a atenção na última sexta, que é o dia em que são lançados os álbuns. Se tivesses de escolher dois pais na música, quem seriam? Escolhia o Miguel Araújo, que é a minha maior influência na música, e a Suzanne Vega. São dois compositores que contam histórias nas canções e que marcaram muito o meu estilo de composição. Eu acho que sou filha do folk americano e do folk português. Ganhaste, recentemente, o Globo de Ouro de Melhor Intérprete, que achavas que não merecias... É verdade, fizeram-me essa maldade. Eu estava nomeada para três categorias e achava que aquela era a que eu não merecia, em que estavam nomeados a Carolina Deslandes, que fez um projeto incrível no ano passado, o Camané e o Dino d’Santiago. Nos primeiros três segundos, pensei “não acredito que me fizeram isto, eu nem

sei como agradecer este prémio”, porque é difícil agradecer um prémio que sentes que não mereces. Mas foi importante para mim, para eu perceber que sou artista. Numa entrevista passada, referiste que a melhor forma do público descrever o teu concerto seria com a frase “foi bué divertido”. Continuas a achar o mesmo? Sim, eu acho que sim. Quero que as pessoas saiam de lá a dizer “gostei bué”, “diverti-me”, “fez-me pensar nisto” ou “aquela música emocionou-me”. No fundo, quero que as pessoas falem dos espetáculos como eu falo quando saio deles, porque mesmo quando estás a ter um dia triste e mau, sais dali com uma alegria que não se explica. O que dizes a quem tem o sonho de um dia ser artista? Digo que não existem sonhos estúpidos e que temos de nos conhecer bem, perceber se temos jeito para aquilo ou não, e arriscar, ser corajoso. Há coisas na vida que tu és ou não és. Não se é compositor por fazer uma canção, é algo de que precisas, e ser artista é igual, não há meios termos. É encontrar o teu sítio, seja ele qual for.

«[…}gosto de dizer asneiras porque digo muitas, assim como toda a gente na nossa geração […] É genuíno em mim e há coisas que não substituem um palavrão»


21 | Forum Estudante | nov’21 /30 anos Forum

30 anos de FORUM São 30 anos, quase 11 mil dias, mais de 262 mil horas. Muitos momentos, feitos e conquistas cabem neste espaço de tempo. Reunimos alguns dos principais marcos históricos, para que saibas tudo sobre o percurso da FORUM ESTUDANTE.

A tua música desde 1991


22 | Forum Estudante | nov’21 /30 anos Forum

1992 » Missao Paz em Timor (março de 1992)

Missão Crescer em Esperança (novembro de 1992)

A aventura mais longínqua da Forum Estudante

Oferecer ajuda em tempos de guerra

Em março de 1992, um velho barco – o Lusitânia Expresso – navegou mais de 17.000 quilómetros até Timor. A bordo seguiam 120 estudantes de 23 países. O objetivo daquela que foi a primeira missão da então recém-fundada FORUM ESTUDANTE era chamar a atenção da comunidade internacional para a situação vivida pelos timorenses com a ocupação indonésia. Os estudantes seriam intercetados por três fragatas de guerra indonésias que bloquearam o acesso à costa. “Não chegámos a Timor, mas cumprimos a nossa missão – colocar Timor na agenda internacional”, disse então o fundador da FORUM ESTUDANTE, Rui Marques, aos restantes tripulantes.

Entre abril de 1992 e 1995, estima-se que 100 mil pessoas tenham morrido na Guerra da Bósnia. O número de refugiados rondou os 2 milhões de pessoas. Para dar resposta ao sofrimento causado pelo conflito bósnio, a FORUM ESTUDANTE promoveu o acolhimento de mães e crianças refugiadas da guerra em Portugal, mobilizando a sociedade civil para a “Missão Crescer em Esperança”. Empresas, famílias e instituições estatais uniram esforços para acolher e ajudar centenas de pessoas.

« 2005

« 2000

Guia das Profissões (2005)

Guia dos Mestrados (2000)

Edição #100 (fev. 2000)

Apresentar profissões aos estudantes

Uma publicação para além do diploma

Lição número 100

Desde o início, a FORUM ESTUDANTE assumiu-se como um projeto sobre “cursos, escolas e profissões”. Em 2005, um projeto da Forum Estudante, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, colocava precisamente os mundos dos ofícios em destaque. A coleção “10 profissões” apresentava volumes temáticos com informação especializada sobre um conjunto de profissões (acesso, competências, formações, etc.) ligadas a interesses como “mudar o mundo”, “trabalhar com números” ou “trabalhar sem patrões”.

Foi em 2000 que a FORUM ESTUDANTE lançou a primeira edição do Guia de Mestrados e Pós-Graduações, a publicação que dá a conhecer a oferta disponível em Portugal na área da Formação Avançada (Pós-Graduações, Especializações, Mestrados ou Doutoramentos) a todos os alunos do Ensino Superior. Ao longo das suas páginas, os estudantes contactam ainda com artigos de fundo sobre temas relevantes nesta matéria como, por exemplo, o estatuto de trabalhador-estudante, a mobilidade internacional ou atividade científica.

É editada a centésima edição da revista FORUM ESTUDANTE.


1993 »

1994 »

Missão Boa Esperança (maio de 1993)

Revista Forum Ambiente (março de 1994)

Uma rota de Esperança para Moçambique

A primeira revista sobre ambiente em Portugal

A 26 de abril de 1993, em cooperação com a TVI e outros parceiros, a FORUM ESTUDANTE iniciou a “Missão Boa Esperança”, cujo o objetivo era levar a cabo uma recolha de bens juntos dos estudantes portugueses para ajudar alimentar de emergência e desenvolvimento de Moçambique. Cada aluno contribuiu com, pelo menos, um saco de arroz e um livro. “Os estudantes portugueses também têm uma palavra a dizer”, afirmava então a FORUM, em 1993.

Um dos marcos mais importantes da FORUM ESTUDANTE teve lugar em março de 1994, com a criação daquelas que foi a primeira publicação sobre sobre ecologia em Portugal – a Forum Ambiente. “A nossa informação anda sempre à volta do mesmo: a Terra, a nossa terra, a sua terra”, explicava então a revista de periodicidade mensal, que assumia o slogan “Direito à Terra, direito à informação”. A partir de dezembro de 1994, para além da revista, era ainda publicado semanalmente o jornal Forum Ambiente como suplemento do Correio da Manhã.

« 1997

« 1995

Forum.pt (1997)

Cyber.net (1995)

A Forum chega à Internet!

Os primeiros passos digitais

A meio de 1997, a FORUM ESTUDANTE funda a sua presença digital, com o lançamento da primeira versão do website forum.pt. O portal apresentava os vários projetos do Grupo Forum, reunindo notícias e informações úteis. Um dos projetos destacados, criado nesse mesmo ano, era o Musicnet, o primeiro magazine online sobre música editado em português, incluindo músicas, agenda, entrevistas, críticas de discos e informação sobre bandas e escolas de música.

Em 1995, quando a Internet era ainda uma realidade quase sem expressão em Portugal, a FORUM ESTUDANTE apostou na criação da revista cyber.net, que apostava num suporte de multimédia interativo de entretenimento e educação. A revista incluía um CD-ROM, com o nome Inter@ctivo, que se assumia como uma publicação própria que incluía jogos, software, demos, reportagens interativas, entre outros. Este foi o primeiro passo da FORUM ligado ao mundo digital.

Viaja aqui na primeira versão do site forum.pt!


24 | Forum Estudante | nov’21 /30 anos Forum

2008 »

2010 »

Edição #200 (junho 2008)

Guia e Missão Primeiro Emprego (2010)

Hands On Approach vão à Escola com a Forum

Apoiar a entrada no mercado de trabalho

No início de Maio (de 2008), a FORUM ESTUDANTE, com o apoio da Life Tech, levou a banda a duas escolas: a Secundária de S. João do Estoril e a José Gomes Ferreira, em Benfica (Lisboa). Uma espécie de mini-concerto para animar o pessoal e onde todos cantaram conhecidos temas como “My Wonder Moon”, “If You Give Up” e “Let´s Be In Love”.

« 2021

Editado pela primeira vez em 2010, o Guia do Primeiro Emprego assume-se como uma ferramenta fundamental para quem se prepara para, pela primeira vez, entrar no mercado de trabalho. Isto porque leva aos estudantes e diplomados informação útil sobre, por exemplo, técnicas de procura de emprego, competências valorizadas por empregadores e empreendedorismo. Esta publicação está integrada no projeto Missão 1.º Emprego da Forum Estudante, um projeto criado em 2010 que engloba conferências, job parties e workshops para estudantes.

« 2020

Guia do Voluntariado (2021)

Transforma Portugal (2020)

Edição #300 (nov. 2017)

Um novo guia no Universo Forum

Ajudar os estudantes a fazer a diferença

Como sobreviver na Internet

No final de setembro de 2021, decorreu o lançamento de uma nova publicação da revista FORUM ESTUDANTE – o Guia do Voluntariado. Este primeiro número, que conta com o apoio da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), foi distribuído em instituições de ensino superior e nas lojas Ponto JA do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ). A publicação foca várias dimensões da atividade voluntária, detalhando a importância e mais-valias do voluntariado, esclarecendo dúvidas frequentes e apresentando canais e plataformas que permitem encontrar oportunidades.

Foi no dia 14 de janeiro de 2020 que a FORUM ESTUDANTE lançou a plataforma Transforma Portugal, juntamente com o Movimento Transforma Brasil. O projeto visa fazer o encontro entre as necessidades as instituições que realizam ações de voluntariado e o interesse dos estudantes portugueses. Para além desta valência, a plataforma apoiou financeiramente mais de 700 jovens e 150 projetos de combate às consequências da pandemia da Covid-19. O projeto continua e está aberto às inscrições de estudantes e instituições interessadas, através do website transformaportugal.pt. A quantidade de notícias falsas espalhadas pela internet continua a crescer. Os títulos enganadores também fazem parte do panorama. Como podemos proteger-nos?


2013 » Semana Tanto Mar (2010)

Consórcio Maior Empregabilidade (2013)

A primeira Academia Forum!

Criada a primeira rede colaborativa

O dia 1 de setembro de 2010 é um marco histórico na história mais recente da FORUM ESTUDANTE. É nesse dia que se inaugura a primeira Academia Forum Estudante – a Semana Tanto Mar, em Peniche. Desde então, o portfólio de academias da FORUM cresceu, com dezenas de edições realizadas um pouco por todo o país. O conceito continua a ser o mesmo: oferecer aos estudantes de todo o país a possibilidade de passar uma semana de atividades, para conhecer melhor cursos e profissões de diversas áreas. No total, cerca de 5000 estudantes já passaram pelas Academias Forum, que continuam a ser uma realidade. Visita forum.pt, para conheceres as tuas opções!

« 2017 Criação do ORSIES (2017)

Uma nova rede para a responsabilidade social

ORSIES

OBSERVATÓRIO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Dando continuidade ao trabalho de promoção de redes colaborativas, em fevereiro de 2017, a FORUM ESTUDANTE funda o Observatório da Responsabilidade Social e Instituições de Ensino Superior – um projeto que visa o estudo e a partilha de boas práticas numa área que, poucos anos depois, seria central na resposta à pandemia da Covid-19.

Em 2013, a FORUM ESTUDANTE inaugura uma nova área de atividade – a promoção de redes colaborativas, constituídas por instituições de ensino superior públicas e privadas, tendo em vista o estudo conjunto de uma área para benefício mútuo e da sociedade. Este trabalho começou com o Consórcio Maior Empregabilidade que continua a realizar estudos, conferências e iniciativas que visam promover a empregabilidade dos recém-diplomados do Ensino Superior.

« 2013 Primeira edição Capital Jovem da Segurança Rodoviária (2013)

Um programa para salvar vidas Em 2013, em Coimbra, a FORUM realizou a primeira edição da Capital Jovem da Segurança Rodoviária – um programa anual que visa sensibilizar os jovens para as ameaças da sinistralidade rodoviária (o risco de morte em acidentes rodoviários para os jovens é 30% superior ao resto da população). Promovida em parceria com o Automóvel Club de Portugal (ACP), BP Portugal e Brisa, esta iniciativa conta com 8 edições realizadas, passando por Coimbra, Braga, Aveiro, Leiria, Porto, Viseu, Castelo Branco e Lisboa. Em 2021/2022, será a vez de Cascais ser Capital Jovem da Segurança Rodoviária.


26 | Forum Estudante | nov’21 /30 anos Forum

Diz quem foi…

testemu

nhos

A Forum dos estudantes

Desde o início, a FORUM encontrou várias formas de se relacionar com estudantes de todo o país. A experiência mais recente é a dos Animadores Forum Estudante que, desde 2008, representam a FORUM na sua comunidade escolar, promovendo a revista e as suas iniciativas, bem como participando em diversas atividades. Ao longo dos últimos anos, são muitos os estudantes que se ligaram à FORUM. Em 13 anos, por aqui passaram centenas de representantes de diversas gerações. Desde então, continuaram os seus percursos em diferentes áreas, guardando para sempre esta experiência comum. Sabe mais sobre a experiência de alguns destes animadores, que ajudaram a fazer a história da FORUM. Este projeto continua a existir, hoje com o nome Embaixadores Forum Estudante. Através desta experiência, poderás fazer novas amizades e ter acesso a oportunidades enriquecedoras (lúdicas e pedagógicas), bem como a prémios ou passatempos exclusivos. Caso queiras pertencer a esta rede, utiliza o QR Code que disponibilizamos.

Queres ser um Embaixador Forum Estudante? Representa a FORUM na tua escola e poderás ter acesso a oportunidades únicas. Preenche o formulário que disponibilizamos aqui:

«Uma experiência que mudou a nossa vida» Nome: Francisco Pinto/Patrícia Sesmarias Pinto Idade: 25 anos Cidade: Porto/Lisboa Profissão: Engenheiro Informático/ Gestora de Marketing e Comunicação Termos feito parte da família Forum com um orgulho enorme. Representou claramente uma experiência que mudou a nossa vida. Foi na Semana Tanto Mar que nos conhecemos, e mal sabíamos que iríamos casar passadoa uns anos. Uma experiencia única, obrigado Forum!

«Construí amizades que permanecem» Nome: António Lima Grilo Idade: 31 anos Cidade: Sierre, Suíca Profissão: Engenheiro de Processos Biofarmacêuticos A Forum Estudante e eu temos quase a mesma idade, mas foi no secundário que me interessei mais pela revista. No 12º ano, abracei o desafio de ser um dos 100 animadores que fizeram a ponte entre as escolas e a revista. Inesperadamente, demos por nós na praia de Porto-Seguro, no Brasil, a construir amizades que permanecem. Obrigado, Forum! Venham mais trinta!


27 | Forum Estudante | nov’21 /30 anos Forum

«A Forum foi uma família, com novos amigos que mantenho até hoje» Nome: Andreia Carmona Idade: 27 anos Cidade: Lisboa Profissão: Enfermeira

«Ganhei confiança, espírito de liderança e amizades» Nome: Cláudia Paiva Idade: 31 Anos Cidade: Satão, Viseu Profissão: Documentalista Sempre fui um ratinho de biblioteca e numa das minhas idas à Biblioteca da escola, enquanto lia a Revista Forum Estudante, vi que precisavam de animadores. Inscrevi-me em 2013 e comecei a participar ativamente com a revista. Participei em vários encontros, e semanas e cheguei mesmo a ser monitora. Com esta experiência ganhei muita confiança, espírito de liderança e muitas amizades que ainda hoje posso contar.

«Guardo memórias, amigos e experiências incríveis» Nome: Manuel Pestana Machado Idade: 29 anos Cidade: Lisboa Profissão: Jornalista Ser animador e, por uma edição, chefe de redação da FORUM ESTUDANTE até, foi crucial para ser quem sou hoje. Graças à FORUM, guardo memórias, amigos e experiências incríveis. Fui ao fundo do mar e naveguei numa Fragata no primeiro Tanto Mar, andei com precursores dos iPhone para estar “Always On” e até disse “Faça-se Justiça”, entre tantas outras experiências. A FORUM é um projeto do qual tenho um enorme orgulho de ter feito parte e me fez escolher ser o que sou hoje: jornalista.

A Forum Estudante foi para mim não só uma revista que acompanhou o meu secundário mas também uma família. Consegui ultrapassar algumas inseguranças sociais e criar novos amigos que mantenho até hoje. Por todas as experiências que proporcionaram como a Semana Tanto Mar, Student Drive Camp, conheci participantes, amigos que se mantêm e a família que é toda a equipa que está por detrás desta grande revista. Obrigada, Forum Estudante, por mudares a minha vida! Parabéns para esta nossa família!


28 | Forum Estudante | nov’21 /30 anos Forum

“Uma experiência enriquecedora” Nome: Daniel Aldeano Idade: 26 anos Cidade: Coruche Profissão: Operador de Máquinas Hoje olho para os dias com a Forum Estudante como uma experiência enriquecedora, que não só me permitiu conhecer novas pessoas e locais, mas acima de tudo ajudar-me a criar e a cimentar aquelas que ainda hoje são as minhas bases multiculturais e éticas. São muitas as vezes que ainda hoje recordo o porquê de querer fazer parte desta família. Hoje, enquanto adulto, continuo a manter contacto com muitas das pessoas que conheci através das Academias Forum e do grupo de animadores.

«A Forum marcou-me muito» Nome: Inês Matias Idade: 27 anos Cidade: Lisboa Profissão: Gestora Perco a conta aos momentos tão bons que vivi. De andar de fragata, a entrevistar a Catarina Furtado, a conhecer jovens de todo o país, a fazer surf, a andar de kart, a aprender uma variedade de assuntos. A Forum marcou-me muito! Hoje ainda mantenho contacto com algumas, das muitas que conheci, mesmo passados 10 anos. E é tão bom ver que nos tornamos grandes profissionais em áreas tão distintas, sendo que a Forum também contribuiu para isso. Parabéns à Forum e em especial ao Sr. Dr. RuI Marques pela tremenda inspiração que nos transmite por aprender e marcar a diferença. E um obrigada ao Vítor Leites por toda a boa disposição, amizade e dinâmica que tinha com todos nós animadores. Espero que venham mais 30!

“Sou um embaixador orgulhoso da Forum” Nome: Sharad Poudel Idade: 23 anos Cidade: Estocolmo Profissão: Estudante Conhecer a Forum Estudante foi melhor coisa que me aconteceu, depois de ter chegado a Portugal, vindo do Nepal, em 2014. A Forum teve um papel crucial na minha integração na sociedade portuguesa e para que o meu percurso académico fosse cheio de êxitos e aventuras. Tudo começou com a participação na edição de 2015 da academia Leiria-In. A partir daí, comecei a minha jornada fantástica de participar noutras atividades da Forum e de ser animador. Hoje, sou um embaixador orgulhoso da Forum.


29 | Forum Estudante | nov’21 /30 anos Forum

30 anos depois… Texto de Rui Marques, Fundador e CEO da Forum Estudante Muitas histórias começam com um “Naquele tempo…”. Sim, naquele tempo, em 1991, quando esta aventura da Forum Estudante começou, o entusiasmo e a vontade de inovar eram enormes. Tratava-se de criar a primeira revista para estudantes em Portugal, num formato que pudesse corresponder às suas expetativas. Mas queríamos, mais do que uma revista, uma forma de intervenção social. Tínhamos o desejo de lutar por um mundo melhor. E, passo a passo, fomo-lo fazendo. Trinta anos depois, aqui estamos com o mesmo entusiasmo e sempre a (re)criar. Ao longo destas décadas vimos muita coisa acontecer. Vimos nascer a internet, com tudo o que hoje oferece, acolhemos os primeiros telemóveis e assistimos à generalização do uso dos computadores pessoais. Entusiasmámo-nos com as mudanças na União Europeia, que hoje nos permitem viajar sem fronteiras, ter uma moeda única ou poder beneficiar

dessa experiência tão valiosa que é o Erasmus. Angustiámo-nos com os novos desafios das alterações climáticas, do terrorismo internacional, das novas pandemias como o Covid-19. Em todas as estações aqui estivemos. Fizesse sol ou fizesse chuva. O último ciclo, com o impacto dos confinamentos do Covid-19, foi muito exigente mas, uma vez mais, sobrevivemos. Isso deveu-se, em primeiro lugar, aos profissionais que foram construindo este projeto. Foram centenas as pessoas que deixaram aqui a sua marca, com dedicação e profissionalismo, aos quais queremos, sempre e uma vez mais, agradecer. Mas há uma palavra especial para a equipa que, hoje em dia, torna possível este projeto. O vosso exemplo de persistência e de compromisso gera uma energia que tornará possível delebrar os próximos trinta anos, pelo menos. Entre os que construíram este projeto destaco como símbolo de tudo o que a Forum Estudante sempre quis ser, o Eng. Roberto Carneiro, o nosso pre-

sidente durante grande parte destas três décadas. A homenagem que lhe é devida nesta efeméride não cabe em simples palavras de gratidão, mas não as dispensa. Aqui ficam registadas nesta edição especial dos 30 anos. Também quero ter presente os nossos parceiros, desde logo as instituições de ensino superior. Com elas temos feito caminho ao serviço dos estudantes. A elas somam-se tantas outras instituições que connosco desenvolvem projetos de cidadania e de capacitação dos jovens. A todas, o nosso muito obrigado.

Finalmente, quero deixar aos nossos leitores a certeza que é por cada um de vós que aqui continuamos. A dar o nosso melhor. A ir ao vosso encontro. A fazer a Forum Estudante.


30 | Forum Estudante | nov’21 /30 anos Forum

Max Stahl Apesar de tudo, precisamos de heróis. Não só super-heróis imaginários de banda desenhada, mas os verdadeiros, de carne e osso. Max Stahl foi um fotógrafo / jornalista que entrou para essa galeria de heróis ao ter tido a coragem de filmar, em Dili /Timor-Leste, um ato bárbaro do exército indonésio ao disparar sobre uma manifestação pacífica de jovens. Estávamos em 12 de Novembro de 1991 e, essas imagens,

posteriormente enviadas para todo o mundo, mostraram o que estava a acontecer em Timor. Desde 1975, com a invasão pela Indonésia, desenvolvia-se um genocídio em larga escala, perante um povo indefeso. Estas imagens de Max Stahl permitiram o despertar do mundo para o que estava a acontecer. Em Portugal, a Forum Estudante, lançava, na sequência desta tragédia, a missão Paz em Timor / Lusitânia

Expresso, de solidariedade com o povo timorense. Max Stahl deixou-nos a poucas semanas de se completarem trinta anos sobre o 12 de Novembro de 1991. Aqui fica a nossa homenagem a um verdadeiro herói, que nunca deixou de lutar pelo que era justo, custasse o que custasse. Rui Marques

▲ Montanhas de Timor-Leste, 1991. Max Stahl com David Alex, 30 anos, ex-professor e comandante da 2.ª unidade, elemento-chave das FALINTIL, resistência armada timorense



32 | Forum Estudante | nov’21 /IEFP Publirreportagem

Sabe tudo sobre

a participação portuguesa no EuroSkills 2021 Na sétima edição do Campeonato Europeu das Profissões, em Graz, na Áustria, Portugal conquistou a 8.º posição. Sabe mais sobre o desempenho dos jovens portugueses que resultou em várias medalhas. Ao longo da cerimónia de encerramento do EuroSkills 2021, no centro cívico de Graz Stadthalle, na Áustria, Portugal subiu ao pódio 3 vezes. As viagens dos jovens que integraram a comitiva portuguesa foram realizadas para receber uma medalha de ouro, uma medalha de prata e uma medalha de bronze. Portugal conquistou ainda 6 medalhas de excelência – atribuídas sempre que a classificação é igual ou superior a 700 dos 800 pontos correspondentes à pontuação máxima. Realizado na Áustria, na cidade de Graz, a edição de 2021 do EuroSkills decorreu de 23 a 25 de setembro e juntou 400 concorrentes em 48 profissões (38 em competição e 10 em demonstração). No total, 19 países europeus participaram, juntamente com três nações convidadas: Albânia, Emirados Árabes Unidos e Tailândia. Portugal foi representado por 18 jovens em 15 profissões e um total de 21 jurados (8 dos quais com funções de presidentes de júri/presidentes de júri assistentes).

Complexidade e emoção

Pela sua complexidade logística e por todos os equipamentos e ferramentas necessários para competição e demonstração, os campeonatos das profissões são, em circunstâncias normais, eventos já por si muito

desafiantes. O adiamento do EuroSkills Graz de 2020 para 2021 e os desafios contínuos das restrições das viagens relacionadas com a COVID-19, dificultaram ainda mais o planeamento e a preparação do evento. Este trabalho foi finalmente compensado, com os países membros, concorrentes, jurados, entidades de educação e formação e apoiantes, reunidos na cerimónia de

encerramento. Como já é tradição, o prémio mais cobiçado – o Melhor da Europa – foi atribuído no final da cerimónia. Mas a entrega do prémio deste ano foi ainda mais emocionante do que o normal. Em reconhecimento pelo compromisso de longa data com o desenvolvimento de competências do ex-presidente da WorldSkills Europe e do presidente da WorldSkills, Jos de Goey, que faleceu repentinamente em 2020, o Prémio Best in Europe foi renomeado em sua homenagem.

O primeiro Prémio Jos de Goey de Melhor da Europa 2021 foi entregue a dois concorrentes da Rússia, pela esposa de Jos, juntamente com Josef Herk, Presidente da Câmara Económica da Estíria. “Não há nada mais poderoso do que jovens que estão profundamente empenhados nas suas competências, tarefas, profissões e no seu futuro”, disse Josef Herk. “Hoje sinto-me honrado. Tenho orgulho em agradecer a todos vós. Vocês iluminaram o EuroSkills. Foram as verdadeiras estrelas e cada um de vocês representa o espírito do EuroSkills. Um espírito que diz ‘Não desistas. Sê forte e be part of it [alusão a um dos motes da competição]. Esta é a mensagem que queríamos enviar aos jovens de toda a Europa.” A cerimónia de encerramento concluiu com a passagem da bandeira para o país anfitrião da 8.ª edição do Campeonato, a Rússia, que irá organizar o EuroSkills São Petersburgo, em agosto de 2023. Antes disso, para a equipa portuguesa, terminado o campeonato europeu, começam agora a desenhar-se os contornos da participação no campeonato mundial que se realiza de 12 a 17 de outubro de 2022, em Xangai.


www.iefp.pt

Resultados de Portugal

«Consegui um resultado histórico para Portugal»

Medalha de Ouro

oão Teixeira, do CENFIM de ErJ mesinde, em Engenharia Mecânica

Conhece o testemunho de João Teixeira, do CENFIM de Ermesinde, vencedor da Medalha de Ouro e do Prémio Best of the Nation Esta foi uma semana inesquecível, recheada de bons e maus momentos onde o stress e a ansiedade estavam ao rubro todos os dias. Uma semana onde conheci novas culturas, pessoas incríveis, e acima de tudo me diverti imenso. Consegui trazer um excelente resultado a nível pessoal, mas acima de tudo um resultado histórico para Portugal.

O ouro no campeonato Europeu era um sonho, desde o momento em que soube destes campeonatos. Inscrevi-me no Campeonato Nacional das Profissões, como qualquer aluno do ensino profissional pode fazer. A partir desse momento, dei o meu máximo e este esforço valeu-me o primeiro lugar no campeonato nacional apurando-me para as competições internacionais. A partir daí, continuei a trabalhar e a melhorar todas as minhas capacidades para atingir o sonho! No dia 26 de setembro de 2021, consagrei-me Campeão Europeu na profissão 05 - Mechanical Engineering - CAD, no EuroSkills2021, em Graz, na Áustria, conquistando a tão ambicionada Medalha de Ouro. Nos dias de provas desenvolvi projetos de CAD, impressão 3D (3D Print) e projetos de engenharia reversa a partir de scanner 3D (3D Scanning). A par desta distinção, recebi o prémio Melhor da Nação (Best of the Nation), que distingue o melhor resultado obtido entre todas as profissões da Seleção Portuguesa.

Medalha de Prata

enedita Rua, da Escola de B Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego, em Serviço de Mesa/Bar

Medalha de Bronze

Beatriz Julião e Niuka Oliveira, do MODATEX Lisboa e Porto, respetivamente, em Tecnologias da Moda

Medalhas de Excelência

runo Reis, do IEFP de Coimbra, B em Desenho Gráfico Hugo Geraldo, do CENFIM do Porto, em Refrigeração e Ar Condicionado João Ferreira e Rodrigo Costa, do CENFIM de Torres Vedras, em Mecatrónica Industrial Pedro Ribeiro, da ATEC, em Soldadura Samuel Santos, da Insignare, em Cozinha Seomara Cabrita, do IEFP de Portimão, em Estética


34 | Forum Estudante | nov’21 /Transforma Portugal

TRANSFORMA

Mais Comunidade Uma nova alegria

No Minho, o projeto “Mais Comunidade” procurou melhorar a qualidade de vida dos mais velhos. Estudantes de Gerontologia do Politécnico de Viana do Castelo quiseram por à prova os seus conhecimentos e combater a solidão. Por Rúben de Matos

Grande parte dos projetos apoiados pelo Transforma Portugal são fruto de uma situação que poderia ser paralisadora, mas que, pelo contrário, culminou em ideias e respostas inéditas. O “Mais Comunidade” não foge à regra. Num curso que vive tanto da parte prática como o de Gerontologia, a impossibilidade de a realizar tornou necessária uma alternativa. Cinco alunas, onde se inclui Mariana Malheiro, confrontadas com um estágio por completar e o fecho total dos centros de dia, decidiram por mãos à obra e encarar o problema como uma oportunidade. “Queríamos muitos desenvolver um projeto em grupo. Vimos que o Transforma estava à procura de projetos e que os centros de dia estavam fechados. Por isso, tentámos preencher essa lacuna”, resume. Numa primeira fase, o processo passou pela identificação de quantos centros de dia existiam em Viana do Castelo. Seguiu-se um segundo passo: recrutar voluntários. O projeto foi dado a conhecer a alunos do segundo e terceiro ano do curso, mas também a toda a comunidade estudantil do Politécnico. De braços abertos Os voluntários chegaram de áreas tão diferentes como o Jornalismo, a Enfermagem ou Gestão, e receberam uma formação à altura, para estarem aptos para o meter em prática junto dos idosos. Já nos centros de dia, para lá da normal interação, o projeto quer apostar na estimulação cognitiva e física. As instituições só os podem receber de braços abertos: “Receberam o projeto com bons olhos, porque é a oportunidade de poderem colocar em prática aquilo que às vezes não têm tempo para fazer”.

“Espero que este projeto me ajude a ganhar experiência, a saber meter em prática aquilo que estive tantos anos a aprender. Se os utentes saírem das nossas sessões a dizerem ‘Isto fez-me mesmo bem! Quero continuar a fazer!’ é suficientemente recompensador.”

A prática tornou-se mais intensa nos meses seguintes, não só porque a evolução da pandemia assim o permite, mas também porque o número de voluntários cresceu. Entre aqueles que construíram a ideia, a esperança era a de que os frutos sejam mais que muitos. “Espero que este

projeto me ajude a ganhar experiência, a saber meter em prática aquilo que estive tantos anos a aprender. Se os utentes saírem das nossas sessões a dizerem ‘Isto fez-me mesmo bem! Quero continuar a fazer!’ é suficientemente recompensador”, conclui Mariana.


A voz dos estudantes que fazem voluntariado. Nesta edição, trazemos-te as histórias de mais dois projetos apoiados pelo movimento Transforma Portugal. No Guia do Voluntariado, editado pela Forum Estudante, damos-te a conhecer outros exemplos de ações e iniciativas de estudantes que fazem a diferença no terreno. Sabe mais em transformaportugal.pt

Safe Mask Spot

As máscaras protegem a saúde, não o planeta Nos últimos meses, nasceram novos hábitos que são hoje mais do que normais. O uso de máscara, quer em espaços interiores ou mesmo na rua, foi um dos pilares na prevenção do contágio. Uma novidade com implicações significativas para o planeta. Por Rúben de Matos

Sair de casa para um dia de aulas ou de trabalho tem um antes e um depois. Até há um ano, era fulcral não esquecer objetos como a carteira, as chaves ou telemóvel. Ao longo dos últimos meses, há que juntar pelo menos mais um acessório a esta equação – a máscara. O acessório, mais do que se ver onde deve verdadeiramente estar – no rosto de cada um de nós –, vê-se também cada vez mais nas ruas e passeios. E até nas praias. Se, até 2020, a poluição atmosférica era uma das frentes que deveria merecer mais vigilância no combate às alterações climáticas, o uso de máscaras e outros plásticos descartáveis assume agora uma preocupação crescente. Miguel Matos mostrou-se atento ao problema. O jovem de 21 anos, em colaboração com dois colegas da licenciatura em Gestão no Instituto Politécnico de Castelo Branco, conta que não existiram grandes dúvidas quando lhes foi lançado o desafio de criar um projeto no âmbito do movimento Transforma Portugal: “Assim que o nosso professor de Estratégia e Inovação nos propôs a criação de um projeto, pensámos logo na questão das máscaras”, lembra. O resultado foi a criação do “Safe Mask Spot”.

Proteger a saúde e o planeta

Se há um pilhão, porque não criar um contentor onde só são depositadas máscaras? A pesquisa feita pelos estudantes levou à conclusão de que a forma correta de depositar uma máscara num contentor do lixo dito normal está longe de ser a ideal. Tal só se verificaria se cada máscara fosse condicionada num saco do lixo próprio, que, já selado, seria depois depositado

“Claro que não conseguimos resolver o problema a 100%. Mas a nossa ideia pode ser uma ajuda importante.”

no contentor. Dessa forma, não só se evitaria um possível contágio do restante lixo, como também se protegeria quem depois tivesse que recolher e tratar esse lixo. O contentor, já idealizado pelo grupo, tem um design apelativo, em formato de máscara com a cor azul. O modelo ainda não passou do papel para a realidade, mas o apoio do Transforma Portugal pode ajudá-lo a concretizar. Com os apoios certos, e colocado nos sítios certos, o “Safe Mask Spot” pode ajudar a tirar as máscaras das ruas. “Claro que não conseguimos resolver o problema a 100%. Mas a nossa ideia pode ser uma ajuda importante”, reconhece Miguel. Há que continuar a usar as máscaras, não deixando de ter em mente que, em média, demoram 500 anos a decompor-se, recorda o estudante, destacando que as máscaras protegem a nossa saúde, mas não o planeta.


Atrev

Fica atent@ ipdj.gov.pt


ve-te e Participa!

@ a todas as oportunidades em instagram.com/ipdj_ip

facebook.com/IPDJip

twitter.com/IPDJ_IP

IPDJ IP


38 | Forum Estudante | nov’21 /Redescobrir a Terra

Um dia para celebrar a agricultura na Escola No dia 10 de dezembro, a Forum Estudante e a Confederação dos Agricultores de Portugal organizam a quinta edição do Dia Nacional da Agricultura nas Escolas, sob o tema Biodiversidade, o contributo da Agricultura. Sabe como a tua escola pode participar!

uma iniciativa

Cofinanciado por:

parceiros

Escola Profissional Agrícola Afonso Duarte


Timeline DNAe

2017

1.ª Edição

Dieta Mediterrânica

2018

2.ª Edição

Água

Pela quinta vez, centenas de escolas vão assinalar a importância da agricultura no desenvolvimento sustentável.

Assinalar a importância da agricultura para um desenvolvimento sustentável, despertando potenciais vocações para o setor. É este o principal objetivo do Dia Nacional da Agricultura na Escola que, em 2021, se realiza no dia 10 de dezembro. Uma média de 220 escolas por ano participa, desde 2017, nesta iniciativa da Forum Estudante e da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). Durante o dia, escolas de todo o país acolhem e dinamizam ações como exposições, passatempos ou encontros com profissionais. De forma a apoiar as escolas na dinamização deste dia, é disponibilizado no site da iniciativa um kit pedagógico com ideias e materiais destinados a professores que poderão apoiar o desenvolvimento das atividades mais adequadas ao contexto da sua comunidade escolar. No entanto, podem ser integradas neste dia todas as ações que cumpram o objetivo de evidenciar a importância da agricultura e do mundo rural no desenvolvimento sustentável. Para além destes recursos, as escolas podem ainda contar com o apoio

2019

3.ª Edição

Leite e laticínios

2020

Evolução Tecnológica na Agricultura

DNAE

Um dia com história A primeira edição do Dia Nacional de Agricultura nas Escolas realizou-se em 2017. Desde então, neste dia, são mobilizadas escolas do ensino básico e secundário de todo o país, para a realização de atividades de divulgação e promoção da agricultura junto dos seus alunos (exposições, passatempos, aulas especiais, encontros com profissionais…). Em média, a cada ano, participam no DNAE 2020 escolas de todo o país, sendo que cada edição tem um foco num tema em específico. de técnicos das estruturas da CAP que podem apoiar a realização de atividades do kit.

Novo ano, novo tema

4.ª Edição

A cada edição, é escolhido um tema-foco para o Dia Nacional da Agricultura nas Escolas. Depois de, em 2020, o foco ter estado na “Evolução Tecnológica da Agricultura”, em 2021, será a vez de destacar o tema “Biodiversidade – O Contributo da Agricultura”. Todas as escolas nacionais estão convidadas a participar no DNAE, sendo que, ao longo do dia, a Forum Estudante vai fazer a cobertura das atividades, através do seu site e redes sociais, com diretos, reportagens e entrevistas. A CAP e a Forum Estudante definem como objetivo desta iniciativa “contribuir para a introdução do conhecimento do mundo da Agricultura moderna e sustentável, de uma forma lúdica-pedagógica, despertando assim potenciais vocações para o setor”. Para saber mais, podes visitar redescobriraterra.forum.pt.

2021

5.ª Edição

Biodiversidade, o contributo da Agricultura


40 | Forum Estudante | nov’21 /Capital Jovem da Segurança Rodoviária

Profissões para andar na estrada Ao volante ou enquanto passageiro podes cruzar-te na estrada com uma mão-cheia de profissionais responsáveis por garantir a tua segurança rodoviária. Eis alguns exemplos desses ofícios que podem salvar vidas.

Motorista

Os motoristas de automóvel são os profissionais cuja atividade é a condução de automóveis de passageiros ou de mercadorias. A profissão divide-se em motorista de ligeiros (táxis e outros automóveis de aluguer, e choferes privados), motorista de pesados de mercadorias (camiões) e motorista de pesados de passageiros (autocarros). A capacidade de socialização e o domínio de línguas estrangeiras são aqui uma mais-valia.

Polícia de trânsito

Controlador de tráfego

Instrutor de condução

Técnicos de Socorro

Dentro da Polícia de Segurança Pública, a Divisão de Trânsito tem a responsabilidade de orientar e controlar o trânsito municipal de pedestres e veículos, fiscalizando o cumprimento do Código da Estrada. A segurança rodoviária vai desde a fiscalização contraordenacional rodoviária, à prevenção, organização de eventos ou investigação criminal. É essencial ter um registo criminal imaculado e pelo menos 1,65m (eles) ou 1,60m (elas) de altura.

Qualquer titular de carta de condução categoria B definitiva (ligeiros) há pelo menos 2 anos e com o 12º ano completo ou equivalência está habilitado a concorrer ao Curso Inicial de Instrutores de Condução. Segurança rodoviária, Psicologia/Pedagogia, Direito Rodoviário, Responsabilidade Civil e Criminal, Técnica Automóvel e Prática de Condução são algumas das disciplinas dessa formação que te habilita a dares aulas de código e condução a quem queira “tirar a carta”.

CASCAIS

Promotores

Apoios

EDUCAÇÃO

Realiza e acompanha a escala de viagem dos motoristas e garante a devida programação das próximas viagens e saídas. Faz o rastreamento de todos os veículos de viagem da empresa e emite relatórios. Na mesma “família” profissional temos os analistas e assistentes de frota, de logística ou de transportes. Também há as “versões” Controlador de Tráfego Aéreo e Controlador de Tráfego Marítimo.

O socorrista é o profissional médico que presta o primeiro socorro e resgate a vítimas, controla locais de acidentes para permitir a chegada dos profissionais e realiza o transporte de pacientes em ambulância. A sua intervenção imediata pode salvar vidas. A Escola de Socorrismo da Cruz Vermelha Portuguesa é pioneira na formação em socorrismo, com certificação nacional e internacional.


41 | Forum Estudante | nov’21 /Capital Jovem da Segurança Rodoviária

Como funciona a carta de condução por pontos? Em vigor desde 2016, a carta por pontos é «um sistema mais simples, transparente e que visa promover a adoção de comportamentos mais seguros e responsáveis na condução», acredita a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Sabe tudo sobre as contas desta pontuação. Todos os condutores começam no mesmo patamar: a cada título de condução são atribuídos 12 pontos. Depois, por cada contraordenação grave ou muito grave, ou crime rodoviário, serão subtraídos pontos. A derradeira penalização é a cassação da carta. Praticar uma contraordenação grave, para além da coima e da eventual inibição temporária de conduzir, implica, na generalidade, perder 2 pontos. Contudo, a perda pode ser ainda maior. Isto porque também pode significar perder 3 pontos, em casos como condução sob influência do álcool (com taxa de alcoolémia entre 0,5 e 0,8 g/L), excesso de velocidade superior a 20 Km/h ou ultrapassagens imediatamente antes e nas passadeiras Perante a prática de uma contraordenação muito grave, são geralmente retirados 4 pontos. A penalização sobe para 5 pontos no caso de condução sob influência de

álcool com uma taxa de alcoolemia entre 0,8g/l e inferior a 1,2g/l, condução sob influência de substâncias psicotrópicas ou excesso de velocidade superior a 40 km/h. Já em caso de crime rodoviário – condução sem carta, homicídio por negligência e ofensa à integridade física em acidente rodoviário, omissão de auxílio e condução perigosa – são retirados 6 pontos.

Somar e subtrair

No caso de serem praticadas várias contraordenações graves e muito graves no mesmo dia, são retirados no limite 6 pontos. Este cenário muda se alguma das contraordenações for condução sob influência do álcool ou sob influência de substâncias psicotrópicas, uma vez que implica serem retirados os pontos respetivos. Contudo, nem tudo são contas de subtrair. No final de cada período de 3 anos sem que sejam pratica-

das contraordenações ou crimes de natureza rodoviária, são atribuídos 3 pontos ao condutor, não podendo ser ultrapassado o limite de 15 pontos. No caso de serem subtraídos todos os pontos, é ordenada a cassação do título de condução, ou seja, ficas sem carta de condução e impedido de obter novo título durante 2 anos. Por outro lado, se já só tiveres 5 ou 4 pontos, serás obrigado a frequentar uma ação de formação de Segurança Rodoviária, à qual a falta não justificada implica a cassação do título de condução. Nos casos em que já só tiveres 3, 2 ou 1 ponto, serás obrigado a realizar novamente a prova teórica do exame de condução. A falta não justificada ou a reprovação na prova implica a cassação do título de condução. Para saberes quantos pontos tens deverás registar-te no Portal de Contraordenações Rodoviárias.


42 | Forum Estudante | nov’21 /Justiça para Tod@s

O Justiça para Tod@s tem inscrições abertas

A Forum Estudante apresenta a edição 2021/2022 do Justiça para Tod@s, em parceria com a Abreu Advogados. Esta é a tua oportunidade de conhecer o funcionamento da Justiça, através de jogos de simulação. As inscrições estão abertas!

5 razões para participar no Justiça para Tod@s

#1

1 Conhece o sistema jurídico

#2

Aprende de forma prática

#3

Desconstrói mitos sobre Justiça

#4

Conhece novas carreiras e profissões

#5

Desenvolve novas competências

Para que fiques a conhecer, por dentro, todo o funcionamento da Justiça, em 2021/2022, a Forum Estudante dinamiza mais uma edição do projeto Justiça para Todos. Para participar, precisas de começar por encontrar um professor ou professora que assuma a função de coordenação. A partir daí, é possível criar uma equipa de estudantes entre os 12 e os 18 anos e escolher um dos 14 casos propostos para julgamento. Depois, chega a altura de encarnar as diversas personagens – vítimas, acusados, advogados ou testemunhas. Apenas o papel de juiz não será atribuído, uma vez que será desempenhado por um juiz verdadeiro (da Comarca mais próxima) que, no final, dará a sua sentença e explicará todos os detalhes e procedimentos envolvidos. A prepa-


43 | Forum Estudante | nov’21 /Justiça para Tod@s

Justiça para Tod@s

Para saber mais, visita justicaparatodos.net

«Sempre pensei que gostaria de ser advogada e aproveitei para confirmar»

«Foi uma surpresa ver todos [os colegas] levar isto tão a sério»

«Só conhecendo [a Justiça] é que temos uma visão mais real»

ração pode ser realizada com o apoio de um advogado-tutor, se solicitado pela equipa. As inscrições estão abertas até janeiro de 2021. Podes encontrar o cronograma do projeto e mais informações justicaparatodos.net. A Forum define como objetivo desta iniciativa “contribuir para a educação dos jovens para a justiça e os Direitos Humanos, mediante a simulação de um caso prático junto de um Tribunal”.

No mesmo endereço, é possível encontrar o formulário de inscrição e a lista de casos de Direitos Humanos disponíveis. Temas como bullying, asilo e refugiados, violência no namoro, racismo e xenofobia são apenas algumas das opções apresentadas. Outros documentos e materiais úteis – como o Manual de Projeto – também são disponibilizados em justicaparatodos.net.

Depois da preparação do caso e dos papéis a desempenhar pelos vários intervenientes do julgamento, chega a hora de colocar em prática. A simulação do julgamento será realizada em tribunal ou por videoconferência, dependendo dos constrangimentos colocados pela pandemia da Covid-19. Ao longo dos últimos anos, milhares de estudantes já participaram nesta iniciativa. Podes ficar a saber mais em www.justicaparatodos.net.

Objetivos do Programa Justiça para Todos

#1

Reforçar o valor da participação e cidadania

#2

Promover valores democráticos através da compreensão do Estado de Direito

#3

Aproximar os jovens e o sistema judicial

#4

Despertar a consciência para a importância dos Direitos Humanos


44 | Forum Estudante | nov’21 /Green Academy

Em Portalegre, estudantes de todo o país ligaram-se ao ambiente Sabe tudo sobre a mais recente adição ao universo das Academias Forum. Durante o mês de setembro, a Green Academy levou 20 estudantes de todo o país até Portalegre. A iniciativa, promovida em parceria com o Politécnico de Portalegre, foca os temas do ambiente e da sustentabilidade. Texto: Ruben de Matos

Dia #1: O início Os 20 estudantes do ensino secundário chegam de todos os pontos do país, e contam já com longas horas de viagem. Quando se pergunta a que horas se levantaram, o maior número de braços aponta para as primeiras horas da manhã, bem cedo. Nem as poucas horas de sono parecem esmorecer o entusiasmo que se sente. O tempo começa a contar assim que chegam, durante a sessão de abertura. Resultado de uma parceria com o Politécnico de Portalegre, foi destacado que os 20 estudantes de todo o país vão poder ficar a conhecer melhor não só a região, mas também muitos cursos e profissões que podem ser uma opção no futuro académico destes


45 | Forum Estudante | nov’21 /Green Academy

participantes. Durante estes cinco dias, será possível conhecer uma instituição que se divide em 4 escolas, situadas em duas cidades diferentes. A sessão de abertura contou com a participação de Vera Barradas, que integra a equipa de comunicação do Politécnico de Portalegre. “Esta casa também vos consegue oferecer muito daquele que é o objetivo desta academia. Conseguirem ter a melhor experiência possível, mas ao mesmo tempo conseguirem aproveitar o verde de Portalegre e perceber que o Planeta também precisa de vocês”, destacou, revelando ainda um desafio: o Green Photo. No final destes dias, o autor da melhor foto ganhará bilhetes para um dos ex-líbris da região, o Festival do Crato. No final da semana, faremos as contas. O campus do Politécnico de Portalegre acolhe também a incubadora desta instituição de ensino superior: a BioBIP ou Bioenergy Business Incubator of Portalegre. Aqui, aposta-se na inovação e no empreendedorismo. A fechar o primeiro dia, e já como forma de inspiração para dias que se querem ricos e produtivos – em amizades, é certo, mas também em experiências diferentes –, a passagem por este local é incontornável. Neste edifício, acumulam-se os gabinetes de empresas. Entre as muitas descobertas e invenções que por aqui se procura criar, há uma que é explicada pelo engenheiro Luís Calado, e que procura transformar a biomassa animal em energia térmica. A ideia é ambiciosa, e cativa a curiosidade de alguns participantes. É o caso de Rodrigo Mendes, que vem diretamente de Pombal. “Gosto de saber de tudo um pouco, porque assim posso discutir de tudo um pouco”, contou.

Dia #2: De olhos em Elvas

Ao chegar-se a Elvas e ao subir-se à parte mais alta da cidade percebemos imediatamente o papel estratégico e defensivo que esta cidade desempenhou na história do país. No centro, vemos a grande muralha, rodeada por

uma série de fortes, verdadeiros pontos estratégicos defensivos. No primeiro ponto de passagem do dia, a vista permite uma panorâmica invejável. Durante a tarde, realizou-se uma visita à Escola Superior Agrária de Elvas – uma das unidades orgânicas do Politécnico de Portalegre. O presidente da escola, José Manuel Nunes, começou por apresentar as primeiras pistas sobre a cidade e a escola. Num dos espaços da escola, a estudante Carlota Rico Duarte aguarda os participantes. Está também acompanhada pelo seu cavalo, o seu companheiro dos últimos anos. Carlota estudou Equinicultura por Elvas, está a terminar um mestrado orientado para o turismo equestre e já está a olhar para um doutoramento. A assistência está atenta a Carlota, curiosa com as histórias que guarda de muitos anos a fazer desta a sua vida. Mas o olhar está sempre fisgado no amigo de quatro patas. De parte a parte, lá o raciocínio de Carlota vai sendo interrompido por umas quantas lambidelas. Para a jovem, não há segredos na relação com os cavalos. “Conheço este cavalo como a palma da minha mão”. A visita pela cidade também continua. As ruas estreitas, as roupas estendidas à janela dão o sinal de que, apesar de estarmos numa zona fortemente afe-


46 | Forum Estudante | nov’21 /Green Academy

tada pela desertificação, há população à vista. E é, por exemplo, no Museu de Fotografia João Carpinteiro que encontramos alguns dos retratos que mostram a cidade das últimas décadas. À entrada é logo o próprio quem recebe o grupo. A passagem por Elvas não poderia chegar ao fim sem uma passagem pelo Forte de Nossa Senhora da Graça. A imponência da construção impressiona os estudantes. Na verdade, foram 30 anos de construção e o trabalho de mais de 6 000 homens e 2 000 animais que permitiu vermos aquilo que marcou a tarde destes jovens. Uma visita guiada por Alice Reis, que permitiu ainda tirar boas fotos, no topo do edifício, com as cidades de Elvas e Badajoz como fundo.

Dia #3: À descoberta de Portalegre Chover no Alentejo em pleno Verão? É possível. Aconteceu no início do terceiro dia. Mas nem o clima encoberto e

as pingas miudinhas que teimaram em cair estragaram os planos da manhã. Com a serra no horizonte, o Parque Natural da Serra de São Mamede esconde o ponto mais alto que se pode encontrar a sul do Tejo. É a 600 metros de altitude, na Barragem da Apartadura, que Afonso e Henrique da Marvão Adventures têm tudo pronto para ocupar a manhã do grupo com uma caminhada, stand-up paddle e canoagem. A experiência não foi tão fisicamente exigente quanto muitos receavam, mas fez-se bastante bem. Com música à mistura e tudo, daquela que faz lembrar as melhores memórias do passado. “Com a chuva foi ainda melhor”, atira Inês Costa, de 18 anos, e que veio diretamente de Ovar para viver estes dias. Com ou sem chuva, as pranchas e as canoas estiveram dentro de água. E a água estava quente, ou quase. Seguiu-se uma visita ao centro de Portalegre. Com a chuva a dar sinal de tréguas, encontramos uma cidade

com pouco movimento, mas muitos jardins e património. “As pessoas devem aproveitar para conhecer mais estas cidades. Às vezes as cidades do interior são um bocado desvalorizadas, porque as pessoas pensam que não têm nada, mas a riqueza cultural está à vista”, ouve-se da parte de Catarina Gomes, uma das participantes. O Museu das Tapeçarias de Portalegre foi um dos espaços visitados, onde se retrata um trabalho de mãos femininas, cuja produção de uma só peça dura sempre mais do ano. Nas paredes, vê-se o trabalho de alguns dos mais prestigiados artistas nacionais, como Maria Helena Vieira da Silva.

Dia #4: Um mergulho no universo do IPP O ambiente da televisão é um chamariz quase certo de atenção e curiosidade. Mesmo para quem não vê o seu futuro a passar por este mundo, há sempre a


47 | Forum Estudante | nov’21 /Green Academy

curiosidade de experimentar por uns minutos o que se sente à frente da câmara. Foi isso que aconteceu a manhã do quarto dia de Green Academy, com a ajuda dos professores que nesta escola lecionam unidades curriculares desta área. De experiências inéditas e reflexões que deixaram a sua marca, a tarde foi passada por uma visita intensa ao campus do Politécnico de Portalegre, onde se encontram localizadas a Escola Superior de Saúde e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão. No primeiro caso, o curso de Enfermagem foi dado a conhecer por Jorge Casa Nova. Numa hora de atividade, a aposta centrou-se em algo que pode representar mais uma lição para a vida. Como socorrer alguém que se encontra num estado de fragilidade? Que proce-

dimentos cumprir? Nos corredores, entre troca de atividades, e já a caminho de uma atividade inserida na área das artes, design e animação, lá se solta a opinião: “Puto, prepara-te. Essa atividade é mesmo a tua cara!”. Seguiramse atividades nas áreas da sonoplastia e da programação, bem como do design. A terminar, o grupo volta ao ponto onde esta viagem começou – ao mundo da investigação e das ideias. Foi tempo de ficar a conhecer alguns dos projetos mais emblemáticos que têm nascido nos últimos tempos no seio do Politécnico, como o Fórum Energia e Clima e o Living Lab. Sempre com um olho naquele que é um dos motes-mor desta Academia: o verde e a sustentabilidade. Só o Fórum Energia e Clima, com sede no Campus, de-

sempenha um papel de relevo na luta climática, no seio da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Com a sua mensagem, Ricardo Campos alertou e inspirou. E deixou o aviso: “Temos a solução nas nossas mãos!”. A última noite desta academia teve ainda direito a uma Sunset Party, com direito a atuação especial. Não só com o sabor especial do cante alentejano, mas com a música sentida de uma das tunas do Politécnico de Portalegre, a Tuna Papasmisto. Há lá algo mais capaz de retratar o ambiente académico puro e duro? Sem quaisquer reservas, podemos dizer que, ao longo destes dias, o bom ambiente esteve no centro de tudo. Aquele que se viveu, e aquele que se quer ajudar a reconstruir no futuro. A Green Academy continua o trabalho no próximo ano.


O teu doce novembro vai ser um cartucho de castanhas

48 | Forum Estudante | nov’21 /HorosCópos

Professor Esótanga traz todas as novidades “quentes e boas”, para o mês de São Martinho. Preparados?

Capricórnio

(22/12 a 19/01) Quando os astros distribuíram a sorte e a fortuna para este mês, os nativos de Capricórnio estavam na fila para a casa de banho. Daqui resultarão algumas complicações graves, nomeadamente duas queimaduras ligeiras e três pisadelas em poças de água. Chato.

Aquário

(20/01 a 18/02) Tendo em conta a posição de Plutão (distante), face à rotação de Andrómeda (regular) e à luminosidade vinda de Alpha-Centauri (brilhante) será melhor que os nativos e nativas de Aquário comecem a trocar as t-shirts pelas camisolas. Fica o aviso.

Peixes

[ Signo do Mês ]

Sagitário (22/11 a 21/12)

Os nativos e nativas de Sagitário são uns românticos do outono. Adoram descer a rua, olhar os novelos de fumo que saem dos assadores de castanhas e apertar mais um botão do casaco. Soprar um bafo quente para as mãos enquanto sorriem para si próprios. Só não vão contar com a chuvada que vai cair a seguir.

(19/02 a 20/03) Os nativos de Peixes, diz-me o firmamento, deram tudo no início deste ano letivo. Investigam a fundo os temas, repetem e consolidam a matéria dada, fazem revisões até tarde das estratégias a aplicar no dia seguinte. É pena que o foco esteja tão direcionado para o FIFA 22.

Carneiro

(21/03 a 20/04) Quantas castanhas conseguimos comer de uma só vez? Eis a perguntar intemporal a que os nativos e nativas de Carneiro tentarão responder, no magusto da família. A resposta chegará, fiquem descansados, e virá na forma de uma grande dor de barriga.

Touro

(21/04 a 20/05) Nativos e nativas de Touro, pela última vez, digam comigo, aprendam de uma vez por todas, para que nunca mais se enganem, mas estou a falar a sério, isto é realmente importante, já ninguém percebe como chegámos a este ponto, a sério, digam comigo, agora e para sempre: o nome da bebida é “jeropiga” e não “jeropinga”.

Gémeos

(21/05 a 20/06) Depois de retirar o casaco de inverno do fundo do armário, os nativos e nativas de Gémeos vão encontrar uma nota de 5€ amarrotada, uma máscara

cirúrgica e dois amendoins. Durante o resto do dia, ficarão a pensar qual a origem de tais frutos secos, perdendo-se numa análise da surrealidade inerente à perceção do tempo. A não perder.

Caranguejo

(21/06 a 20/07) Os nativos de caranguejo vão ter uma tendência para o pensamento introspetivo, para a contemplação da natureza e para a procura interpretativa do significado metafísico das coisas deste Mundo. No final, vão ter vontade de comer um chocolate.

Leão

(21/07 a 22/08) Mais virados para a prática, os nativos e nativas de Leão vão apostar num workshop prático de cozinha da época, apostando na confeção de iguarias complexas e arrojadas como… castanhas assadas. Boa sorte!

Virgem

(23/08 a 22/09) O ascendente de Virgem está num movimento descendente, o que é em iguais partes confuso e preocupante. O resultado será uma propensão para uma narina direita entupida e uma leve comichão naquele ponto das costas que é muito difícil de coçar. Chato.

Balança

(23/09 a 22/10) Há no firmamento uma mensagem clara para os nativos e nativas de Balança: “Atenção aos momentos de fragilidade, são propícios a manifestações de energia intensas que poderão levar à inversão dos fluxos astrais e das forças cósmicas que viajam, de forma invisível, pelo espaço que nos medeia”. A mensagem é clara porque é escrita com uma luz especialmente brilhante.

Escorpião

(23/10 a 21/11) De acordo com a posição de Sirius (que é uma estrela extremamente incoerente, diga-se de passagem), os nativos e nativas de Escorpião poderão ter uma surpresa durante este mês. É possível que, talvez, eventualmente, vejam profissionais credenciais a montar iluminações de natal. Aproveitem!




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook

Articles inside

Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.