CRÔNICA
EDLTRAUD ZIMMERMANN FONSECA JUSCELINO KUBTISCHEK DE OLIVEIRA Fui a mais fervorosa das suas eleitoras. O meu primeiro voto para presidente da República foi para ele. Com que orgulho coloquei meu voto na urna! Já o acompanhava pela TV, a sua figura forte, firme e segura me fascinava. Eleito presidente da República Brasileira, nas eleições de 1955, assumiu a presidência em 31/01/1956. Em julho desse mesmo ano, eu iria mudar-me para São Paulo, onde estava marcada minha cirurgia no Hospital dos Comerciários, o instinto IAPC. Porém eu não poderia deixar o Rio de Janeiro sem conhecer o novo presidente “bossa nova”, como era chamado carinhosamente pelo povo que o elegera. Para tanto fui para o Palácio do Catete, no começo da tarde, com o intuito de vê-lo, abraçá-lo e dizer do quanto eu “torcia” por ele. Não fui feliz, o presidente já estava percorrendo o Brasil e planejando a sua meta principal: levar a
capital da República para o centro-oeste do país, como já havia preconizado Don Bosco há muitos anos. Mas acompanhei sua trajetória de vida, social e política até a sua morte em 20 de agosto de 1976, quando em um terrível acidente de carro na via Dutra. O Brasil e os brasileiros perdiam um dos mais importantes presidentes da nação. O fundador de Brasília que viria a ser a nova capital. Sua caminhada até a presidência da República foi longa e difícil. Perdera o pai João Cesar de Oliveira aos três anos de idade. Não eram ricos e com a morte do pai tornaram-se mais pobres (como relata no livro “MEU CAMINHO PARA BRASÍLIA”, editado pela Block em 1974). Sua vida escolar foi complicada, queria estudar, mas não tinha condições. A única saída seria apelar para o seminário, onde os alunos não pagariam a ma-
• 35 •
trícula caso se candidatasse ao sacerdócio. Cursaria o seminário com o desconto que possibilitaria o pagamento por parte de sua mãe. Assim, estaria resolvido o problema dos estudos. Mas no momento da inscrição, não conseguiu mentir. Quando interpelado pelo funcionário do estabelecimento, respondeu com plena sinceridade sem medir as consequências: “Não tenho jeito para padre, quero ser doutor”, orientado por sua mãe que havia transmitido aos filhos que “a obrigação e a verdade estavam sempre em primeiro lugar.” E esta advertência, à força da re-