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Nem mortadela nem gado Os fenômenos da política brasileira atual se tornaram reflexo de uma polarização histórica-social Bruna Colmann Brunna Gabardo Isadora Deip Sabrina Ramos

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anatismo. É um substantivo masculino que remete à dedicação religiosa obsessiva. Por extensão, é uma concordância cega relacionada a um sistema ou doutrina; dedicação a alguém ou algo; paixão. É o estado psicológico de fervor excessivo e persistente por qualquer coisa ou tema, sendo perigoso em relação à certeza absoluta de suas verdades. A primeira vez que muitos moradores da capital paranaense ouviram falar na palavra “fanático”, pode ter sido relacionado a torcida organizada de futebol do Club Athletico Paranaense Os Fanáticos (TOF). Essa interação entre torcedores acaba se transformando em grupos com uma vontade maior de apoiar o time e de fazer a diferença dentro dos estádios. Na política, não são grupos, e sim pessoas, que até pouco tempo estavam completamente isoladas. Pessoas que se sentem particularmente ultrajadas por determinadas mudanças e encontraram uma linha de transmissão unificando esses grupos. O político acaba sendo um beneficiário: ele se aproveita de uma característica social, do ponto de vista estrutural. Mas o fanatismo se aplica na situação brasileira atual? Segundo a historiadora Andrea Slemian, especialista em História Política

José Cruz/ Agência Brasil

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