www.gazetarural.com 1 • Serra de Serpa guarda a vida agrícola tradicional do Alentejo • Feira Medieval de Canas de Senhorim celebra 30 anos • Festival do Plangaio e do Maranho regressa a Sobreira Formosa • Agosto foi o terceiro mais quente de sempre na Europa Nacional 16: A rota!
Barba Azeda uma proposta gastronómica portuguesa com ‘toque’ britânico
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Rota da Estrada Nacional 16 é aposta do Turismo do Centro na BTL 2023
Festival do Plangaio e do Maranho regressa a Sobreira Formosa
Guimarães promove evento gastronómico à escala da região do Minho
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Produção de cereais no norte do vale do Tejo com redução de cerca de 15%
Agosto foi o terceiro mais quente de sempre em toda a Europa
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CVR do Dão e do Távora-Varosa com estatuto de utilidade pública por 10 anos
ROTA DA EN 16 É APOSTA DO TURISMO DO CENTRO NA BTL 2023
sumário
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Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo debate questões sociais e culturais
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Região da Bairrada prevê produção de 180 mil hectolitros de vinho Escola de Verão refletiu sobre “Agroecologia e Sistemas Alimentares Sustentáveis”
A serra de Serpa “é o repositório da vida agrícola tradicional do Alentejo”
Turismo Centro diz que região registou mais 100 mil dormidas em julho
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Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 4803 A) E-mail: jla.viseu@gmail.com | 968 044 320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco Opinião: Júlio Sá Rego | Gabriel Costa Departamento Comercial: Ana Pinto Sede de Redacção: Lourosa de Cima 3500-891 Viseu | Telefone: 232 436 400 E-mail : Web:gazetarural@gmail.comwww.gazetarural.comICS:Inscriçãonº124546Propriedade:
Cidade holandesa de Haarlem proíbe anúncios de carne em locais públicos
Evento na Praia de Mira mostra gastronomia gandaresa
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Opinião - Que alimentos consumiremos no futuro
Ano XIX | N.º 415
FICHA TÉCNICA
Expodemo com programa alargado volta a realizar-se em Moimenta da Beira
Bienal de música e doçaria conventual animam Mosteiro de Lorvão em outubro
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O projeto Estrada Nacional 16 nasceu de uma ideia do presi dente da Câmara de Vouzela, Rui Ladeira. Tem como “objetivo alavancar a economia e poten ciar a região, à semelhança do que acontece com a EN2” para que se “torne em mais um pro duto turístico, mas diferencia dor”.
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Classe Média - Comunicação e Serviços, Unip. Lda Administrador: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Detentor de 100% do Capital Social: José Luís Araújo Dep. Legal N.º 215914/04
Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto sãohttp://gazetarural.com/estatutoeditorial/Editorial:TiragemMédiaMensal:2000exemplaresNota:Ostextosdeopiniãopublicadosdaresponsabilidadedosseusautores.
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Feira Medieval de Canas de Senhorim celebra 30 anos
Arouquenses escolheram Xutos e Pontapés para atuar na Feira das Colheitas
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Instituto Politécnico de Viseu aumenta o número de alunos
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Dia de Campo InovMilho reuniu 300 participantes em Coruche
Sernancelhe acolhe Seminário sobre vida e obra do Marquês de Pombal
Execução Gráfica e Impressão: Novelgráfica, Lda R. Cap.
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Projeto europeu usa produtos inovadores com insetos comestíveis e leguminosas
Monção recebe Desfile Nacional do Traje Popular Português
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/visitviseudaolafoes
Promotor Co-Financiamento Parceria
Milhares de anos de História, ecopista e natureza a perder de vista.
LafõesDãoViseu
visitviseudaolafoes.pt verãoUm comparasemção
Rota da Estrada Nacional 16 é aposta do Turismo do Centro na BTL 2023
Um produto turístico diferenciador
Este responsável falava perante vários autarcas da região centro, na Feira de São Mateus, em Viseu, que serviu de palco para a assinatura de um protocolo entre o Turismo Centro de Portugal e as três Comunidades Intermunicipais (CIM) que a EN16 atravessa. O protocolo foi assinado com as CIM da Região de Aveiro, Viseu Dão Lafões e Beiras e Serra da Estrela, tendo em conta que a EN16 atravessa os municípios de Aveiro, Alber garia-A-Velha, Águeda, Sever do Vouga, Oliveira de Frades, Vou zela, São Pedro do Sul, Viseu, Mangualde, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Guarda, Pinhel e Almeida. Com a assinatura deste documento, o Turismo Centro tem “a responsabilidade de coordenar esta candidatura, quer do ponto de vista da elaboração do plano de comunicação e de marketing da EN16", afirmou Pedro Machado, acrescentando que “cada câ mara municipal terá a responsabilidade da obra física que tiver de ser feita. Seja da recuperação do traçado ou da segurança e sina lética ou de aspetos como o tratamento de espaços verdes e não só”.O Turismo Centro vai também “bater à porta do Instituto de Es tradas uma vez que há uma parte da EN16 que apresenta alguns abcessos que é preciso tratar, como é o caso entre Fornos de Algo dres e Celorico da Beira, talvez o mais conhecido”.
O presidente do Turismo Centro de Portugal colocou como objetivo promover o projeto da Estrada Nacional 16 (EN16), que envolve 14 municípios e atravessa o país, na próxima Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). “É nosso compromisso, enquanto líderes do consórcio, a Turismo Centro de Portugal, criarmos as condições para no final do primeiro trimestre, na Bolsa de Turismo de Lisboa, em que o Centro de Portugal é o destino nacional convidado de 2023, apresentarmos já o ‘claim’, o ‘statement’, desta campanha, daquilo que vai ser a futura EN16", assumiu Pedro Machado.
O projeto da EN16, que nasceu de uma ideia do presidente da Câ mara de Vouzela, Rui Ladeira, tem como “objetivo alavancar a econo
Projeto envolve 14 municípios e atravessa o país de Aveiro a Vilar Formoso
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Alavancar a economia e potenciar a região centro do país para que se torne “em mais um produto turístico, mas diferenciador”, é o objetivo do projeto da EN16.
planetária que é o Viriato, pastel”, típico de Viseu, sublinhou Ribau Esteves. Corroborado pelos restantes autarcas, o presidente de Aveiro defendeu que “é com projetos como este que se comba tem as assimetrias inaceitáveis que existem nos 220 km de largu ra” do país e que a estrada atravessa.
mia e potenciar a região, à semelhança do que acontece com a EN2” para que se “torne em mais um produto turístico, mas diferenciador”. A rota tu rística que está em preparação “é um produto muito idêntico” ao que já existe em relação à Estrada Na cional 2 (EN2). O projeto, que também envolve a In fraestruturas de Portugal, permitirá que futuramente a EN16 faça parte das rotas turísticas nacionais e seja “um ponto de interesse” para os visitantes da região.
essainvenção
A EN16, destacaram, “não vai manusear a parte ‘a’ ou ‘b’, mas sim um único projeto que une a todos, do litoral ao interior, e que percorre um conjunto de ofertas, cada uma por si, mas que po dem ser partilhadas, promovidas e vendidas como um só”. O presidente de Viseu, Fernando Ruas, lembrou que a EN16 “se cruza com a EN2, com as ecopistas e com os Caminhos de Santiago e, por isso, há uma série de sinergias que podem ser aproveitadas”.Tambémoautarca de Gouveia, Luís Tadeu, lembrou “o turismo termal, a gastronomia, os vinhos, todo um conjunto de produtos turísticos que passam a ter um novo chapéu que é a EN16” e que “apesar de todas as dificuldades e da falta de vontade de olhar para o interior”, os autarcas são “resilientes e o interior é uma terra viva”.
“É fantástica esta mistura de verificarmos que a região tem esta plenitude de se misturar e essa mistura, obvia mente, é altamente vantajosa para todos, seja para o pastel de Vouzela, seja para os ovos moles de Aveiro e podíamos percorrer a região com doçarias fantásticas, incluindo
Os presidentes das CIM usaram a palavra para de fenderem que “o interior tem mais qualidade de vida” que a capital e “é com projetos como este que se evi ta que o país seja Lisboa e o resto paisagem”, ou que “estas regiões se tornem zonas de caça para alguém” das “grandes cidades”. As “qualidades dos diferentes territórios” estiveram em destaque pelos também pre sidentes das câmaras de Viseu, Gouveia e Aveiro, que querem “evidenciar o que de melhor há” nas suas CIM nas diferentes áreas, seja cultural, patrimonial, ambien tal ou Numgastronómico.projetoapelidado por todos como uma “doce ideia” de Rui Ladeira, “inspirado nos pastéis de Vouzela”, Ribau Esteves (Aveiro) afirmou que este “doce conven tual, que é dos mais fantásticos do país, dentro de si tem ovos moles”, doce típico da sua cidade.
A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvi mento Regional (CCDR) do Centro, Isabel Damasceno, ape lidada pelos autarcas por “ministra da região”, assumiu-se como “madrinha do projeto” e prometeu “apoiar no que for possível” para o concretizar.
O único projeto que une o litoral ao interior
A EN16 atravessa 14 municípios dos distritos de Guarda, Viseu e Aveiro e tem uma extensão de 220 quilómetros.
Este ano em edição alargada
“Esta edição tem quatro dias, ocupando a área ha bitual, mas agora totalmente renovada da Praça do Tabolado, espaço privilegiado localizado no miolo mais urbano e nobre da vila”, sublinhou.
Expodemo comalargadoprogramaemMoimentadaBeira
A feira Expodemo volta este ano a realizar-se em Moimenta da Beira, depois de dois anos de edições não presenciais e com um programa que foi alargado de três para quatro dias, anunciou hoje o município.
Os diálogos à volta do vinho vão acontecer no segundo dia do evento, com destaque para Dirk Niepoort, do Douro, e Álvaro de Castro, do Dão, conversam sobre um projeto pioneiro destas duas regiões: o vinho ‘Doda’, que alia a elegância, frescura e longevidade dos vinhos do Dão à estrutura e potência dos vinhos do Douro. O projeto concilia a fruta dos solos de xisto do Douro com os aromas de caruma e mineralidade dos solos graníticos do Dão. O vinho ‘Doda’ é produzido com uvas da Niepoort e da Quinta da Pellada/Saes.
O Pavilhão das Letras, “que, com debates à volta do livro, tertúlias, sessões de poesia e música erudita, enche de cultura a Expodemo”, o festival de estátuas vivas e de arte de rua, as tasquinhas, os espa ços infantis, a gastronomia e as atividades desportivas completam o programa.
No que respeita ao programa artístico-musical, o destaque vai para “o concerto de Pedro Abrunhosa, o músico, cantor e escritor de tantas canções que se juntam a tantos outros hi nos, lendas e adágios”, na noite de dia 16. Na noite seguinte, a Compagnie des Quidams (França) apresenta “Fiers à cheval”, um espetáculo “que é um sonho passageiro, uma procissão de imagens que começa com personagens estranhas, bizarra mente vestidas, venezianos de ficção científica, orgulhosas de si Mas,mesmos”.segundo a autarquia, “não só de música vive o programa do certame”, que inclui momentos como provas de maçãs e de vinho das regiões Távora-Varosa, Dão e Douro (algumas comen tadas por especialistas de renome) e um espaço expositivo e de venda de produtos de Espanha.
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De dia 15 a 18 de setembro, a décima primeira edição da Expodemo terá três palcos, por onde passarão mais de 150 artistas e mais de 30 espetáculos. A autarquia explicou que se trata não só de uma “feira de cultura e de negócios”, mas também de uma “feira de artes e espetáculos de música, teatro, dança, poesia, livros e gastronomia”, que proporcionará “experiências enogastronómicas únicas” e que exaltará a maçã.
Diz o presidente da Câmara, João Efigénio Palma
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Temos de preservar a serra de Serpa com estas culturas, tra dições e atividades, porque contribuem para muito daquilo que se faz de bom em Serpa, nomeadamente o queijo e os enchidos, que têm a sua essência e existência naquilo que se faz na serra.
Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câ mara de Serpa, espera “uma grande feira”, numa região onde predomina a forma tradicional de produção agríco la. João Efigénio Palma sustenta a importância de defen der e preservar “a vida agrícola tradicional do Alentejo”, que tem na serra de Serpa “o seu repositório” natural. “É algo que temos de incentivar, com a evolução e os bene fícios dos novos conhecimentos”, diz o autarca.
É claramente um caminho, porque esta é uma zona onde esse tipo de agricultura ocorre quase naturalmente. As culturas são ancestrais, o gado continua a ser criado da mesma forma e os produtos são o espelho desse modo de estar e de produzir tra dicionais.Julgo,contudo, que há um caminho a percorrer, valorizando muito do que ali se faz, mas a produção biológica é o futuro desta região, com a manutenção da biodiversidade característica da ser ra, e o caminho a seguir.
João Efigénio Palma (JEP): Esperamos uma grande feira. Estamos com uma expetativa elevada na realiza ção desta feira, por tudo o que a antecedeu, dado que regressa após interregno forçado devido à pandemia e isso cria um nível de expectativa muito alto, tendo em conta que as pessoas querem voltar a estar juntas e a conviver.Aschuvas que caíram nos últimos dias não vão atrapalhar a realização do certame e são, até, um motivo de alegria e comemoração, tendo em conta o período de seca que atravessámos e a água faz muita falta, numa região que não é abrangida pelo sistema de regadio de Alqueva.
GR: No âmbito da Feira, há um encontro de produtores de agricultura biológica. É o caminho para regiões como a serra deJEP:Serpa?
Gazeta Rural (GR): Que expectativa tem para a Feira?
“é o repositório da vida dotradicionalagrícolaAlentejo”
GR: Que importância tem a Serra de Serpa para o concelho, tendo em conta as suas potencialidades turísticas e económicas?
A serra de Serpa recebe anualmente, por esta altura, a Feira Agropecuária Transfronteiriça de Vale do Poço, uma mostra do que melhor se faz naquela região no setor agrícola e agropecuário, mas também a nível gastronómico.
A serra de Serpa
JEP: A serra de Serpa tem uma grande importância e um interesse muito particular no nosso concelho. Há uma pa lavra que define bem a população que lá vive: resiliência. A serra é uma zona de solos pobres, com níveis de produções cerealíferas muito baixo, e aquelas pessoas conseguiram fixar-se, viver e manter-se ali, dinamizando a atividade agrí cola na serra de uma forma muito particular, porque é ali que mantemos tudo o que são produções tradicionais. Há o mon tado de sobro e azinho e continua a haver a pastorícia, com a criação pecuária extensiva. Diria que é o repositório daquilo é que a vida agrícola tradicional do Alentejo. Portanto é algo que temos de incentivar à sua preservação, naturalmente com a evolução e os benefícios dos novos conhecimentos.
A atividade pecuária é uma das atividades mais importantes da serra de Serpa. É para suportar a pecuária que ali são desenvolvidas todas as outras atividades tradicionais.
info@carlossilvavinhos.pt +351 966 553 802www.gazetarural.com 5 Parque Industrial Coimbrões, Lote 76 Apartado 5002, 3501-997 VISEU Tel.: 232 470 760 | Fax: 232 470 769 | E-mail: viseu@soveco.pt www.soveco.pt
Gazeta Rural (GR): A Feira das Colheitas é o maior evento que Arouca recebe durante o ano. Retrata a vida cotidiana do con celho?Margarida Belém (MB): A Feira das Colheitas é o maior evento concelhio e retrata o dinamismo cultural, económico e social do concelho, envolvendo as nossas empresas, as nossas associações e a população local em geral, combinando tradição com moderni dade, conciliando a preservação das atividades mais ligadas à gé nese da feira, com os concursos na área agrícola, com o percurso evolutivo que o município fez ao longo destas mais de sete décadas do evento, com o surgimento de novas atividades económicas e de novas empresas, como tão bem estará patente, por exemplo, na ex
A Câmara de Arouca lançou um desafio à população para escolha dos artistas que iriam atuar na Feira das Colheita e os Xutos e Pontapés foram os preferidos dos arouquenses. Fernando Daniel e Luis Trigacheiro são os outros nomes do cartaz.
10 www.gazetarural.com De 22 a 25 de setembro, em Arouca
escolheramArouquensesXutos e Pontapés para atuar na Feira das Colheitas
De 22 a 25 de setembro, Arouca sai à rua para comemorar a Feira das Colheitas, a mais emblemática das suas festas. Por estes dias, o centro da vila enche-se de vida com feiras, concertos, exposições, folclore, atividades para crianças e gastronomia.
Em entrevista à Gazeta Rural, a presidente da Câmara de Arou ca diz que este “é o maior evento concelhio e retrata o dinamis mo cultural, económico e social do concelho”. Margarida Belém diz também que “são quatro dias vividos de forma intensa por to dos, em que celebramos o que de mais genuíno temos e somos”.
GR: No turismo que apostas tem feito a autarquia neste sec tor, numa altura em que o tipo de turista está a mudar?
MB: Desde há muito, e tendo em conta o excecional património natural e cultural de que dispomos, que o turismo tem sido um dos setores de aposta estratégica, com o lançamento de projetos icónicos como a classificação como Geoparque Mundial da UNES CO e a criação do Arouca Geopark, a requalificação dos sítios de interesse geológico, os Passadiços do Paiva, a 516 Arouca – Ponte Suspensa, a requalificação e revitalização de espaços museológi cos como o Mosteiro de Arouca e o Museu Municipal.
ALGUNS DESTAQUES DO PROGRAMA DA FEIRA DAS COLHEITAS 2022
GR: Como está o setor primário do concelho, nomeadamente a pecuária?
Com vista a colmatar estas dificuldades, o Município ante cipou o pagamento de incentivos à criação de gado da raça arouquesa e aumentou o incentivo anual à produção de gado bovino desta raça autóctone, num acréscimo de cerca de 17 mil euros. Mais recentemente aprovou uma alteração ao regu lamento municipal de urbanização, edificação e taxas em ope rações urbanísticas que terá, espera-se, um impacto positivo neste setor.
Com a pandemia a ter reforçado a procura de destinos de nature za como o nosso, iremos continuar a consolidar o Arouca Geopark, como destino de natureza de referência a nível nacional e inter nacional, apostando na sustentabilidade do destino e na cada vez maior qualificação e capacitação dos recursos.
Feira de Artesanato Internacional – Rua do Mercado Feira dos Produtos do Campo – Av. 25 de Abril
22h00 – Concerto: Polifonia arouquense com Bandua e Tiago Pereira
: A Feira das Colheitas é o nosso maior evento, a nossa maior festa, fazendo parte da vida e das memó rias de sucessivas gerações de arouquenses, dos mais velhos aos mais novos. São quatro dias vividos de forma intensa por todos em que celebramos o que de mais ge nuíno temos e somos.
Pavilhão da Escola Secundária de Arouca 16h00 – Concurso “A Melhor Broa Caseira 2022” 18h00 – XIII Concurso “O Vinho Verde de Arouca” 22h00 – Concerto com Tiago Silva (finalista do The Voice Portugal) 23h00 – Concerto: Fernando Daniel
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22 de setembro – quinta-feira 9h30 – Concurso nacional da raça Arouquesa 16h00 – Desfile de gado e entrega de prémios 17h00 – Cerimónia oficial de abertura da Feira das Co lheitas 2022
GR: Os artistas do cartaz de espetáculos foram ‘decididos’ pela população. É uma decisão para manter?MB:Em tudo o que fazemos procuramos garantir o maior envolvimento dos arouquenses e foi com esse objetivo que também lançámos o desafio de nos ajudarem a escolher os artistas a atuar na Feira das Colheitas. Em próximas edições, iremos procurar manter este caminho de maior envolvimento, com esta estratégia ou outras.
No caso concreto da pecuária, acrescem ainda os longos processos de licenciamento das explorações pecuárias ain da em curso ou a burocracia associada à obtenção de apoios que permitam dar continuidade à atividade no setor.
“A Feira das Colheitas é a nossa maior festa”
GR: O que representa este evento para o concelho deMBArouca?
25 de setembro – domingo 15h00 – Desfile Etnográfico com carros de bois e cortejo de açafates 21h30 – Concerto: Luis Trigacheiro com o Or feão de Arouca
Tasquinhas – Parque Municipal Espaço dos Petiscos – Parque junto ao Museu Muni cipal
Feira de Artesanato – Alameda D. Domingos de Pinho Brandão
MB: O nosso setor primário enfrenta, como em outros concelhos, alguns desafios significativos. Por um lado, o envelhecimento dos produtores locais; por outro, aumento do custo de bens essenciais à prática corrente da atividade, como por exemplo o gasóleo, as rações ou os adubos, sem que tal se reflita num aumento proporcional dos preços de venda da carne e do leite em benefício do produtor, à escas sez de palha, em virtude da falta de chuva que persiste.
os efeitos das alterações do clima?
23 de setembro – sexta-feira 9h00 – Seminário “Agricultura em Arouca – Tradi ção com 14h30-futuro”Conferência “A emergência climática – a água e o território”
GR: Atravessamos um período difícil, com uma seca prolongada. Que ações têm preparadas, ou a ser implementadas, para mitigar
posição empresarial.
MB: O Município de Arouca dispõe de uma Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, a qual pretende promover, em todo o território municipal, uma resposta coerente às múltiplas pro blemáticas relacionadas com as alterações climáticas e colocar o município na linha da frente a nível nacional, no que diz respeito a estas matérias. Foi elaborada no âmbito da Área Metropolitana do Porto, estando assim concertada com os demais municípios da AMP. Prevê, entre outras, ações de preservação da biodiversidade como forma de melhorar a prevenção contra eventos extremos (por exemplo, tempestades ou fogos florestais), pragas e espécies invasoras, a valorização da produção agrícola local e o desenvolvi mento rural, apenas para dar alguns exemplos e a requalificação e valorização das linhas de água e dos corredores ecológicos asso ciados, apenas para dar alguns exemplos.
24 de setembro – sábado 8h00 – Abertura da feira tradicional 14h30 – Colheitas BTT 2022 15h00 – Chega de carneiros 15h30 – Chega de bois 17h00 – Desfolhada infantil seguida de bailinho à moda22h00antiga–Desfolhada seguida de baile à moda antiga 23h00 – Concerto: Xutos e Pontapés
Feira dos Produtos Regionais – Av. 25 de Abril
Este ano, a viagem medieval permitirá que os visitantes da zona histórica de Canas de Senhorim encontrem os artigos da época, que vão desde o artesanato, às tradicionais bebidas e co midas.
Em Canas de Senhorim a intenção é “retomar a reali zação da feira medieval, no primeiro fim de semana de outubro”, diz o presidente da Junta de Freguesia. “São os 30 anos da feira”, salientou Nuno Pereira, lembran do que, em 2021, “apenas houve cavaleiros e arrua das de bombos para marcar a data”.
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A Feira Medieval e o Carnaval “são dois eventos em blemáticas da freguesia de Canas de Senhorim e até do concelho de Nelas”, diz o autarca de Canas, acres centando que “anda toda a gente ansiosa à espera da sua realização”. Além disso, lembra Nuno Pereira, “é algo de diferente e único, além, de que fomos dos primeiros a realizar um evento de época medieval no nosso país”.
“Tanto quanto julgo saber, a feira medieval nas ceu em 1992 por iniciativa do então presidente da Junta de Freguesia, Fernando Gomes Pinto, incen tivado na altura pela Doutora Ana Mouraz Lopes,
Feira Medieval de Canas de Senhorim celebra 30 anos
À época, conta, “as feiras medievais eram pouco conhe cidas no nosso país e recordo que nos primeiros anos a Fei ra foi feita com a prata da casa. Valia-nos o grupo de teatro Pais Miranda, que tinha alguns artistas, que proporciona vam uma grande animação à feira”, diz António Figueiredo, lembrando que “as primeiras feiras tinham história, em que se procurava retratar acontecimentos que terão ocorrido na nossa região e na nossa Vila na idade média”.
António Figueiredo lembra que a primeira edição “constou de uma ceia medieval, num sábado à noite, e no domingo realizou-se a feira, em que várias associações da freguesia puderam participar, com a venda de produtos do campo, mas também alguma caça, nomeadamente, coelhos, galinhas, pa tos, gansos e outros”. “Mercê do êxito da primeira edição, a ideia tinha pernas para andar e veio até aos dias hoje”, refere.
Canas de Senhorim, no concelho de Nelas, retoma este ano a realização da Feira Medieval, uma das mais antigas do país. A celebrar 30 anos, este evento vai decorrer de 30 de setembro a 2 de outubro, com espetáculos, música e dança, varia díssimos expositores e algumas novidades!
para levar a cabo o evento”, contou António Figueiredo, liga do à organização do evento há alguns anos, à Gazeta Rural.
De 30 de setembro a 2 de outubro
A ceia medieval, desde há cerca de 18 anos, consta do cartaz da feira e é um dos momentos altos. “Este ano vamos realizá-la, no sábado à noite, no dia 1 de outubro”, lembra António Figueire do, que conta já com bastantes participantes inscritos.
O largo do chafariz, em frente dos Paços do Concelho de Monção, será o palco do Desfile Nacional do Traje Popular Português, uma iniciativa da Federação do Folclore Português.
“Edição após edição, o número de participantes tem vindo a aumentar e este ano contamos com mais de 1200 folclo ristas a desfilar, sendo que serão incluídos novos quadros e algumas surpresas, que até ao dia do desfile vão sendo reve ladas”, diz a organização.
Estarão presentes no desfile todas as regiões etnográfi cas, com exceção das ilhas. Das Comunidades Portuguesas espalhadas pela diáspora estarão também presentes algu mas representações, destacando-se a Casa de Portugal em Andorra e o Grupo Folclórico Alma Lusa, do Brasil.
Esta edição do Desfile Nacional do Traje Popular Portu guês conta com o alto patrocínio da Câmara de Monção e da Fundação Inatel.
Monção recebe Desfile Nacional do TrajePortuguêsPopular
No dia 24 de setembro
No dia 22, às 16 horas, a Rede de Bibliotecas de Penacova será a responsável pela palestra “Cultura e Património: novos olharesMovimento 14/20”. O ciclo de palestras/workshops encerrará, dia 23h, às 15 horas, com a instrumentista Susana Cabral a falar sobre a “História do órgão do mosteiro”.
Bienal de música e doçaria conventual animam Mosteiro de Lorvão em outubro
de dar maior visibilidade ao mosteiro de Lorvão, um mo numento nacional com uma história riquíssima e dos mais relevantes da rota de Cister”. Álvaro Coimbra salienta, da programação, os recitais do órgão de tubos, “um dos vários tesouros de Lorvão, que merece ser mais conhecido junto do grande público.”
O primeiro concerto da Bienal Internacional de Música irá ocorrer no dia 1 de outubro, às 21,30 horas, e estará a cargo do prestigiado artista italiano Silvano Rodi, or ganista oficial da Igreja Mónaco “St. Devote”. No dia 8, às 21,30 horas, será a vez da organista Liliana Duarte dar um concerto no órgão de dois mil tubos. No dia 15, entre as 19 e as 20,30 horas e entre as 21,30 e as 23 horas, haverá um Encontro Internacional de Coros e, no dia 16 às 18 horas, o programa prossegue com um concerto a cargo dos professores da Escola de Artes deNoPenacova.dia22,às 21,30 horas, haverá novo concerto no histórico órgão de tubos com Sérgio Silva, professor de órgão no Instituto Gregoriano de Lisboa e na Es cola de Música Sacra de Lisboa e organista titular da Basílica da Estrela e da Igreja de São Nicolau, em Lis boa. No dia 23, às 16,30 horas, está previsto um con certo com alunos dos conservatórios de música de Coimbra e de Aveiro e da Escola de Artes de Pena cova. O programa da bienal terminará, dia 30, às 17 horas, com a Filarmónica Boa Vontade Lorvanense.
A Câmara de Penacova vai promover, em outubro, a primeira edição da Bienal Internacional de Música do Mosteiro de Lorvão, a primeira edição da Mostra Nacional de Doçaria Conventual de Lorvão e cinco palestras sobre as temáticas do órgão de tubos do Mosteiro de Lorvão (o maior construído em Portu gal no século XVIII), os palitos de Lorvão (classificados como património imaterial), cultura e património e doçaria conventual de Lorvão.
Durante o mês de outubro, em Penacova
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No dia seguinte, às 15h, haverá a palestra “Volta ao mundo do órgão”, a cargo da professora Susana Cabral (Escola de Artes de Penacova). Uma hora depois, a Associação Pró-Defesa do Mostei ro de Lorvão promoverá o workshop “Como fazer botelhada”. A do ceira Emília Peres irá confecionar este doce, ao vivo, e esclarecer todas as dúvidas do público.
Quanto à Mostra de Doçaria Conventual, que irá decorrer, nos dias 15 e 16 de outubro, nos claustros do Mosteiro de Lorvão, estão confirmadas as presenças de duas dezenas de doceiros provenientes dos locais mais emblemáticos em matéria de doçaria conventual, entre o Minho e o Alentejo, de signadamente de Évora, Portalegre, Alcobaça, Tentúgal, Avei ro, Arouca, Lamego, Braga, entre outros. Muitos destes do ceiros conquistaram já diversos prémios em alguns dos mais exigentes concursos nacionais de doçaria conventual.
O autarca de Penacova lembra que estarão presentes, “como não podia deixar de ser”, os doces que tiveram origem no mos teiro, como são os casos das nevadas e dos pastéis de Lorvão, mas sublinha a importância de poder contar, nesta mostra de dimensão nacional, com o melhor da doçaria conventual de todo o país.Quanto aos workshops, o primeiro ocorrerá no dia 15 de outu bro, às 16h, subordinado ao tema “Como fazer palitos”. O dinami zador será o Grupo Etnográfico de Lorvão.
Para o presidente da Câmara de Penacova, “para além da oportunidade de oferecer ao público con certos de elevada qualidade, com artistas de ex ceção, a bienal de música terá ainda a vantagem
uma vez que a sua confeção era restrita à freguesia da Sobreira Formosa”.Oautarca diz que “tirando partido dessa originalidade, que tem noutras geografias do país algumas semelhanças e outros no mes, como o butelo em Trás-os-Montes e no Minho, o plangaio é hoje uma referência gastronómica do nosso concelho”, sustenta João Lobo.
O programa do festival inclui jogos tradicionais, como o Jogo da Malha e o Jogo da Tala, este típico e jogado de forma prati camente exclusiva em Sobreira Formosa e áreas envolventes.
O presidente da Câmara de Proença-a-Nova diz que o plangaio e o maranho “são dois produtos que marcam a nossa gastronomia. O maranho é, há muito tempo, uma referência gastronómica da região do Pinhal Interior, com algumas variantes de concelho para concelho, mas tam bém aos recursos disponíveis para a sua confeção. Por sua vez o plangaio é também um produto gastronómico de ex celência, mas restrito ao concelho de Proença-a-Nova e da freguesia da Sobreira Formosa, onde vai ter lugar este even to”. Aliás, acrescenta João Lobo, “este enchido era, até há algum tempo desconhecido de muitas pessoas do concelho,
Festival do Plangaio e do Maranho regressa a Sobreira Formosa
O certame regressa à Sobreira Formosa com um es paço dedicado à gastronomia local, mas também mú sica popular, fado, arruadas, bombos, animação infantil, animação circense, showcooking com produtos endóge nos e atividades desportivas e jogos tradicionais
Ao longo dos dois dias a animação vai ser uma constante, com ofertas para miúdos e graúdos, numa clara aposta do Município de Proença-a-Nova, tanto na potencialização dos recursos endógenos característicos do concelho, como no reavivar de tradições antigas da população desta área regio nal.
No sábado, dia 24 de setembro, o grupo Sons do Minho so bem a palco, seguidos do grupo musical Inovação, que prome tem animar a noite de todos aqueles que visitarem o recinto. No domingo, a 25 de setembro, os Bombos da Casa do Benfica de Vila de Rei abrem as hostilidades, para o fadista Emanuel Moura fazer as delícias dos espectadores e assim fechar mais uma edição deste Festival.
O Largo da Devesa em Sobreira Formosa, no concelho de Proença-a-Nova, recebe o Festival do Plangaio e do Maranho nos dias 24 e 25 de setembro, para renovada promoção de dois produtos tradicionais e tão característicos desta freguesia, onde se irão realizar as festividades.
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Nos dias 24 e 25 de setembro, no concelho de Proença-a-Nova
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Iniciativa desenvolvida no âmbito do programa “Minho Wine Experience” estende-se aos 24 municípios da região do Consórcio Minho IN.
O evento gastronómico a realizar em Guimarães assenta nos conceitos da degustação, conhecimento e animação, que se es tende aos 24 municípios da região do Minho. A ideia é reavivar rituais e tradições, valorizar e interpretar a sabedoria das comu nidades, promover boas práticas rurais, repensar a alimentação, a qualidade dos produtos e das produções.
Para o evento de Guimarães, estão previstas algumas iniciativas como showcooking e degustação, fogueira da memória, mercadi nho biológico e tasquinhas, residências gastronómicas, apresen tações, jantares sensoriais, workshops, visitas e ainda restauran tes aderentes. Paralelamente, decorrerão concertos com música ao vivo, animação com Dj’s e jogos para crianças.
Os chefs António Loureiro, Álvaro Dinis e Liliana Duarte serão os consultores gastronómicos através de um programa articulado de ações a desenvolver nestas jornadas.
“Carnes e Caldos” a realizar em Guimarães no fim de semana de 4 a 6 de novembro, na reunião de preparação que juntou os representantes do consórcio Minho Inovação promovido pelas Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, Cávado e Ave.
O Município de Guimarães integra as jornadas de eventos gastronómicos, no âmbito do “Minho Wine Experience”, através de um programa complementar com os municípios de Viana do Castelo e Braga, com o objetivo de valorizar a gastronomia local e da região, apelando à memória dos paladares e dos cheiros antigos.
Guimarães promove evento gastronómico à escala da região do Minho
No fim de semana de 4 a 6 de novembro
O vereador do Turismo, Paulo Lopes Silva, apre sentou as linhas gerais do evento gastronómico
Além da programação dos palcos principais, o Douro & Porto Wine Festival oferece ao público outras experiências e ativida des. É o caso da Área Premium, de Food trucks e Wine Houses: pequenas casas de madeira distribuídas de forma organizada pelo espaço, onde é possível degustar, provar e comprar vinhos das mais variadas quintas da Região Demarcada do Douro.
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Diogo Marques, responsável pela organização do evento, destacou a presença no festival dos Gipsy Kings, The Stranglers, Fafá de Belém, Pedro Abrunhosa, Irma e Sons do Douro. Pretende -se, segundo o responsável, “uma experiência sensorial única a todos os amantes de vinho e boa música que se juntarem na margem do rio Douro”.
Música e gastronomia no I Douro & Porto Wine Festival
A primeira edição do Douro & Porto Wine Festival realiza-se dias 17 e 18 de setembro, em Cambres, Lamego, para promover os vinhos e as quintas da região e proporcionar a “fusão ideal entre a gastronomia e o entretenimento”.
O festival realiza-se no Porto Comercial de Cambres, Lamego, e os bilhetes custam entre 30 e 100 euros. Ao longo de seis hec tares, o espaço tem capacidade para cerca de 20 mil pessoas por dia, além de mais de 100 produtores de vinhos da região do Douro e mais de 10 Chefs e especialistas. No local, serão disponibilizados parques de estacionamento, permitindo também aos visitantes que estejam nos concelhos limítrofes utilizarem ‘transfers’ gratuitos. Há ainda a possibilidade de as pessoas que se desloquem de comboio poderem ir de barco até à zona do festival.
Criada a pensar nos que procuram uma experiência “mais ‘pre mium’ e sofisticada”, o festival apresenta a Zona Privilege, com bares exclusivos, uma zona de alimentação exclusiva e acesso ao palco, por exemplo.
Organizado em parceria com a Câmara de Lamego, Turismo do Porto e Norte e o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), o festival visa também atrair estrangeiros para “virem conhecer os produtos no nosso território, enriquecendo esta experiência com as vindimas que decorrem nesta altura”. Com esse objetivo, disse Diogo Marques, o festival está a ser divulgado em vários países, nomeadamente na Ale manha, Inglaterra e França, entre outros.
Com uma programação pensada para “as dife rentes pessoas e públicos de todas as idades, o espaço conta com várias áreas de interesse, ativa ções de marcas e dois palcos principais, por onde
vão passar artistas nacionais e internacionais, produtores de vinhos da região do Douro, ‘chefs’ e especialistas”. Assim, o primeiro palco é dedicado à música, com nomes como Gipsy Kings by Diego Baliardo, Fafá de Belém, Banda Filme Variações, Sons do Douro (17 setembro), Pedro Abru nhosa, The Stranglers, Tiago Bettencourt e Irma (18 setem bro).Focado na gastronomia e no entretenimento, o segundo palco acolherá o ‘Cook Stage’, que conta com a curadoria e moderação do chef Miguel Castro e Silva, com espetáculos de ‘Live Cooking’, degustações, música e palestras. JJ Vintém, António Loureiro, Marlene Vieira, Catarina Nascimento, Tiago Bonito, José Guedes, Dirk Niepoort, Fernando Alvim e Miguel Gameiro são alguns dos nomes que sobem a este palco duran te o fim de semana de 17 e 18.
Nos dias 17 e 18 de setembro, em Cambres, Lamego
No que respeita à CVR do Távora-Varosa, o despacho assi nado por André Moz Caldas sublinhou que, desde a sua cons tituição, em 1999, tem igualmente desempenhado, “sem fins lucrativos, relevantes e meritórias atividades de interesse ge ral na sua área de atuação”.
Segundo o despacho, a CVR do Távora-Varosa “representa os interesses das profissões envolvidas na produção e comércio da DO Távora-Varosa e da IG Terras de Cister”.
Num despacho publicado em Diário da República, assi nado pelo secretário de Estado da Presidência do Conse lho de Ministros, André Moz Caldas, é referido que a Comis são Vitivinícola Regional (CVR) do Dão tem desenvolvido desde a sua constituição, em 1989, “relevantes e meritó rias atividades de interesse geral na sua área de atuação”, sem fins lucrativos. Representa os interesses dos agentes económicos envolvidos na produção e comercialização dos vinhos (ou outros produtos vínicos) que possuem a Denomi nação de Origem (DO) Dão e Lafões ou Indicação Geográfica (IG) Terras do Dão”, explicou.
Despacho foi publicado em Diário da República
CVRs do Dão e do comTávora-Varosa estatuto de públicautilidade por 10 anos
Quer a CVR do Dão, quer a CVR do Távora-Varoca, promo vem “a defesa do património regional e nacional” que as DO e IG constituem, “revestindo, nessa qualidade, a forma jurídica de uma associação regional”, justificou.
O Governo atribuiu o estatuto de utilidade públi ca às comissões vitivinícolas regionais, por repre sentarem “os interesses dos agentes económicos envolvidos na produção e comercialização dos vi nhos”.
No âmbito das suas atividades, ambas as CVR colaboram com o Instituto da Vinha e do Vinho e com a Direção Regional da Agri cultura e Pescas.
Atualmente, a Região Demarcada da Bairrada, constituída por oito concelhos - Águeda, Anadia, Aveiro, Cantanhede, Coimbra, Mealhada, Oliveira do Bairro e Vagos - contabiliza cerca de 2.400 produtores de vinhos, que exploram mais de seis mil hectares de vinha.NaComissão Vitivinícola da Bairrada há cerca de 110 produto res inscritos, dos quais 84 colocam no mercado vinho com o selo de Denominação de Origem (DO) Bairrada ou IG Beira Atlântico. A região produz mais de metade (53%) dos espumantes nacionais, sendo o mercado português o seu maior consumidor.
Pedro Soares explicou que a qualidade “é muito boa”, num momento em que cerca de 40% das uvas tintas ainda foram ainda colhidas. “ Esperamos ter a ajuda do São Pedro, para ver se a chuva não coloca em causa o que ainda está no terreno e que é bas tante”, acrescentou.
As vindimas deverão estender-se “até final de setembro ou até início de outubro”. “Prevemos uma quantidade normal, sem quebra significativa. A existir uma quebra, nunca será superior a 10%,
Quebra de produção não será superior a 10%
Região da Bairrada prevê produção de 180 mil hectolitros de vinho
As vindimas na Região da Bairrada tiveram início na primeira semana de agosto, altura em que co meçaram a ser colhidas uma parte significativa de uvas base para espumantes (uvas colhidas num estado menos maduro do que para vinhos tranqui los).
“Até ao momento, as uvas sanitariamente es tão muito boas e a expectativa é que tenhamos uma boa colheita, mesmo nos tintos, sendo certo que nos brancos e rosados já temos a certeza de que é uma boa colheita”, destacou o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada.
comparativamente com a média dos últimos cinco anos”, esclareceu.Deacordo com o presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada, a seca extrema que o país vem atravessando não trouxe grande impacto a esta região, devido à proximida de com o mar. “Os ventos atlânticos ajudaram a balançar em termos de temperatura e não houve tanto escaldão como em outras regiões. Por outro lado, a partir do início de agosto, contámos com uma certa humidade: quando acor dávamos de manhã, tínhamos as videiras ainda húmidas do orvalho”, descreveu.
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Tal acabou por “ser muito benéfico”, uma vez que como os dias estavam muito quentes, “a humidade dissipava-se com muita facilidade, para não ser favorável ao aparecimento de doenças e, ao mesmo tempo, para que não se sentisse o pro blema de seca extrema”.
Pedro Soares disse ainda que a Região Demarcada da Bair rada ainda está a recuperar da pandemia, sendo a aposta na certificação uma tendência. “Não recuperámos de uma forma tão rápida como aconteceu em outras regiões, mas recuperá mos passo a passo e de forma assertiva. No primeiro semes tre do ano vínhamos com aumento significativo, na ordem dos 12% em termos de certificação, e contamos fechar o ano com um nível de aumento entre os 10 e 15%”, concluiu.
A Região da Bairrada prevê uma produção de cerca de 180 mil hectolitros, numa altura em que já foi realizada “uma boa colheita” para vinhos brancos e rosados e quando decorre até ao final do mês a vindima para tintos.
CARLOS SILVA VINHOS Acompanhamento Enológico de Projetos Vitivinícolas Análises info@carlossilvavinhos.ptFormaçãoLaboratoriaisProvasdeVinhoseAconselhamentoElaboraçãodeVinhosparaMarcas+351 966 553 802
A importância da transição agroecológica para a sustentabilidade dos sistemas alimentares e os resultados de experiências partilhadas com agricultores, técnicos e investigadores, consumidores e representantes do poder local, foram os temas em reflexão na terceira edição da Escola de Verão “Agroecologia e Sistemas Alimentares Sustentáveis”, que decorreu na Escola Superior Agrária de Viseu.
“AgroecologiaSustentáveis”AlimentaresSistemase
Superior Agrária de Viseu
Terceira edição decorreu na Escola
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A terceira edição da Escola de Verão Agroecologia e Sistemas Ali mentares Sustentáveis, organizada pela Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu, teve como parceiros o Projeto Eras mus + MedCaravan e a Associação Nova Acrópole, com o apoio das Câmaras de Viseu e de S. Pedro do Sul e da Junta de Freguesia de Viseu.
Neste evento os agricultores ocuparam o espaço de fala e fo ram os verdadeiros professores. “Adoro, amo o campo, amo a natureza”, “devemos sempre ensinar aos meninos onde as coi sas são criadas e como são criadas”, disse a D. Salete, agricultora desde sempre, e desta vez no centro do espaço de fala – a Casa daADeméter.escolaterminou com a consensualização de que importa de fender uma “alimentação digna para todos” e a criação de “uma plataforma para falarmos em rede”, constituem caminhos que os participantes assumiram percorrer a partir do pilar da agroecologia na transição para sistemas alimentares mais sustentáveis.
Durante quatro dias, participantes de todo o país visitaram e partilharam projetos agroecológicos em Viseu, onde se incluíram agricultores familiares (Salete Dias na Lobagueira, Viseu, e Alice Marques, em São Pedro do Sul), projetos de inclusão social pelas artes e agricultura (Horta de Deméter, em Viseu), produtores biológicos e comunidades de suporte à agricultura (Ângela Abreu em S. Pedro do Sul, Quinta do Arminho em Mangualde), a Bioregião de São Pedro do Sul e o Mercado de Produtores de S. Pedro do Sul, mas também diversas experiências ao nível do consumo sustentável, como o Polo Gastronómico de Viseu, Grão a Grão e Sabores do Sul.
Escola de refletiuVerãosobre
Consórcio de investigação europeu pretende promover uma mudança de hábitos alimentares, que passa pela redução do consumo de carnes vermelhas e processadas, através do consumo de produtos inovadores à base de insetos comestíveis e leguminosas.
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O desafio está lançado! A intervenção Change Eat! - Jantar Proteínas Alternativas! irá decorrer no Porto entre outubro e dezembro deste ano. Esta iniciativa é liderada pela Universidade Católica PortuguesaUnidade de Investigação Empresarial e Económica da Católica - Lisbon (CUBE) e o Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF), Laboratório Associado da Escola Superior de Biotecnologia -, sendo parte integrante do projeto europeu Susinchain - SUStainable INsect Chain. Este projeto envolve um consórcio de investigação com 35 parceiros em 14 países.
alimentares inovadores, que configurem alternativas segu ras, saudáveis, nutritivas, saborosas e de fácil preparação às carnes vermelhas e processadas, é uma das formas mais eficazes de reduzir o seu consumo no longo prazo. É isto que propomos fazer em Portugal com o ChangeEat!”
A balança alimentar portuguesa estima que 21% da ingestão média diária de calorias em Portugal tenha origem no consumo de carne, o que representa mais de quatro vezes o recomendado na Roda dos Alimentos. Em particular, e de acordo com os re sultados do último Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF 2015-2016), cada adulto português consume, em média, perto de 100 gramas de carnes vermelhas e processadas diariamente. Este valor excede largamente o recomendado para uma alimentação equilibrada - 28 gramas diárias, e mais ainda o sugerido pela Organização das Nações Unidas para uma dieta sau dável a partir de sistemas alimentares sustentáveis - 14 gramas diárias.AnaIsabel de Almeida Costa, investigadora principal da CUBE e uma das coordenadoras da intervenção, descreve assim como principal motivação do ChangeEat! “A evidência científica resultante de intervenções realizadas noutros países mostra que a criação de oportunidades para os consumidores jovens experimentarem gra tuitamente, no seu dia-a-dia, uma oferta diversificada de produtos
“É tempo de passar das recomendações à ação”, como realça Maria João Monteiro, Investigadora Sénior no CBQF e a outra coordenadora deste estudo. “Em Portugal, o Change Eat! irá selecionar até 56 casais, entre os 18 e os 40 anos, e acompanhá-los na transição de hábitos alimentares até ao final de 2022, proporcionando-lhes a experiência de confecionar e consumir produtos ino vadores com origem em insetos comestíveis e legumi nosas, ricos em proteína alternativa, saudável e susten tável.AFAO
são outra fonte de proteína saudá vel e sustentável para a alimentação humana, sendo o seu consumo um dos pilares da dieta mediterrânica. Picados, preparados ou misturas, salsichas e pasteis - de Tenébrio, grilo, soja, lentilhas, entre outros ingre dientes ricos em proteína -, são assim alguns dos produtos que os participantes no ChangeEat! terão oportunidade de experimentar.
Para promover mudança de hábitos alimentares
Curioso para provar? Pronto para mudar os seus hábitos alimentares já este Outono?
Projeto europeu usa produtos inovadores com insetos comestíveis e leguminosas
declarou os insetos comestíveis como um dos alimentos do futuro, constituindo uma fonte segura, saudável, nutritiva, saborosa e sustentável de proteína com potencial para alimentar centenas de milhões de Europeus.Asleguminosas
O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo nas ce da necessidade de solidificar este crescimento, tendo como principal objetivo certificar este produto, demonstrando ser produzido de forma sustentável e reforçando o seu valor. A cer tificação está a ser desenvolvida com o conhecimento técnico e prático da Associação de Olivicultores do Sul (Olivum), entida de promotora, com o capital científico e teórico da Universidade de Évora, entidade parceira, e com o contributo de quem está no terreno, olivicultores e produtores de azeite, assegurando que se trata de uma ferramenta rigorosa tecnicamente, e aplicável a nível prático.
Este conjunto de agentes que vão materializar a certificação foi formalizado enquanto grupo-piloto oficial do projeto no passado mês de maio, onde foi discutida a abrangência da certificação. No mês de junho o grupo-piloto reuniu-se para debater temas mais es
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Programa Sustentabilidadededo Azeite do Alentejoquestõesdebatepromovesobresociaiseculturais
Associadas ao setor olivícola da região
O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), projeto liderado pela Olivum, em parceria com a Universidade de Évora, arrancou no passado mês de março, tendo já promovido três de bates que trouxeram para a mesa temas pertinentes para o setor oleícola, que nos últimos anos tem reforçado e consolidado o seu papel no panorama regional, nacional e internacional. Portugal, após a campanha de 2021, passou a sexto maior produtor de azeite no mundo e terceiro maior exportador da União Europeia. O crescimento do setor olivícola, registado nos últimos anos, deve-se essencialmente ao aparecimento de novas áreas de regadio - destacando o exemplo de Alqueva - que possibilitaram a instalação de olivais modernos e eficien tes e a consequente instalação de lagares.
O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo irá continuar a trabalhar na certificação e no reconhecimento do valor deste produto e da região do Alentejo. Acompanhe o pro jeto nas suas redes sociais, Facebook, LinkedIn e Instagram e visite, brevemente, o seu website.
Partindo para o debate, o grupo alertou para a im portância de cada produtor fazer um levantamento e uma avaliação do património cultural existente na sua exploração, procedendo a uma correta preservação do mesmo e valorizando-o, partilhando-o e dando-o a co nhecer à sociedade. O grupo demonstrou, no entanto, preocupações quanto à elevada burocracia e morosi dade do processo que este levantamento e avaliação implicam. Foi também expressa a vontade de valorizar o azeite enquanto produto histórico, característico da cultura portuguesa e da dieta mediterrânica, através de
museus, centros interpretativos ou roteiros.
pecíficos, como: a gestão do solo e conservação daEstebiodiversidade.mêsogrupo-piloto do Programa de Susten tabilidade do Azeite do Alentejo reencontrou-se, desta vez para discutir outros dos temas específi cos que a certificação contemplará: a dimensão so cial da sustentabilidade e do património cultural. A sessão arrancou com o discurso de abertura de Gon çalo Almeida Simões, Diretor-Executivo da Olivum, seguindo das exposições do Professor Rui Fragoso, da Universidade de Évora, e do Arqueólogo Tiago do Pereiro, da empresa Era – Arqueologia, que tiveram como objetivo despoletar a discussão e a partilha de ideias entre o grupo.
Relativamente a questões sociais, olivicultores e produtores de azeite deram o seu testemunho quanto ao que já fazem para pro mover uma maior proximidade e envolvimento com os seus traba lhadores e com a comunidade, como: a formação e as condições oferecidas aos seus colaboradores, a contratação de mão de obra e fornecedores locais, o recrutamento de jovens estagiários que frequentaram universidades da região, a abertura da sua proprie dade para a prática de atividades recreativas, como a caça ou a pesca, o envolvimento com a academia em estudos e ensaios de campo, o apoio monetário a associações e estruturas de apoio social ou a abertura do seu olival ou lagar para visitas de estudo de alunos do ensino pré-escolar, básico ou secundário.
DEMOexpo ‘22 setembro 15>18 17 SET. SÁBADO KARETUS 17 SET. SÁBADO FIERS À COMPANHIACHEVALQUIDAMS 16 SET. SEXTA PEDRO ABRUNHOSA 18 SET. DOMINGO SOMOS PORTUGAL TVI parceiros: apoio institucional: www.expodemo.pt companhia teatro francesa
No entanto, o grupo demonstrou preocupações quanto à difi culdade que existe atualmente na aquisição e retenção de traba lhadores apesar das condições oferecidas. Foi ainda sublinhada a importância de uma relação transparente com a comunidade, freguesias, municípios e vizinhos, abrindo sempre que possível as portas dos olivais e lagares para dar a conhecer à população o que ali é feito.
Haarlem deve ser a primeira cidade no mundo a tomar este tipo de iniciativa, amparada nos dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que in dicam que a pecuária gera mais de 14% de todos os gases de efeito estufa produzidos pelo homem,
A cidade holandesa de Haarlem vai proibir anúncios de carne em espaços públicos a partir de 2024, numa decisão que levantou o debate sobre o impacto climático desta proteína animal. No município de 160 mil habitantes este foi o motivo da proposta elaborada pelo GroenLinks, um partido político verde.
Em resposta à chuva de críticas do setor das carnes a esta medida, Ziggy Klazes, vereadora do GroenLinks que redigiu a proposta, respondeu que “a carne é muito prejudicial ao meio ambiente”, pelo que “não podemos dizer às pessoas que há uma crise climática e incentivá-las a comprar produtos que fazem parte dela”. Admitindo que “há muitas pessoas que consideram a decisão um ultraje”, Ziggy Klazes disse que “também há muitas pessoas que acham a medida positiva”.
incluindo o metano.
A partir do ano de 2024
deholandesaCidadeHaarlem
A decisão holandesa tem defensores noutras latitudes. O presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) disse que “existe uma preocupação mundial quanto aos impactos que os nossos hábitos de consumo podem gerar para o futuro, na verdade, para o nosso presente”. Para Ricardo Laurino, “a ali mentação baseada em carnes e derivados animais é um dos pi lares urgentes a serem repensados diante de enormes impactos que um simples bife ou copo de leite podem trazer, não só para o meio ambiente, mas para nossa saúde e os próprios animais”.
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anúnciosproíbedecarne empúblicoslocais
A decisão da cidade holandesa também foi bem recebida por alguns nutricionistas, considerando que “o impacto positivo da retirada das carnes, do ovo e do leite e seus derivados na alimen tação é percebido também pelo corpo”. Além disso, “uma alimen tação 100% à base de vegetais, que exclui todos os alimentos de origem animal, não somente é possível como também é compro vadamente uma das formas mais efetivas de cuidar da saúde”, ex plicam.
A produção de cereais no norte do vale do Tejo tem este ano uma redução de 10% a 15% em relação a 2021, com “muito menos impacto” do que noutras regiões, como o Alentejo.
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O responsável da organização, que conta com mais de 1.000 associados (entre produtores e organizações coletivas), salien tou que os impactos da seca “não são iguais em todo o lado”, mesmo na região abrangida pela Agrotejo, a qual inclui zonas de aluvião, de bairro e de charneca, e beneficiou do facto de a chuva, apesar de pouca, ter ocorrido “em momentos certeiros”. Num momento em que se aproxima a instalação das culturas de outono/inverno, Mário Antunes afirmou que a principal preo cupação se coloca no “acréscimo significativo que houve nos custos de produção”, em concreto nos fertilizantes e na energia.
Por outro lado, apontou a “volatilidade que existe nos mercados”, com “oscilações de preços ao dia, consoante há ou não há boas ou más novidades dos cereais da Ucrânia ou do mercado”. “Pode ha ver aqui algum risco de muitas parcelas, pelo acréscimo de custo que tiveram e pela redução da produção que possam vir a ter, com um abaixamento dos preços no mercado, de virem a ficar abaixo da linha de água”, afirmou.
Os impactos da seca “não são iguais em todo o lado”
Produção de cereais no norte do vale do Tejo com redução de cerca de 15%
Mário Antunes disse que a redução esperada nestas cultu ras, especialmente nos trigos e cevadas, da ordem dos 10% a 15% relativamente ao ano passado, é idêntica à quebra esti mada para as culturas de primavera/verão (hortícolas, fruta, milho), com a ressalva de que 2021 “foi um ano excecional” em quase todas estas culturas.
Segundo o representante, “uma luta antiga da produção” é con
O diretor-geral da Agrotejo - União Agrícola do Norte do Vale do Tejo (que abrange uma região que vai de Abrantes a Alpiarça, incluindo os concelhos de Golegã, Chamusca, Torres Novas, Santarém, Entroncamento e Vila Nova da Barquinha) afirmou que as culturas de outono/inverno, cujas colheitas estão em fase de conclusão, registam uma diminuição, embora “não muito significativa”, quando comparado com o que aconteceu noutras zonas do país.
e a Agromais, têm feito nos últimos 10/15 anos para aumentar a eficiência e o uso racional dos recursos naturais, no meadamente da água.
A tecnologia, acrescentou, tem sido fundamental para que, apesar das dificuldades, as produções médias tenham tido o acréscimo registado nos últimos anos: “Admitimos que possa ter sido à volta dos 15%/20% e isto sempre com uma maior eficiência na utilização dos recursos naturais.”
“A redução do consumo de água por tonelada produzida tem sido uma evidência demonstrável ano após ano e essa redução está muito associada à utilização de novas tecnologias, em que se incluem, além da sonda de monitorização de humidade e a rega de acordo com as reais necessidades da cultura, a utiliza ção de plataformas informáticas com imagens de satélite, com resposta das culturas”, explicou.
Os produtores da região têm vindo também a apostar na produção de energia solar, disse o representante, lamentan do as dificuldades com que se defrontam no licenciamento, já que não existe diferenciação entre pequenas e grandes produções. “Tem de haver uma diferenciação clara e tem de haver uma aposta na simplificação dos licenciamentos destas pequenas unidades”, bem como no acesso a fundos comunitários, defendeu.
comoaAgrotejo
Rua Capitão Salomão, nº 121-123 | 3510-106 VISEU | Tel.: 232 411 299 | E-mail: novelgrafica1@gmail.com
Para o responsável, a capacidade produtiva da região explica-se pela fertilidade dos solos, mas também pela aposta que os agricultores e as suas organizações,
seguir que se façam repercutir os acréscimos ou diminuições dos preços “em toda a cadeia e não só no agricultor”, um trabalho que “ainda não está feito”. “O que acontece é que, quando as coisas correm mal, é no agricultor que param e isso não é bom, porque muitas das explorações agrícolas, se não tiverem uma linha de sustentabilidade, depois quando entram em insolvência já não é fácil recupe rarem”,Questionadodeclarou.sobre a existência, ou não, de especu lação nos preços praticados junto dos consumidores, Mário Antunes limitou-se a constatar que, quando vai aos mercados da região, encontra hortícolas que saem do campo a 10 cêntimos a serem vendidos “a quatro, cinco vezes esse valor”. “Fico preocupado, por que, fazendo parte de organizações de produtores, te nho a certeza de que essa margem também não fica nas organizações. Não queria chamar especulação, mas se calhar é o nome que lhe devemos dar. A descul pa da logística e dos combustíveis não será suficiente para esta diferença tão grande de preços”, disse.
Agosto foi o terceiro mais quente de sempre em toda a Europa
Em agosto, registaram-se duas ondas de calor, a primeira en tre 29 de julho e 14 de agosto, com maior incidência nas regiões Norte e Centro, e a segunda entre 20 e 29 de agosto, na região nordeste. Quanto à precipitação, agosto foi o quarto mais seco desde 2000, com 2.7 milímetros, correspondentes a cerca de 20 % do valor normal.
Para tal, contribuíram as “condições mais quentes do que a média no extremo leste do continente, numa faixa que se estendia dos mares de Barents e Kara até o Cáucaso”.Naparte oeste do continente europeu, as tempe raturas “foram em geral altas, mas não foram tão extremas como no início do verão e quando com parado com agosto de 2003 e 2021”. Em Portugal continental, o agosto foi considerado “muito quente e muito seco”.
Em Portugal continental, agosto foi “muito quente em rela ção à temperatura do ar”, registando-se médias de 23.30 °C, 1.15 °C superior ao valor normal, e máximas de 30.50 °C, tam bém superior à normal em 1.79 °C e mínimas de 16.10 °C, 0.60 °C acima da normal.
Revelou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera
A 31 de agosto, todo o território se encontrava em situação de seca severa (60,4%) ou extrema (39,6%).
Durante o mês, os valores da temperatura do ar estiveram quase sempre acima do valor médio mensal, exceto nos perío dos de 14 a 17 e 29 a 31, ocorrendo os períodos mais quentes nos dias 01 e 02 e de 19 a 23, com desvios da temperatura máxi ma superiores a 4°C e da temperatura mínima superiores 2.0 °C
O mês de agosto foi considerado o terceiro mais quente de sempre em toda a Europa, revelou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) no seu boletim climatológico, mantendo-se a situação de seca severa e extrema.
“Apar de 2017 e 2021, o mês de agosto foi o mais quente de sempre”, tendo sido o terceiro mais quente, em que a temperatura média global foi de 0.3 °C su perior ao valor médio alcançado entre 1991 e 2020 na maior parte da Europa, referiu o IPMA.
cluindo a Península Ibérica, o Reino Unido, a Irlanda, o sul da Escandinávia até a Rússia e até o Mar Negro e Cáucaso.
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“As condições extremas e prolongadas de calor e seca afe taram o nível de água nos rios, a agricultura e o transporte e facilitaram a propagação e a intensificação dos incêndios florestais”, concluiu ainda o IPMA.
Já os níveis de precipitação, de humidade do solo e humidade relativa foram “muito abaixo da média” em agosto na Europa, existindo “condições mais secas do que a média” em todo o continente, in
Em comparação com julho de 2019
Turismo Centro diz que em100registouregiãomaismildormidasjulho
Pedro Machado acrescentou que, comparativamente com o ano de 2021, em que havia restrições devido à pan demia de Covid-19, a região “cresceu 58% em relação àqui lo que era a tendência de recuperação”. “Diria que estamos de facto em franca consolidação de uma recuperação que a atividade turística vai trazer e ela tem de ser, obviamen te, produtiva. Produtiva para aqueles que queremos atrair, mas também para os que cá estão”, disse.
Pedro Machado frisou que “o turismo é por excelência uma indústria. Neste mês de julho de 2022 por compara ção com julho de 2019, o nosso grande ano de referência, registámos no Centro de Portugal cerca de mais 100 mil dormidas”, anunciou.
A região centro registou mais 100 mil dormidas no mês de julho em comparação com julho de 2019, “o grande ano de referência” tendo a região cres cido 58% em relação à tendência de recuperação, afirmou o presidente do Turismo Centro Portugal.
Acrescente-se o elevado número de alunos oriundos da Rede PEPER – Rede Regional para a Promoção do Ensino Profissional em Rede, do qual o IPV é signatário, criada em novembro de 2019, e reúne instituições de ensino de 19 concelhos e as Comunidades de Viseu Dão Lafões e do Douro. A segunda fase deste concurso decorre entre 30 de setembro e 17 de outubro.
Das 31 licenciaturas disponíveis no Politécnico de Viseu, 13 preencheram todas as vagas dispo níveis nesta fase: Comunicação Social, Educação
Segundo José Santos Costa, presidente do Instituto Politécnico de Viseu, “o nosso desafio é ter mais es tudantes ainda. Temos a segunda e a terceira fase e há também outras modalidades de acesso, como os regimes especiais, que irão completar muitas vagas que não foram preenchidas”.
Instituto Politécnico de Viseu aumenta o número de alunos
Com 936 novos alunos o IPV mantém a posição na lista de números absolutos de candidatos aos poli técnicos nacionais, depois do Porto, Lisboa, Leiria, Setúbal e Bragança. O IPV é uma das instituições localizadas em regiões com menor densidade de mográfica que aumenta o número de alunos colo cados nesta primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior.
Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior
Para a segunda fase do CNAES, que decorre até 23 de se tembro, o Politécnico de Viseu disponibiliza 431 vagas. As vagas ocupadas da primeira fase do concurso em que não se concretizou a matrícula e inscrição são divulgadas no dia 22 de setembro. Os resultados desta fase de colocação são divulga dos a 30 de setembro.
Cerca de 20 mil estudantes privilegiaram o Ensino Superior Politécnico num reconhecimento da excelência deste Ensino.
Social, Artes Plásticas e Multimédia, Desporto e Atividade Fí sica, Publicidade e Relações Públicas, Contabilidade, Enge nharia Informática, Gestão de Empresas, Turismo, Enferma gem Veterinária, Serviço Social e Enfermagem.
No Concurso de acesso ao Ensino Superior para diplomados de vias profissionalizantes, o IPV disponibilizou 184 vagas e fo ram colocados 92 dos 196 candidatos da primeira fase deste concurso. Pela primeira vez o número de candidatos ultrapassou o número de vagas disponíveis.
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Comparando com o ano anterior, no IPV verifica-se um aumento de 8% de alunos colocados. A taxa de ocupação subiu de 64,8% em 2021 para 69% este ano. Um crescimento superior à média nacional.
O Instituto Politécnico de Viseu (IPV) disponibilizou 1356 vagas e foram colocados 936 candidatos, em que destes 668 escolheram o IPV como primeira opção.
muito para degustar e para provar as nossas iguarias da Gândara”, realçou o autarca. No evento podem ser apre ciados pratos como Sopa da Avó, Feijoada de Búzios, Ba calhau com Grelos, Galo com Arroz de Cabidela e Rojões à Gândara, entre outros.
A Oficina de Saberes e Sabores vai apresentar vários ‘showcookings’ nos quais os visitantes podem participar e aprender a confecionar vários pratos típicos locais, como, por exemplo, Sardinha na Telha ou Enguias Suadas. “É um fim de semana de mostra da gastronomia, de artesanato, de divulgação da nossa gastronomia e cultura e tradições”, sublinhou Raul ConsiderandoAlmeida.quenos últimos dois anos a mostra gastro nómica não se realizou, o autarca perspetiva que o evento atraia muitas pessoas. “Esperamos que a mostra gastronó mica seja um encerramento em grande do verão” deste ano, concluiu.
A iniciativa vai incluir um setor de artesanato, bem como um programa de animação para nos quatro dias.
Evento na Praia de Mira gandaresagastronomiamostra
A Mostra Gastronómica da Região da Gândara regressa ao Largo da Barrinha, na Praia de Mira, com quatro dias dedicados à gastronomia gandaresa, animação, artesanato e ‘showcookings’.
A autarquia encerra o fim da época balnear com este evento, gratuito, que decorre até 18 de setembro, depois de dois anos de interregno devido à pandemia provocada pela covid-19. “Pretendemos fazer a promoção, a divulgação da gastronomia e pretendemos também que, neste fim de semana de setembro da mostra gastronómica, as pes soas continuem a visitar a Praia de Mira. Apesar de aca bar a época balnear tem muito para visitar e também tem
“É a vigésima terceira edição da Mostra Gastronómica, portanto, já é uma tradição, digamos assim, em que nós mostramos o que é a gastronomia da região gandaresa. Não só Mira, mas também de toda a região da Gândara”, disse o presidente da Câmara Municipal de Mira, Raul Almeida.
Este ano o evento conta com a participação de seis restau rantes, o Pátio Tabuinhas, Tapisco By Beto, Cuco, North Star, Apollo Caffé e o Ninho do Pescador, para além da Confraria Nabos e Companhia.
Decorre até 18 de setembro
Empresas e a comunidade científica apresentaram técni cas e tecnologias inovadoras que potenciam a produtividade e a sustentabilidade da cultura do milho em Portugal, algumas das quais estão a ser testadas em campo no pivot do InovMi lho, entre as quais a Agricultura de Conservação, a aplicação de consórcios de bactérias benéficas para a saúde do solo ou uma plataforma online para controlo e monitorização da rega por pivot, entre muitos outros temas.
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O segundo protocolo, estabelecido entre a Universidade NOVA de Lisboa e as três principais associações de produtores de mi lho, cereais praganosos e arroz – ANPROMIS, ANPOC e AOP – tem como objetivo a cooperação em projetos de investigação e desen volvimento e formação para capacitar e reestruturar o setor dos cereais tornando mais competitivo face aos novos desafios que tem pela frente.
Na
Estação Experimental António Teixeira, em Coruche
competitiva e uma mola real do desenvolvimento econó mico do país”.
“A assinatura destes protocolos confirma que os pro dutores de milho estão não só na vanguarda do avanço tecnológico, como têm a perfeita consciência que o en volvimento das instituições de ensino e investigação é fundamental para contribuir para um sector agrícola mais competitivo e resiliente. Por outro lado, a mobiliza ção destas 16 Instituições revela a forte dinâmica desta nossa fileira, que como nenhuma outra no nosso país mobiliza pessoas e dinamiza iniciativas”, referiu Jorge Neves.AMinistra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, reputou da maior importância os pro tocolos assinados e garantiu que o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), que entrará em vigor a 1 de janeiro de 2023, será dotado de recursos financeiros para apoiar as classes interprofissionais e as organizações de produtores. A governante presidiu à sessão de encerramento do Dia de Campo InovMi lho.“É
Dia de Campo InovMilho reuniu 300 participantes em Coruche
fundamental a Europa enfrentar de uma vez por todas a sua soberania alimentar e energética”, defendeu o presidente da ANPROMIS, Jorge Neves, reafirmando a disponibilidade dos produtores de milho para trabalhar com o Ministério da Agricultura na implementação, no mais curto espaço de tempo, das 17 medidas previstas no âmbito da Estratégia Nacional para a Promoção da Produção de Cereais, “sob pena de se perder uma oportunidade única para o nosso país”.
O Dia de Campo do Centro Nacional de Competências das Culturas do Milho e Sorgo “InovMilho” reuniu mais de 300 agricultores, técnicos agrícolas, investigadores e docentes numa mostra interativa de inovação aplicada à cultura do milho, na Estação Experimental António Teixeira, em Coruche.
Durante o Dia de Campo foram assinados dois protocolos es tratégicos para a fileira do milho. O primeiro protocolo, assina do por 15 instituições de ensino e investigação portuguesas e o InovMilho, visa criar no Centro de Formação do InovMilho, em Coruche, um programa de estágios curriculares e trabalhos de investigação e formação no âmbito de dissertação de Mestrados, Doutoramentos e cursos de Pós-graduação.
O reitor da Universidade Nova de Lisboa, João Sàágua, que assi nou o protocolo, considera que este “pode contribuir para aumentar a nossa soberania alimentar e para tornar a nossa agricultura mais
Este evento pretende ser um momento de par tilha de conhecimento científico, fazendo conver gir para Sernancelhe, terra com fortes ligações ao Marquês de Pombal, conferencistas nacionais e internacionais de renome e com carreiras científi cas notáveis, como Kenneth Maxwell, Alícia Lose,
Sernancelhe acolhe Seminário
Christine Vogel, Carlos Fiolhais, Viriato Soromenho-Marques e Paulo Almeida Fernandes, entre outros, que proporcionarão importantes reflexões sobre a vida e obra do Marquês de Pom bal, nomeadamente a realização central da época pombalina, a documentação pombalina no Brasil e a questão do seu nasci mento em Sernancelhe, os documentos e escritos pombalinos patentes nos arquivos, o triunfo da política pombalina, a pro paganda pombalina, a Lei sob Pombal, entre outras temáticas essenciais à compressão deste estadista que está associado também à criação da Primeira Região Demarcada de Vinhos do Mundo, o Douro.
No dia 24 de setembro, no Auditório Municipal
O Município de Sernancelhe acolhe, no dia 24 de setembro, o Seminário Internacional de Estu dos Pombalinos “Pombal Edificador – Políticas, Obras e Legado”, promovido pela Câmara de Sernancelhe e com planificação científica da equipa do projeto “Pombal Global”.
Este seminário internacional, cujos painéis são certificados em parceria com o Agrupamento de Escolas de Sernancelhe e com o Centro de Formação de Associação de Escolas do Douro e Távora, surge no seguimento do projeto inédito Pombal Global em curso, que permitirá identificar, transcrever, anotar e editar toda a obra escrita do Marquês de Pombal, e que tem como entidades partici pantes os municípios de Sernancelhe, Pombal, Oeiras e Lisboa, a Fundação BCP e o Grupo Jerónimo Martins.
A iniciativa decorrerá no Auditório Municipal, em pleno Centro Histórico da Vila de Sernancelhe, terá início pelas nove horas e contará com dez conferen cistas, um painel de pesquisa e a exposição “Pombal na Filatelia”, com apresentação de João Soeiro, da Fundação Portuguesa de Filatelia.
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Internacional sobre vida e obra do Marquês de Pombal
Apaixonado pela região de Viseu, decidiu procurar uma quinta na região, que encontrou em Parada do Gonta, onde está a construir uma unidade de alojamento local. Entretanto, o gosto pela restau ração levou-o a abrir o ‘Barba Azeda’, - apelido que lhe foi ‘atribuído’ pelos amigos das ‘tainadas’ por usar barba, - criando cerca de uma dezena de postos de trabalho.
Abriu no início de setembro, em Parada do Gonta, no concelho de Tondela
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No espaço há também um bar de apoio à ecopista, que passa ao lado, com menus orgânicos.
Chama-se ‘Barba Azeda’, o novo restaurante aberto no edifício da antiga estação de caminho de ferro de Parada de Gonta, no concelho de Tondela, mas às portas de Viseu.
João Cunha, um transmontano de Vila Real, esteve 27 anos em Inglaterra, onde ainda tem 10 restaurantes. Deixou o irmão mais velho a gerir os seus investimentos no país de ‘Sua Majestade’ e decidiu vir para Portugal para dar “um futuro melhor” às filhas, ‘fugindo’ de uma vida “estressante”, que o ‘consumiu’ durante quase três décadas.
O restaurante abriu no início do mês, mas inaugurado no passado dia 9 de setembro, com a presença da presidente e vereação da Câmara de Tondela, mas também muitos amigos e convidados.
“Barba Azeda”: uma proposta gastronómica portuguesa com ‘toque’ britânico
Na hora dos agradecimentos, João Cunha não es queceu ninguém, mas destacou o apoio da Câmara de Tondela e de vários amigos, entre os quais Pedro Tavares.
A qualidade e o bom gosto, - a arquitetura e espaços interiores e exteriores são da responsabilidade da ar quiteta paisagista Filipa Fernandes, - fazem do ‘Barba Azeda’ um espaço atraente e a conhecer, degustan do as suas diferentes propostas gastronómicas. Para acompanhar, uma carta de vinhos, onde o Dão ponti fica, região onde aliás se insere.
O ‘Barba Azeda’ está aberto todos os dias. Durante a semana, à hora de almoço, serve refeições rápidas, mas ao jantar e ao fim de semana serve pratos ‘à la carte’, ba seados na cozinha tradicional beirã, com a assinatura da Chef Cila Dias, de Parada do Gonta. Aos domingos ofere ce pratos de conforto, como o tradicional cabrito, cozido à portuguesa e outros.
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O mundo está a experimentar um processo de transição demográfica com envelhecimento populacional, intensa urbanização e crescimento das taxas de mortalidade atribuíveis a males não transmissíveis, como doenças metabólicas crônicas, cardíacas, cerebrovasculares, pulmo nares, além de múltiplas formas de câncer.
Os alimentos que consumiremos no futuro *
A transição nutricional é um conceito dinâmico, que descreve como as dietas e qualidade de vida se alteram com mudanças eco nómicas. Tais transições não indicam períodos históricos, uma vez que diferentes fases podem ocorrer de forma concomitante num mesmo tempo e lugar. É comum se detetar num mesmo país indiví duos de diferentes classes sociais experimentando diferentes fases da transição nutricional. O conceito deve, portanto, ser visto como
O investigador americano Barry Popkin desenvol veu um modelo, que denominou “transição nutricio nal”, para explicar as mudanças no padrão alimentar e nutricional ao longo da evolução da sociedade. O seu modelo descreve mudanças nos padrões de dieta desde quando humanos viviam da caça e da coleta de alimentos, até o surgimento da agricultu ra, há cerca de 10 mil anos atrás, avanço que aju
dou a minorar problemas de fome e desnutrição.
Muitos associam o crescimento de tais doenças a alterações nos costumes e estilo de vida, que geral mente acompanham os processos de desenvolvi mento económico, mudanças demográficas e urba nização acelerada.
Opinião
Avanços adicionais ocorreram ao longo do último século, com a agricultura a incorporar mais conhecimento e capacidade de produzir com regularidade maior diversidade de alimentos.
Um estágio mais recente dessa transição nutricional foi mar cado pela chamada “ocidentalização das dietas”, que teve iní cio nos anos de 1960, com aumento do consumo de gorduras, açúcares, adoçantes, carne, sal e alimentos altamente proces sados e pobres em fibras, processo acompanhado por costumes e estilos de vida mais sedentários. De acordo com o modelo de Popkin, o sistema alimentar é no presente influenciado por uma sociedade mais informada e exigente, que procura prevenir ou re tardar doenças degenerativas, priorizando dietas mais saudáveis e estilos de vida mais ativos.
www.gazetarural.com 39 União das Freguesias de Serpa Salvador e Santa Maria FEIRAXVIII TRANSFRONTEIRIÇA DE VALE DO AGROPECUÁRIAPOÇO 16 ı 17 ı 18 SETEMBRO ANIMAÇÃO2022PASSEIOACAVALOGALAEQUESTRECAMINHADASJOGOSTRADICIONAISMÚSICAPOPULARARTESANATOAGRICULTURABIOLÓGICAGADOOVINOCAPRINOBOVINOTASQUINHASQUEIJOVINHOENCHIDOSAZEITEPASTELARIATRADICIONALGASTRONOMIAREGIONALPROGRAMACOMPLETOwww.cm-serpa.pt
O Brasil, que consolidou a liderança na produção, a custos competitivos, de grandes volumes de commodities alimen tares, precisará se concentrar mais em diversificar, espe cializar e agregar valor à sua produção, condição para aten der bem à sua população e para competir pelos mercados mais complexos e sofisticados que emergirão no futuro.
Ainda assim, estudar transições nutricionais e estimar mudanças na demanda por alimentos é uma necessidade crítica nas análises globais de segurança alimentar. É pouco provável que venhamos a experimentar convergência para poucos tipos de dieta, uma vez que nem a globalização, que agora perde força, conseguiu fazê-lo. Mas os governos es tão cada vez mais pressionados pelos males associados a dietas inadequadas e já introduzem políticas e regulamen tos promotores da saúde e do bem-estar, que poderão ter grandes repercussões no sistema alimentar no futuro.
Outra estimativa importante desse estudo é o aumento de 47% na procura de alimentos entre 2010 e 2050, o que re presenta menos da metade do crescimento experimentado nas quatro décadas anteriores. Antecipa-se que esse cres cimento ocorrerá principalmente nos países em desenvol vimento, pois países de elevados rendimentos já registam grande níveis de consumo per capita, além de tenderem a um crescimento populacional baixo nas próximas décadas. Além disso, a mobilização global contra o desperdício, que hoje leva para o lixo até 30% dos alimentos produzidos, ten derá também a reduzir a demanda no futuro.
orientador e não como indicador preciso do que ocorre no mundo real, que é marcado por transições sobrepostas na economia, meio ambiente, costumes e rendimentos, com repercussões em alimentação, nutrição e saúde.
Portanto, crescimento económico, dinâmica populacio nal e preocupações com saúde e qualidade de vida, meio ambiente e bem-estar animal serão importantes motores das transformações nos sistemas alimentares, com impac tos significativos nos padrões de produção e consumo em todo o mundo.
Análises dos impactos possíveis de tais mudanças são ainda escassas. O estudo “Transição nutricional e a estrutu ra da demanda global de alimentos”, publicado pela Revista Americana de Economia Agrícola (Vol. 101:383, 2019), pro jetou possíveis alterações no padrão de consumo e dietas em função de mudanças demográficas e econômicas es peradas nas próximas décadas. O estudo antecipa, no ho rizonte de 2050, redução na demanda de alimentos amilá ceos ou energéticos – como arroz, milho e trigo, e na maior procura por proteínas de origem animal, óleos, adoçantes, frutas e Considerandohortaliças.cenários alternativos de mudanças na po pulação e na economia, aumentos na demanda por calorias de origem animal são estimados entre 74% e 114%, em âm bito global. Esta tendência poderá alterar-se, uma vez que as estimativas avaliam mudanças nas dietas em função do rendimento, não capturando impactos das crescentes preocupações dos consumidores com saúde, bem-estar animal e meio ambiente. Preocupações em grande medida refletidas no crescimento não apenas no número de vege tarianos e veganos, mas também de flexitarianos - aqueles que priorizam alimentos de origem vegetal, consumindo proteína animal com moderação.
* Por: Maurício Antônio Lopes Pesquisador da Embrapa Agroenergia (Brasil)