FERNANDO CORRÊA DOS SANTOS O “nosso” repórter fotográfico Português com História que pertence à nossa História decano dos repórteres fotográficos portugueses. De quando em vez deixa que a JustiçA com A publique uma das suas maravilhosas fotografias que fazem parte do seu precioso livro de registos fotográficos que já pertencem ao património Português e o descrevem com a minúcia do olhar de Fernando Corrêa dos Santos. Mais uma vez, pela mão do Fotógrafo, chegou-nos a uma entrevista que não foi feita pela JustiçA com A - mas por Paula Santos Ferreira - e que publicamos com autorização da mesma. Desta vez deixamos o registo de vozes e esperamos que nos acompanhem neste percurso delicioso feito de passado presente e futuro.
COVID 19: “NUNCA PENSEI VIVER O QUE A MINHA MÃE PASSOU NA GRIPE ESPANHOLA” por PAULA SANTOS FERREIRA/ 02.03.2021 A pandemia de 1918 levou cinco irmãos jovens à mãe do lisboeta Corrêa dos Santos. Os relatos de Carmen desses dois fatídicos anos marcaram-no para sempre. Hoje, aos 86 anos, diz estar a viver um pesadelo semelhante. A pandemia de 1918 levou cinco irmãos jovens à mãe do lisboeta Corrêa dos Santos. Os relatos de Carmen desses dois fatídicos anos marcaram-no para sempre. Hoje, aos 86 anos, diz estar a viver um pesadelo semelhante. A Primeira Guerra Mundial estava a chegar ao fim, mas as feridas ainda estavam bem vivas naquela Lisboa nos finais da segunda década do século
XX, uma cidade pobre, afetada por epidemias e em convulsão política. A espanhola Candelária Madroñal e a sua prole de oito filhos jovens (seis das raparigas estão na foto de abertura) viviam na Rua Nova do Almada, em pleno Chiado, Lisboa, conseguindo escapar à grande pobreza, naquele ano agitado de 1918, que ficou na história como o início da mais mortífera pandemia mundial, até chegar a covid-19. Candelária era modista de alta-costura, tinha clientes famosas e ricas que não dispensavam a suas mãos dotadas para criar os últimos figurinos da moda, conta ao Contacto o neto Fernando Corrêa dos Santos, de 86 anos, e que ainda mora na mesma casa para onde a sua família mudou quando ele tinha quatro anos, na Rua Garrett, próximo dos Armazéns do Chiado. O seu avô materno, marido de Candelária viajava muito, até para o estrangeiro, “e certa vez
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