A FOLHA EM BRANCO
O
PANO PARA MANGAS
O exercício é simples: uma folha em branco, virgem, imaculada, acabada de sair da resma, a qual têm de amarrotar o mais possível, fazê-la num oito, torná-la irreconhecível. Levam as minhas palavras a sério, chegando a pisá-la. Observo num silêncio que acontece ao som de Hans zimmer. Depois, apenas têm de a desembrulhar, de a endireitar e de reverter o processo de forma a ficar com a folha que entreguei no início. O exercício começa a não parecer assim tão simples...Na tentativa de endireitar o papel há quem o rasgue, há quem desista, há quem o torne tão fino que se pode ver através dele.
Margarida Vargues
É impossível, pr’ssora!, A minha rasgou-se. Tem outra?, E agora, o que fazemos? Não há outra folha. Esta é única e vai ser o suporte do que vamos escrever hoje.
A indignação paira no ar, pois levo o ano inteiro a martelar na importância de um trabalho limpo e aprumado, que uma folha rasgada, arrancada do caderno, amarrotada ou suja é uma falta de respeito para com os professores e para com eles próprios que não têm brio naquilo que executam. Acredito
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