Justiça com A - Junho 2021

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FG.

Pausa para café Quando se começa a olhar para trás Terminada a grande epopeia da Instrução Primária, num percurso “limpo”, entra-se sem exame de admissão numa nova etapa, mais responsável, mais temerária, longe de casa, com ausência de transportes coletivos, mesmo que chova a “potes”. O primeiro embate é pesado, a imponência do grande edifício, todavia compensado pelo JardimEscola do outro lado da rua, e pelo magnífico Jardim da Estrela ao virar da esquina. Refeito do choque, o percurso foi “limpo”, sem chumbos e sem Quadro de Honra, com notas genericamente entre 0 13 e 0 16. Dividirei esse tempo em 2 períodos distintos, um até ao 5 2 ano e o outro até à conclusão dessa fase académica. Na primeira, as folgas, as faltas de professores, eram absorvidas no JARDIM CINEMA, um pouco abaixo a caminho do Largo do Rato. Aí deixávamos as nossas economias, no ping-pong, nos matraquilhos, no bilhar, com a garantia de um regresso em correria, porque já agora é só “mais esta partidinha Outro período aguardado com grande expectativa era o Carnaval, com os insubstituíveis assaltos, pretexto para umas mascaradas caseiras, cada um contribuía com aquilo que conseguia “reunir”, depois de convencer a Família. Tinham lugar normalmente em casa de raparigas,

ou seja, sobrava-lhes o desarrumar/rearrumar a casa onde decorria o hipotético bailarico. Mas com 0 3 2 ciclo à vista, e no meu caso, por bom aproveitamento, tive direito a ter Passe de Elétrico, uma promoção caseira de alto prestígio, permitindo agora escapadelas, eram sobretudo para o Chiado, onde estava garantido um desfile permanente e gratuito de algo que a idade muito apreciava, se bem que o “voltar para trás”, para que o exame fosse completo, levasse a alguns “choques” e protestos dos atropelados. Sem ofensa para os católicos, o auge desses nossos programas turísticos era a Semana Santa, porque não havia rapariga que se prezasse que nesses dias não desfilasse no Chiado, obviamente por razões de fé (há fé de diversos tipos....), com as suas melhores roupagens, em preto evidentemente, e com quem era mais fácil trocar mensagens com contatos, em pequenos cartões, para ulterior aprofundamento dos temas, já que as Mães, Tias, Avós e Cia, estavam devotamente a rezar. Por vezes, já no 7 º ano (atual 11º ), fazíamos “raids” aos bailes dos universitários, porque constituíam o degrau seguinte da nossa promoção social. Estes eram os programas de todo o período escolar, mas falta dizer que nas férias “grandes” algo foi tendo uma evolução diferenciada no tempo, com caracter individualizado.

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