DESAFIO FEMININO: Mulheres de coragem no futebol maranhense NERES PINTO O primeiro jogo de futebol feminino ocorreu em 1892 na cidade de Glascow, Escócia, no entanto, a prática desse tipo de esporte pelas mulheres não foi bem recepcionada em alguns países. Chegou a ser proibida no final de 1921 na Inglaterra. Até chegar aos dias atuais, foi longo o processo de evolução que culminou com a disputa da Copa do Mundo feminina, em 1991, na China, tendo a participação de 12 seleções. O tempo foi passando e as mulheres conquistando cada vez mais admiradores do futebol, por tudo o que vêm mostrando que são capazes dentro das quatro linhas. Criam jogadas e fazem gols de bela feitura. Por isso, é imensa a quantidade de craques espalhadas pelo mundo. O crescimento do futebol feminino é uma realidade, assim como também é a visível falta de apoio, mesmo tendo a CBF, em 2018, determinado a obrigatoriedade de que cada clube da séria A do Brasileiro tivesse que manter um time de mulheres (adulto e de base), estabelecido no Licenciamento de Clubes. Os problemas estruturais existentes são um enorme desafio, principalmente, nos menores centros esportivos, onde as mulheres, na grande maioria dos clubes, enfrentam inúmeras dificuldades. Usam apenas “a bola e a coragem” para satisfazer o desejo de também mostrarem seus talentos, como mostra essa reportagem local. William: “Pandemia atrapalhou” Um dos maiores incentivadores do futebol feminino em São Luís é o desportista William Ribeiro, patrono da equipe do Cefama (Centro de Formação de Atletas do Maranhão), que acaba de conquistar o Campeonato Maranhense, categoria adulto. Ele conta que se a situação já era difícil antes da pandemia, agora ficou pior.
“Já chegamos a ter até oito equipes disputando o campeonato, em 2019, mas este ano foram apenas três Cefama, Juventude Timonense e Viana. Se conseguir patrocinadores era difícil antes da pandemia, agora mesmo é que a situação piorou. O futebol feminino, assim como o masculino, tem suas despesas. A gente reconhece o esforço e a dedicação das meninas, mas realmente, temos que ter muita coragem para continuar esse trabalho”, afirma Ribeiro. O clube tem como presidente Hugo André, filho de Batista Oliveira, ex-diretor do Sampaio Corrêa, recémfalecido.