ESPORTE E CULTURA: DOS SAPATOS ÁS CHUTEIRAS. LEO LASAN SANTANA Neste sábado 29 de janeiro de 2022, faz um ano do falecimento de Joaquim Pedrosa Silva, conhecido em Paraibano como Quinôr. Considerado pela geração com mais de 60 anos como um dos maiores jogadores de futebol da região. Segundo informou sua esposa dona Maria Lucena, desde criança Quinôr era tão apaixonado pelo esporte que batia bola dentro de casa, a ponto de sua mãe reclamar. A primeira profissão de Quinor foi de sapateiro, na época em que as chuteiras para jogar bola ainda eram feitas de couro e as travas de sola com taxa. Se a disputa do lance fosse um pouquinho acima do pé, era corte certo na canela. O futebol era “bruto”, mesmo com jogadas espetaculares de craques como Quinôr. POR AMOR, ADEUS GRANDES CLUBES. Dona Maria Lucena conheceu Quinor desde os quatro anos, eram vizinhos e foram crescendo, e aos 14 anos começaram a namorar. Ele Quinôr, tinha 17 e já se destacava como futebolista a ponto de times de Floriano e o River de Teresina o convidarem para jogar profissionalmente. Não foi. O motivo? O amor por Maria. Casaram-se em 1966. A trajetória do craque mudou de campo. Mas essa é outra história para quem gosta de romances. Vamos à história de futebol em Paraibano, que teve início, digamos assim, mais organizado, na década de 60, quando o Sr. José de Ribamar Carneiro (in memoriam) em 1965 a 1970 foi vice-prefeito de João Furtado, que conforme entrevista do próprio Zé Carneiro (como ficou conhecido) ao jornalista Leo Lasan em 2015, foi organizado o primeiro campeonato com os times do Comercial Futebol Clube, comandado por Zé Carneiro, Maranhão Atlético Clube comandado por Raimundo Ari Furtado e o Paraibanense Futebol Clube, comandado por Onildo de Brito Lira, sendo esse último clube o mais organizado, inclusive sendo registrado em cartório de Pastos Bons-MA, segundo afirmou Onildo em entrevista a Leo Lasan em 2015. Quinôr ainda era adolescente quando esses times surgiram, mas não perdia nenhuma partida desses primeiros times, jogados no campinho de bola construído onde hoje se localiza a Travessa Coelho Neto. Na época haviam poucas casas na Rua São Francisco e Boa Vista, a maioria construída de palha e o terreno do campinho era uma área de matos onde foi limpo e construído, que em poucos anos cedeu o espaço para a construção do poço e caixa d’água da CAEMA. Em entrevista concedida ao jornalista Leo Lasan em 2015, Quinôr revelou que não havia um time com jogadores exclusivos, dependendo da partida, os jogadores eram convidados indiferente a qual time pertencesse. O negócio era jogar. Quando raramente Paraibano era convidado para jogar em outra cidade, formava-se uma seleção. As viagens eram feitas em caminhões do Antonio Castor ou do Guilhermino Brito. Para o amigo Arnaldo Santana, Quinôr foi o melhor jogador que Paraibano já teve, principalmente pelo seu engajamento, desde sair às madrugadas chamando os colegas para fazer preparo físico, como treinar e também angariar ajuda para comprar bolas “Na época, vinha de São João dos Patos, uma Rural (veículo) buscar o Quinôr para jogar no time do Sr. Olímpio Sá, ou de Colinas, até Presidente Dutra, era um jogador já famoso na região, junto com o Zé Carlos de São João dos Patos, ambos sendo convidados por times do Piauí e Maranhão para jogar” revelou Arnaldo, ex-goleiro da Seleção de Paraibano. Quinôr jogou em várias cidades a convites dos donos de clubes de futebol.