Entre Epidemia e Imigração

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ENTRE EPIDEMIA E IMIGRAÇÃO: um viés de investigação da história da população no Grão-Pará (1748-1778)

Assim, no ano de 1755, em Lisboa, seriam tomadas duas decisões apoiadas (mas não limitadas) nos desdobramentos do surto. Uma delas, já mencionada anteriormente nesse capítulo, foi a criação da “Lei de Liberdade Geral dos Índios”, publicada em 1757. A outra medida foi a instituição da Companhia Geral de Comércio do Estado do Grão-Pará e Maranhão, que, entre outras funções, teria a de incentivar e regular a entrada de africanos na região.

III.V Companhia e inserção de africanos Os anos que antecederam a criação da Companhia Geral de Comércio do Estado do Grão-Pará e Maranhão, doravante Companhia, foram marcados pelo aumento dos privilégios ingleses no comércio com Portugal e colônias. Segundo Manuel Nunes Dias, os produtos tropicais como cacau, açúcar, tabaco, algodão, madeira e couros faziam “a fortuna do mercantilismo inglês”.340 A criação da Companhia não era uma empreitada resumida ao norte da América lusitana, mas sim uma tentativa de imposição da nova forma de gerir o comércio no Império, nas palavras do Marquês de Pombal: “Acho absolutamente necessário reunir todo o comércio deste reino e das suas colônias em companhias”.341 Entretanto, pensando especificamente o Estado do Grão-Pará, a Companhia estava relacionada diretamente ao esforço da administração lusitana em reduzir a importação de produtos manufaturados e matérias-primas, além da retomada do monopólio comercial da região.342 Também se articulava à tentativa da Coroa em garantir a integridade territorial, o desenvolvimento comercial do norte da América343 e o combate à escravidão indígena.344 Efetivamente, a mão de obra se constituía um problema para o desenvolvimento econômico do Estado do Grão-Pará e Maranhão, efetivando a Companhia como possibilidade de solução a partir da inserção de cativos africanos. 340 DIAS, Manuel Nunes. Fomento Ultramarino e Mercantilismo: a Companhia Geral do GrãoPará e Maranhão, 1755-1778. Revista de História, v. 32, n. 66, p. 359-428, 1966, p. 54. 341 BOXER, 1969, p. 184. 342 Ibidem, p. 183.

343 CARREIRA, Antonio. As Companhias Pombalinas de Navegação, comércio e tráfico de escravos entre a costa africana e o nordeste brasileiro. Porto: Imprensa Portuguesa, 1969, p. 35.

344 SILVA, Maria Beatriz Nizza da. História da Colonização Portuguesa no Brasil. Lisboa: Ed. Colibri, 1999, p. 53.


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REFERÊNCIAS

16min
pages 181-194

Considerações quase finais

3min
pages 173-174

IV.V – Sebastião Correia Pincanço, um imigrante que ligou o Império

7min
pages 166-169

IV. II – O não querer ir

12min
pages 139-145

IV.IV - No Grão-Pará

9min
pages 161-165

Finalizando

2min
pages 170-172

IV.III - Os que partiram dos Açores em 1752

27min
pages 146-160

IV.I – Açores e Emigração

7min
pages 135-138

Dos Açores ao Grão-Pará

3min
pages 133-134

Finalizando

3min
pages 130-132

III.V – Companhia e Inserção de Africanos

22min
pages 112-124

III.IV - Resistência à Solução Africana

14min
pages 104-111

III.III – Dubiedades de um Governador

9min
pages 99-103

III.VI – Distribuição Interna e Irregular

9min
pages 125-129

III.II – A Bula Papal

8min
pages 94-98

III.I - A Coroa e o Acesso à Mão de Obra Indígena

3min
pages 92-93

A “Solução” que Vem da África

1min
page 91

Finalizando

4min
pages 87-90

I.IV - Natureza e Povoamento

7min
pages 50-53

II.II - A Cidade de Belém e a Epidemia

16min
pages 65-72

Finalizando

4min
pages 54-56

I.III - Vítimas e Real Auxílio

14min
pages 42-49

Introdução

20min
pages 15-28

I.II – O Alcance da Epidemia

12min
pages 36-41

II.III - A Epidemia como Fenômeno Demográfico

26min
pages 73-86
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