Entre Epidemia e Imigração

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Dos Açores ao Grão-Pará

ano de 1677, durante o processo de embarque de moradores da Ilha Graciosa para Pernambuco, com desistência de 170 famílias das 200 alistadas. Tal resistência foi creditada a uma boa safra na ilha que resultou no aumento na oferta de mantimentos e vinhos, e fez com que os alistados voltassem atrás da decisão de emigrar.418 Tais informações nos impedem de pensarmos um processo linear de emigração açoriana para a América e ajuda a enveredarmos no “não querer ir” para a Amazônia.

IV.II O Não Querer Ir As orientações do Conselho Ultramarino quanto ao uso de açorianos para sanar pontualmente as demandas populacionais do Grão-Pará foram permeadas por um tom de urgência. A ideia era de aproveitar o processo de envio de ilhéus para o sul do Estado do Brasil e acrescentar concomitantemente um fluxo para o norte, seguindo as mesmas diretrizes de embarque e financiamento da fixação nas novas terras. Portanto, não é de se estranhar que o parecer tenha sido assinado em 1750 e a primeira embarcação tenha chegado ao porto de Belém no ano de 1751 – em um ano, foram alistadas e transportadas através do Atlântico mais de 400 pessoas da Ilha Graciosa. A agilidade do processo, em especial do alistamento, não deixou de enfrentar obstáculos. E um dos mais significativos foi a constante desistência de indivíduos, pois articulava as determinações metropolitanas, as condições postas para a sobrevivênvia dos açorianos e suas estratégias individuais. Para o sul do Estado do Brasil, no ano de 1747, havia uma grande oferta de interessados em emigrar dos Açores, incluindo uma pressão da população para que os alistamentos continuassem. Entretanto, essa tendência sofre uma vigorosa inflexão a partir da década de 1750, parcialmente explicada pela diminuição dos habitantes nas ilhas e pela circulação de informações sobre as dificuldades enfrentadas por açorianos durante o processo de assentamento: epidemias, mortalidade das viagens, dificuldades na lavra da terra e o não cumprimento das promessas régias.419 418 SILVA, Leonardo Dantas. Episódios da Imigração Portuguesa em Pernambuco: açorianos no Nordeste. In: BARROSO, Vera Lúcia Maciel Barroso (org.). Açorianos no Brasil. Porto Alegre: Est, 2002, p. 67-80.

419 MENESES, Avelino de Freitas. Os Açorianos na Estruturação do Brasil do Sul: as levas de meados do século XVIII. In: SOUSA, Fernando et al. Portugal e as Migrações da Europa do

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REFERÊNCIAS

16min
pages 181-194

Considerações quase finais

3min
pages 173-174

IV.V – Sebastião Correia Pincanço, um imigrante que ligou o Império

7min
pages 166-169

IV. II – O não querer ir

12min
pages 139-145

IV.IV - No Grão-Pará

9min
pages 161-165

Finalizando

2min
pages 170-172

IV.III - Os que partiram dos Açores em 1752

27min
pages 146-160

IV.I – Açores e Emigração

7min
pages 135-138

Dos Açores ao Grão-Pará

3min
pages 133-134

Finalizando

3min
pages 130-132

III.V – Companhia e Inserção de Africanos

22min
pages 112-124

III.IV - Resistência à Solução Africana

14min
pages 104-111

III.III – Dubiedades de um Governador

9min
pages 99-103

III.VI – Distribuição Interna e Irregular

9min
pages 125-129

III.II – A Bula Papal

8min
pages 94-98

III.I - A Coroa e o Acesso à Mão de Obra Indígena

3min
pages 92-93

A “Solução” que Vem da África

1min
page 91

Finalizando

4min
pages 87-90

I.IV - Natureza e Povoamento

7min
pages 50-53

II.II - A Cidade de Belém e a Epidemia

16min
pages 65-72

Finalizando

4min
pages 54-56

I.III - Vítimas e Real Auxílio

14min
pages 42-49

Introdução

20min
pages 15-28

I.II – O Alcance da Epidemia

12min
pages 36-41

II.III - A Epidemia como Fenômeno Demográfico

26min
pages 73-86
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