Entre Epidemia e Imigração

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Dos Açores ao Grão-Pará

era preciso garantir as fronteiras não apenas com incursões militares ou fortalezas, mas a partir de colonos.508

IV.IV No Grão-Pará Embora a Coroa articulasse e financiasse a vinda dos açorianos para o Grão-Pará, efetivamente a fixação dos imigrantes passava por decisões, avaliações e administração de recursos e logísticas que fundamentalmente ficavam ao encargo das autoridades locais do Estado do Grão-Pará, em especial o governador e o procurador da fazenda. Por exemplo, entre as obrigações do então governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado estava o empenho em assegurar a utilização da mão de obra açoriana no fomento da agricultura, não fazendo do trabalho manual da lavoura um desqualificador social: [...] da minha parte [rei] declareis aos ditos Povoadores que cultivarem suas terras por suas mãos que este exercício nas suas próprias lavoiras os não inhabelitará para aquelas honras a que pelo custume do Paiz pudessem aspirar, antes para este mesmo feito poderão ter a preferencia que merecem pelo serviço que tiverem feito...509

O perfil dos “cabeças de casais” entrava em sintonia com as necessidade destacada pelo soberano, pois era marcante a presença de homens e mulheres com experiência em trabalhos manuais. Na documentação citada anteriormente, foi destacado o esforço de aumentar a “extensão da cultura e povoação”, principalmente do Cabo Norte (Amapá), “evitando por esta forma as desordens e conquistas que por esta parte podem fazer os Francezes e Holandezes...”.510 Nas breves linhas citadas, o rei apontava para a utilização dos ilhéus no povoamento e defesa da região. O mesmo esforço de garantia das fronteiras a partir do povoamento e combate à expansão estrangeira também fora feito no sul do Brasil, onde imigrantes açorianos foram utilizados enquanto elementos de consolidação das posses lusitanas dentro da política do Tratado de Madri.511 508 COUTO, s/d.

509 AHUPR, Capitania do Grão-Pará, 31 de maio de 1750, cx.32, doc. 3050. 510 Ibidem.

511 SILVA, 1999, p. 51-54.

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REFERÊNCIAS

16min
pages 181-194

Considerações quase finais

3min
pages 173-174

IV.V – Sebastião Correia Pincanço, um imigrante que ligou o Império

7min
pages 166-169

IV. II – O não querer ir

12min
pages 139-145

IV.IV - No Grão-Pará

9min
pages 161-165

Finalizando

2min
pages 170-172

IV.III - Os que partiram dos Açores em 1752

27min
pages 146-160

IV.I – Açores e Emigração

7min
pages 135-138

Dos Açores ao Grão-Pará

3min
pages 133-134

Finalizando

3min
pages 130-132

III.V – Companhia e Inserção de Africanos

22min
pages 112-124

III.IV - Resistência à Solução Africana

14min
pages 104-111

III.III – Dubiedades de um Governador

9min
pages 99-103

III.VI – Distribuição Interna e Irregular

9min
pages 125-129

III.II – A Bula Papal

8min
pages 94-98

III.I - A Coroa e o Acesso à Mão de Obra Indígena

3min
pages 92-93

A “Solução” que Vem da África

1min
page 91

Finalizando

4min
pages 87-90

I.IV - Natureza e Povoamento

7min
pages 50-53

II.II - A Cidade de Belém e a Epidemia

16min
pages 65-72

Finalizando

4min
pages 54-56

I.III - Vítimas e Real Auxílio

14min
pages 42-49

Introdução

20min
pages 15-28

I.II – O Alcance da Epidemia

12min
pages 36-41

II.III - A Epidemia como Fenômeno Demográfico

26min
pages 73-86
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