Entre Epidemia e Imigração

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ENTRE EPIDEMIA E IMIGRAÇÃO: um viés de investigação da história da população no Grão-Pará (1748-1778)

devendo das comedorias como trez mezes adiantados dos mantimentos...”. Ainda no mesmo dia, foi declarado o pagamento de oito alqueires de feijão e oito alqueires de arroz, usados como semente para plantio pelos ditos “povoadores”.526 Essa demora na distribuição dos imigrantes açorianos nas suas vilas de destino também ocorreu no sul do Brasil, que além do custo de fixação enfrentou a eclosão das guerras “guaraníticas”.527 Tais descrições nos levam a ponderar acerca do custo envolvendo a fixação das famílias dos colonos açorianos no Grão-Pará. E ajudam a termos uma ideia da infraestrutura necessária para essa fixação. O processo de assentamento dos imigrantes açorianos não foi composto apenas pela sintonia entre autoridades lisboetas e administradores locais, também envolveu de maneira contundente um conjunto de tensões, marcado muitas vezes por desencontros entre as determinações e a execução das ordens, ou até mesmo a falta de diretrizes mais bem definidas.

IV.V Sebastião Correia Pincanço, um Imigrante que Ligou o Império Apesar de o processo imigratório que envolvia os açorianos ser financiado pela Coroa e baseado na transferência de um grupo definido, um conjunto de tensões poderia também envolver não os imigrantes de maneira mais geral, mas, indvíduos específicos que reividicavam e apresentavam demandas pontuais para administradores dos dois lados do Atlântico. Esses sujeitos indicam que a montagem efetiva de um Império pluricontinental528 não se resumia às legislações, relações econômicas, presença de tropas militares e nomeação de administradores. Também era composta por trajetórias de imigrantes que articulavam experiências, demandas e agências entre diferentes regiões, compondo uma teia formada por feixes que interligavam o Império. Como no caso de Sebastião Correia de Picanço, cuja epidemia ocorrida na capitania do Grão-Pará afetou diretamente a vida desse natural da Ilha Graciosa, nos Açores. Em 1752, Sebastião aproveitara a possibilidade 526 AHUPR, Capitania do Grão-Pará, 10 de maio de 1757, cx. 42, doc. 3857.

527 LAZZARROTI, Marcelo dos Santos. Arqueologia da Margem: Porto Alegre, a formação de uma cidade portuária (do século XVIII a meados do século XIX). 2013. Dissertação (Mestrado em História) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013, p. 128. 528 FRAGOSO, 2017.


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REFERÊNCIAS

16min
pages 181-194

Considerações quase finais

3min
pages 173-174

IV.V – Sebastião Correia Pincanço, um imigrante que ligou o Império

7min
pages 166-169

IV. II – O não querer ir

12min
pages 139-145

IV.IV - No Grão-Pará

9min
pages 161-165

Finalizando

2min
pages 170-172

IV.III - Os que partiram dos Açores em 1752

27min
pages 146-160

IV.I – Açores e Emigração

7min
pages 135-138

Dos Açores ao Grão-Pará

3min
pages 133-134

Finalizando

3min
pages 130-132

III.V – Companhia e Inserção de Africanos

22min
pages 112-124

III.IV - Resistência à Solução Africana

14min
pages 104-111

III.III – Dubiedades de um Governador

9min
pages 99-103

III.VI – Distribuição Interna e Irregular

9min
pages 125-129

III.II – A Bula Papal

8min
pages 94-98

III.I - A Coroa e o Acesso à Mão de Obra Indígena

3min
pages 92-93

A “Solução” que Vem da África

1min
page 91

Finalizando

4min
pages 87-90

I.IV - Natureza e Povoamento

7min
pages 50-53

II.II - A Cidade de Belém e a Epidemia

16min
pages 65-72

Finalizando

4min
pages 54-56

I.III - Vítimas e Real Auxílio

14min
pages 42-49

Introdução

20min
pages 15-28

I.II – O Alcance da Epidemia

12min
pages 36-41

II.III - A Epidemia como Fenômeno Demográfico

26min
pages 73-86
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