Entre Epidemia e Imigração

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ENTRE EPIDEMIA E IMIGRAÇÃO: um viés de investigação da história da população no Grão-Pará (1748-1778)

percebida como intensificadora – mas não geradora e nem como único fator – das controvérsias que doravante passarão a ser apresentadas.

III.I A Coroa e o acesso à mão de obra indígena Por ocasião da criação da Lei de Liberdade Geral dos Índios de 1755, D. José I registrou um breve histórico do empenho e insucesso de seus antecessores na regulação da escravidão indígena. O monarca destacou que nos anos de 1570, 1587, 1595, 1609, 1611, 1647, 1655 e 1680 houve tentativas de imposição legislativa da Coroa na matéria e tais leis enfrentaram resistências baseadas na “cubiça dos interesses particulares”.247 O destaque aponta para a relação entre a construção da legislação indigenista e uma miríade de tensões.248 As leis foram publicadas de maneira sucessivas e, pela ineficácia da imposição de suas diretivas, logo eram substituídas. No ano de 1611, foi criada a Junta das Missões que instituía a legitimidade da escravidão do índio249 e estabelecia como secular a administração dos aldeamentos.250 Entre 1647 e 1649, a legislação de D. João IV proibia o cativeiro indígena, só autorizava o uso do trabalho nativo mediante o pagamento de salários e da garantia que esses “assoldados” pudessem cultivar livremente seus roçados durante quatro meses ao ano – caiu em letra morta.251 A provisão de 1655 assegurou a existência da Junta das Missões como tribunal consultivo e restabeleceu o controle missionário nas aldeias. Apesar do aparente fortalecimento da ingerência jesuítica, a década de 1650 assistiu à intensificação das empreitadas (legítimas ou não) para captura de escravos índios – inclusive com forte participação de autoridades locais do Estado do Maranhão.252 247 BNP, “LEY, PORQUE V. MAGESTADE HA POR BEM RESTITUIR AOS INDIOS DO GRÃO PARÁ, E MARANHÃO A LIBERDADE DAS SUAS PESSOAS, E BENS, E COMMERCIO, DADA EM 6 DE JUNHO DE 1755]”. 248 COELHO, 2005.

249 GUZMÁN, 2012, p. 47. As normas que legitimavam a escravização do nativo no Estado do Maranhão se baseavam no princípio português de “Guerra Justa”. E era justo o cativeiro de índios capturados em guerras intertribais, os chamados “índios de corda”, e que estariam fadados à morte como prisioneiros de guerra. O que tornava a legislação ambivalente, no sentido de não se aplicar a todos os índios, mas somente aos inimigos da Coroa e da Igreja. 250 SOUZA JR., José Alves de. Tramas do Cotidiano – Religião, Política, Guerra e Negócios do Grão-Pará dos Setecentos. Belém: Ed. Edufpa, 2012, p. 186. 251 SOUZA JR., 2010, p. 48.

252 SOUZA JR., 2010, p. 187.


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REFERÊNCIAS

16min
pages 181-194

Considerações quase finais

3min
pages 173-174

IV.V – Sebastião Correia Pincanço, um imigrante que ligou o Império

7min
pages 166-169

IV. II – O não querer ir

12min
pages 139-145

IV.IV - No Grão-Pará

9min
pages 161-165

Finalizando

2min
pages 170-172

IV.III - Os que partiram dos Açores em 1752

27min
pages 146-160

IV.I – Açores e Emigração

7min
pages 135-138

Dos Açores ao Grão-Pará

3min
pages 133-134

Finalizando

3min
pages 130-132

III.V – Companhia e Inserção de Africanos

22min
pages 112-124

III.IV - Resistência à Solução Africana

14min
pages 104-111

III.III – Dubiedades de um Governador

9min
pages 99-103

III.VI – Distribuição Interna e Irregular

9min
pages 125-129

III.II – A Bula Papal

8min
pages 94-98

III.I - A Coroa e o Acesso à Mão de Obra Indígena

3min
pages 92-93

A “Solução” que Vem da África

1min
page 91

Finalizando

4min
pages 87-90

I.IV - Natureza e Povoamento

7min
pages 50-53

II.II - A Cidade de Belém e a Epidemia

16min
pages 65-72

Finalizando

4min
pages 54-56

I.III - Vítimas e Real Auxílio

14min
pages 42-49

Introdução

20min
pages 15-28

I.II – O Alcance da Epidemia

12min
pages 36-41

II.III - A Epidemia como Fenômeno Demográfico

26min
pages 73-86
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