E&M_Edição 45_Janeiro 2022 • O que vai marcar 2022?

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Angola

As Maravilhas de Malanje ANGOLA

Uma aventura por uma das sete maravilhas do país

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ao aterrarmos em malanje, Angola, descobrimos uma cidade onde passado e presente se cruzam. Primeiro, destacam-se edifícios da ocupação colonial bem preservados e que se sucedem ao longo da Avenida Comandante Dangereux, que atravessa a cidade, cruzando-se com o rio Malanje no seu percurso entre a Lagoa da Guiné e o Kwanza, onde desagua. Bem no centro urbano encontramos as sedes do Banco Nacional, do Governo Provincial, o verdejante Jardim Municipal em frente à moderna estação dos comboios e a imponente Sé Catedral, classificada, em 2017, como património histórico-cultural de Angola. Nas redondezas descobrimos construções e condomínios modernos que revelam o crescimento recente da cidade, elevada a esta categoria no dia 13 de Fevereiro de 1932, e que está agora empenhada numa reconstrução que a torne cada vez mais apelativa. E é a partir daqui que saímos à descoberta das várias atracções da província, um território com uma diversidade de paisagens, de fauna e flora capazes de encantar quem o

visita. A primeira paragem da viagem está marcada para a vila de Cacuso, em cujo centro encontramos ainda muitos edifícios típicos da época colonial. Rumamos ao sul, em direcção às famosas Pedras Negras de Pungo Andongo. Após alguns quilómetros, começamos a vislumbrar no horizonte de uma das intermináveis rectas da estrada, a silhueta das formações rochosas que, ao longo de milénios, os elementos se encarregaram de arredondar e que testemunharam momentos fulcrais da História do país. Atravessamos a planície, que começa a ser rasgada por gigantescas pedras com formas curiosas onde tentamos “encaixar” animais e objectos para, em poucos quilómetros, desviarmos à esquerda, onde somos recebidos por uma placa de boas-vindas na estrada que dá acesso aos pontos mais espectaculares da região. Percorremos a pé um corredor de pedra a partir do qual temos uma vista única sobre o vale onde o rio Kwanza se espalha, bloqueado poucos quilómetros à frente pela Barragem de Capanda cuja albufeira também podemos visitar

na fronteira com a província do Kwanza Sul. Protegidas por estruturas simples de cimento, encontramos as míticas pegadas impressas nas rochas que o povo garante serem dos reis Ngola Kiluanji e da sua filha, Njinga a Mbande, que reinaram nas terras do reino Ndongo — aliás, o nome original do lugar é precisamente Pungo-a-Ndongo. Dedicámos o segundo dia ao património natural, que inclui várias reservas naturais, como as do Luando e Milando, onde se procura preservar a rica fauna da região. Na impossibilidade de visitarmos todas, optamos pelo Parque Nacional de Kangandala, que, em 2005, ganhou enorme importância quando por ali foram avistados exemplares de palancas negras gigantes, subespécie rara de antílope, endémica de Angola, exclusiva da província de Malanje e que se julgava extinta. Embora seja ainda considerada como em perigo crítico de extinção, a palanca negra gigante encontra neste espaço um santuário que poderá representar a sua sobrevivência. É na expectativa de podermos observar um destes magníficos animais que chegamos ao mais pequeno de todos os Parques Nacionais de Angola,

www.economiaemercado.co.mz | Janeiro 2022


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