MANEJO
ACEROLA Fotos Shutterstock
DETALHES DO CULTIVO NO BRASIL Gustavo Cesar Dias Silveira Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Fitotecnia – Universidade Federal de Lavras (UFLA) gcsagro@gmail.com Maíra Ferreira de Melo Rossi Engenheira agrônoma e mestranda em Botânica Aplicada – UFLA rossimaira@hotmail.com
junho 2020
Pedro Maranha Peche Engenheiro agrônomo, mestre e pósdoutorando em Fitotecnia – UFLA pedmpeche@gmail.com
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acerola (Malpighia emarginata DC.) é nativa da América Central e do Norte da América do Sul, produz frutos excepcionalmente ricos em vitamina C e A, é fonte de ferro e cálcio, além de conter outras vitaminas do complexo B (tiamina, riboflavina e niacina). São poucos os países que cultivam comercialmente a acerola e o Brasil se sobressai nesse contexto, sendo atualmente o maior produtor, exportador e consumidor. Adaptada às diferentes condições climáticas, hoje em dia os plantios se es-
palharam por quase todas as regiões do País, sendo a região nordeste a maior produtora, responsável por 64% da produção nacional. Dados mais recentes mostraram que no ano de 2017 a área colhida de acerola foi de 5.753 hectares, valor referente a 6.646 propriedades rurais com mais de 50 pés plantados. Nesse ano foram produzidas quase 70 mil toneladas de frutas e o valor de produção atingido foi de R$ 91.642.000. O Estado de Pernambuco é o maior produtor, com 21.351 toneladas produzidas, seguido do Ceará, com 7.578 toneladas, e em terceiro lugar Sergipe, com 5.427 toneladas de frutas produzidas (IBGE, 2017). Parte da produção brasileira é exportada para Europa, Estados Unidos e Japão, na forma de frutos ou polpa congelada e suco integral. Entretanto, o consumo nacional é crescente, trazendo boas expectativas ao mercado interno dessa fruta. Esse crescimento se deve, basicamente, a seu elevado teor de ácido ascórbico (vitamina C), que chega a ser 100 vezes superior ao da laranja, ou dez
vezes ao da goiaba. A acerola pode ser consumida sob a forma de sucos, compotas, geleias, utilizada no enriquecimento de sucos e de alimentos dietéticos, na forma de alimentos nutracêuticos, como comprimidos ou cápsulas empregados como suplemento alimentar, chás, bebidas para esportistas, barras nutritivas e iogurtes. A acerola também tem mostrado potencial de uso na indústria farmacêutica e cosmética.
Variedades A produtividade da aceroleira por hectare é crescente como em qualquer outra frutífera, passando de 6,5 toneladas no segundo ano de cultivo para 40 ou mais toneladas do quinto até o décimo ano. As variedades de acerola são classificadas em doces ou ácidas. As ácidas são mais ricas em vitamina C e são indicadas para a industrialização, enquanto as variedades de frutos doces são mais indicadas para o consumo “in natura”. Deste modo, os clones disponíveis