Edição 40, março de 1989

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ninguém, terem o poder de se organizarem sem pedir licença a ninguém. "A democracia que existe hoje não é real, nem no movimento sindical. O sindicato convoca para uma assembléia mas os trabalhadores não têm o direito de usar a palavra, de dizer o que pensam, não têm direito a discordar dos encaminhamentos. "Democracia para mim seria quando todo mundo pudesse fazer o que ele pensa, tivesse o direito de escolher onde morar; como pode um trabalhador com o atual salário m fnimo viver dignamente, onde ficam os direitos básicos do homem? Como podemos dar um estudo para os nossos filhos, uma condição melhor de vida?" Juruna - Frigor: "A relação com o sindicato tem de ser de trabalho conjunto, nas coisas gerais: numa campanha salarial, numa luta da categoria. Mas tem diretorias sindicais que querem acabar com as comissões. A autonomia das comissões tem que ser total, ela responde ao conjunto dos trabalhadores da fábrica que a elegeu. Tem que ficar claro qual o papel de cada um. A comissão de fábrica é o sindicato na categoria. A comissão presta contas e representa os companheiros daquela fábrica. Democracia no Brasil se confunde com o direito de votar. Democracia dentro da fábrica não existe. E democracia no meio sindical ainda não existe plenamente, com o imposto sindical, existem sindicatos

que não precisam nem de sindicalizados. A Constituinte aprovou que a taxa assistencial seria definida em assembléia, e qual é o trabalhador que fala em assembléia? O movimento sindical ainda é muito autoritário, não se presta contas ao total da categoria, embora o dinheiro que se arrecada é de todo mundo, só se presta contas aos associados, não se criam canais de participação. Para mim o movimento sindical tinha que ser o exemplo de democracia. ~ pouca gente que participa, e a gente se contenta com isso é muito restrito. "A estrutura sindical, já existente, tem sido quebrada aos poucos e com muita luta, um exemplo são as greves de 1978/1979 para coisa recente, não podemos negar nem esquecer o papel que outros companheiros tiveram num tempo mais antigo; com essas greves recentes quebramos a lei de greve do ponto de vista real, também não era permitido criar central sin_dical e nós conseguimos a Central Unica dos Trabalhadores (CUT), ela é reconhecida hoje na sociedade pelos trabalhadores e até pelos empresários, necessitamos fazer as nossas regras de participação e de quebra da estrutura velha por dentro do sindicato oficial. "Tendo uma política clara de participação dos trabalhadores, de organização no local de trabalho e de democracia é possível transformar a estrutura velha; não proponho nada paralelo, o nosso desafio está em fazer coisas novas a partir das velhas.

"Outro desafio a que nos propomos e que a central sindical tem que dar resposta é em coisas espec fficas, por exemplo, as categorias; que tipo de sindicalismo nós queremos para acabar com a divisão dos trabalhadores em categorias com datas-base muito diferenciadas, no ramo metalúrgico só pode ser a nível estadual, não pode ser um sindicato só na cidade, é a r que eu vejo muito positiva a proposta de organização por ramo de produção ao n fvel estadual, interestadual e nacional. Assim a central sindical poderá responder adequadamente às negociações coletivas dos metalúrgicos. Não estou propondo o corporativismo, proponho sim, a organização vertical e horizontal ao mesmo tempo, a força é localizada, édentro da fábrica química, é dentro do serviço público e por a r vai, e o rótulo nosso é a Central Única dos Trabalhadores . " Alemão - Gazarra: "O nosso relacionamento era bom, qualquer problema levávamos para o sindicato e sempre éramos bem atendi.dos. Mas se você não reza na cartilha do sindicato, tem que sempre ficar alerta, se rezar tudo bem, nós sempre questionamos os diretores e a r você é visto como inimigo. "Logo após as eleições sindicais porque a comissão fazia parte da Chapa 2, e tinha sido convidado para fazer parte da Chapa 1 e não aceitou, dançou, o relacionamento foi muito difícil."

A solidariedade entre os trabalhadores Serginho Ford-lpiranga: "Penso que a solidariedade entre os trabalhadores é fundamental. Nós mantemos uma relação pol ítica com os companheiros, mas mantemos também um bom nível de amizade, nós da comissão, somos queridos e respeitados pelo resto dos trabalhadores, esse respeito vem do trabalho sério que temos realizado. Isso contrapõe com a relação que os trabalhado-

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res têm dentro da fábrica, lá dentro é setorizado, você conhece os colegas da seção e só. Mas a competição, a disputa imposta pela organização capitalista do trabalho, prejudica as relações humanas, o bom relacionamento entre os companheiros. "Sempre privilegiamos a amizade e o relacionamento geral entre companheiros, só assim enten-

demos que se constrói a unidade de classe trabalhadora." Ortiz - Ford-lpiranga: "Existe grande solidariedade entre os trabalhadores dentro de uma mesma empresa, o mesmo não acontece tão freqüentemente entre companheiros de fábrica diferentes. "Essa relação de solidariedade tem de se expandir, por vezes uma


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negociação

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Necessidade de uma nova correlação de forças

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operária

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comissões de fábrica

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do Rio de Janeiro

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O trabalho da FASE e as comissões de fábrica

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Bibliografia comentada Alcances e limites da experiência das

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O movimento sindical no Rio e sua base operária

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Sindicato, comissão de fábrica e delegado sindical

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A solidariedade entre os trabalhadores

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A importância da fábrica na esfera de organização politica

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E DIADEMA Organização dentro da fábrica: Avanços e dificuldades

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História das comissões

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Para Quando?

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As causas das debi i idades

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Possibilidades de mudança

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Dimensão pol ftica das novas formas de organização

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O nascimento do novo sindicalismo

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O surgimento do novo sindicalismo

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A reação patrona I

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Suas debilidades

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A organização nas empresas através da história

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